quarta-feira, 31 de agosto de 2022

COTAÇAO AUTOMOBILÍSTICA - AGOSTO DE 2022


E já estamos chegando ao fim do mês de agosto, e o tempo sempre parece voar, até mais rápido que os bólidos do mundo da velocidade. As principais competições já voltaram de suas férias de meio de ano, e as disputas seguem a toda. Então, lá vamos nós mais uma vez com a edição deste mês da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade neste último mês, com meus comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no mês de setembro...

 

 

EM ALTA:

 

Stoffel Vandoorne: O piloto belga chegou ao título da temporada 2022 da Formula-E mostrando muita maturidade e constância de resultados. Mesmo vencendo menos que seus concorrentes, ele superou-os evitando se envolver em confusões e aproveitando todas as oportunidades que surgiram nas corridas, para marcar pontos em quase todas, e subir ao pódio em em metade das corridas do ano. Soube ser rápido quando necessitava, e manteve-se no controle da situação quando necessário, sem cometer erros com a pressão de disputar o título, que acabou vitimando seus rivais. Redimiu-se da temporada passada, quando acabou superado pelo companheiro Nyck De Vries na luta pelo título, e recupera o status de grande piloto que havia perdido em sua passagem pela McLaren na F-1, quando acabou massacrado no confronto com Fernando Alonso, e acabou descartado pelo time de Woking. Pode não ter feito um campeonato vistoso, mas deu o resultado pretendido: o título, mostrando que nem sempre quem vence mais é campeão.

 

Mercedes na Formula-E: O time alemão conquistou o campeonato de pilotos e de equipes pela segunda temporada consecutiva no certame de carros monopostos 100% elétricos. Não exerceu um domínio como o de sua contraparte na F-1 quando foi campeã, mas foi mais competente para chegar ao título do que os times rivais, ainda que o maior mérito tenha ido para Stoffel Vandoorne, que fez melhor uso dos recursos do time do que Nyck De Vries, que fez uma temporada apagada depois de conquistar o título no ano passado. Uma pena que, por planejamento e estratégia de seus recursos de competição, tenha resolvido deixar o certame depois de passagem breve pela categoria, pois tinha tudo para poder continuar participando e lutar por mais títulos. De salientar que o time que foi vice-campeão no campeonato de equipes, a Venturi, também usou o trem de força da Mercedes, que até venceu mais que o time de fábrica, 5 triunfos contra 3, mas na soma, mostra que a Mercedes venceu metade das corridas da temporada com seu equipamento, somando seu time oficial e time cliente, o que também não é de se desmerecer.

 

Campeonato da Formula-E: A categoria de carros monopostos 100% elétricos encerrou sua oitava temporada, e a era dos carros de segunda geração, abrindo caminho para os novos carros de terceira geração, muito mais potentes e velozes do que nunca, mostrando um crescimento gradual, mas firme, e consolidando seu nome como opção de carreira para os pilotos no mercado internacional de competições do mundo do esporte a motor. Se é verdade que ao fim desta temporada encerrou-se as participações, oficiais e não-oficiais, de Mercedes, BMW e Audi, para o próximo ano chegam a Maserati, e a McLaren, para integrar o grid da competição, que vê também o retorno da antiga equipe ABT, agora sem o apoio da Audi, mas reforçando o leque de forças da competição, que ainda conta com mais montadoras do que a F-1, sendo que várias delas agora tornam-se não apenas construtores, mas também fornecedores, com equipes adquirindo seus trens de força para competirem no campeonato. Jaguar, Porsche, Mahindra e Nissan aumentam assim sua participação na categoria, que terá em 2023 o maior campeonato de sua história, que encerrou 2022 com o número de 100 corridas realizadas. É verdade que a F-E ainda não agrada a muitos fãs do automobilismo, que torcem o nariz para os carros movidos a eletricidade, e ainda tem problemas para ajustar suas regras, e evitar punições que por vezes não aplicadas a torto e a direito, mas para quem apostava que a F-E seria mais uma aventura como foram outros certames como a GP Masters e a A1GP, o fato da competição seguir firme, e forte, é uma prova de que seus objetivos estão sendo alcançados, ajudando no desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis, e oferecendo disputa, competição, e entretenimento para os fãs do esporte. E vai seguir em frente, procurando evoluir cada vez mais e mais.

 

Disputa pelo título na Indycar 2022: Faltando duas corridas para terminar o campeonato da Indycar, a disputa ficou mais embolada com o resultado do GP de Gateway, vencido por Josef Newgarden, que encostou na liderança do campeonato, ainda em mãos de Will Power, por uma margem de 3 pontos. Mas o trio da Ganassi, formado por Scott Dixon, Marcus Ericsson e Álex Palou também está no páreo, e com menos chances, ainda temos Patricio O’Ward, da McLaren, e o terceiro piloto da Penske, Scott MacLaughin, que ainda tem chances matemáticas, e correm como azarões nesta reta final da competição. Mesmo assim, é um grande número de pilotos com chances de levar a taça do título, em que pese apenas cinco deles terem chances mais efetivas na disputa, que deve ser acirrada nas provas que restam, ambas em circuitos mistos, em Portland, e Laguna Seca. Quem vai levar o título da temporada? Mais uma vez, o binômio Penske/Ganassi está dominando a parada, uma vez que a Andretti não conseguiu mostrar força novamente para entrar na briga, que não deve desapontar os mais ferrenhos fãs da velocidade em uma disputa ferrenha. Fiquem preparados.

 

Max Verstappen: O piloto holandês deu mais um show na etapa da Bélgica, e ampliou ainda mais sua vantagem no campeonato de pilotos rumo ao bicampeonato na F-1, que vai ficando cada vez mais fácil com uma Ferrari que parece ficar cada vez mais apática e irregular nas suas estratégias de corrida. Mesmo largando na segunda metade do grid por troca de componentes do motor, o piloto holandês foi para o ataque, e com uma exibição impressionante, escalou todo o pelotão até assumir a liderança e vencer mais uma vez na temporada, sem ter quem conseguisse enfrenta-lo na briga pela vitória. Nesse ritmo, e agora com uma vantagem de 93 pontos para o mais próximo rival, no caso, seu próprio companheiro de equipe Sergio Perez, que nas últimas corridas tem ficado cada vez mais distante do holandês, sem conseguir extrair do carro o mesmo que conseguia fazer no início do campeonato. Sem rivais à altura e de fato na pista, Verstappen segue rumo à conquista do bi, o que deve crescer ainda mais na próxima corrida, que é justamente em sua casa, na Holanda, e onde venceu com relativa facilidade no ano passado, o que pode acabar se repetindo este ano, para humilhação da concorrência, se esta não se aprumar e parar de cometer erros, que só tem facilitado a vida de Max nas últimas provas. Do contrário, melhor já ir pensando mesmo só em 2023...

 

 

 

NA MESMA:

 

Equipe Mercedes: O time alemão vinha crescendo de produção nas últimas corridas, dando até a impressão de que pode voltar a vencer este ano, apesar da diferença para os carros mais rápidos, como Red Bull e Ferrari, se bem que, pelos erros cometidos pela equipe italiana, a Mercedes até teria chances de terminar como segunda força. Mas, quando se esperava uma maior proximidade na etapa belga, quando a FIA instituiu limites de rigidez mais severos para o assoalho dos carros, sob suspeita de que Red Bull e Ferrari poderiam estar burlando o regulamento, a diferença da Mercedes na classificação aumentou ainda mais, com George Russell e Lewis Hamilton ficando a mais de 1s de distância do pole-position. Na corrida, o ritmo foi um pouco melhor, mas sem ter esperanças de tentar disputar com a dupla da Red Bull e da Ferrari em condições normais. O comportamento do modelo W13 ainda não rendeu o que se esperava, e cada prova a mais é tempo a menos para o time decidir qual será sua diretriz no projeto para o carro de 2023, o que aumenta o risco de não se produzir um carro mais competitivo.

 

Brasileiros no grid da Formula-E 2023: Os brasileiros continuarão presentes no grid na próxima temporada da categoria de carros monopostos 100% elétricos. Lucas Di Grassi firmou contrato para defender a Mahindra, onde voltará também a trocar idéias com os engenheiros da sua antiga equipe ABT, já que está será cliente dos trens de força indianos, e os dois times atuarão em conjunto visando melhorar a competitividade do equipamento. Já Sergio Sette Câmara acertou com a equipe NIO para ser titular do time na próxima temporada, no lugar do inglês Oliver Turvey, que foi dispensado pelo time. Fica a expectativa da competitividade dos brasileiros em seus novos times no próximo ano, com a esperança de tudo mudar com a estréia dos novos carros Gen3, que pode alterar a relação de forças do grid. A Mahindra já venceu corridas, mas nunca conseguiu ir até o fim do campeonato disputando o título. Já a NIO já venceu um campeonato, mas foi na primeira temporada, quando ainda se chamava China Racing, e desde então, nunca mais se achou na competição. Para Sergio, que defendeu o pior time da categoria neste ano, pode parecer uma melhora tímida de possibilidades na competição, mas é preciso esperar para ver como os times conseguirão se ajeitar com os novos carros, e os novos trens de força, muito mais potentes. Ao menos, os torcedores brasileiros terão a chance de ver seus compatriotas em ação na pista no primeiro ePrix de São Paulo, que ocorrerá em março do próximo ano, e marcará a entrada do Brasil no calendário da competição.

 

Como está fica na Pramac em 2023 na MotoGP: Acabou o mistério sobre quem iria para o time de fábrica da Ducati na MotoGP no próximo ano. Com Francesco Bagnaia garantido no time, a disputa entre os pilotos das equipes satélites estavam divididas entre Jorge Martin e Enea Bastianini, e em último caso, até mesmo Johaan Zarco. A cúpula do time de fábrica da marca italiana optou por Bastianini, que venceu três provas na temporada, mesmo com uma máquina defasada em relação ao time de fábrica, chegando a liderar a competição, enquanto o time principal ainda busca sua recuperação na temporada para lutar a fundo pelo título. Com a confirmação de Enea, seu time, a Gresini, terá de arrumar um novo piloto para 2023. Em contrapartida, na Pramac, que seria o destino do “perdedor” da disputa, nada muda: Johaan Zarco e Jorge Martin farão novamente a dupla titular do time satélite da Ducati em mais uma temporada. Zarco ocupa a 4ª posição no campeonato no momento, enquanto Martin é o 9º colocado. Curiosamente, Bastianini, que já chegou a liderar a competição este ano, caiu de rendimento nas provas mais recentes, e no momento é o 6º colocado, ficando bem distante do líder do certame, mas já com muitas expectativas para a próxima temporada, quando defenderá o time oficial da fábrica.

 

Fabio Quartararo: o piloto da equipe Yamaha vem conseguindo minimizar os prejuízos nas últimas corridas diante da ascenção de Francesco Bagnaia, da Ducati, que vem de três vitórias consecutivas no campeonato da classe rainha do motociclismo, mostrando que a equipe oficial da marca italiana entrou nos eixos na disputa pela vitórias na atual temporada. Mas Quartararo tem sido inteligente, e vem tendo sorte também nas disputas nas últimas corridas, evitando que sua grande vantagem na pontuação caia com mais vigor frente à melhor forma dos rivais. Ele ainda tem 32 pontos de vantagem para Aleix Spargaró, da Aprilia, e 44 pontos para Bagnaia, uma diferença até considerável, e que no presente momento, tem permitido ao atual campeão administrar os resultados em um momento onde a Yamaha tem tido alguns problemas para fazer com que o francês se imponha com mais determinação sobre os rivais. Mas, dando tudo de si, Fabio vem conseguindo fazer corridas cerebrais, e contando também com azares dos concorrentes para se manter nas melhores colocações possíveis, e evitar a maior aproximação dos demais pilotos, que não tem conseguido manter a mesma constância que o piloto da marca dos três diapasões. Bagnaia, por exemplo, ainda está muito atrás, devido ao início de temporada claudicante, e precisa torcer não só para manter a boa fase da Ducati, como também por um mau resultado do francês, se quiser chegar mais rápido na pontuação do rival, que não é de cometer erros nas corridas, salvo casos excepcionais, como o ocorrido em Assen. Se mantiver a toada atual, Quartararo deve conseguir se manter líder na disputa até o encerramento do campeonato, mas ele vai tratar de voltar a vencer tão logo tenha chance, e enquanto isso, vai se segurando como pode, e muito bem, para azar dos rivais.

 

Situação de Alex Palou: O destino do piloto espanhol ainda está tramitando nos tribunais da justiça dos Estados Unidos, e até o presente momento, ninguém sabe por onde o atual campeão mundial da Indycar vai correr em 2023. O espanhol acabou confirmando que a McLaren teria lhe prometido a vaga de Daniel Ricciardo no time de F-1, mas agora, com a notícia da “contratação” de Oscar Piastri, tudo indica que ou ele fica na Ganassi, e luta para restabelecer sua credibilidade junto ao time, ou vai ter de se contentar com a McLaren da Indycar, na vaga de Felix Rosenqvist, já que Patrício O’Ward e Alexander Rossi já tem contratos firmados para a próxima temporada. Só que Piastri ainda não pôde ser confirmado, até o fechamento desta matéria, na McLaren, que já se livrou de Daniel Ricciardo para 2023, o australiano já teria ficado “queimado” na Alpine. Enquanto o nó de pilotos não se desenrola, tudo parece contribuir para Palou ficar mesmo onde está, já que a Ganassi, em tese, é um time mais competitivo que a McLaren na categoria de monopostos dos Estados Unidos no momento. Resta saber como a justiça irá decidir o caso, se Palou ainda tem contrato válido com Chip Ganassi, que não quer perdê-lo, e muito menos deixar que vá para a concorrência, ou com a McLaren, que neste momento parece ter mais pilotos que carros disponíveis...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Antonio Giovinazzi: O piloto italiano ficou a ver navios pelo segundo ano consecutivo. Se no ano passado já havia perdido seu lugar na equipe Alfa Romeo, que o dispensou para chegada de Guanyo Zhou, a temporada de estréia na Formula-E foi de comer o pão que o diabo amassou. Além de defender o time com o pior carro do grid, o que já limitava e muito os resultados potenciais, Antonio não conseguiu se adaptar ao estilo de condução e competição dos carros monopostos 100% elétricos, tendo sido superado com facilidade por Sergio Sette Câmara. Giovinazzi não escondeu o seu descontentamento com a categoria, e acabou nem terminando o campeonato, ficando de fora da última corrida devido a uma lesão, e sendo substituído pelo francês Sasha Fenestraz. O fato de Antonio ainda fazer parte da Academia de Pilotos da Ferrari com certeza lhe dá alguma segurança em termos de carreira, tanto que ele vai participar de dois treinos livres com a equipe Haas, mas se ele não apresentar resultados, mesmo o apoio da Ferrari pode ter vida curta, e vai ser preciso contar com o azar de outros pilotos para se manter como opção viável, estratégia arriscada para quem está novamente a pé. Resta saber se vai arrumar algum lugar decente para competir em 2023...

 

Daniel Ricciardo: O piloto australiano bem que tentou, mas não teve jeito. A McLaren, em comum acordo com seu piloto, concordaram em encerrar o contrato entre ambos ao fim da atual temporada da F-1, e não como previsto inicialmente, até o fim de 2023. O time inglês assume que não conseguiu dar ao piloto condições à altura para que ele rendesse todo o seu potencial, e Daniel, por sua vez, consentiu que também não conseguiu se ajustar ao equipamento que lhe foi oferecido. No ano passado, Ricciardo foi amplamente superado na maior parte do campeonato pelo companheiro de equipe Lando Norris, e neste ano, com um carro totalmente novo, em virtude do novo regulamento técnico da F-1, a diferença entre ambos aumentou ainda mais, com Lando tendo conseguido até subir ao pódio, enquanto o australiano mal conseguiu pontuar na maioria das corridas. Apesar do apoio moral de campeões como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e até Max Verstappen, o destino de Daniel em 2023 até o presente momento é totalmente incerto. Decidido a permanecer na F-1, o australiano até admitiu ter um ano fora das pistas em 2023, se não conseguir uma equipe para competir. A Alpine, time em que Daniel competiu entre 2019 e 2020, ainda com o nome de Renault, pode ser uma alternativa para o australiano, que teve uma passagem relativamente boa por lá em termos de resultados, mas resta saber se ambos unirão forças mais uma vez, para a próxima temporada.

 

GP da França fora do calendário da F-1 em 2023: E não deu mesmo, e Paul Ricard disse “au revoir” novamente à F-1, sendo confirmado oficialmente que a pista francesa não voltará ao calendário da competição da categoria máxima do automobilismo no próximo ano. Nem tudo está perdido, porém, e Paul Ricard aceitaria entrar em um revezamento com alguma outra corrida, para permanecer no calendário, que mais uma vez não deve contar também com o GP da Alemanha, já que tanto Hockenhein quanto Nurburgring alegam não terem fundos para bancar o GP. E vamos lembrar que o calendário de 2023 deverá ter a volta do GP do Qatar, além da estréia do novo GP de Las Vegas, que se mantido o calendário atual para as demais provas, ainda aumentaria em um GP, resultando no total de 22 provas, e com expectativa de termos 23, como quer a Liberty Media. O único ponto positivo, pelo menos para o próximo ano, é que a prova da Bélgica, que corria risco de ficar de fora também, está garantida, mas só para 2023. Se o pessoal não gostou muito da nova configuração de Paul Ricard, ninguém quer ver Spa-Francorchamps de fora do calendário, então, eles preferem ficar sem a prova da França, e perderem o GP belga, mas isso pelo lado de times e pilotos. Resta saber o que o pessoal da Liberty Media pensa a respeito...

 

Mick Schumacher na F-1 2023: O filho do heptacampeão Michael Schumacher até melhorou sua performance em provas recentes na temporada deste ano da F-1, conseguindo marcar seus primeiros pontos e mostrando que pode, sim, ter algo a mostrar na categoria máxima do automobilismo. Mas a parada continua difícil para o jovem alemão, que até o presente momento, não tem vaga garantida na Haas para a próxima temporada, com a escuderia estadunidense confirmando a presença apenas de Kevin Magnussen como titular. E agora, o jovem Mick estaria deixando a Academia de Pilotos da Ferrari, que o acolheu desde 2019, com a intenção de levá-lo para a F-1, o que aconteceu de fato no ano passado. Por mais que Mattia Binotto afirme que o fato de Mick ser filho do heptacampeão mundial nada teve a ver com sua inclusão no programa de pilotos da Ferrari, é inegável que isso teve peso, sim, e o jovem Schumacher conseguiu mostrar resultado ao ser campeão da F-2 em 2020. Mas, costuma-se dizer que quando você chega à F-1, não faz diferença o que você fez nas categorias de base, então o anúncio de que Mick está saindo do programa de Maranello sinaliza sim uma insatisfação com o jovem, que pode ser talentoso, mas já deu mostras de que não é como seu pai, e assim, as mesmas portas que o sobrenome lhe abriu agora cobram sua conta, e existe o perigo de que ele não consiga vaga no grid em 2023, mesmo em outra equipe, o que agora o fato de não pertencer mais à Academia de Pilotos da Ferrari deveria facilitar o acordo com outras escuderias. Cabe a Mick aproveitar as corridas restantes da temporada para mostrar o que vale a potenciais times que poderiam tê-lo em seu cockpit, ou do contrário, Mick vai engrossar a lista dos filhos de campeões que não conseguiram vingar no certame que consagrou seus pais...

 

Acordo Red Bull/Porsche na F-1: O que muita gente esperava finalmente vai acontecer. A Audi confirmou em Spa-Francorchamps que entra na categoria máxima do automobilismo em 2026, e os indícios apontam para a compra paulatina por parte dos alemães da equipe Sauber, atual Alfa Romeo, que encerrará sua parceria de patrocínio com a marca italiana ao fim de 2023. E o anúncio confirmou nas entrelinhas que a Porsche voltará à F-1 também, mas a perspectiva inicial, de que a marca alemã compraria 50% da equipe Red Bull, e a transformaria em seu time de fábrica parece ter começado a engasgar. A Honda teria se pronunciado veladamente sobre um retorno em 2026, e como já vem equipando a Red Bull e Alpha Tauri com seus propulsores, agora sob acordo de desenvolvimento por parte da equipe rubrotaurina, e vendo os resultados obtidos na atual temporada, os japoneses não gostariam de se verem substituídos pela marca alemã, e a Red Bull, por sua vez, amplamente satisfeita com a performance das unidades de potência que usa atualmente, não estaria interessada em encerrar a parceria e iniciar outra que nem sabe que resultados dará inicialmente. Um acordo de compra já teria sido iniciado, verificado por cruzamento de dados indiretos a respeito da situação da Porsche, e o que parecia algo líquido e certo agora está nebuloso e incerto. Se de fato não rolar o acordo previsto, a Porsche certamente terá de mudar suas diretizes, e nisso, quem será que seria o possível novo time a receber a parceria dos alemães? Vamos esperar para ver... 

 

 

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