quarta-feira, 30 de agosto de 2023

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - AGOSTO DE 2023


            E já estamos chegando ao mês de setembro, e deixando o mês de agosto, onde a F-1 “curtiu” um pequeno periodo de férias, enquanto outros certamos, como a MotoGP, retornaram à ativa depois de “folgar” em julho, para trás, enquanto competições como a Indycar seguiram seu curso sem interrupções. Então, com o fim do mês, é chegada a hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos diversos e vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade que pudemos vivenciar neste mês, com alguns comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, aproveitem o texto e tenham todos uma boa leitura, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no final do mês de setembro, avançando firme pelo segundo semestre de 2023...

 

 

EM ALTA:

 

Jake Dennis campeão da F-E 2023: O britânico Jake Dennis conquistou com méritos o título da temporada da Formula-E. E levou seu time, a Andretti, à primeira conquista do título na competição, desde a estréia da escuderia no certame dos carros monopostos elétricos, presente desde o primeiro campeonato da competição. Dennis soube aproveitar o bom trabalho de seu time especialmente no acerto do carro, e no bom aproveitamento do trem de força da Porsche, sabendo fazer um trabalho melhor do que o do time oficial da marca na temporada. E, assim como fez Stoffel Vandoorne em 2022, Jake fez da constância sua grande arma no ano, aproveitando para vencer quando a oportunidade surgisse, obtendo dois triunfos ao longo do ano. O piloto conseguiu reengatar os bons resultados após um período de etapas sem pontuar devido a azares e problemas, depois de iniciar a temporada na liderança, mas uma vez de volta no comando da situação, contou também com a sorte para não se envolver em confusões como as que vitimaram seus rivais mais perigosos, como Mith Evans e Nick Cassidy, e batalhar sempre pelas melhores posições para se manter firme na briga pelo título. A conquista veio justamente em Londres, na sua terra natal, e com uma corrida de antecedência, e desde já Dennis é o piloto a ser batido para a próxima temporada da categoria. Candidatos a vencê-lo não faltam, e tentar o bicampeonato pode ser tão ou até mais difícil do que o primeiro título. O desafio está lançado...

 

Jaguar campeã na F-E 2023: OK, o título de pilotos escapou, indo parar nas mãos de um piloto da Andretti, time cliente da Porsche, mas ninguém contesta que a Jaguar foi a marca dominante da categoria de carros elétricos monopostos na temporada de 2023. Com seu time oficial e time cliente, a marca britânica venceu praticamente metade das corridas do ano, com 4 vitórias em cada equipe, e poderia ter conquistado também o título de pilotos, se tivesse tido um pouco mais de sorte na reta final. O time oficial teve seus pecados capitais na temporada, quando seus pilotos arruinaram as chances de bons resultados que certamente fizeram falta, como nas duas corridas em que Sam Bird causou acidentes que tiraram tanto ele quanto seu companheiro Mith Evans da corrida, perdendo pontos importantes. Mas Evans também vacilou na segunda corrida de Roma, quando atropelou Nick Cassidy e acabou com as chances de ambos marcarem pontos na etapa, facilitando a conquista por parte do rival Jake Dennis. No campeonato de equipes, o time de fábrica acabou ficando com o vice-campeonato, superado pela Envision, seu time cliente, que conseguiu ser um pouco mais eficiente na temporada, conquistando pelo menos este troféu de compensação. A Jaguar tem tudo para vir ainda mais forte em 2024, contando em seu time oficial com a dupla Cassidy/Evans, que juntos venceram metade das provas de 2023, o que em tese deverá fazer da Jaguar o time a ser batido no próximo ano, mostrando que seu trem de força evoluiu muito este ano. Resta combinar com os concorrentes, que irão tentar melar os planos dos ingleses...

 

Competitividade e nova era dos carros Gen3 na F-E 2023: Iniciada com alguns problemas, a temporada deste ano da F-E marcou a introdução dos novos carros de terceira geração na categoria, muito mais potentes e velozes. É verdade que demorou algumas corridas para os times se entenderem melhor com o novo carro, mas desde então, a F-E voltou a mostrar um grande nível de competitividade, com muitas disputas, e algumas corridas que foram praticamente alucinantes, como em Portland, nos Estados Unidos, onde teve mais de 400 trocas de posição durante a corrida, com todo mundo andando praticamente embolado o tempo todo. As novas provas estreantes no calendário também foram um grande sucesso, mostrando que o certame dos carros monopostos elétricos iniciaram com o pé direito a terceira fase de seu campeonato, com novos carros que realmente só não mostraram todo o seu potencial devido às circunstâncias de corrida, e às características de alguns circuitos, mas lembrando que estes carros estão apenas no início de seu desenvolvimento, podendo crescer bastante de performance no próximo ano. E a competitividade da categoria ainda seguiu firme, com 6 times a vencerem corridas, e 7 pilotos diferentes no degrau mais alto do pódio. E o título sendo definido apenas na penúltima etapa, embora pudesse ter sido definido também na última corrida, caso as condições tivessem sido mais afortunadas para alguns dos competidores. A disputa só não foi melhor porque dois dos times vencedores, um é estreante na competição, e o outro passou por uma enorme reformulação, do contrário a disputa poderia ter sido mais parelha ainda. E vimos uma grande disputa de três escuderias pelo campeonato de pilotos. Com novas provas como em Tóquio vindo para a próxima temporada, a F-E mostra que segue firme e forte, e que os percalços de perda de equipes e marcas sofridas recentemente não a impactaram de modo negativo como muitos críticos afirmaram, mas como um procedimento normal no mundo do automobilismo, onde alguns entram e outros saem. A F-E tem tudo para melhorar ainda mais e manter-se como um campeonato cada vez mais relevante no mundo do esporte a motor.

 

Francesco Bagnaia rumo ao bicampeonato na MotoGP: O atual campeão da classe rainha do motociclismo voltou das férias determinado a reforçar ainda mais seu favoritismo na temporada, em busca do segundo título. Baganaia pode não ter vencido a corrida principal na Inglaterra, quando acabou batido pela impressionante Aprilia de Aleix Spargaró, mas dominou o fim de semana na Áustria, vencendo a prova Sprint e a de domingo, aumentando ainda mais sua vantagem na classificação do campeonato, abrindo 62 pontos para o rival mais próximo. “Pecco” vem correndo com a cabeça, evitando se envolver em confusões, e administrando o ritmo de corrida para não desgastar o equipamento, e evitar cometer erros. Na Inglaterra, poderia ter brigado mais para vencer a corrida, mas contentou-se em terminar em 2º, já que mesmo assim abriria mais vantagem na classificação, e na Áustria, largou bem para vencer as duas corridas de ponta a ponta, com uma pilotagem segura, e sem dar chances aos rivais, mesmo quando teve de suportar a forte pressão de Brad Binder, da KTM, que até tentou induzir o atual campeão ao erro, mas não conseguindo manter a pressão necessária para tentar um ataque no final da corrida, quando foi ficando para trás paulatinamente, vendo o piloto da Ducati escapar na liderança. Se no ano passado Bagnaia teve de efetuar uma recuperação arrasadora na temporada para tirar mais de 90 pontos de desvantagem, a situação este ano é bem mais tranquila, com os rivais tendo a tarefa de tentar anular a desvantagem na pontuação em relação ao atual campeão mundial, e com os rivais em posição inferior à do ano passado. O bi parece vir com tranquilidade e naturalidade, mas mesmo assim, não se pode baixar a guarda e dar chances para o azar. E pelo visto nas duas últimas etapas, Bagnaia vem cumprindo bem sua missão, o que é muito ruim para os concorrentes.

 

Max Verstappen rumo ao tri na F-1: Não há quem possa deter a escalada do atual bicampeão holandês rumo a mais um título na categoria máxima do automobilismo. No retorno da F-1 das férias de verão, e justamente na Holanda, Max deu um novo show, tanto na classificação quanto na corrida, com ambas sendo bem caóticas devido à presença da chuva que bagunçou parte da definição do grid e tanto a própria corrida em Zandvoort. Enquanto os rivais batem cabeça, alternando-se na posição de segunda força do grid, sem contudo conseguir ameaçar o poderio da Red Bull e de seu principal piloto, Verstappen apenas vai cumprindo com seu dever, igualando o recorde de 9 triunfos consecutivos na competição, que era de Sebastian Vettel, obtido em 2013, quando o piloto alemão conquistou seu tetracampeonato, pela própria Red Bull, e colocando-se como novo recordista deste quesito, se alguém imagina que ele vai deixar de vencer as próximas corridas, já que seu companheiro de equipe Sergio Perez parece incapaz de conseguir dar sequer luta ao holandês nas corridas recentemente. Com mais um triunfo, Max abriu impressionantes 138 pontos de vantagem para Perez na classificação, com 9 corridas ainda pela frente. Ele poderia ficar sem marcar pontos pelas próximas 5 corridas, com Perez vencendo todas, que ainda assim permaneceria na liderança do campeonato. Os concorrentes que comecem a pensar em 2024, porque 2023 já era, e faz muito tempo... E ainda assim, faltando combinar com o time rubrotaurino, obviamente.

 

 

 

NA MESMA:

 

Marc Márquez: O hexacampeão continua enfrentando problemas com a Honda na atual temporada da MotoGP, sem conseguir brigar pelas primeiras posições, e por vezes tendo de brigar até mesmo para conseguir pontuar. E, no meio disso, novas quedas tem atormentado o piloto espanhol, na busca por tentar melhorar a performance em corrida. Uma situação bem ruim, que não envolve somente o piloto, mas também a Honda, que parece completamente perdida na atual temporada, sem saber como melhorar, e que caminho de desenvolvimento seguir. Márquez já chegou a fazer até elogios à KTM, o que poderia indicar uma possível mudança de time para o próximo ano, embora ele próprio já afirmou que pretende cumprir com o atual contrato, que vence apenas ao fim de 2024, integralmente, em respeito ao time que defende desde que chegou à classe rainha do motociclismo, mas já dando um sinal de que para 2025 poderá seguir novos ares na competição. Até lá, é ser paciente, e esperar por melhores dias no time nipônico, dentro e fora das pistas.

 

Equipe Haas de F-1 para 2024: Houveram rumores de que o time de Gene Haas poderia mudar novamente sua dupla de pilotos para a próxima temporada, uma vez que Nico Hulkenberg estaria trazendo muito mais desempenho do que Kevin Magnussen, mas no final, a escuderia norte-americana preferiu manter seus atuais pilotos para a próxima temporada, confiando que, com um carro melhor, ambos poderão trazer ainda mais resultados ao time, que já se encontra em condição melhor este ano, justamente pela dupla titular não se envolver em confusões na pista, leia-se, acidentar-se com os carros, evitando comprometer o orçamento não muito generoso da escuderia. Nico se mostrou um grande acerto para 2023, da mesma maneira como foi o retorno de Kevin em 2022, após a temporada sem resultados de 2021 com uma dupla titular novata na competição, que nada trouxe de positivo para o time propriamente. O objetivo agora é se beneficiar da estabilidade dos pilotos para conseguir desenvolver melhor o carro, que no modelo deste ano mostrou-se muito rápido em classificação, mas ruim de corrida, a fim de conseguir conjugar o melhor das duas condições para 2024, e batalhar para voltar ao meio do grid, onde a escuderia costumava se localizar nas primeiras temporadas, e quem sabe, tentar voltar a crescer além disso na competição, objetivo ainda meio ousado, mas quem sabe? De qualquer forma, a Haas fecha seu quadro para 2024 e terá um problema a menos para pensar no restante da temporada atual. E, com isso, fecha novamente as portas para Pietro Fittipaldi, mostrando que o brasileiro nunca é considerado para nada além de ser apenas piloto de testes da escuderia...

 

Josef Newgarden mais uma vez na fila do título na Indycar: O piloto da equipe Penske bem que tentou esticar a disputa da temporada 2023 da Indycar até o final, buscando o tão sonhado tricampeonato, mas vai passar mais um ano na fila. Se em 2021 acabou derrotado por Álex Palou, em 2022 Josef teve de ver o companheiro de equipe Will Power levantar a taça do título. E este ano, apesar da enorme desvantagem para Palou, ainda vinha sonhando com a possibilidade de chegar lá numa reviravolta de última hora, mas uma pequena estampada no muro na etapa de Gateway, quando lutava pela vitória na corrida, acabou com suas chances de ainda tentar chegar ao título, já que o acidente, apesar de leve, levou ao seu abandono da prova, e consequentemente, a ficar mais uma vez sem chances de conquistar o título. Vai restar tentar o vice-campeonato, posição que ficou nos últimos quatro anos na competição, no duelo com Scott Dixon, da Ganassi, por essa colocação. Só que a parada vai ser complicada, pois Dixon venceu a prova de Gateway, enquanto Newgarden ficou pelo caminho, de modo que o neozelandês tem uma boa diferença de 51 pontos a seu favor para administrar no duelo pelo vice-campeonato, se necessário. E Newgarden tem de tomar cuidado com Patricio O’Ward, da McLaren, que está apenas 11 pontos atrás dele, se não quiser terminar a temporada fora do TOP-3... Olho vivo, então, Josef...

 

George Russell: O piloto inglês fez uma boa estréia na Mercedes na temporada passada, chegando inclusive a terminar o ano melhor do que Lewis Hamilton, obtendo as únicas pole e vitórias da escuderia germânica na temporada de 2022, que foi a pior do time desde 2014, quando teve início a era híbrida da F-1. Cotado como futuro campeão pela Mercedes, após a aposentadoria do heptacampeão, Russell infelizmente não vem conseguindo repetir o mesmo desempenho em 2023, chegando em várias corridas recentes a terminar atrás do companheiro de equipe mais badalado, e na etapa da Holanda, quando fez uma classificação muito melhor do que Lewis, e tinha oportunidade de virar um pouco a maré, acabou sendo derrubado pelo caos que se viu na corrida, perdendo qualquer oportunidade de terminar no pódio, como esperava, e pior, acabou levando a pior num duelo com Lando Norris, que danificou seu carro e o fez abandonar a corrida, acumulando mais um resultado negativo no ano, e ficando ainda mais distante na pontuação de Hamilton, que ocupa a 4ª posição e briga pelo TOP-3 com Fernando Alonso, enquanto George ocupa a 7ª posição, empatado em pontos com Charles LeClerc. Felizmente, Russell ainda conta com a confiança da Mercedes, mas Toto Wolf já cobra uma reação do seu piloto para melhorar seu desempenho no campeonato, o que indica que a paciência tem seus limites, até porque a Mercedes está na briga pelo vice-campeonato de construtores, e seu ponto forte até agora tem sido justamente sua dupla de pilotos, que tem carregado o time nas costas. Só que Russell começa a ficar mais para trás do que deveria, e isso é preocupante. George precisa voltar a mostrar do que é capaz, para reafirmar sua posição no time, e não acabar virando um novo “Bottas” na escuderia multicampeã...

 

Daniel Ricciardo: O piloto australiano sabia que teria dias complicados pela frente ao assumir o lugar de Nyck De Vries na Alpha Tauri, na sua luta para ocupar um lugar melhor na F-1 em 2024, visando principalmente um retorno à Red Bull em 2025. Mas, a análise de Daniel vai ficar de molho por algum tempo, já que o piloto fraturou a mão ao bater no treino livre na Holanda, para evitar bater em Oscar Piastri, que havia rodado e ficado em posição perigosa. Com isso, seu lugar no time “B” dos energéticos acabou ficando com Liam Lawson, piloto da Red Bull que está disputando o campeonato Super Formula no Japão, e que era cotado para assumir uma das vagas da Alpha Tauri no próximo ano. Lawson até que conseguiu fazer uma estréia satisfatória em Zandvoort, e terá pelo menos a etapa da Itália para mostrar o que sabe, já que a recuperação de Ricciardo deve demorar provavelmente um mês, o que deve deixa-lo de fora também da etapa de Singapura, na pior das hipóteses, com um provável retorno apenas em Suzuka, se tudo correr bem, já que Daniel precisou passar por cirurgia para recuperar o osso fraturado da mão. Fica a expectativa de como a Red Bull irá analisar a situação, dependendo de como Lawson se portar nestas corridas em que irá defender a Alpha Tauri, e se Daniel seguirá como possível principal opção nos seus planos iniciais.

 

 

 

EM BAIXA:

 

Equipe Porsche na temporada 2023 da F-E: O time alemão surgiu como a grande força no início da nova temporada dos carros monopostos elétricos, tendo assumido um favoritismo que chegava a assustar a concorrência, pela facilidade como que Pascal Wehrlein finalizou as primeiras corridas, obtendo até duas vitórias consecutivas, mesmo largando do meio do grid, impondo um ritmo de corrida que parecia difícil de igualar. Só que, conforme a temporada foi avançando, os rivais, em especial a Jaguar, de fábrica e seu time cliente, a Envision, assumiram o protagonismo da disputa pelo título, enquanto a Porsche não conseguia resolver seus problemas de desempenho em volta lançada, o que a impediu de obter boas posições de largada. Como os rivais conseguiram melhorar tanto em classificação como em ritmo de corrida, as provas de recuperação de seus pilotos ficaram mais complicadas de serem realizadas a contento, o que fez com que Wehrlein, de favorito, despencasse para a condição de azarão frente à disputa com os rivais, tendo sido inclusive o primeiro a ficar de fora da disputa no fim da temporada. O problema foi mais de desenvolvimento do carro do que do trem de força, já que seu time cliente, a Andretti, não teve tantos problemas em classificação, e seu piloto, Jake Dennis, acabou sendo campeão com o trem de força da Porsche. Sobrou apenas esse consolo para a marca alemã, de ter feito o campeão com seu trem de força, em um time cliente, que soube ser mais eficiente do que o próprio time de fábrica, que poderia ter feito muito mais, com os recursos que tinha a seu dispor, em que pese não ter sido o único construtor a se ver superado pelos clientes, como ocorreu com a Jaguar em relação à Envision. Mesmo assim, a posição da Porsche é desfavorável por conhecer seus pontos fracos, e não conseguir solucioná-los, como se deve fazer em um time que desejava ser campeão, uma lição importante a ser aprendida para não se cometer o mesmo erro no próximo ano.

 

Confusão contratual de Álex Palou versão 2023: No ano passado, o espanhol Álex Palou criou uma grande celeuma ao declarar que iria se transferir para a McLaren na temporada deste ano da Indycar, desmentindo o anúncio de continuidade feito por seu time, a Ganassi, que alegava ter prioridade da manutenção dos serviços de seu piloto, desencadeando uma boa briga na justiça, que terminou com Palou tendo de defender a escuderia este ano, podendo mudar de time só no próximo ano, onde teria feito o contrato visando isso, agora em bases atualizadas. Mas, repetindo a dose, agora Palou vem a público negando que vá cumprir o contrato e se mudar para a McLaren, que desta vez promete levar o espanhol à justiça, por não cumprir com o acordo assinado, enquanto a Ganassi, por sua vez, alega ingenuidade por parte do time rival, e que Álex continuará defendendo seu time, onde pode ser bicampeão na atual temporada, em 2024. Como franco favorito na luta pelo título, tendo vencido 4 provas no ano, enquanto a McLaren até o presente momento não venceu nenhuma corrida na temporada atual da Indycar, natural que Palou acabasse repensando sua posição, e quisesse ter o esquema mais competitivo da Ganassi para si no próximo ano, podendo tentar o tricampeonato, mas contratos precisam ser respeitados, e assumidos, caso sua rescisão seja muito mais danosa do que sua manutenção. Se no ano passado o imbróglio desencadeado pelo espanhol levantou algumas dúvidas e provocou alguns arranhões em sua reputação, pelo modo como se portou, repetir a dose este ano reforça a imagem de piloto que não honra seus contratos assumidos, o que pode prejudicar o desenvolvimento de sua carreira no automobilismo, se ficar marcado como alguém sem palavra e comprometimento. Novos contratos certamente serão muito mais draconianos no que tange às condições de renovação/rescisão por parte do piloto, e isso pode criar sérios empecilhos para a carreira de Álex, que poderia ter sido mais cauteloso com suas declarações e mudanças de planos em relação a compromissos já assumidos. E lá vai o caso novamente para a justiça resolver uma pendenga pelo segundo ano consecutivo...

 

Romain Grosjean: O piloto franco-suíço chegou à Indycar para iniciar uma nova fase em sua carreira, após dar por finalizada sua participação na F-1, e até impressionou em seu primeiro ano no certame de monopostos dos Estados Unidos, conseguindo uma vaga em um dos grandes times da categoria, a Andretti, onde teria melhores condições de vencer corrida e quem sabe, até disputar o título. Mas o piloto não foi aquele fenômeno todo visto na Dale Coyne em seu novo time no ano passado, e na atual temporada, também vem desapontando, tendo inclusive voltado a bater com frequência muito indesejável, várias vezes sozinho, sem circunstâncias atenuantes. Já se cogita a dúvida de sua permanência na Andretti para o próximo ano, sendo que sua participação no projeto da Lamborghini nos carros da classe Hypercal do fabricante deve ser um indicativo de que ele poderá perder seu assento no time de Michael Andretti, que acabou de contratar Marcus Ericsson para 2024, e talvez até mesmo na Indycar, se não achar outro time para competir na próxima temporada. Romain até pareceu renovado em sua estréia na nova categoria, depois de anos desgastantes com carros pouco competitivos da Haas na F-1, mas a volta dos velhos hábitos de bater em demasia, perdendo a chance de obter vários resultados, não poderia surgir em pior momento, onde sua relação custo-benefício volta a ser posta em dúvida, decepcionando quem apostava que o piloto poderia ser sensação na Indycar, repetindo o que Nigel Mansell fez cerca de 30 anos atrás, ainda que a comparação pudesse ser demasiado otimista. Melhor Grosjean colocar a cabeça em ordem, se quiser manter sua vaga em dia...

 

Sam Bird: O piloto inglês era um dos destaques da Formula-E desde sua primeira temporada, sempre conseguindo bons resultados, ainda que falhasse sempre em disputar o título da competição de carros monopostos 100% elétricos. Assim, quando foi contratado pela Jaguar, a expectativa era de que tivesse melhores condições de lutar efetivamente pelo título, diante da maior capacidade do time oficial da marca britânica. Sam até que fez uma primeira boa temporada no time, em 2021, ficando praticamente ao nível de Mith Evans na escuderia, inclusive conquistando as únicas vitórias da Jaguar naquela temporada, e cacifando sua contratação. Mas, no ano passado, Bird decaiu de performance, e enquanto Evans disputou o título, terminando como vice-campeão, Sam foi apenas o 13º colocado, sem vencer nenhuma prova. E este ano, lamentavelmente o inglês não conseguiu reagir à altura do que se esperava, sendo apenas o 8º colocado, enquanto Evans lutou pelo título quase até o fim. Pesou também contra o inglês ter causado acidentes que eliminaram a dupla da Jaguar em duas corridas, arruinando as chances de bons resultados que fizeram falta na briga pelo título, seja de pilotos, seja de equipes, o que acabou culminando na dispensa de Sam por parte da Jaguar para a temporada de 2024, quando seu lugar ficará com Nick Cassidy, que terminou o ano como vice-campeão. A dúvida sobre a permanência de Bird na categoria para o próximo ano já foi respondida, uma vez que o piloto já foi confirmado pela McLaren para o lugar de René Rast, que vai se concentrar no DTM e deixará novamente o grid da F-E em 2024. Bird acaba sendo o segundo piloto de conceito que sai da escuderia britânica pela porta dos fundos após uma maré de resultados ruins, lembrando que Nelsinho Piquet, que fora o primeiro campeão da categoria, também acabou dispensado pela Jaguar, após não apresentar resultados condizentes com as expectativas do time, anos atrás...

 

Temporada dos brasileiros na F-E 2023: Não há como negar que o ano de 2023 foi a pior temporada dos pilotos brasileiros no campeonato de carros monopostos elétricos desde sua criação, há praticamente uma década atrás. Sérgio Sette Câmara, desconsiderado pela Penske na renovação do time, que preferiu formar uma dupla com os campeões Stoffel Vandoorne e Jean-Éric Vergne, encontrou um time um pouco mais competitivo na NIO, mas sofreu diversos percalços, conseguindo muito menos resultados do que poderia esperar, alguns por culpa própria, quando precisou se adaptar ao comportamento diferente do novo carro, e outros por puro azar, para não mencionar que nem sempre o carro mostrava condições de oferecer boas performances. Mas a NIO ficou contente com seu desempenho, de modo que Sergio continuará por lá no próximo ano, na esperança de obter melhores resultados efetivos. Já Lucas Di Grassi até começou o ano com um impressionante 3º lugar e uma pole com a Mahindra, mas depois disso os resultados despencaram quando se evidenciou o atraso e falta de desempenho do trem de força do time indiano, que foi o pior equipamento da temporada, frustrando qualquer expectativa de um bom resultado, e obrigado o piloto a largar várias vezes lá de trás para tentar se recuperar nas corridas, o que quase nunca deu resultado, diante do desempenho pífio do carro. Lucas ainda conseguiu terminar como o melhor piloto com o trem de força da Mahindra, mas foi sua pior campanha na F-E, tentando, assim como Câmara, ter esperança de melhores dias em 2024, algo que foi praticamente inexistente nesta temporada, onde até deixou de participar de uma prova por problemas técnicos da Mahindra, deixando de ser o único piloto que até então havia disputado todas as corridas da competição desde o seu início.

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

F-1 2023: O QUE AINDA ESPERAR?

Max Verstappen disparando na frente enquanto o resto do pelotão se digladia entre si, sem conseguir ameaçar o bicampeão: roteiro que deve ser mais uma vez a tônica do fim de semana no GP da Holanda.

            A F-1 encerra suas férias de verão e volta à pista hoje, com os primeiros treinos para o Grande Prêmio da Holanda, em Zandvoort, e as expectativas para o restante da temporada não são muito animadoras. O tricampeonato de Max Verstappen e o título de construtores da Red Bull já são favas praticamente sacramentadas, nada podendo mudar esse panorama. E nem se pode culpar o time dos energéticos ou o piloto holandês por isso, já que estão fazendo apenas o seu trabalho. O problema são os adversários, que não conseguem se entender e evoluir com a eficiência necessária para oferecer alguma resistência ao poderio rubrotaurino. Se no ano passado a Ferrari ainda deu esperanças de complicar a situação, este ano está ainda pior, pois até Sergio Perez caminha com alguma folga para ser vice-campeão, apesar do período de baixa em várias provas recentes.

            Fala-se que a F-1 não está oferecendo um campeonato empolgante, mas isso é relativo. O domínio de Verstappen é acachapante? É, menos para os torcedores holandeses, que estão em delírio com a fase massacrante de seu ídolo, da mesma maneira como os brasileiros não viam problema nenhum quando Ayrton Senna pulverizava seus adversários na pista nos anos de domínio da McLaren décadas atrás. Pode-se reclamar da hegemonia recente da Mercedes, mas o time alemão não vinha exercendo seu domínio com a mesma eficiência da Red Bull, o que ainda dava certo alento de competição em alguns momentos, o que não acontece hoje, onde até mesmo os demais times não conseguem providenciar sequer assunto relevante para discussão, aumentando a sensação de tédio geral que se vivencia.

            Estamos tendo sim uma boa disputa, mas ela está restrita ao “melhor do resto”, envolvendo Mercedes, Ferrari, Aston Martin, e agora, a McLaren também entrando na parada, pela forma demonstrada nas últimas corridas. O time de Woking, contudo, tem uma tremenda desvantagem pelo modo péssimo como iniciou o ano, e agora, tem de correr muito atrás do prejuízo, o que deve levar vários GPs para incomodar o restante desse pessoal. A Aston Martin, que começou o ano como provável segunda força, despencou nas últimas corridas, onde suas atualizações não surtiram os efeitos esperados, e de grata surpresa na competição, agora luta para se manter evidente nesta disputa, onde seu maior trunfo é a capacidade de pilotagem de Fernando Alonso, já que Lance Stroll não consegue se manter ao nível do espanhol, como se previa desde o início. A Ferrari parece ter encontrado algum vigor, mas o time ferrarista parece perdido em si mesmo, não conseguindo agregar suas forças para achar uma constante de performance que lhe permita assumir a segunda colocação com muita firmeza. E temos a Mercedes, que já se dignou que só pode lutar pelo vice-campeonato de construtores, e pela 3ª colocação de pilotos, e até que tem se mantido bem, graças aos esforços de sua dupla de pilotos, em que pese não ter conseguido apresentar os progressos esperados com a mudança do conceito do W14 para um projeto mais “convencional”.

A F-1 está chata? Os torcedores holandeses não tem a mesma opinião...

            Por melhores que estes times tenham se apresentado durante o ano, em algum momento, mesmo assim, eles não foram capazes de ameaçar de fato a Red Bull, tendo de se contentar em, no máximo, roubar uma pole-position aqui e ali, o que não diz muita coisa, já que nas corridas, o ritmo superior do modelo RB19 se impõe, e Verstappen tem vencido quase todas as corridas, não importa de qual posição largue. Perez, por sua vez, não fede nem cheira: o time dos energéticos não pode nem criticar tanto o mexicano porque ele não está colocando a posição de Verstappen em risco no campeonato, sendo que Helmut Marko já falou na cara dura que a hierarquia de posições é mais benéfica ao time do que deixar seus pilotos duelarem. O mexicano até começou o ano com muita força, quase igualando o bicampeão holandês na classificação, ou ficando perigosamente perto de disputar o título, até se enrolar sozinho em Mônaco, e perder o rebolado a partir dali, chegando até mesmo a ficar com a vice-liderança em perigo em determinado momento. Se mantiver a forma exibida nas últimas etapas, deve ficar bem mais tranquilo na vice-liderança daqui em diante, enquanto os rivais mais próximos não se entendem. Esta disputa pela posição de segunda força até que poderia servir de redenção parcial das emoções da competição, mas como dizia Ayrton Senna, “o segundo colocado é o primeiro dos derrotados”, então ninguém parece estar dando bola para este duelo, até porque todo mundo promete melhoras, mas nada de efetivo acontece, e mesmo assim, só deram breves sustos, mas nenhum resultado que coloque a posição dominante da Red Bull em efetivo perigo na competição.

            Mas é claro que estamos falando do panorama visto até a prova da Bélgica. De lá para cá, tivemos o período de férias, e nos poucos dias em que as equipes puderam trabalhar, certamente efetuaram estudos de atualizações para trazer a seus carros, e o momento de colocar isso na pista é agora, , para ver os resultados o quanto antes. A questão é se tais atualizações conseguirão promover alguma mudança no atual status quo do campeonato, ou se teremos mais do mesmo. Aston Martin, Mercedes, Ferrari, McLaren, todos estes times demonstraram capacidade de lutar pelas primeiras colocações em algum momento do ano, mas se mostraram igualmente incapazes de demonstrar constância de performances, numa gangorra de desempenho irregular, enquanto a Red Bull corre solta na frente, cada vez mais dominante. Quem será que voltará melhor depois deste período de descanso? Só veremos algumas respostas mais confiáveis neste sábado, quando equipes e pilotos começam a se preparar com mais afinco para a classificação e os acertos de corrida. Mas o panorama geral é de vermos mais um domínio sem oposição da Red Bull, com Verstappen dando tudo de tudo para vencer em casa, e fazer a torcida ficar maluca mais uma vez.

            No segundo pelotão, nem dá para falar muita coisa. A Alpine, pela enésima vez, prometeu muito e entregou pouco, e após a prova belga, fez uma rapa geral na cúpula da equipe, demonstrando uma crise que não vai ajudar em nada a resolver os problemas enfrentados pela escuderia, que a exemplo da McLaren, também começou o ano com uma performance medíocre, mas tinha encontrado certo rumo, e vinha melhorando, até ser atropelada pela rival inglesa, e com um desempenho também irregular, se ver perdida no meio do campeonato, onde terá de se contentar com uma mera 6ª posição no campeonato de construtores, mais pelo fato de que os demais times piores classificados não demonstrarem a mínima capacidade de reação do que pelo mérito do time francês. Pierre Gasly e Esteban Ocón fazem o que podem, mas acabam sendo tragados pela performance inconstante do time, que até poderia engrossar o coro do segundo pelotão, mas não conseguiu chegar lá como se esperava.

Aston Martin, Ferrari e Mercedes: quem vai ficar na frente desta luta pela posição de 2ª força na temporada 2023?

            A Alfa Romeo segue na banguela, sem maiores expectativas até a chegada efetiva da Audi como nova proprietária. A marca italiana que deu nome à antiga Sauber nos últimos anos já comunicou que muda seu aporte para a Haas em 2024, e o time sediado em Hinwill promete melhorias no carro que devem resultar em um ganho de 0s3, a conferir. Por enquanto, o time ganha mais notoriedade pelo que Valtteri Bottas tem feito fora da pista pelo que seus pilotos tem conseguido dentro dela. Pelos lados da Haas, o time conseguiu fazer um carro veloz para classificação, e ruim de corrida, detonando os pneus, o que faz com que eles até larguem bem, mas vão caindo pelas tabelas nas corridas. De positivo mesmo, só a confirmação da manutenção da dupla titular para a próxima temporada, pelo bom desempenho de ambos na equipe, mesmo que os resultados finais ainda deixem a desejar. Especialmente porque seus pilotos atuais não tem se acidentado como os novatos que o time teve recentemente, o que já ajuda e muito em uma escuderia cujas finanças andam na corda bamba, sendo que Guenther Steiner tem se posicionado como um dos principais adversários à entrada de novos times na F-1, por motivos mais do que óbvios: além de não querer perder dinheiro na repartição dos lucros, teme ser superado pelas novas equipes que entrarem, lembrando que se fosse assim, nem a Haas teria conseguido entrar no grid anos atrás.

            A Williams está tendo um ano melhor, mas nada muito empolgante. O time, que já foi um dos maiores vencedores da F-1, ainda luta para sair do fim do grid, mas pelo menos neste ano, mesmo voltar ao meio do pelotão não é um objetivo realista. Alexander Albon tem feito o que pode, mas Logan Sargeant deve terminar o ano como pior piloto do grid, agora que Nyck De Vries foi demitido da Alpha Tauri. Sargeant, em que pese ter sido uma aposta do time inglês em um piloto “da casa” tem sorte de a Williams não ser um time tão indócil quanto é a Red Bull, portanto ainda terá algumas corridas para tentar melhorar, e provar que pode estar no grid em 2024, do contrário, pode ir se preparando para tentar outra categoria para competir.

            E temos a Alpha Tauri, com dois pilotos precisando mostrar o que valem. Yuki Tsunoda quer seguir na F-1, e Daniel Ricciardo busca por uma nova oportunidade da Red Bull provavelmente em 2025, e para isso, tem que se virar com o pior carro do grid. Por enquanto o australiano se deu melhor na Hungria, e ficou no empate na Bélgica, em uma disputa complicada tanto para ele quanto para o piloto japonês. O australiano quer voltar a estar em evidência, mas depois do que demonstrou na McLaren, terá de provar que ainda merece tal status, portanto, a sorte está lançada.

Depois de um início de ano catastrófico, a McLaren acertou o rumo e se intrometeu na briga pelo posto de 2ª força do grid, mas ainda tem muito atraso na pontuação para tirar.

           
Bom, qualquer coisa na prova holandesa que não for uma vitória de Verstappen poderá ser uma grande surpresa. O circuito é complicado, e de difícil ultrapassagem, e se o holandês largar na frente, acabou-se a corrida, ou até mesmo se largar de trás, diante da forma e do carro que tem na temporada atual. Fica a dúvida de quem irá completar o pódio, se Perez fazer o seu trabalho, e terminar em 2º, uma obrigação para o carro que tem, e se o time o apoiar devidamente. Gostaria de estar mais animado, mas enfim, é o que temos para o momento. Creio que melhores emoções, somente em 2024, e isso se os demais times conseguirem acertar em seus projetos. Com a dominância atual, mesmo as restrições impostas pela FIA pelo time da Red Bull ter excedido o limite do teto de gastos em 2021 pouca eficácia terá. O time dos energéticos pode até já parar de evoluir o modelo atual, porque os títulos já estão quase encaminhados. Resta saber quando a fatura será fechada em definitivo. E aí pensemos em quem vai terminar em 3º no ano, porque é o que sobrará para nos contentarmos. Não dá para esperar nada mais de 2023, infelizmente...

 

 

Felipe Massa entrou com processo contra a FIA e a FOM pela perda do título de 2008, alegando a manipulação do resultado da etapa de Singapura daquele ano. A empreitada do piloto brasileiro se baseia em uma declaração de Bernie Ecclestone de que o cartola, e por tabela, a FIA, já saiam da maracutaia perpetrada pela Renault ao fazer Nelsinho Piquet bater de propósito para forçar a entrada do Safety Car, e assim, dar chance de Fernando Alonso vencer a corrida, o que acabou acontecendo. Segundo o ex-manda-chuva da F-1, nada foi feito na época para evitar escândalos e prejuízos à imagem do campeonato da categoria máxima do automobilismo mundial. A denúncia da tramóia só viria a público no ano seguinte, quando Nélson Piquet, pai de Nelsinho, denunciou o esquema após a Renault despedir seu filho, o que motivou punições a Flavio Briatore e Pat Simmonds, além de uma forte multa ao time francês. Massa quer compensação financeira alegando que a manipulação daquela corrida o fez perder o título da temporada para Lewis Hamilton, que superou o brasileiro por 1 ponto no campeonato. Não deve dar em nada, e muito menos possível ter uma alteração no resultado da prova e do campeonato, que não foi perdido pelo brasileiro naquela corrida especificamente, mas em toda a temporada. É uma luta solitária de Felipe, onde até seu ex-time, a Ferrari, praticamente não se manifesta a favor da pretensão do brasileiro. Torcedores dividem-se nas opiniões, com alguns apoiando a atitude de Massa, e outros condenando, como se algo pudesse ser feito 15 anos depois do ocorrido, e lembrando que Felipe acabou derrubado na corrida por seu próprio time, que no pit stop em bandeira amarela, o liberou antes da hora, e Massa voltou para a pista com a mangueira de reabastecimento ainda presa ao carro, o que o fez perder muito mais tempo, arruinando sua performance na corrida. Conforme já dissertei em outra ocasião, nada há a fazer a respeito, até porque a alteração mais justa neste caso seria desclassificar o time favorecido na ocasião, a Renault, fosse da prova de Marina Bay, ou de todo o campeonato, o que não mudaria a classificação final, com Hamilton ainda sendo o campeão da temporada de 2008, e Massa, o vice. Anular o resultado da corrida prejudicaria os demais times participantes, que correram conforme as circunstâncias, e teriam todos os motivos para manter os resultados alcançados no GP, e que por tabela teriam o direito de se contrapor a este tipo de decisão, que só beneficiaria o brasileiro, alçando-o ao título da temporada. Dividir o título com Hamilton também não seria correto, uma vez que o piloto inglês e seu time na época, a McLaren, nada tiveram a ver com a história. Mas, como o mote hoje em dia é malhar Hamilton, há quem afirme que ele deveria ter o título cassado e entregue a Felipe até, no mais ridículo dos argumentos, alegando que ele foi beneficiado pela lorota de Singapura, uma corrida onde ele não foi o vencedor, apenas o 3º colocado. O pessoal parece perder a noção das coisas ultimamente, afirmando fatos que estão longe da realidade, ou colocando argumentos sem lógica, quando se trata de criticar o heptacampeão. Os “fãs” de automobilismo já souberam fazer críticas de maneira mais construtiva e objetiva, e não apenas fazer execração pública de alguém...

 

 

A Indycar entra na reta final da temporada 2023, e neste domingo terá a prova de Gateway, último circuito oval do campeonato, com largada programada para as 16:30 Hrs. deste domingo, com transmissão ao vivo pela TV Cultura e ESPN4, além do Star+. Álex Palou vem firme para tentar conquistar o bicampeonato, que poderá ser finalizado já no domingo, contanto que ele abra vantagem de mais de 108 pontos para o vice-líder, já que a pontuação máxima por corrida é de 54 pontos, sendo 50 pela vitória, 1 pela pole-position, 1 por liderar uma volta, e 2 por liderar o maior número de voltas. Scott Dixon é o atual vice-líder da competição, 101 pontos atrás do espanhol, enquanto Josef Newgarden ocupa a 3ª colocação, com 105 pontos de desvantagem. Será que Palou encerra a fatura domingo, ou a decisão vai para Portland? Dificilmente deve ir para Laguna Seca, prova final da temporada.

 

 

Simon Pagenaud segue fora da prova de Gateway, e a Meyer Shank continua com Linus Lundqvist como substituto do piloto francês, que parece não encerrar a temporada deste ano competindo, depois do forte acidente sofrido em Mid-Ohio. Quem também mudou seus pilotos foi a Rahal/Letterman/Lanigan, que dispensou Jack Harvey do time, e em Gateway contará com Conor Daly no carro que pertencia ao inglês.