quarta-feira, 29 de setembro de 2021

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – SETEMBRO DE 2021


            E o mês de Setembro já está se despedindo, e com ele, também chegou ao fim outro campeonato no mundo da velocidade de 2021, no caso, a Indycar. Mas o mundo do esporte a motor ainda segue em frente, com várias competições ainda com várias provas até chegarem às suas decisões. E claro, ainda é preciso lembrar que o planeta segue aos trancos e barrancos, devido à pandemia mundial da Covid-19, que continua vitimando muita gente por todo o globo, apesar da vacinação seguindo em frente em vários lugares, também com muitas dificuldades em certos países. E chegou a hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço e avaliação de alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com comentários sobre cada situação, no tradicional esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos. E até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com as avaliações sobre os acontecimentos do mês de outubro, já no último trimestre de 2021...

 

EM ALTA:

 

Alex Palou: O piloto espanhol fez uma temporada irrepreensível em sua primeira oportunidade em um time de ponta na Indycar, e faturou o título em sua segunda temporada competindo na categoria. Procurando evitar confusões, e mostrando senso tático de corrida e de oportunidade, Palou aproveitou as chances que surgiram ao longo do ano para se sobressair na competição, ainda mais em um certame equilibrado como é a Indycar, onde constância de resultados é um requisito imprescindível para ser campeão. Nas corridas onde não dava para vencer, Alex procurou sempre terminar na melhor posição possível, de preferência à frente dos rivais mais diretos. E, claro, quando havia a oportunidade, marcar pole-positions, e vencer corridas, para reafirmar seu controle da situação. Palou também conseguiu acabar com a “maldição” do carro Nº 10 do time de Chip Ganassi, que desde a aposentadoria de Dario Franchiti não tinha nenhum piloto que se sobressaísse, ficando sempre à sombra do neozelandês Scott Dixon. O piloto espanhol já é, desde agora, o piloto a ser batido na temporada 2022, onde os favoritos de sempre até então, irão tentar roubar de volta a coroa de campeão conquistada pelo novo protagonista da competição. Falta, porém, combinar com Palou, que certamente não vai deixar os rivais ficarem muito assanhados, e está mais do que pronto para buscar mais triunfos, e principalmente, mais títulos.

 

Lewis Hamilton: O piloto inglês está tendo uma temporada realmente difícil para tentar conquistar mais um título, enfrentando um adversário obstinado e também muito talentoso, que pela primeira vez na carreira, tem um carro capaz de fazê-lo campeão. Mas Hamilton, mesmo que venha a perder a luta pelo título, já garantiu um lugar na história da F-1 este ano, quando chegou à sua 100ª vitória ao vencer o Grande Prêmio da Rússia, uma marca histórica nos anais da categoria máxima do automobilismo, que certamente será muito difícil de ser igualada, embora não impossível. Afinal, ninguém imaginava que as 91 vitórias de Michael Schumacher seriam um dia igualadas, e ainda mais, superadas, como foi conseguido por Lewis, que soube aproveitar os anos de supremacia da Mercedes na F-1 como o piloto alemão também fez bom uso dos anos de supremacia da Ferrari. Com pelo menos dois anos de permanência na competição, Hamilton ainda pode elevar o seu número de vitórias, e vale lembrar que, se vencer mais uma vez, ele igualará, sozinho, o número de triunfos obtidos na F-1 por todos os pilotos brasileiros que lá venceram, um feito impressionante. Hamilton pode não ser o maior piloto da história da F-1, e tem muitos detratores que fazem questão de desmerecer suas conquistas, atribuindo-as quase que exclusivamente aos carros que pilotou, sempre de ponta, como se os demais grandes campeões da categoria não tivessem tido carros campeões também, mas certamente o inglês é um dos gigantes da história do esporte a motor, e deve ser respeitado como tal, porque ninguém atinge tais conquistas somente por estar no lugar certo na hora certa.

 

McLaren de volta à vitória na F-1: O time fundado por Bruce McLaren encerrou em Monza o maior jejum de vitórias de sua história. Foram quase 10 anos sem subir ao degrau mais alto do pódio na categoria máxima do automobilismo, onde o último triunfo tinha sido obtido por Jenson Button no GP do Brasil de 2012. De lá para cá, a escuderia de Woking ensaiou uma reedição da parceira com a Honda que acabou sendo um desastre completo. Precisou iniciar uma reorganização com a Renault, e neste ano, retomou a parceria com a Mercedes. Ainda há muito trabalho para ser feito para que o time, que já teve grandes nomes da F-1 como Émerson Fittipaldi, Niki Lauda, Alain Prost, Ayrton Senna, e o próprio Lewis Hamilton, volte a ser uma disputante de títulos e vitórias com regularidade, mas o progresso e recuperação são notáveis, com a escuderia laranja sendo a favorita para manter a 3ª posição na temporada, atrás apenas das favoritas Red Bull e Mercedes. Mas eles vão chegando lá. A vitória em Monza, se teve uma pequena ajuda do incidente ocorrido entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, não foi obtida na sorte como muitos falam, com Daniel Ricciardo tendo uma performance forte e decidida para voltar a vencer na F-1. E quase que o time não repete a dose em Sochi, com Lando Norris conquistando sua primeira pole-position, e só perdendo a vitória nas voltas finais devido ao caos provocado pela chuva no GP da Rússia, após o piloto inglês liderar a maior parte da corrida com autoridade, e se defendendo de forma firme contra o assédio de Hamilton. Com as novas regras técnicas, e a reestruturação contínua do time para melhorar sua eficiência e capacidade, a McLaren tem tudo para voltar em definitivo ao seu lugar de equipe vencedora em 2022, e ajudar a tornar a F-1 ainda mais disputada, com uma dupla de pilotos que já mostrou do que é capaz, e que pode render ainda mais na pista.

 

Francesco Bagnaia: O piloto da equipe Ducati finalmente engrenou na temporada da MotoGP, e conquistou duas vitórias consecutivas nas etapas de Aragón e San Marino, iniciando uma caça ao líder da competição, Fabio Quartararo, que ainda dispõe de uma vantagem ampla que lhe permite administrar o campeonato. Mas não deixa de ser um alento para o piloto italiano, que até então vinha conseguindo se manter mais constante do que o parceiro Jack Miller, mas ainda não tinha chegado a vencer, ao contrário do australiano, que já tinha triunfado em duas corridas na temporada. Demonstrando a competitividade da Desmosédici, “Peco” Bagnaia tem tudo para discutir com Quartararo o título da temporada, desde que consiga manter a performance exibida nas duas últimas corridas. E, ainda assim, ele precisará se esforçar para impedir uma reação do francês, que deu luta em Misano, e por pouco não levou a vitória no circuito italiano, além de torcer abertamente pelo azar do rival, já que são 48 pontos de desvantagem, com 100 ainda em jogo nas etapas finais. A Yamaha tem uma moto competitiva, e Fabio está pilotando com grande desenvoltura, de modo que se o piloto da Ducati quiser de fato chegar ao título, ele não pode cometer erros nas corridas que faltam, e repetir o que ocorreu com Andrea Dovizioso, que acabou superado no duelo com Marc Márquez, e ficou de certa forma estigmatizado por isso, a ponto de ter sido dispensado pela escuderia italiana. Bagnaia começa a mostrar porque a Ducati confiou nele para ser titular do time de fábrica, e agora compete a ele mostrar que a situação será diferente do que ocorreu com seu compatriota. Mas o duelo com Quartararo será difícil, ele vai precisar dar o melhor de si. Fica a esperança de que a Ducati também não marque bobeira nesta fase final do campeonato, o que pode minar as chances de Francesco tirar o time da fila na classe rainha do motociclismo.

 

Ressurgidos na Indycar: Não é de hoje que pilotos que acabaram passando em branco na F-1 encontram a redenção na categoria de monopostos dos Estados Unidos. Christian Fittipaldi e Maurício Gugelmim, só para citar dois brasileiros, viram suas carreiras renascerem nos Estados Unidos ao migrarem para a antiga f-Indy nos anos 1990, depois de verem suas chances na F-1 minguarem por completo, a exemplo do que já havia feito Émerson Fittipaldi uma década antes. Agora, os exemplos mais recentes que viram seu rumo profissional deslanchar na atual Indycar, depois de serem defenestrados pela categoria máxima do automobilismo são o sueco Marcus Ericsson e o franco-suíço Romain Grosjean, sendo que este último foi uma das sensações da temporada atual, dando show em algumas corridas mesmo com um carro de um time pequeno, enquanto o sueco, que penou na Sauber, já conseguiu até vencer corrida, defendendo o time da Ganassi este ano. E não é demais mencionar que o novo campeão da categoria, Alex Palou, dificilmente teria chance na F-1 nos dias de hoje, já que não havia ganhado nenhum título nas categorias de base, um dos requisitos mais frequentes para quem quer subir para a categoria máxima do automobilismo, enquanto que o maior requisito virou um caminhão de dinheiro, como mostra o caso de Nikita Mazepin, que não fosse os dólares do pai, nem seria considerado para a Haas, onde está atualmente. E a Indycar também deverá ser o futuro de Pietro Fittipaldi, que sem lugar na F-1, está vendo como achar um lugar viável para 2022 no certame de monopostos dos Estados Unidos, onde o talento ainda vale mais do que o dinheiro que um piloto trás, enquanto na F-1, quem não tiver um bom padrinho fica pelo caminho, situação que já não é nova, mas está mais difícil do que nunca...

 

 

 

NA MESMA:

 

Duelo Hamilton X Verstappen pelo título da F-1: A luta entre os dois protagonistas pelo título da categoria máxima do automobilismo continua em alta, e tem tudo para se encerrar apenas nos momentos finais da temporada de 2021. Com a vitória no GP da Rússia, Hamilton reassumiu a liderança do campeonato, mas apenas por uma margem de dois pontos, algo que poderá fazer a situação mudar já na próxima corrida, na Turquia. Max Verstappen acabou punido pelo incidente ocorrido em Monza, quando forçou passagem na primeira variante, e os carros encavalaram, com a Red Bull do holandês passando por cima do carro de Hamilton, e por pouco não tendo maiores consequências. Largando do fim do grid em Sochi, por trocar sua unidade de potência, Max vinha tentando minimizar os prejuízos, e teve um golpe de sorte com a chuva que caiu nas voltas finais, ganhando várias posições com uma troca de pneus providencial, e saindo da prova russa como o vencedor moral do dia, apesar do triunfo de Hamilton, que certamente esperava deixar a Rússia com uma vantagem maior na classificação. Com a Red Bull mostrando ter um carro mais competitivo, e um Verstappen cada vez mais aguerrido e determinado, a Mercedes terá que se desdobrar para conseguir inverter as posições, assim como Hamilton. E a pressão entre ambos os times e seus respectivos pilotos também será grande, de modo que tudo pode acontecer nas corridas que faltam. Nunca a Red Bull teve tanta chance para voltar a ser campeã, depois de dominar a F-1 entre 2010 e 2013, e eles não vão querer perder a oportunidade, assim como Verstappen. O duelo, eletrizante, está prendendo a atenção dos fãs, e com certeza teremos muitos momentos acirrados até o final da temporada.

 

Tempestades na Haas por mais uma temporada: Numa declaração que não foi exatamente uma novidade, a Haas confirmou que manterá sua atual dupla de pilotos para a próxima temporada. Assim, em 2022, Nikita Mazepin e Mick Schumacher continuarão sendo colegas de time na categoria máxima do automobilismo. O pai de Mazepin praticamente sustenta o time com seus dólares russos, e a escuderia já anda passando a mão na cabeça de seu piloto apesar de algumas estripulias que ele anda causando, seja na pista ou fora dela. E Mick Schumacher, que já anda se estranhando com a falta de impostura do colega de time, só não saiu do time por falta de melhores opções. Com isso, a equipe ao menos oferece a seus pilotos a chance de mostrarem realmente do que são capazes, já que desde antes do início da temporada a Haas já havia afirmado que todos os esforços seriam para o carro de 2022, de modo que a temporada de 2021 dificilmente apresentaria resultados, ainda mais com um carro que já no ano passado era um dos piores do grid, e que não permitira a seus pilotos deste ano, ambos novatos, mostrar serviço. Com mais experiência pelo ano de 2021, e um carro mais competitivo em 2022, o time espera reencontrar o seu rumo, com seus pilotos podendo mostrar o talento que não foi possível exibir nesse ano. O raciocínio tem sua lógica, mas ficam algumas dúvidas: a primeira é se eles conseguirão de fato produzir um carro competitivo, já que erraram feio no do ano passado, que já não vinha bem no ano anterior. E, a segunda dúvida é se conseguirão manter sua dupla de pilotos sem arrumar brigas na pista e fora dela, uma vez que tanto Mazepin quanto Schumacher já andaram se estranhando, e em mais de uma oportunidade. Schumacher tem demonstrado mais talento que o russo, que parece saber que, sem sua presença, o time não tem como pagar as contas, e com isso, fica se sentindo à vontade para fazer suas presepadas, sabendo que terá a condescendência da escuderia. Uma hora o pau pode comer entre os dois, resta saber em que momento a paciência de um ou de outro acabará...

 

Pierre Gasly “preso” na Alpha Tauri: O piloto francês vem fazendo uma excelente temporada na Alpha Tauri, e sua maior recompensa foi ter sido confirmado novamente para mais um ano no time sediado em Faenza, o que não deixa de ser uma boa notícia, mas ao mesmo tempo, mostra mais uma vez como a cúpula da Red Bull, principalmente Helmut Marko, não dá crédito ao piloto pelo desempenho que ele vem demonstrado com o carro do time “B” dos energéticos. Em que pese a lógica do argumento de que a Red Bull precisa de Gasly para liderar a Allpha Tauri, ainda mais diante do novo regulamento técnico que irá vigorar a partir de 2022, é desabonador sentir que para a cúpula rubrotaurina não há planos de aproveitar melhor o seu piloto, que já demonstrou ser capaz de vôos maiores, se tiver um carro competitivo. Infelizmente, a impressão que parece ter permanecido é a de 2019, quando Pierre foi “rebaixado” para o segundo time, por não estar rendendo o que eles queriam no time principal, na comparação com Max Verstappen, que todos já sabem ser um piloto fora de série. Sem melhores opções, resta a Gasly permanecer onde está, e continuar fazendo o bom trabalho que vem demonstrando nas duas últimas temporadas, para que possa arrumar um lugar mais competitivo em outro time, como fizeram Carlos Sainz Jr. e Daniel Ricciardo, que não esperaram ser excomungados por Marko, e trataram de seguir adiante com suas carreiras em lugares onde são mais valorizados. Gasly ainda tem a esperança de substituir Sergio Perez no ano que vem, se o mexicano não desencantar logo na Red Bull, o que não pode ser ignorado, embora seja meio difícil, até o presente momento, mas quem sabe o que o futuro apresenta...?

 

Brasileiros na Formula-E 2022: A presença brasileira está garantida por mais uma temporada na categoria de carros monopostos totalmente elétricos. Lucas Di Grassi, que estava sem time para o próximo ano, com o encerramento das atividades da Audi na competição, já tem presença garantida no grid, agora defendendo a equipe Venturi, tendo como colega Edoardo Mortara. Vale lembrar que a Venturi contou com a presença de Felipe Massa por duas temporadas recentemente, mas o brasileiro não conseguiu render na competição o que esperava, o que o levou a desistir de seguir na F-E. Lucas, por outro lado, quer voltar à luta pelo título em 2022, e tem confiança no potencial do time monegasco. E Sergio Sette Câmara deve continuar firme no grid também, continuando na equipe Dragon/Penske, esperando ter melhores condições de competição no próximo ano. Assim, os torcedores brasileiros continuarão a ter representantes no grid para tentar torcer por bons resultados, como tem acontecido desde a primeira temporada da F-E.

 

Josef Newgarden: O bicampeão da equipe Penske bem que tentou, mas acabou apenas com o vice-campeonato da Indycar 2021, o que não foi um mau resultado, se considerarmos que a Penske esteve perdida em boa parte da temporada, sem conseguir demonstrar aquela eficiência tanto na pista quanto fora dela que tanto caracterizou a escuderia de Roger Penske em sua longa história de sucessos nas pistas. Mesmo assim, Newgarden foi à luta para tentar o tricampeonato, e se não chegou lá, ao menos repetiu o resultado de 2020, quando também foi vice-campeão, perdendo o título na última corrida para Scott Dixon. Foram duas vitórias no ano, além de 4 pódios, sempre na 2ª colocação, o que mostra o quanto ele bateu na trave em 2021, e poderia ter levado seu terceiro título. Conseguindo superar em parte a desorganização que se abateu sobre a Penske neste ano, é de se supor que Josef volte com tudo em 2022, pronto para mais uma vez buscar o seu terceiro título na categoria, mas faltando combinar com os adversários, e também com seu time, que voltará a competir com apenas 3 carros no próximo ano, contra os 4 carros desta temporada, o que deve deixar as atividades menos caóticas.

 

 

 

EM BAIXA:

 

Sergio Perez: O piloto mexicano ganhou mais uma temporada com a Red Bull, mas suas performances nas últimas corridas com o carro dos energéticos não tem sido das mais convincentes. Se até antes do GP da Inglaterra Perez vinha numa ascendente rumo a garantir o 3º lugar na temporada 2021, como convinha aos objetivos da Red Bull em sua contratação, Sergio infelizmente vem desperdiçando oportunidades desde então, seja por azares alheios a seu controle, ou cometendo erros na pista, como ocorreu em Monza, quando fez uma ultrapassagem exagerando nos limites de pista, e acabou punido, perdendo um lugar no pódio. A comparação de performances, em especial com Pierre Gasly, faz até alguns torcedores ficarem “revoltados” com a postura da Red Bull, esquecendo-se de que o mexicano não está a salvo de ser “removido” do time dos energéticos em 2022, caso não mostre resultados convincentes, como ocorreu com Gasly em 2019. A esperança para Perez é que o novo carro da escuderia, em atendimento às novas regras técnicas, possa ser mais atrativo ao seu modo de condução, e lhe permita mostrar tudo do que é capaz, uma vez que o modelo atual só está deixando a situação complicada não apenas para sua reputação como piloto, mas para a da própria Red Bull, que vem sendo vista como time de apenas um carro, o de Verstappen, e onde os outros pilotos viverão mais um calvário do que um sonho. Será que Perez conseguirá sobreviver até lá? A conferir, especialmente dependendo do que ele mostrar nas corridas deste ano ainda...

 

Ryan Hunter-Reay fora da Andretti Autosport: O piloto norte-americano, depois de muitos anos defendendo o time de Michael Andretti, e sendo o último piloto a ser campeão pela escuderia, em 2012, terá de procurar novos ares para 2022, já tendo sido confirmada a contratação de Romain Grosjean para ocupar o seu carro no próximo campeonato. Hunter-Reay já não vinha tendo um bom desempenho nos últimos tempos, tendo sido ofuscado na escuderia por pilotos mais jovens, primeiro por Alexander Rossi, e depois por Colton Herta. Fica a expectativa de para onde Ryan irá, já que as vagas restantes para a próxima temporada estão ficando escassas, e o patrocínio da DHL, que bancou sua permanência na Andretti, ficará por lá, agora no carro de Grosjean, o que deve dificultar a obtenção de uma vaga em times menores, que geralmente precisam de patrocínio. Ryan foi 8º em 2019, com 420 pontos no campeonato; caiu para 10º em 2020, com 315; e terminou 2021 apenas em 17º, com 256 pontos. Desse jeito, impossível manter a posição na equipe, que é uma das mais cobiçadas da Indycar, ao lado da Ganassi e da Penske. Vejamos se ele conseguirá trilhar novos ares em 2022, ou aposentará o capacete, após quase 20 anos competindo nas categorias Indy, tendo estreado pela equipe de Stefan Johnsson na finada F-Indy em 2003, e passando para a Indy Racing League em 2007 no time da Rahal/Letterman/Lannigan.

 

Alexander Rossi: Vencedor da Indy500 e uma das sensações da temporada 2019 da Indycar, Rossi teve uma renovação dos sonhos com a Andretti, que teve até o apoio da Honda para mantê-lo no time, e evitar que ele se bandeasse para a Penske ou a Ganassi, como era especulado na época, uma vez que era um dos novos talentos em potencial da categoria, e que poderia ser campeão com o carro e time certos, a exemplo do que já tínhamos visto com Josef Newgarden. Mas o sonho virou pesadelo na temporada seguinte, onde problemas com a pandemia da Covid-19 à parte, Alexander simplesmente desandou na competição, passando todo o ano de 2020 sem uma vitória, e três terceiros lugares como melhor resultado em corrida, terminando o ano em 9º lugar, bem diferente do ano anterior, quando disputou o título e terminou em 3º lugar no campeonato. E 2021, um ano que deveria ser de redenção e volta aos eixos, continuou sendo abaixo das expectativas para o piloto, que se viu completamente ofuscado por Colton Herta na escuderia de Michael. Se a situação já estava ruim em 2020, piorou este ano, com Rossi terminando o ano em 10º lugar, e apenas um pódio, em Portland, com um 2º lugar. Nada mais emblemático do que a primeira volta em Laguna Seca, onde Rossi discutiu a liderança com Herta, e rodou sozinho, saindo da pista e arruinando sua corrida, e quase levando o companheiro de time junto numa manobra arriscada e precipitada. Se não quiser ficar novamente à sombra de seus companheiros de time, é bom Rossi se cuidar, porque Romain Grosjean chega no time com a moral em alta, e vai certamente bagunçar o coreto na hierarquia de forças do time.

 

Joan Mir sem chance de tentar o bicampeonato na MotoGP: Atual campeão da classe rainha do motociclismo, o piloto da equipe Suzuki já entregou os pontos quanto à esperança de repetir o feito de 2020. Embora seja o 3º colocado no campeonato, a desvantagem para Fabio Quartararo, o líder, é de 67 pontos, muito alta para ser descontada, com apenas 4 provas e 100 pontos ainda em jogo, para não falar que a Suzuki não está se mostrando tão competitiva este ano, de modo que o piloto não vê condições de alcançar o francês da Yamaha no campeonato, sendo que até mesmo tentar o vice-campeonato será complicado, uma vez que a Ducati também tem se mostrado muito mais competitiva, e só está ocupando uma posição no TOP-3 devido à inconstância dos pilotos da marca italiana, no caso Johaan Zarco e Jack Miller. A esperança é que o novo protótipo de marca japonesa deve ser bem mais competitivo, e possa devolver as esperanças da Suzuki brigar novamente pelo título na temporada de 2022, porque infelizmente 2021 já era, e reconhecer isso é um passo em frente para tentar dar a volta por cima no próximo ano...

 

Sem GP do Vietnã na F-1: E a categoria máxima do automobilismo deverá dar adeus a uma corrida que nem sequer teve chance de estrear e fazer parte do campeonato mundial, embora tenha estado quase tudo pronto para o evento ocorrer. A corrida seria o Grande Prêmio do Vietnã, e infelizmente, com a pandemia da Covid-19 no ano passado, não foi possível termos a corrida, o que se repetiu nesta temporada. Mas, há males que vem para o bem, pois o idealizador da corrida, Nguyen Duc Chung, governador local de Hanói, onde seria disputado o GP, mexeu seus pauzinhos para viabilizar a corrida, construindo o circuito com recursos públicos de forma irregular. E as investigações pegaram o sujeito não apenas no flagra, como ele foi parar na prisão, e o acordo de realização do GP devidamente cancelado. E que não deverá ser retomado, já que na tentativa de devolução de parte do terreno onde foi construída a pista, as construções ali feitas poderão ser demolidas para a construção de outra arena esportiva, enterrando definitivamente o sonho de se ter um GP do Vietnã, pelo menos nos moldes que se imaginava inicialmente. E com a categoria máxima do automobilismo planejando um novo GP nos Estados Unidos, e a inclusão da Arábia Saudita no calendário, definitivamente os vietnamitas ficarão um bom tempo sem ter chances de sediar um GP de F-1...