quarta-feira, 31 de março de 2021

COTAÇÃO AUTOMOBILISTICA – JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO DE 2021


           
E estamos de volta com a Cotação Automobilística, a primeira de 2021, englobando o primeiro trimestre deste ano, e agora com alguns dos principais campeonatos do mundo do esporte a motor tendo sido iniciados, como a Fórmula 1, a Formula-E, e a MotoGP, com todos eles prometendo grandes emoções em um ano onde tudo ainda é incerto devido à pandemia da Covid-19 que continua a abalar vários lugares do mundo, apesar do início da vacinação, que infelizmente está em ritmo aquém do que seria desejável, mas é o que se tem para o momento, quando se precisa vacinar bilhões de pessoas para se tentar debelar esse problema de vez. Portanto, com o fim do mês de março, é hora de fazermos o tradicional balanço dos acontecimentos do mundo da velocidade neste primeiro trimestre, com comentários rápidos sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Por hora, então, aproveitem o texto, e tenham uma boa leitura. E, até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com avaliações sobre os acontecimentos do mês de abril...

 

EM ALTA:

 

Lewis Hamilton: Pelo fato de guiar para a Mercedes, o time que desde 2014 vem conquistando todos os títulos na F-1, muitos desmerecem a capacidade do piloto inglês, dando mais mérito ao carro que ele tem à sua disposição, superior aos demais na pista. Isso não pode ser ignorado, mas não dar o devido valor ao talento de Lewis é um bairrismo tolo e preconceituoso, esquecendo que grandes ases do passado, como Ayrton Senna e Michael Schumacher também tiveram à sua disposição carros superiores à concorrência em seus momentos de sucesso. Mas é quando a situação aperta que os grandes pilotos mostram do que são capazes, e na abertura da temporada 2021, em um duelo praticamente mano a mano com Max Verstappen, Hamilton lembrou a todos porque é heptacampeão mundial. Com um carro ainda instável na traseira, mas já melhor do que na pré-temporada, o inglês esteve sempre com o rival da Red Bull na alça de mira, impedindo que ele fosse embora, e se colocando em posição para, com uma boa estratégia, inverter o favoritismo na corrida barenita. Por mais que tenha tido a sorte do holandês fazer uma ultrapassagem questionável do ponto de vista dos limites de pista, Hamilton foi bravo ao resistir às investidas do rival, manteve-se focado e concentrado o tempo todo, mesmo quando estava atrás de Verstappen, dando tudo de si, e teve uma vitória memorável, iniciando sua luta pelo octacampeonato, que tem tudo para ser épica.

 

Maverick Viñalez: O piloto espanhol da equipe oficial da Yamaha abriu a temporada 2021 da MotoGP com uma atuação impecável na primeira prova disputada em Losail, no Qatar. Largando em 3º no grid, acabou perdendo algumas posições, mas conseguiu recuperar o ritmo, e ir à caça das Ducatis que haviam tomado a ponta. Por mais que fosse difícil competir com a velocidade de reta das Desmosédicis, o piloto conseguiu tirar a diferença graças ao melhor equilíbrio da moto nipônica e a uma pilotagem precisa e sem erros, conseguindo alcançar a liderança já na parte final da corrida, e conseguir mantê-la, apesar dos concorrentes estarem bem próximos. Por mais que o duelo entre os demais tenha facilitado, Maverick conseguiu se impor como há tempos não fazia, e venceu a corrida de modo a recuperar um pouco o respeito perdido na temporada passada, onde até chegou a disputar o título, mas acabou ficando pelo caminho, superado pelos rivais. Com uma moto que ainda peca em alguns quesitos para as marcas rivais, Viñalez conseguiu uma boa estréia que certamente dará mais moral à Yamaha para tentar recuperar o seu posto de protagonista na competição, de onde anda meio ausente nos últimos anos, tendo ficado à sombra da Ducati, e da arquirrival Honda, nas disputas por vitórias e pelo título da classe rainha do motociclismo.

 

Transmissão da F-1 na Bandeirantes: depois de mais de 40 anos, eis que tivemos uma transmissão da categoria máxima do automobilismo feita por outra emissora que não a Globo, que resolveu desistir de transmitir o campeonato definitivamente em janeiro. A Bandeirantes logo anunciou que seria a nova casa da F-1 no Brasil, e montou um time de transmissão que praticamente veio todo da Globo, gente experiente, e competente para fazer o que se precisava, mas com um diferencial importante: livre das “amarras” impostas pela emissora carioca, e seu estilo de tratar os produtos alheios com descaso e falta de respeito para com o telespectador. A transmissão inaugural da Bandeirantes deu um tempo para o automobilismo que há muito a Globo renegava, e mostrou um pré e pós-corrida que fizeram juz às expectativas dos fãs da velocidade por um melhor tratamento e respeito para com os amantes da velocidade. É verdade que foi mais para efeito da estréia, mas se manter pelo menos o clima mais descontraído na transmissão, com a equipe de estúdio e equipe de reportagem tendo maior liberdade para fazerem o que sabem fazer de melhor, podemos contar pelo menos com um trabalho que, se não é perfeito, é muito melhor do que vinha sendo realizado pela Globo nas últimas temporadas, com todos os detalhes das provas sendo mostrados e comentados, sem deixar o fã na mão, tanto quanto possível. Se mantiverem o respeito pelos fãs, já terão valido mais do que a pena terem adotado novamente a F-1 em sua grade de programação.

 

Max Verstappen: O piloto holandês prometia ser o grande destaque do início da temporada, depois de comandar os testes na pista de Sakhir, por mais que negasse o favoritismo de seu time, a Red Bull. Rápido e ousado, Max confirmou que deverá infernizar Lewis Hamilton na disputa pelo título deste ano, e já mostrou a que veio logo na primeira corrida, no Bahrein, onde marcou uma pole-position com autoridade sobre o rival da equipe Mercedes. Só não venceu porque marcou bobeira de fazer uma ultrapassagem em um local onde acabou ganhando vantagem por sair da pista, mas ao menos mostrou fair play para devolver a posição, mesmo que a contragosto, para voltar ao ataque e tentar tudo por tudo para vencer a corrida, quando se viu atrás do inglês. Verstappen ainda comete alguns erros, e se quiser vencer o duelo com Hamilton, vai precisar se esmerar para não vacilar em momentos cruciais, como o que ocorreu em Sakhir, onde poderia ter esperado um pouco mais, e ultrapassado facilmente na reta, dada a performance melhor que exibia naquele momento. Por mais que seja fácil dizer que isso é complicado pelo calor do momento na disputa, é preciso estar sempre focado, e Max veio amadurecendo nos últimos tempos, a ponto de diminuir consideravelmente seus erros de pilotagem nas disputas que trava dentro da pista. Falta pouco para ele zerar essa deficiência, e quando isso acontecer, e tiver um carro à altura, irá se tornar um oponente ainda mais difícil de ser derrotado. Lewis Hamilton que se prepare...

 

Sam Bird invicto na F-E: Ao lado de Lucas Di Grassi, o piloto inglês é o único competidor a ter participado de todas as corridas da Formula-E desde sua criação, em 2014. Embora nunca tenha conseguido disputar o título a fundo na competição, Bird tem uma marca única na competição até hoje, e já conseguiu manter o seu “recorde” nesta temporada: ele é o único piloto a conseguir vencer ao menos uma corrida em todas as sete temporadas da F-E. Conseguiu a proeza defendendo a equipe Virgin, e neste ano, já em seu novo time, a Jaguar, conseguiu triunfar novamente, ao vencer a segunda prova na Arábia Saudita. Falta-lhe o título, é verdade, e quem sabe ele possa ter melhores chances este ano em seu novo time, já que a Virgin, em todas as temporadas, sempre teve desempenhos irregulares, ora dando a seus pilotos a chance de vencer corridas, ora andando sem condições de lutar pelo pódio. Mas não se pode dizer que Sam não deixa passar certas oportunidades, e agora, com um triunfo já averbado para 2021, resta saber se ele manterá essa marcação “invicta” em 2022... De preferência, quem sabe, com um título. Mas a parada deve ser complicada, como ele próprio viu na rodada dupla em Diriyah, onde ficou zerado na primeira corrida, para tirar o atraso com categoria na segunda, com o triunfo, e mostrando que ainda tem o que fazer no certame dos carros de competição monopostos totalmente elétricos...

 

 

 

NA MESMA:

 

Lucas Di Grassi: O piloto brasileiro da equipe Audi não teve um início de temporada muito animador, a exemplo do que ocorreu na última temporada. Apesar de alegar que o carro tem potencial, Lucas largou na segunda metade do grid, e apesar de seus esforços, não conseguiu se destacar muito para chegar mais à frente na bandeirada final das provas da rodada dupla inicial da nova temporada. Ainda viu seu novo parceiro, René Rast, andar bem na primeira corrida, e mesmo tendo azar de não repetir o mesmo desempenho na segunda corrida, ainda terminou o fim de semana com praticamente pouco mais que o dobro de pontos do brasileiro. Com a saída já anunciada da Audi ao fim da temporada atual, Lucas já afirmou que quer se manter na F-E, portanto, é mais do que necessário brigar por melhores resultados, se quiser se mostrar como um nome atrativo no mercado de pilotos, antes que os times potencialmente promissores resolvam se decidir pelos pilotos que já possuem. As dificuldades são grandes, mas Lucas precisa conseguir encaixar as condições e circunstâncias para otimizar seus resultados, ou vai passar sua segunda temporada consecutiva sem entrar na lista de postulantes ao título, uma de suas marcas na competição até a temporada retrasada...

 

Alex Márquez: Enquanto o hexacampeão Marc Márquez não retorna à competição na MotoGP, em seus momentos finais de recuperação, seu irmão caçula não tem conseguido impressionar muito nesta nova temporada. Alex sofreu várias quedas nos testes da pré-temporada, e logo na primeira corrida, agora defendendo o time satélite da Honda, a LCR, terminou seu primeiro GP no novo time indo para o chão. Se é que serve de consolo, seu novo colega de time, o japonês Takaaki Nakagami, também foi para o chão, fazendo com que a equipe terminasse sem ter o que comemorar na prova inicial da temporada 2021 da classe rainha do motociclismo. Alex sofreu na temporada passada com o modelo da Honda, cujo comportamento nervoso só seu irmão Marc conseguia domar. Com uma moto mais neutra, ele começou a crescer bastante nas etapas finais, a ponto de subir ao pódio, e até de brigar por uma vitória, mostrando que poderia evoluir na categoria. “Rebaixado” pela Honda para o time da LCR, onde sofreria menos pressão, em tese, o resultado até aqui não vem sendo muito animador, mas sendo realizada apenas a primeira corrida do ano, pode ser até exagerado cobrar maiores resultados. Mas essa tendência de quedas vem se tornando preocupante, e precisa ser vista com cuidado, antes que possa comprometer suas expectativas de melhores resultados.

 

Equipe Mercedes na F-1: O time alemão, vencedor dos títulos de construtores e de pilotos na categoria máxima do automobilismo desde 2014, está tendo finalmente sua supremacia desafiada com maior vigor pela Red Bull nesta temporada, como vimos na disputa da vitória no GP do Bahrein. Mas, assim como ocorreu em 2017 e 2018, quando a Ferrari também ameaçou essa supremacia, o time alemão soube se manter concentrado, sem perder o foco, tanto na pista com Lewis Hamilton, quanto fora dele, trabalhando incansavelmente para melhorar o seu carro e responder à altura do desafio imposto pela concorrência. A diferença agora é que o perigo já veio logo na primeira prova, e com um time que demonstrou melhor rendimento desde o início, enquanto a Mercedes ainda se debate com um carro que, mesmo rápido, ainda tem um comportamento arredio, e não está tão equilibrado como o monoposto do concorrente. E, com a Red Bull tendo um piloto claramente capaz de desafiar Hamilton na pista a fundo, a escuderia germânica mostra que sabe usar bem suas armas, e soube armar uma estratégia que não apenas permitiu a seu principal piloto se manter sempre perto do adversário, como lhe possibilitar vencer a corrida, se a oportunidade surgisse, o que ocorreu. Com uma equipe técnica altamente capacitada, o triunfo de Lewis dá agora ao time algum tempo para tentar entender ainda mais o desempenho nervoso do modelo W12, e procurar corrigi-lo, a fim de permitir a Hamilton retomar na pista as rédeas da disputa. Se quiser evitar o contra-ataque do time alemão, a Red Bull terá de se aplicar a fundo para manter sua vantagem técnica inicial, algo complicado de se fazer, quando o retrospecto da Mercedes indica que ela não pode ser subestimada na competição.

 

Equipe Williams na F-1: O time fundado por Frank Williams entrou em 2021 sob nova propriedade e administração, agora nas mãos do Grupo de Investimentos Dorilton, que prometeu manter a história e o legado do time, e declarou que pretende levar a escuderia de volta ao topo do grid... No devido tempo, que não será tão já. A nova administração da equipe inglesa já definiu as metas para esta temporada, que é de continuar arrumando a casa, e concentrando esforços no carro da próxima temporada, quando terá o novo regulamento técnico, e poderá começar a pensar em escalar novamente o pelotão, em busca por melhores resultados. Isso significa que a temporada deste ano será de transição, e o time continuará no fim do grid, e sofrendo para marcar pontos, o que conseguiu pela última vez em 2019. Mas ao menos a escuderia fez algumas atualizações no carro, que demonstrou ter performance melhor o suficiente para não ser o pior carro do grid, que tem tudo para ser a Haas, que seguiu o mesmo planejamento da Williams, de transformar 2021 em época de transição, mas com o agravante de contar com uma dupla de pilotos completamente novata, e com um carro quase sem nenhuma mudança além das necessárias do novo regulamento. Realmente 2021 não vai ser um ano muito encorajador para os torcedores da Williams, mas ao menos deve ser um primeiro passo para se iniciar sua recuperação, mesmo que tímido, e torcer para acertar a mão no projeto de 2022...

 

Equipe Honda na MotoGP: O time oficial da Honda ainda se ressente da ausência de seu principal nome, Marc Márquez, que se encontra em recuperação da última cirurgia realizada no final do ano passado para resolver o problema de fratura no osso do braço lesionado na queda da primeira prova do ano passado. A “Formiga Atômica” optou pela prudência, e não tentou participar da etapa em Losail, no Qatar, a fim de garantir que sua recuperação seja mais completa. Mas, enquanto isso, seu time vai tentando se virar com seu novo piloto Pol Spargaro, e o piloto reserva Stefam Bradl, que até que tinham conseguido alguns tempos e performances animadoras nos testes da pré-temporada, indicando uma possível melhora do time nipônico para esta temporada. Mas na etapa de abertura da competição, infelizmente os resultados não apareceram: Spargaro e Bradl largaram na segunda metade do grid (12º e 17º, respectivamente), e tiveram de remar muito para terminarem em 8º e 11º, apesar de terem terminado com uma desvantagem até pequena para o vencedor Maverick Viñalez (menos de 11s). Mas diante de um grid apertado, qualquer diferença de tempo acaba modificando o panorama geral, e neste momento, a Honda parece estar no meio do grid, de onde vai ter de dar duro para chegar mais à frente e lutar por pódios, e vitórias. Se Márquez voltar fazendo a diferença, como sempre fez, as esperanças do time japonês voltam, mas se isso não ocorrer, será mais uma temporada onde farão figuração no grid, lutando pelo meio do pelotão, onde está cheio de times e pilotos dando duro para se destacarem também, num duelo pra lá de acirrado, e sem dar colher de chá para ninguém...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Regras da FIA: A Federação Internacional de Automobilismo é um pé no saco no que se refere a regras, especialmente a algumas que já encheram a paciência, e que só contribuem para o descrédito da instituição que comanda o automobilismo mundial. E a regra sobre limites de pista, apesar de ter sua lógica, tem sido muito mal aplicada, e com procedimentos duvidosos. E isso acabou se tornando o ponto focal da polêmica ultrapassagem feita por Max Verstappen sobre Lewis Hamilton no GP do Bahrein que abriu a temporada. De fato, o piloto da Red Bull concluiu a manobra de ultrapassagem fora da pista, o que configura vantagem indevida. Mas, durante a corrida, alguns pilotos passaram por ali, e a própria FIA, apesar de não recomendar isso, havia avisado de que não faria nada, desde que isso não configurasse vantagem duradoura, o que não foi o caso da ultrapassagem, que só foi concluída usando a área externa à pista. Apesar do raciocínio ter sua lógica e justificativa, ainda assim a regra é uma das mais criticadas pelos fãs e torcedores, de modo que o certo para muitos seria ter grama ou algo mais contundente em setores assim, de modo que os pilotos não arriscassem mesmo colocar o carro fora da pista, sob o risco de danificar o bólido. Do contrário, a regra vai parecer sempre frescura da FIA, que “impede” que os pilotos sejam mais arrojados e determinados na condução de seus carros. Já foi pior, é verdade, mas ainda assim, resulta em um bate-boca que poderia ser evitado, se os critérios fossem mais claros e definidos, sem meias interpretações. E infelizmente, a FIA é bem turrona para aceitar mudar certos procedimentos...

 

Nikita Mazepin: Se alguém tinha dúvidas de que o piloto russo (que não pode correr com a bandeira de seus país por este estar banido temporariamente por causa de escândalos de doping esportivo) não valeria a pena para a Haas não fossem os dólares de seu pai, Nikita certamente não começou o ano causando boa impressão. Além de ter perdido com certa facilidade o duelo interno no time com Mick Schumacher, outro novato como ele na categoria, ele rodou várias vezes, e na prova, bateu logo na primeira volta, rodando sozinho, e saindo da corrida no início, para alívio dos demais pilotos que poderiam ter problemas quando chegassem na hora de dar voltas em cima dele. Nikita poderia ser apelidado de “roleta russa” pelas rodadas que deu, e é bom que tenha alguma humildade para ver que na F-1 o buraco é bem mais embaixo do que nas outras categorias, e que já não tem muito o que almejar por estar no pior carro da competição, então, que trate de pelo menos não arrumar confusão, ou Pietro Fittipaldi terá que entrar em ação novamente como piloto reserva, se as coisas não melhorarem. Difícil, é verdade, mas que sirva para a Haas ver o buraco em que se meteram com o russo...

 

Sebastian Vettel: O tetracampeão não teve a estréia que esperava no seu novo time, a Aston Martin. O carro não é tão bom como se imaginava, e isso só dificultou a adaptação para o piloto alemão, que largou em último, e ainda fez barbeiragem ao colidir com Esteban Ocón após ter sido ultrapassado por ele. Sebastian acabou levando 5 pontos na carteira de pilotagem, isso tudo em um único GP, sendo que se chegar a 12 no prazo de um ano, pode ser suspenso por uma corrida. Livre do ambiente conturbado da Ferrari, que o dispensou sem maiores cerimônias e faltou com o respeito que lhe era merecido, Vettel quer se redimir e mostrar que ainda é o piloto que foi tetracampeão mundial pela Red Bull entre 2010 e 2013, mas vai precisar dar duro para recuperar sua imagem, pois o ano já não começou tão positivo como seria de se esperar. E ainda tendo de levar uma indireta de seu ex-chefe de Ferrari Mattia Binotto, que declarou que agora a Ferrari tinha “dois pilotos” na pista, numa clara alfinetada no tetracampeão. Dificuldades de adaptação à parte, Sebastian vai precisar ralar muito para conseguir o seu respeito de volta, pelo que se está vendo. E contratado para liderar o projeto da Aston Martin, não vai demorar a ser cobrado para fazer isso...

 

Sébastien Buemi: O piloto suíço teve um início de temporada desastroso na F-E em 2021, e saiu praticamente zerado da rodada dupla na Arábia Saudita, e tendo o azar de ver o companheiro de equipe Oliver Rowland marcando pontos importantes em ambas as provas. Buemi parece ter retornado à maré de azar que o atingiu após ter sido campeão da categoria, na segunda temporada da F-E, e perder a disputa com o brasileiro Lucas Di Grassi na terceira. Embora os resultados nunca tenham decaído muito, o piloto suíço nunca ficou de fora do TOP4, no cômputo geral das temporadas, mas muitas vezes dá a sensação de que está meio fora do rumo, sem aquele brilho que exibiu nos primeiros anos da F-E. Depois de despachar seu antigo parceiro Nicolas Prost, Buemi até que se saiu bem no primeiro ano tendo Oliver Rowland como companheiro de equipe, mas no segundo ano a disputa foi bem parelha, tendo o azar de ver o britânico dar a única vitória do time na temporada passada. E agora, Rowland começa bem melhor o ano, já tendo 14 pontos, enquanto Buemi saiu zerado das duas primeiras provas. Assim como Lucas Di Grassi, Buemi parece estar numa onda de baixo astral que teima em não ir embora, apesar dos esforços do suíço para tentar retomar o protagonismo perdido.

 

Equipe SRT na MotoGP: Depois de deitar e rolar na temporada passada, tendo vencido seis corridas, enquanto o time oficial de fábrica teve apenas uma vitória, a equipe SRT, satélite da Yamaha, iniciou a temporada 2021 com um resultado bem negativo. Enquanto Maverick Viñalez vencia a corrida, e reconquistava parte do respeito perdido no ano passado, com Fabio Quartararo terminando em um razoável 5º lugar, no time oficial, a dupla da SRT teve um domingo para esquecer na pista de Losail. Valentino Rossi até começou bem, mas foi perdendo rendimento, terminando em um melancólico 12º lugar, enquanto Franco Morbidelli, vice-campeão da temporada 2020, despencou lá para o fim do grid, e por lá ficou, cruzando apenas em 18º e penúltimo piloto a terminar a corrida de estréia da competição. Ambos os pilotos acabaram tendo problemas com o pneu traseiro, que se desgastou demais, e com isso acabou com as chances de um bom resultado na primeira corrida. Com a segunda corrida ocorrendo já no próximo domingo, a SRT vai ter de achar uma solução para evitar que isso se repita, e ao menos possibilite a seus pilotos poderem lutar por melhores posições, se quiserem batalhar pelo título, como a escuderia fez com mais competência que o time de fábrica em 2020. Será que conseguem?