quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

ESPECIAL – FÓRMULA 1 2024

            E está para começar a temporada 2024 da Fórmula 1, já a partir de amanhã no circuito de Sakhir, nas areias do Bahrein, no que deve ser a maior temporada da história da categoria máxima do automobilismo mundial. Portanto, hora de um texto especial situando os fãs de como estão os times e a competição para a temporada, que esperemos seja melhor do que as expectativas andam indicando. Uma boa leitura a todos...

FÓRMULA 1 2024

 

Expectativa para a temporada deste ano é de novo passeio da Red Bull frente à concorrência, que ainda não estaria apta a efetuar uma oposição à altura do time dos energéticos

 

Adriano de Avance Moreno

O Bahrein mais uma vez abre a temporada da Fórmula 1.

          Estamos para começar mais uma temporada da Fórmula 1, e até agora, o que vimos foi de maior agitação fora do que dentro da pista. Notícias como a rejeição da entrada da Andretti no grid geraram forte repulsa à atitude da FOM/Liberty Media, que só não foi pior porque, logo depois, o anúncio de Lewis Hamilton firmar contrato para defender a Ferrari a partir de 2025 monopolizou o noticiário do mundo do automobilismo, com muitos já nem esperando mais nada de 2024, e aguardando ansiosamente por 2025. Mas, gostem ou não, ainda temos que acompanhar uma temporada inteira pela frente, e pelo que pudemos observar da pré-temporada, semana passada, as expectativas não são das mais positivas, pelo menos no quesito em relação a uma temporada disputada na briga pelo título da competição, com muitos já dando o ano por perdido e entregue à Red Bull e Max Verstappen. Será mesmo, ou todo mundo está apenas com um pessimismo exagerado?

          Pelos treinos da pré-temporada, realizada semana passada no Bahrein, as expectativas de um campeonato mais equilibrado realmente parecem não muito boas. A Red Bull, em especial com Max Verstappen, em que pese ser difícil repetir uma performance tão massacrante quanto a vista no ano passado, parece caminhar a passos largos para uma real repetição do feito, se não com a mesma intensidade, muito perto disso, com os demais times tendo de repensar onde seus projetos estão fracassando exatamente, por não conseguirem atingir o mesmo desempenho.

          Há progressos de todos os times, mas esse progresso precisa ser relativizado e comparado com o quanto cada um avançou. Se cada um progrediu 1,5s em seus novos bólidos, a tendência é se manterem nas mesmas colocações vistas ao fim de 2023, justamente porque, ao evoluírem todos de forma igual, ninguém está saindo do lugar que já ocupa. Mas, é difícil dizer o quanto cada um evoluiu exatamente, até porque alguns não entregam o ouro exatamente, e o que vimos é que o time campeão, da Red Bull, só não ficou com o melhor tempo porque não precisava mesmo. O time abdicou de tentar dar tudo nas voltas rápidas, preferindo focar nos long runs, os stints de corrida, onde mostraram um ritmo forte e constante, e é daí que os demais times fizeram sua análise de onde podem estar na relação de forças.

          Uma análise que ainda precisa ser confirmada, afinal, teste é teste, e corrida é corrida, e é preciso ver a quantas todo mundo andou na pista de Sakhir semana passada, e ver também como cada time se saiu com pneus específicos, lembrando que a Pirelli terá para esta prova de estréia da temporada 2024 a gama mais dura de pneus, os C1, C2, e C3, sendo este o mais macio de todo o fim de semana. Mas alguns times admitiram ter saído da pré-temporada sem ter tido condições de avaliar suas potencialidades por completo. Além do tempo escasso de pista, alguns reclamam também que o limite orçamentário impede certos gastos que poderiam ser feitos para se otimizar o aproveitamento dos testes dos novos carros.

A dupla da Red Bull: Max Verstappen (acima) já pode comemorar o tetra? E Sergio Perez (abaixo) vai para sua última temporada no time dos energéticos?


          Este ponto, aliás, serve de crítica contundente ao limite orçamentário imposto na categoria máxima do automobilismo a partir de 2.021, sob o argumento de que, sem terem como testarem e gastarem mais, os times não podem conseguir tirar a diferença de performance que os separa da Red Bull. Não estão errados. Mas, é preciso lembrar que o teto garante a saúde financeira os times, e alguns deles não andam exatamente muito bem, apesar de tudo, mesmo com o limite de gastos imposto, e com os prêmios de lucros distribuídos terem garantido boa parte destes gastos, algo muito mais difícil de ser administrado quando os times podiam gastar à vontade, e as discrepâncias das equipes mais ricas para as menos abastadas era mais do que evidente. E as regras de gastos são iguais para todos, de modo que saber usar bem os seus recursos compete a cada time. Se eles gerenciam mal isso, ou criam projetos errados, é um risco inerente à atividade. Não se pode culpar a Red Bull por ter feito uma boa administração de seus recursos, enquanto os demais times do grid simplesmente não souberam cumprir com suas tarefas de forma tão diligente.

          Para alguns, contudo, ainda paira a desconfiança da pífia punição à Red Bull por ter ultrapassado, ainda que por pouco, o teto de gastos em 2021, alegando que esse gasto extra pode ter providenciado uma vantagem considerável, vista desde então pelo time dos energéticos, enquanto os demais times, que se mantiveram dentro do limite, não tem tido como conseguirem tirar a diferença. De qualquer forma, as expectativas para a temporada 2024 são de outro ano de domínio do duo Red Bull-Max Verstappen, em que pese ninguém saber ainda em que pé estará essa diferença da equipe campeã para os rivais mais próximos.

          A temporada 2024 já começa com boa parte do grid ficando de olho na vaga aberta no time da Mercedes para 2025, com praticamente metade do grid se candidatando a ser o substituto de Lewis Hamilton no time prateado, com a ida do heptacampeão para a Ferrari. Vai ser a silly season mais quente dos últimos tempos. E Toto Wolf certamente vai ter o telefone mais concorrido nos próximos meses. Afinal, quem não vai querer a vaga, mesmo com os percalços enfrentados pela Mercedes nos últimos dois anos. A expectativa é de recuperação do time que foi campeão entre 2014 e 2021 nos construtores, e que ainda possui considerável força, apesar do domínio hegemônico da Red Bull nas duas últimas temporadas. E quem achava que Hamilton já estava a caminho da aposentadoria, caiu do cavalo, com a Ferrari fazendo a contratação mais bombástica desde que o próprio Hamilton se transferiu para a Mercedes em 2013.

Frederic Vasseur (acima) comemora a jogada triunfal da contratação de Lewis Hamilton para 2025. Já Toto Wolf (abaixo) e a pergunta que todos querem saber a resposta: quem vai substituir Hamilton na Mercedes?


          Mas o campeonato também começa quente fora da pista em outro assunto: Christian Horner, o diretor do time da Red Bull, estava pela marca do pênalti, diante de uma investigação por condutas impróprias contra uma funcionária, e pode ser sacado do time dos energéticos, do qual está no comando desde que a Red Bull estreou na competição, lá em 2005, após adquirir a equipe da Jaguar, que estava saindo da F-1. Horner, ao lado de Helmut Marko e Adrian Newey, compõe o trio principal da organização da Red Bull na F-1, e fizeram do time o que ele é hoje. Mas a escuderia absolveu Horner das acusações, alegando que ele não teria tido tais condutas, pelo menos ao nível comprometedor que dizem ter ocorrido, e ele foi mantido na direção da escuderia, que não divulgou maiores detalhes da investigação, e apenas declarou que o assunto será devidamente tratado internamente. Isso cimentou uma possível crise que poderia se instaurar dentro da escuderia, caso outro chefe tivesse que ser nomeado para comandar o time. Curiosamente, há poucos meses, foi Toto Wolf e sua esposa, Susie, que acabaram objeto de investigação por parte da FIA alegando conflito de interesses, em uma manobra que gerou indignação por parte das outras escuderias, que saíram em defesa do casal. Tal investigação também deu em nada e o assunto acabou esquecido.

          Entre as mudanças estabelecidas para a temporada de 2024, está o modo como será feita a realização das corridas Sprints nas etapas selecionadas. As mudanças efetuadas no ano passado não ajudaram muito o formato, que seguiu sendo até mais contestado do que antes, por não oferecer maior diversidade de performances e emoções nos fins de semana de sua realização. Na verdade, com exceção do Brasil, as corridas curtas não cativaram ninguém nos demais locais onde foi realizada, nem mostraram emoções de disputa relevantes. Para este ano, a FIA manteve o número de provas que serão realizadas, seis, o mesmo número do ano passado, mas efetuou uma mudança importante: as provas Sprint passarão a ser realizadas na manhã dos sábados, e não mais à tarde, como vinha sendo feito.

          Ao inverter a ordem das atividades do sábado, a FIA jogou o treino de classificação para a corrida de domingo para depois da corrida curta. No ano passado, a classificação para o domingo era feita ainda na sexta-feira, com a classificação para a prova Sprint sendo feita no sábado de manhã, e o resultado da prova curta não interferindo no grid da corrida do domingo. Havia muitas críticas de pilotos e times em relação ao pouco tempo de ajuste dos carros para a corrida de domingo, diante das atividades das corridas curtas. Agora, com a classificação sendo realizada depois da prova Sprint, os times tem melhores possibilidades para se concentrarem na prova do domingo.

Carlos Sainz e Charles LeClerc (acima) vão ser assombrados por Lewis Hamilton (abaixo) nbesta temporada. Sorriam enquanto podem...


          Mesmo assim, o formato ainda divide opiniões, e para muitos, a prova Sprint ainda não terá muito a oferecer, até pelo contrário. Que piloto vai arriscar na prova curta, com o risco de comprometer a integridade do carro, o qual irá precisar algumas horas depois para fazer a classificação da corrida de domingo, onde é o interesse central de todos? As etapas da temporada que contarão com as provas curtas serão China, Miami, Áustria, Estados Unidos, Brasil, e Qatar.

          Outra novidade, esta muito provavelmente com a intenção de apimentar as disputas, é sobre o uso do DRS. Até o ano passado, o seu uso era liberado somente após três voltas após a largada, da corrida, ou de algum período de Safety Car. Agora, o uso da asa móvel será liberado logo após a primeira volta de ambos os cenários. Na regra antiga, os pilotos mais rápidos tratavam de dar o seu máximo para abrir vantagem, e com isso, impossibilitar os rivais tanto quanto pudessem de poder usar o dispositivo, e assim, garantir a posição na pista. Agora, com seu uso podendo ser feito logo depois de completada a primeira volta, a perspectiva dos pilotos conseguirem descolar dos concorrentes que vem atrás será bem menor, e estes, poderão vir para cima com maior facilidade, tentando as ultrapassagens. Muitos ainda criticam o uso do DRS, por acharem que é uma medida por demais artificial, e que facilita demais as ultrapassagens, mas a verdade é que, conforme as equipes dominam cada vez mais as regras técnicas dos novos carros com efeito-solo, as ultrapassagens têm voltado a ficar mais difíceis, e mesmo com o DRS, em algumas pistas continuam a ser bem complicadas as disputas de posição, com a asa móvel não oferecendo tanta vantagem como alguns alegam. Tornar o seu uso mais cedo pode ajudar os pilotos na briga por posições enquanto ainda estão próximos uns dos outros. Resta saber se isso irá de fato aumentar a emoção das corridas como se pretende.

          Um ponto positivo, ainda que tímido, na mudança das regras para 2024, é no limite de unidades de potência que cada piloto poderá utilizar sem sofrer punições. A FIA resolveu aumentar o limite, passando de três para quatro unidades por piloto. Levando em consideração a duração da temporada, ainda é um aumento muito irrisório, e todos concordam que quase ninguém conseguirá escapar de ser punido. O aumento é apreciado, mas insuficiente na opinião de todos, que concordam que o número de punições por troca do equipamento além do limite não vem servindo para seu propósito, e só tem contribuído mais para bagunçar a disputa.

          Outra mudança é referente ao prazo de recurso e revisão contra decisões dos comissários de corrida, que agora será de apenas 96 horas, um prazo muito menor que os 14 dias anteriores. Outra mudança implementada pela FIA foi o valor das multas aplicadas em caso de infrações. Antes, o valor máximo era de 250 mil euros, mas agora, dependendo da gravidade, poderá ser de até um milhão de euros.

          Em termos de calendário, a F-1 terá o maior de sua história, com 24 corridas. Depois dos percalços enfrentados na pandemia, a Liberty Media segue firme querendo uma temporada mais cheia de corridas. Tem se falado até em 30 provas, mas os desafios de logística para se fazer tantas corridas é um desafio forte e acima de tudo, custoso. E temos de considerar que, além das 24 provas, seis delas ainda contarão com corridas Sprint, de forma que poderemos mesmo considerar que o ano terá 30 provas no total.

Fernando Alonso agitou a temporada do ano passado com uma Aston Martin surpreendente. Seria capaz de fazer o mesmo na Mercedes? O espanhol é considerado uma das opções para o lugar de Hamilton no time alemão. Seria interessante, não há dúvidas...

          A temporada já começa com uma novidade: pela primeira vez desde 1981, o campeonato começará com um GP em um sábado. O motivo foi que a segunda corrida, na Arábia Saudita, no fim de semana que vem, coincide com o período do Hamadã, o mês sagrado dos muçulmanos. Por isso, a prova saudita acabou alocado no sábado, o dia imediatamente anterior ao início do período sagrado. Mas o regulamento da F-1 estipula um período de 7 dias completos entre uma corrida e outra, e por isso, a prova do Bahrein, que estréia a temporada, acabou sendo forçada para trás, a fim de cumprir o regulamento, sendo por isso realizada neste próximo sábado, dia 2 de março, e não no domingo, dia 3, como seria feito normalmente. Assim, os treinos livres já serão realizados nesta quinta-feira, com a classificação da prova ocorrendo na sexta-feira, e o GP sendo realizado no sábado. O mesmo roteiro será feito semana que vem, em Jeddah, para a prova da Arábia Saudita.

          Algumas corridas foram realocadas, ajudando na logística dos transportes. Depois de várias décadas, Austrália e Japão estarão novamente juntos no mesmo período da temporada, com a prova japonesa acontecendo pela primeira vez no primeiro semestre, sendo realizada duas semanas após a etapa australiana.

          Mas alguns enroscos logísticos ainda persistem. Depois de Mônaco, a F-1 vai para o Canadá, para uma única prova, retornando logo a seguir para a Europa. Ainda não foi dessa vez que conseguiram alocar Miami e Montreal numa única perna da competição. E colocar o Canadá para o fim do ano, junto às provas do México e Estados Unidos é inviável diante das condições climáticas no país, com o frio podendo inviabilizar completamente as chances de realizar uma corrida. Antigamente, estas provas até eram realizadas em conjunto, com México, Estados Unidos e Canadá propiciando uma única viagem da F-1 à América do Norte, mas as corridas eram realizadas durante a primavera/verão do hemisfério norte, no meio do ano, época onde todos tinham condições mais ideias para realizar as corridas.

          Em compensação, a parte final do campeonato ficou bem engrenada, com a viagem às Américas para as corridas de Austin, nos Estados Unidos, Cidade do México, no México, São Paulo, aqui no Brasil, e Las Vegas, voltando aos Estados Unidos. E, fechando a competição, teremos as provas do Qatar e Abu Dhabi, sendo que os dois locais são bem próximos.

          Vamos ver agora um pouco de como estão os times na competição, e o que podemos esperar de cada um deles nesta temporada que já começa amanhã mesmo em Sakhir, no Bahrein, para o primeiro Grande Prêmio de 2024.

 

O PANORAMA DAS ESCUDERIAS

RED BULL – Verstappen tetracampeão?

O carro e piloto a serem batidos. E para muitos, a temporada nem terá disputa... Será que vai ser assim mesmo?

          A Red Bull entra em 2024 mais uma vez como o time a ser batido, e a missão deste ano é tida como impossível: repetir o domínio massacrante visto em 2023, onde a escuderia venceu 21 e 22 provas, marca que é vista como extremamente difícil de ser repetida, ainda que não impossível. E Max Verstappen seguirá para tentar o tetracampeonato, e igualar o feito de Sébastien Vettel, que foi campeão consecutivamente entre 2010 e 2013. Em termos de talento o holandês tem tudo para repetir a marca, e em termos técnicos, a Red Bull parece estar mais do que à altura do desafio. Resta saber qual o tamanho da vantagem que o modelo RB20 terá frente aos rivais do grid efetivamente. Os mais otimistas parecem achar que a vantagem seria na faixa de 0s5 por volta no ritmo de corrida, enquanto os mais pessimistas podem afirmar que tal desvantagem dos demais poderia ser superior a 1s5.

          A velha máxima que diz que “em time que está ganhando não se mexe” não é seguida na F-1, e a Red Bull, mesmo com todos os números impressionantes acumulados em 2023, não ficou parada. O que muitos poderiam ver como um chassi RB19.2, não se confirmou, e o novo RB20 traz várias mudanças no carro que não passaram despercebidas, com alguns chegando até a insinuar que o time dos energéticos copiou o conceito zeropod que fracassou na Mercedes, o que não é verdade. O time rubrotaurino apenas copiou alguns detalhes mais visíveis, o que não significa que irá utilizar o conceito zeropod que fez o time alemão ficar sem vencer praticamente nos últimos dois anos. E tudo pareceu funcionar sem maiores percalços nos três dias de testes, com todos no box demonstrando uma felicidade até incomum. Mesmo Christian Horner, alvo de uma investigação por conduta imprópria, circulou pelo paddock com relativa discrição, e sem maiores preocupações. E Adrian Newey, mais uma vez, deve reafirmar seu nome como o mais prolífico projetista da história da F-1, a confirmar a excelência de seu novo projeto, que tem tudo para ser novamente campeão. E deixando os rivais batendo cabeça mais uma vez sobre como vencer os carros concebidos pelo inglês, que à exceção da equipe March, viu seus carros serem campeões e vencedores em todos os times por onde passou na F-1.

          Max Verstappen tem a vida facilitada no time, já que Sergio Perez não é capaz de manter o mesmo nível do holandês. Mas é verdade também que o atual tricampeão teve a seu favor o modo como a escuderia dirigiu o desenvolvimento dos carros, tirando do mexicano a sua confiança em acelerar no limite o bólido. Com um carro mais nervoso, no qual Verstappen podia domar à vontade com seu talento superior, não é de se admirar que Perez tenha ficado tão para trás, mesmo tendo em mãos um carro dominador. Mas não foi somente pelo carro que Sergio ficou devendo: o seu psicológico também acabou abalado depois do erro cometido em Mônaco, que fez com Max disparasse dali em diante na classificação. Tanto que o vice-campeonato, que deveria ser mera formalidade para Perez, só veio mais perto do fim da temporada, quase tendo sido posto em dúvida em alguns momentos, o que desencadeou as tradicionais críticas ferinas públicas de Helmut Marko, com o dirigente chegando a ofender até todos os mexicanos na sua crítica a Perez, alegando serem um povo “inferior”, o que não pegou nada bem, e exigiu desculpas públicas de Marko, que soaram tão sinceras quanto uma nota de três reais.

          Se Max deve vir novamente com tudo, fiel a seu estilo de massacrar os rivais, para Perez deve ser provavelmente seu último ano na escuderia, a menos que faça com mais competência o seu trabalho, e garanta o vice sem maiores dificuldades, porque Verstappen deve ser campeão com relativa folga, a julgar pela tranquilidade em relação ao novo carro. O time dos energéticos fará também uma observação atenta em Daniel Ricciardo, a fim de ver se o australiano poderá voltar ao time principal em 2025, ou se a escuderia partirá para tentar outro nome conhecido, como por exemplo Alexander Albon, que vem mostrando bom desempenho na Williams, apesar de seu nome já ter sido prontamente descartado por Helmut Marko. O time está mais uma vez com a faca e o queijo nas mãos, e só perde para si mesma na avaliação de todos. Pode até ter um pouco mais de oposição do que viu em 2023, mas dificilmente perderá o controle da competição, para desespero dos torcedores dos times rivais, é claro.

 

MERCEDES – Fim de uma era

Lewis Hamilton parte para sua temporada de despedida da Mercedes, na esperança de ter novamente um carro mais competitivo.

          O desafio da Mercedes é amplo este ano. Não apenas precisa recuperar o rumo técnico com o novo modelo W15, como também preparar a sucessão de Lewis Hamilton. E fazer isso de forma a não atropelar o andamento correto das atividades do time que certamente vai ter muito trabalho na pista, diante da potencial disputa com a arquirrival Ferrari, que tem tudo para ser das mais difíceis. No ano passado, apesar de um carro deficiente, o time de Brackley ainda se sagrou vice-campeão, graças à sua dupla de pilotos, porque em termos de performance, a escuderia de Maranello tinha muito mais chances, e chegou até a vencer uma corrida, mas não deu sorte em várias etapas, e seus pilotos ainda tiveram uma cota de erros bem mais vultosa.

          Hamilton e a Mercedes fizeram uma das mais vitoriosas parcerias da história da F-1, como foram Michael Schumacher e Ferrari, e como está sendo Max Verstappen e Red Bull. Foram 12 anos juntos, a grande maioria deles vitorioso, com nada menos do que 6 títulos, e vários recordes alcançados. Mas tudo termina um dia, e Lewis vai dar vazão à sua paixão de piloto ao defender o time de Maranello no próximo ano. Mas, até lá, ele promete dar empenho total na temporada deste ano. Até para chegar em seu novo time com o astral em alta.

          No ano passado, apesar do ano difícil, Hamilton foi o melhor piloto “do resto”, terminando o ano em 3º lugar, ficando atrás apenas da dupla da Red Bull. O conceito zeropod revelou-se um fracasso. Hamilton já havia avisado o time de que manter o conceito não traria resultados, mas mesmo assim, o time alemão insistiu em mantê-lo no projeto do W14, o que irritou o heptacampeão. E deu no que deu, com o time precisando refazer o carro a meio da temporada, sacrificando o resto do ano para tentar reencontrar o rumo em 2024, com o novo modelo W15, que reinicia do zero a concepção do carro para o time alemão, agora com James Allison cuidando novamente do projeto.

          O novo W15 de cara já agradou a Hamilton e Russell, que afirmaram claramente que o carro é agradável de dirigir, e não apresenta as irascibilidades dos modelos anteriores. A traseira está estável, e as reações do bólido, mais precisas e confiáveis, além dos ajustes terem mostrado flexibilidade do carro em diferentes parâmetros. Mas, mesmo com os bons prognósticos, todo mundo mantém o pé no chão. O carro é bom, mas ainda não parece pronto para desafiar a toda-poderosa Red Bull em confronto direto. O carro ainda precisa ser desenvolvido, e a escuderia destinou a pré-temporada mais a conferir se o novo carro não possuía os vícios dos modelos anteriores, no que foram bem-sucedidos. Agora, contudo, é chegada a hora de analisar a real força inicial do novo projeto, que parece pelo menos estar em pé de igualdade com a Ferrari em ritmo de corrida. Alguns acreditam que o time alemão esteja até um pouco melhor, pois não foi exigido tudo da unidade de potência alemã, mas o mesmo vale para a Ferrari, que em velocidade absoluta, parece ainda mais forte. O duelo deverá ser direto pela posição de segunda força do grid.

          Internamente, como deverá ser o trato dos pilotos? Hamilton, de malas prontas para a Ferrari em 2025, certamente não terá todos os detalhes do desenvolvimento do carro a seu dispor, embora o time, pelo respeito, e não podendo prescindir de seu piloto, também não poderá deixa-lo de lado. Se o novo carro funcionar de fato, a Mercedes precisará de Russell e Hamilton pontuando e conseguindo os melhores resultados possíveis. No ano passado, em alguns momentos, contudo, os dois pilotos andaram se estranhando um pouco na pista, o que sugere que, se ambos disputarem novamente as mesmas posições nas corridas, o duelo deverá ser mais acirrado, e talvez até temeroso. George Russell fez uma excelente temporada em 2022, terminando o ano á frente de Lewis, e com o time sabendo que o inglês é seu futuro próximo como líder do time. Mas a temporada de 2023, onde Russell não repetiu o mesmo brilho, abalou um pouco esta posição, e George terá de provar que será o líder que a Mercedes espera a partir de 2025, por isso, é bem capaz de ir para cima para reafirmar sua posição. Mesmo que isso o coloque em rota de colisão direta com Hamilton na pista.

          Esse duelo pode ser tanto positivo quanto negativo. Se ambos se respeitarem, deve impulsionar ambos os pilotos na disputa pelas melhores posições possíveis nas provas. Caso contrário, poderemos ver ambos até se aniquilando em um GP. Por mais que seus detratores falem abertamente, Lewis Hamilton ainda é uma força no grid, e não se deve menosprezá-lo. Hamilton quer tentar se despedir da Mercedes, a sua casa há mais de uma década, pelo menos de forma respeitosa, retribuindo o que for possível à marca que o apoia desde os tempos da McLaren, quando estreou na F-1 em 2007. Russell, por sua vez, só precisa ter um pouco de paciência, e cabeça fria, para não se enrolar desnecessariamente com uma situação que pode acabar se voltando contra ele, se não tiver o traquejo necessário para evitar riscos exagerados.

          Os desafios da Mercedes serão amplos em 2024. E vai exigir de todos o máximo para serem superados, dentro e fora da pista. Se voltar a mostrar a coesão e competência de seus anos de domínio, podemos ver o retorno das flechas de prata em grande estilo, e que possam ajudar a termos uma temporada mais desafiadora do que esperada inicialmente.

 

FERRARI – Sem esperar por 2025

A Ferrari marcou os melhores tempos da pré-temporada, mas sabe que a Red Bull ainda é a grande favorita.

          O time vermelho vem de duas temporadas frustrantes. Se em 2022 a equipe de Maranello entrou forte como favorita ao título, e depois desandou pelo meio do caminho, no ano passado o time andou para trás, sem conseguir fazer sequer cócegas na arquirrival Red Bull, que não contente com o massacre imposto na segunda metade do ano anterior, nadou de braçada com uma facilidade esmagadora ainda mais imponente. Restou à Ferrari tentar ser pelo menos a melhor do “resto” do grid, e até nisso, mesmo tendo melhores recursos, eles conseguiram fracassar, sendo batidos na reta final pela Mercedes, que mesmo com um carro deficiente, ficou à frente na classificação, graças à sua dupla de pilotos. Não foi só nos boxes que os carros vermelhos ficaram devendo, mas também na pista, ainda que tenha sido o único time a vencer além da Red Bull na temporada, mesmo que tenha sido apenas uma única corrida. Havia uma base boa em 2022, que se perdeu em 2023, e precisou ser reencontrada para 2024. E parece que esse trabalho deu seus frutos.

          Mas todo mundo parece querer saber apenas da Ferrari em 2025, quando terá Lewis Hamilton ao volante dos carros vermelhos, esquecendo-se que ainda temos um ano inteiro até lá. E a própria Ferrari não pode esperar por isso. A meta é começar a mostrar serviço já em 2024, não pela chegada de Hamilton no próximo ano, mas pela própria escuderia, que vai para sua segunda temporada sob comando de Frederic Vásseur, que passou boa parte de 2023 reorganizando a escuderia com suas diretrizes, após a demissão de Mattia Binotto, visto como um dos principais responsáveis pela derrota do time na pista em 2022.

          Ainda assim, há uma temporada a ser disputada, e a exemplo da Mercedes, a Ferrari terá que administrar situações fora e dentro da pista. A maior delas, como será a posição de Carlos Sainz Jr., já de aviso prévio para 2025. O espanhol tem tudo para mostrar mais do que nunca suas qualidades em 2024, até para garantir seu lugar no grid no próximo ano, completamente incerto. E bater Charles LeClerc é uma das maneiras de mostrar do que é capaz. Carlos já mostrou possuir visão de corrida e saber manter a cabeça fria na disputa por resultados na pista. Se não possui a mesma velocidade pura de Charles, tem menos propensão a errar, e parece saber conservar mais o equipamento na briga por posições pontuáveis. Ainda assim, muito provavelmente teremos situações onde a dupla irá batalhar entre si na pista, e como ficará essa situação? Carlos jogará pelo time, fazendo seu papel de um piloto que pensa na escuderia, ou tentará se garantir no melhor resultado? Ambas as opções tem seus prós e contras. Por sua vez, Charles tem a obrigação de se impor como líder do time na pista, e mais importante, não cometer erros, especialmente em momentos de pressão, a fim de ressaltar a confiança da escuderia na sua renovação de contrato, e para não ser colocado em segundo plano com a chegada de Lewis Hamilton ao time no próximo ano. Velocidade o monegasco já mostrou que tem, mas tem precisado reafirmar sua capacidade de manter a cabeça no lugar, ainda mais se acabar se vendo superado por Sainz na pista, o que colocará uma pressão extra no piloto. Ainda estão frescas na memória os erros cometidos em 2022, que se não impediriam o título por parte de Max Verstappen, certamente não teriam facilitado tanto a conquista do holandês. E LeClerc também precisaria ter se imposto mais em momentos onde o time estava tomando decisões erradas na estratégia de corrida, confiando mais em seu taco. Tudo isso será mais do que necessário para encarar a favorita Red Bull.

          No que tange ao novo SF-24, a melhor novidade é que o time parece ter conseguido resolver o problema do consumo excessivo de pneus, o principal ponto fraco do carro anterior. Em termos de potência, o propulsor V-6 híbrido de Maranello nada parece dever ao Honda desenvolvido pela Red Bull Powertrain. O time rosso parece pronto para tentar desafiar o poderio da Red Bull na pista, mas não tem ilusões: sabe que está atrás dos rubrotaurinos, embora a dúvida seja mesmo qual é o tamanho real da desvantagem, seja em classificação, e o mais importante, em ritmo de corrida. Parece que conseguiram manter a velocidade em volta rápida, e incrementar o ritmo de corrida sem comprometer os pneus. Uma ótima notícia mesmo. Só falta confirmar com os adversários, em especial a Mercedes, que promete ser a maior pedra no sapato dos ferraristas, antes que estes pensem em se engraçar com a Red Bull na briga pelas vitórias, e não podemos esquecer que a McLaren também pode entrar nessa briga, que tem tudo para ser das mais renhidas.

 

MCLAREN – Desafiar enfim a Red Bull?

A McLaren surpreendeu na segunda metade de 2023, e quer continuar com a toada forte em 2024, mas a parada vai ser dura...

          O time de Woking viveu o inferno e o céu em 2023, tendo começado a temporada com um desempenho desastroso, o qual só foi corrigido a meio da temporada, quando um pacote de inovações conseguiu maravilhas ao corrigir os problemas apresentados pelo bólido do time papaia, a ponto de coloca-lo como principal rival da Red Bull em diversas corridas dali em diante, tendo como ponto alto a vitória de Oscar Piastri na prova Sprint do Qatar, a única corrida do tipo não vencida pela Red Bull no ano todo.

          Só faltou vencer mesmo, mas aí, encontraram a hegemônica Red Bull e o implacável Max Verstappen pelo caminho, a arruinarem as metas da escuderia. Mesmo assim, foi uma recuperação notável para a equipe, que escapou de passar por um enorme vexame no ano em que comemorou seis décadas de existência, desde que foi fundada por Bruce McLaren nos anos 1960. O time ainda capitalizou a contratação de Oscar Piastri, que mesmo em seu ano de estréia, mostrou a que veio, e em várias corridas chegou a colocar pressão em Lando Norris, fazendo o inglês se sentir pouco à vontade ao ser desafiado por um novato na escuderia.

          Para 2024, a McLaren deve começar forte, e precisa, pois a concorrência, leia-se Mercedes e Ferrari devem vir fortes, e embolar a disputa pela segunda força do grid, onde a escuderia de Woking precisa marcar presença, se quiser se candidatar a desafiar a Red Bull. O time também vem reforçando seu staff técnico, e tem na direção de Andrea Stella sua grande força motriz, coordenando os novos contratados e a direção técnica da escuderia. Em termos de pilotos, a McLaren está bem servida. Se Piastri é o talento pelo qual valeu a pena brigar para tirá-lo da Alpine, Norris já é uma estrela consolidada na escuderia, mas precisando ainda vencer sua primeira corrida para deslanchar de vez na competição.

          Não há como negar que o time de Woking começa 2024 de forma bem mais sólida e firme do que há um ano atrás. Os resultados da pré-temporada, contudo, parecem demonstrar que o time não está tão forte quanto poderia se esperar, ainda mais depois de terem terminado 2023 em alta, mas a imagem pode ser errônea, pois todos no time estavam bem tranquilos, e dizendo estar plenamente conscientes de sua força atual, mostrando confiança no próprio taco.

          Para os brasileiros, é triste saber que Gil de Ferran, que vinha participando desse processo de fortalecimento da McLaren na F-1, desfalcará o time, devido ao seu falecimento em fins do ano passado, pegando de surpresa a todos. O ex-piloto brasileiro foi homenageado por Lando Norris, que fez os trabalhos da pré-temporada usando um capacete igual ao usado por Gil, enquanto seu time também prestou uma homenagem iluminando a torre de controle da pista de Sakhir com o nome do brasileiro. Norris fez questão de dizer que Ferran vinha dando contribuição decisiva para a melhoria do time, e que todos sentirão sua falta. Por isso mesmo, uma temporada sólida e firme é a meta da escuderia, de forma não apenas a manter sua posição de força no grid, mas reverenciar o ex-piloto, e todos aqueles que ainda dão o melhor para que a escuderia siga em frente.

          As bases foram sendo construídas na escuderia nos últimos tempos, visando retomar sua posição de time de ponta e de protagonismo na história da F-1. Agora, tudo parece estar em seus devidos lugares, e é hora de mostrar que esta base não foi feita à toa. O desafio não será fácil, e os concorrentes estão fortes e prontos para lutar por suas posições. A McLaren irá responder à altura do desafio que pretende encarar?

 

ASTON MARTIN – Continuar evoluindo

Será que a Aston Martin consegue surpreender novamente este ano? Vai ser meio difícil...

          O time de Lawrence Stroll surpreendeu pela evolução demonstrada no ano passado, conquistando vários pódios, e sendo a segunda força do grid na primeira metade da temporada. Parte do mérito veio do reorganizado setor técnico, formado por alguns engenheiros da Red Bull, que eram coordenados pelo gênio Adrian Newey. Alguns conceitos abordados nos projetos do time do energéticos, aliás, nortearam o projeto do AMR23, que assustou todo mundo com sua bela performance nas primeiras corridas, e com um revigorado Fernando Alonso ao volante, mostrando que o espanhol fizera uma aposta certeira ao sair da Alpine para ir para a escuderia britânica em busca de um time bem mais determinado a chegar ao topo.

          Mesmo admitindo que os resultados estavam chegando antes do que esperavam, a Aston Martin acabou sendo posta à prova na verdade quando precisou evoluir o projeto, e aí o setor técnico mostrou suas falhas, parecendo não compreender as nuances de seu projeto, com boa parte das atualizações a não funcionarem, ou até a prejudicarem a performance do bólido. Tanto que foi preciso descartarem parte das melhorias, para o carro voltar a mostrar parte da velha performance, o que foi um grande revés para o time, que acabou superado na reta final até pela McLaren, que tinha perdido praticamente metade do ano com um carro falho, mas que se recuperou de forma espetacular a meio do ano.

          Para este ano, com um projeto desenvolvido mais dentro da própria Aston Martin, a expectativa é que o time saiba não apenas manter a performance exibida em 2023, mas saber evoluí-la adequadamente, uma qualidade essencial a todo time que deseja ser grande na competição. Mesmo o jargão de “nada se cria, tudo se copia”, tem de ser complementado pela expressão “saber copiar”, o que significa saber o que se está copiando. Ficou uma importante lição, que agora deverá ser colocada á prova, para mostrar que o departamento técnico saberá evoluir o projeto a contento, e na velocidade necessária para não apenas não perder terreno, como avançar à frente.

          No que tange aos pilotos, Fernando Alonso foi talvez a melhor aquisição do time em 2023. O bicampeão espanhol voltou a mostrar as qualidades que o fizeram ser sempre reconhecido como um dos melhores pilotos do grid, e mesmo sendo o mais velho competidor da categoria, mostra um desempenho de alto nível. A comparação pode ser vista nos resultados ao lado de Lance Stroll, que mesmo com um excelente carro na primeira metade da temporada passada, teve apenas um 4º lugar como melhor resultado, enquanto Alonso enfileirou pódios, chegando a ser a segunda força do grid na competição. O espanhol conquistou 8 pódios, contra nenhum do canadense, que voltou a ser visto mais como “filho do dono” do que como piloto propriamente. Enquanto Fernando terminou a temporada em 4º lugar, Stroll foi apenas o 10º colocado, e isso acabou sendo determinante para a Aston Martin perder a 4ª posição no campeonato de construtores para a McLaren na reta final da temporada.

          Infelizmente, a situação tende a se repetir este ano. Alonso guia como poucos, exibindo toda a sua velocidade de forma invejável, e seu nome, agora, é um dos cotados para substituir Lewis Hamilton na Mercedes em 2025. E não há dúvidas de que o espanhol vai, mais do que nunca, vai querer se mostrar a melhor opção. Lance Stroll, por mais garantido que esteja, faria um grande favor se se empenhasse a fundo, e melhorasse sua performance, Ele já mostrou em alguns momentos desempenhos que o fazem merecer sua vaga no grid com reais méritos, mas com um carro bom nas mãos, precisará mais do que nunca provar isso, do contrário, seguirá sendo o grande calcanhar de Aquiles da escuderia, e vale lembrar que seu pai, Lawrence Stroll, não é dono único do empreendimento, e pode ser que, uma hora ou outra, ele tenha que encarar que o filho não está correspondendo ao necessário. E a escuderia tem Felipe Drugovich como reserva e piloto de testes, que já demonstrou merecer uma chance de pilotar para mostrar do que é capaz. Se o time perder Alonso, ainda é difícil mensurar quais seriam as chances efetivas do brasileiro ocupar o seu lugar.

          Com o objetivo de ser um time de ponta, a Aston Martin precisa melhorar cada vez mais. Evolução é a palavra-chave, e o aprendizado de 2023 deve guiar os trabalhos da escuderia em 2024, em um ano onde o panorama da concorrência deve ser bem mais acirrado do que o visto no início do ano passado. E se quiser ser mesmo uma equipe grande, terá de encarar a briga, e saber superar as dificuldades. Irá conseguir? A conferir este ano.

 

ALPINE – Mudando de novo?

O time francês tenta encontrar um rumo, mas parece que vai ser meio difícil este ano...

          Já não é de hoje que a Renault parece sempre prometer, e não conseguir cumprir. Nem mesmo a mudança de nome da escuderia, passando a usar a nomenclatura da Alpine, parece mudar essa sensação. E a temporada passada foi apenas a confirmação de que a escuderia anda sem rumo, depois de sofrer dois fortes baques em 2022. De uma tacada só, o time perdeu Fernando Alonso, que se mandou para a Aston Martin (e a temporada passada mostra que o espanhol não se arrependeu nem um pouco disso), e ainda viu Oscar Piastri se debandar para a McLaren, diante da indefinição do time sobre seu futuro, antes da saída do bicampeão espanhol. A escuderia ainda achou um substituto bem razoável para o lugar de Alonso, Pierre Gasly, que fez ao menos uma dupla firme ao lado de Esteban Ocón.

          Mas a temporada 2023 foi de claro retrocesso para o time francês. Apesar de tanto Gasly quanto Ocón ainda terem conseguido um pódio cada um, no cômputo geral a escuderia deu para trás. O modelo A523 não rendeu o que seu antecessor apresentava, e olhe que em 2022 a Renault ainda sacrificou a fiabilidade para incrementar o desempenho de sua unidade de potência, mas esta melhoria não se viu no campeonato do ano passado. Na verdade, a Alpine começou a temporada do ano passado praticamente perdida, a exemplo da rival McLaren. Se em 2022, mesmo com os problemas de fiabilidade do propulsor, ainda terminou em 4º lugar, com 173 pontos, no ano passado ela foi apenas a 6ª colocada, com 120 pontos, e só não ficou mais para trás porque os demais times ficaram numa briga lá no fundão. O time ainda conseguia alguns pontos, mas de forma irrisória, longe do ideal.

          A Alpine melhorou ao longo do ano, mas diferente da rival McLaren, que havia superado em 2022, desta vez foi a Alpine que ficou para trás. Os pontos até vieram com constância, mas nas últimas posições pontuáveis, com raros momentos de melhor desempenho, e mesmo assim, distantes do que time e pilotos esperavam. E se na pista a equipe não mostrava ser tão competitiva quanto no ano anterior, fora dela, o clima foi de caos, com a cúpula da escuderia sendo toda mandada embora, e com novos contratados tendo que colocar panos quentes e acalmar a situação da maneira como fosse possível.

          O novo modelo A524, infelizmente, não empolgou nos testes da pré-temporada, e seus pilotos claramente não esconderam o desânimo com os resultados apresentados. O conceito do novo carro, bem diferente do anterior, até que poderia indicar seguir um caminho mais promissor, mas até o presente momento, os resultados estão deixando a desejar. Os tempos, tanto em ritmo de corrida, quanto em classificação, não foram inspiradores. O que pode impedir um resultado pior do time é que dos rivais mais diretos, apenas a antiga Alpha Tauri pulou à frente, indicando que a esquadra francesa deve se posicionar como 7ª força na competição, no mínimo. Ficar menos do que isso seria preocupante.

 

SAUBER – Nome chamativo, time em compasso de espera

Se visual significasse performance, a Sauber teria melhores chances...

          O time fundado por Peter Sauber vai para as temporadas de 2024 e 2025 em compasso de espera, aguardando a Audi tomar conta do pedaço em 2026. Até lá, ninguém deve esperar muito dos carros do time da Suíça, que nesta temporada, chama atenção mais pelo nome esquisito que adotou e pelo visual de pintura do carro, do que propriamente pelo seu desempenho, que a exemplo de alguns outros times, também não se mostrou lá muito entusiasmada.

          A Alfa Romeo, como era esperado, pulou fora quando do acordo de aquisição feito pela Audi, e a bem da verdade, o icônico nome da primeira campeã da história da F-1 nunca foi um time “de verdade”, sendo que nem os motores eram da Alfa, mas da Ferrari, e o time, nunca deixou de ser a velha Sauber. Não é de se admirar que ninguém irá sentir saudades da marca italiana. O time, aliás, manteve a dupla de pilotos, com Valtteri Bottas e Guanyu Zhou precisando mostrar serviço, se quiserem permanecer em 2025, e ainda mais se estiverem a fim de se candidatarem à nova equipe Audi em 2026. Mas, até lá, os investimentos do time não serão exatamente vultosos, e a meta é se aguentar no grid da melhor forma que for possível, o que significa que não se deve esperar nenhuma performance digna de mais nota. Zhou até terminou o último dia de testes com uma marca no TOP-3, mas usando os pneus mais macios, dando um brilhareco para a escuderia, que no mesmo dia teve Bottas, com uma performance mais próxima da realidade, entre os últimos lugares da tabela.

          A briga do time suíço deve ser com Haas e Williams, perigando ficar à frente apenas do time norte-americano, que já começa o ano na lanterna mesmo, mas que se marcar bobeira, pode ser até que fique à frente. O novo modelo C44 mostrou ser fiável, e pelo menos a Sauber teve uma boa quilometragem acumulada em Sakhir, o que é um alento. Mas não adianta ser fiável sendo lento, uma vez que a Haas, sua provável rival direta, também andou bastante, sem problemas, e nem por isso alcançou tempos expressivos. É a sina que deve dar o tom da Sauber no ano.

 

VISA CASH App RB F1 Team – Não tinha nome melhor, não?

O novo carro até é bonito, mas o nome do time...

          O time “B” da Red Bull inicia uma nova mentalidade a partir desta temporada. Sempre visto como uma equipe-escola para os novos talentos descobertos pelo programa de apoio da marca dos energéticos, a escuderia sediada antes em Faenza agora tem meta de obter resultados mais consistentes, e deixar de lado a política de dar lugar para novos pilotos, até porque o programa de apoio da marca já não anda rendendo como antigamente, seja pelo imobilismo que a F-1 tem apresentado, sem oferecer vagas em número razoável aos novos pilotos no grid, seja pelo tratamento duro que Helmut Marko sempre deu ao programa, que assustou muitos candidatos receosos de serem dinamitados pelo dirigente irascível, seja pela escassez de nomes disponíveis. Diante até da ameaça recente de o time ser vendido, já que os gastos são justificavam os parcos resultados, eis que resolveram finalmente mudar a mentalidade da escuderia, de time-escola dos novatos, para um time com intenção real de competir a fundo no grid. E isso passa por uma mudança completa: carro com nova mentalidade, nova sede, novo país, novo nome, etc. Quase tudo novo.

          Mas, talvez o que mais incomode no time é o fato de não terem criado um nome mais factível para sua denominação. Se Alpha Tauri não “pegou”, talvez o mais óbvio fosse voltar a usar o nome Toro Rosso, mas convenhamos, Visa Cash App RB F1 Team vai ser um nome que afugentará narradores e comentaristas nas transmissões. Perto disso, a teimosia da TV Globo em nomear os times dos energéticos na competição viria a calhar este ano, pelo menos para nomear dois times no grid.

          Tirando isso, o desempenho da escuderia deve dar um salto este ano, usando praticamente o modelo RB19 do ano passado, devidamente desenvolvido. A escuderia passará a ter a maior parte de suas atividades desenvolvidas na Inglaterra, em uma nova sede próxima a Milton Keynes, ainda que a estrutura de Faenza siga ativa. E, na pista, tanto Daniel Ricciardo quanto Yuki Tsunoda seguem determinados a mostrar do que são capazes. O australiano briga para voltar ao time principal, enquanto o japonês tenta se mostrar disponível no mercado de olho na nova associação Aston Martin/Honda em 2026. E como Tsunoda ainda é bancado em boa parte pela fábrica japonesa na categoria, ele quer manter o bom cartaz do ano passado, quando acabou levando o time nas costas na primeira metade da temporada, quando o desempenho do time era mais do que sofrível. Um grande crescimento do nipônico, visto até então apenas como alguém que ali ficava graças ao apoio da empresa japonesa.

          Daniel Ricciardo segue o mais cotado para ser promovido ao time principal, se Sergio Perez não corresponder este ano. E Liam Lawson deve ser o substituto do australiano, a confirmar esta mudança. Porém, tudo ainda está na base da especulação. O que não é teoria é a nova Visa RB se tornar um time forte no pelotão intermediário, candidato a marcar pontos regularmente, e tentar até brigar para liderar o pelotão do meio. Na verdade, em momentos recentes, a escuderia, ainda sob a alcunha de Toro Rosso, até flertou com bons resultados, chegando até a ganhar corrida, ainda que excepcionalmente. Em 2021, por exemplo, o time terminou em 6º lugar, marcando 142 pontos, pontuação que garantiria ao time a mesma 6ª posição na temporada passada, já que a Alpine marcou apenas 120 pontos. A ordem é retomar esse bom momento vivido recentemente, e torna-lo o novo normal do time, que viveu de mais baixos que altos nos últimos dois anos.

          Pelo que se viu, a expectativa é de voltar ao meio do pelotão, e brigar firme com quem estiver por lá. As chances são boas, para azar dos rivais, que esperavam ter menos trabalho com o time B dos energéticos.

 

WILLIAMS – Assentando a poeira?

Williams: Albon se garante; já Sargeant...
 

          Pelo visto, este vai ser mais um ano onde a Williams promete sair lá de trás, mas não vai conseguir cumprir a promessa. O time de Grove até conseguiu impressionar em alguns momentos em 2023, especialmente com Alexander Albon, mas vai ser difícil tentar conseguir mostrar mais do que já vimos neste ano. O principal trunfo do time é obviamente o anglo-tailandês, mas a escuderia continua a ter um grande revés que é Logan Sargent. Por mais que o time tenha decidido dar uma segunda chance ao estadunidense em 2024, a verdade é que Sargeant infelizmente não parece ter condições de dar ao time mais do que já demonstrou em 2023. Nos testes da pré-temporada, Logan acabou sendo o piloto que mais errou na pista, e até deu sorte de não sofrer nenhum acidente nas vezes em que escapou do traçado. E Albon, apesar de seu talento, não tem como ficar carregando o time nas costas o tempo todo. Para complicar, o novo chassi FW46 parece apenas pouca coisa melhor do que o carro de 2023, de modo que a briga do time deverá ser para tentar a 8ª colocação na campeonato de construtores.

          James Vowles, que assumiu o comando da escuderia, levou um tempo para acertar os ponteiros na condução da escuderia, aprendendo os limites do novo time, em contraste claro com os recursos de que dispunha na Mercedes. E precisou fazer um uso bem mais racional no time de Grove, a fim de maximizar seu desempenho. Essa reorganização ainda não surtiu os efeitos desejados, mas a meta é voltar a crescer paulatinamente, e para isso, é necessário conseguir mais recursos e patrocinadores, uma equação complicada de ser implantada, já que tudo depende dos resultados obtidos na pista, em um ano onde essa briga será mais crucial do que nunca.

          O time inglês foi o que mais sofreu problemas mecânicos, e alguns deles até provocaram bandeira vermelha, fazendo a escuderia perder tempo precioso de treinos, tanto que foi o time com menor quilometragem no cômputo geral da pré-temporada. Albon sempre foi mais rápido que Sargeant, e se o time já não tinha grandes esperanças, parece fadado a repetir a sina de 2023, tendo que se basear apenas no anglo-tailandês do esperar por algum milagre de melhoria de Sargeant.

 

HAAS – Novamente na lanterna?

Haas: chefe novo, problemas velhos. Time deve amargar mais um ano na lanterna da competição.
 

          O time de Gene Haas voltou novamente a amargar a última colocação no campeonato de construtores no ano passado, e a tendência para este ano não é muito mais animadora. E isso apesar de contar com uma dupla de pilotos mais efetiva, já que Nico Hulkenberg voltou à F-1 em tempo integral como se nem tivesse ficado fora do grid nos últimos anos. O carro deficiente do ano passado, contudo, tornou os esforços de Kevin Magnussen e Hulkenberg inglórios, e mesmo tendo conseguido uma pontuação até razoável, diante das possibilidades, não foi o suficiente para o time sair do último lugar. O modelo VF-23 era até razoável em volta rápida, o que permitiu alguns brilharecos em classificação. Porém, o carro não era capaz de manter o mesmo desempenho nas corridas, e por mais que seus pilotos dessem o seu melhor, não havia como eles conseguirem sustentar as posições, inevitavelmente despencando conforme a corrida se desenrolava.

          Sob nova direção em 2024, já que Gunther Steiner acabou demitido, não há perspectivas mais otimistas, a se confirmar a competitividade dúbia do novo modelo VF-24, que já não andou causando boa impressão nos testes, tirando a confiabilidade, uma vez que a escuderia foi a que mais andou na pré-temporada. Um dado certamente importante, porém, de nada adiantará se o carro não mostrar velocidade. E, mais uma vez, o cenário parece incerto, já que o novo carro mostrou alguma velocidade, mas e seu comportamento nas corridas? Isso ainda precisa ser descoberto.

          Se Nico e Kevin são o menor problema da escuderia, nem eles poderão escapar de perder seus lugares, se não demonstrarem a que vieram. Ayao Komatsu, novo diretor da escuderia, pode não ser tão paciente com os pilotos quanto seu antecessor. Um dos motivos é que os pilotos, apesar de competentes, não estariam sendo tão efetivos em ajudar a desenvolver o carro, o que tem sido um dos pontos fracos da escuderia nos últimos anos. Em outras palavras, eles terão de ser ainda mais efetivos na competição, se quiserem se garantir para 2025. Kevin até retornou em boa forma ao time em 2022, mas a comparação foi com Mick Schumacher, que demonstrou ser um piloto fraco, em comparação com a performance mostrada pelo dinamarquês mesmo tendo estado um ano fora da F-1. Ao menos Magnussen não arrumava confusão como o alemão, o que já foi um grande alívio para o time. Mas a qualidade de Kevin ficou em dúvida diante da performance de Nico Hulkenberg, que conseguiu a maioria dos pontos do time no ano passado, então...

          A luta da Haas basicamente vai ser tentar fugir da lanterna no campeonato. Se conseguir, já será um grande feito, uma vez que a própria escuderia admite que seu novo carro já começa o ano em desvantagem, ou seja, é considerado por eles mesmos defasado diante dos concorrentes. O que pode ajudar é o time estar usando a nova suspensão traseira desenvolvida pela Ferrari, que melhorou muito o consumo dos pneus, e deve propiciar um desempenho mais razoável ao carro, ainda que o desempenho no geral ainda coloque o time tendo de brigar firme na parte de trás do grid. E os concorrentes direitos deverão ser Williams e Sauber, e talvez, até a Alpine, a confirmar que o carro francês realmente não nasceu bom, diante das perspectivas de seus pilotos. Podemos dizer que vai ser uma briga de vida ou morte no fim do grid, em uma posição que ninguém vai querer ocupar, mas que inevitavelmente será ocupada por alguém, e que neste momento, a Haas é a grande favorita para esta inglória colocação.

 

EQUIPES E PILOTOS DA TEMPORADA 2024

 

EQUIPE

MODELO

MOTOR

PILOTOS

Red Bull Racing

RB20

Honda RBPTH002

Max Verstappen (1) Sérgio Perez (11)

Mercedes AMG

W15

Mercedes-AMG F1 M15 V6

Lewis Hamilton (44) George Russell (63)

Scuderia Ferrari

SF-24

Ferrari V6 066/12

Charles LeClerc (16) Carlos Sainz Jr. (55)

McLaren F1 Team

MCL38

Mercedes-AMG F1 M15 V6

Lando Norris (4) Oscar Piastri (81)

Aston Martin

AMR24

Mercedes-AMG F1 M15 V6

Fernando Alonso (14) Lance Stroll (18)

Williams

FW46

Mercedes-AMG F1 M15 V6

Alexander Albon (23) Logan Sargeant (2)

Alpine

A524

Renault E-Tech R24 V6

Pierre Gasly (10) Esteban Ocon (31)

Visa Cash App RB F1 Team

VCARB 01

Honda RBPTH002

Daniel Ricciardo (3) Yuki Tsunoda (22)

Hass F1 Team

VF-24

Ferrari V6 066/12

Kevin Magnussen (20) Nico Hulkenberg (27)

Stake F1 Team Kick Sauber

C44

Ferrari V6 066/12

Guanyu Zhou (24) Valtteri Bottas (77)

 

CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2024

 

DATA

CORRIDA

CIRCUITO

02.03

Grande Prêmio do Bahrein

Sakhir

09.03

Grande Prêmio da Arábia Saudita

Jeddah

24.03

Grande Prêmio da Austrália

Melbourne

07.04

Grande Prêmio do Japão

Suzuka

21.04

Grande Prêmio da China (*)

Shanghai

05.05

Grande Prêmio de Miami (*)

Miami

19.05

Grande Prêmio da Emília-Romagna

Ímola

26.05

Grande Prêmio de Mônaco

Monte Carlo

09.06

Grande Prêmio do Canadá

Montreal

23.06

Grande Prêmio da Espanha

Barcelona

30.06

Grande Prêmio da Áustria (*)

Zeltweg

07.07

Grande Prêmio da Inglaterra

Silverstone

21.07

Grande Prêmio da Hungria

Hungaroring

28.07

Grande Prêmio da Bélgica

Spa-Francorchamps

25.08

Grande Prêmio da Holanda

Zandvoort

01.09

Grande Prêmio da Itália

Monza

15.04

Grande Prêmio do Azerbaijão

Baku

22.09

Grande Prêmio de Singapura

Marine Bay

20.10

Grande Prêmio dos Estados Unidos (*)

Circuito das Américas

27.10

Grande Prêmio da Cidade do México

Hermanos Rodriguez

03.11

Grande Prêmio de São Paulo (*)

Interlagos

23.11

Grande Prêmio de Las Vegas

Las Vegas

01.12

Grande Prêmio do Qatar (*)

Losail

08.12

Grande Prêmio de Abu Dhabi

Yas Marina

(*) = Provas com corridas Sprint.

A China volta ao calendário da F-1 (acima) depois da pandemia. Já o Azerbaijão terá sua corrida no segundo semestre (abaixo).


 

TRANSMISSÃO NO BRASIL E BRASILEIROS NA COMPETIÇÃO

O GP do Brasil segue firme no calendário da F-1.

          O ano de 2024 será mais uma temporada onde os brasileiros não terão representantes no grid, algo que já vem se tornando rotina nos últimos anos. Somente nos bastidores, mas sem perspectivas, teremos pilotos na categoria, mas não na competição. Pietro Fittipaldi ainda se mantém como piloto de testes e desenvolvimento da equipe Haas, mas sua participação será bem menor este ano, já que o neto de Émerson irá dedicar-se à temporada da Indycar, correndo todas as provas pela Rahal/Leterman/Lanigan, sendo nosso único representante na categoria em tempo integral.

          Na Aston Martin, Felipe Drugovich segue como piloto reserva e de testes, e dependendo da posição de Fernando Alonso em 2025, caso o espanhol acabe sendo escolhido pela Mercedes para a posição de Lewis Hamilton, o time de Silverstone pode até acabar efetivando Felipe no lugar do espanhol, mas por enquanto, não há nada oficializado neste sentido.

          No que tange às transmissões, a Bandeirantes manterá o esquema dos últimos anos, com os treinos livres sendo exibidos pelo Bandsports, enquanto os treinos de classificação e as corridas sendo transmitidas pelo canal aberto da Bandeirantes, salvo mudanças de última hora. A emissora continuará com repórter presente in loco em todas as corridas, com equipe de narração e comentários sediada em São Paulo. E o time deve permanecer o mesmo: Sergio Mauricio na narração. Comentários de Max Wilson, Reginaldo Leme e Felipe Giaffone. E reportagens de Mariana Becker e Felipe Kieling nas corridas.

          O aplicativo do streaming oficial da F-1 continua a ser outra opção para acompanhar as transmissões, com a opção em português oferecendo o trabalho desenvolvido pelo Grupo Bandeirantes, massa oferecendo a chance de acompanhar as provas em outros idiomas, a quem tiver condições de ver em outra língua.

Mais uma vez, a F-1 fez uma pré-temporada de míseros três dias no Bahrein. Situação ridícula para uma categoria do porte da F-1...


 
Lando Norris: será que a primeira vitória vem em 2024? Falta combinar com os rivais, e com o parceiro de equipe...