sexta-feira, 29 de setembro de 2023

RED BULL CAMPEÃ

Depois de um pequeno percalço em Cingapura, Max Verstappen chegou ao Japão, viu, e venceu a corrida sem maiores problemas (acima), e a Red Bull conquistou o título de construtores de 2023 (abaixo), o que já era praticamente favas contadas no ano.


         O que era mais do que previsível, aconteceu: a Red Bull é campeã de construtores da temporada 2023 da Fórmula 1, o sexto título da escuderia austríaca na categoria máxima do automobilismo, comemorado domingo passado em Suzuka, no Japão, e já pode comemorar também o título de pilotos, que deve vir na próxima corrida, no Qatar, exceto se acontecer uma grande catástrofe que impeça Max Verstappen de pontuar, para coroar o tricampeonato consecutivo do piloto holandês, vencedor também das contendas de 2021 e 2022.

         Desde a temporada de 2013, é provavelmente o título mais fácil já conquistado pelo time dos energéticos, dada a supremacia do modelo RB19 em relação aos demais carros da concorrência. Por mais que digam que o segundo piloto do time, Sergio Perez, é a real dimensão do rendimento do carro, isso não se sustenta, diante do mau momento do piloto mexicano em várias etapas recentes, como na própria corrida do Japão, onde Sergio cometeu vários erros e barbeiragens, lembrando que, mesmo assim, ele é o vice-líder do campeonato, sua melhor classificação de carreira desde que estreou na F-1, mostrando que o time sediado em Milton Keynes deitou e rolou sem oposição na temporada deste ano.

         E o mérito é todo deles. O time conta com um grupo técnico muito competente, sob a batuta de Adrian Newey, projetista dos tempos da velha guarda, tendo dado seus primeiros passos na F-1 na equipe Fittipaldi no início dos anos 1980. A primeira era de domínio da Red Bull na categoria máxima do automobilismo veio entre 2010 e 2013, com quatro títulos consecutivos de pilotos e construtores, com Sebastian Vettel levantando o caneco nestas quatro temporadas. Tirando a temporada surpreendente da Brawn GP em 2009, nenhum time conquistou tanto em tão pouco tempo na competição, sendo visto inicialmente até com certo motivo de chacota, quando Dietrich Mateschitz resolveu ter um time de F-1 no início dos anos 2000, quando a categoria parecia atrair todas as grandes montadoras de automóveis do mundo para seu certame. Mas o mundo iria se dobrar à escuderia dos energéticos em pouco tempo.

         A Red Bull já estava envolvida com o automobilismo havia mais de uma década, patrocinando times e pilotos em diversos campeonatos, mas na primeira metade dos anos 2000, Mateschitz resolveu dar um passo mais ousado, tornando-se proprietário de uma escuderia de F-1. A chance surgiu quando a Ford, cansada de gastar rios de dinheiro com sua equipe Jaguar sem ter os resultados esperados, colocou o time e toda a sua estrutura à venda ao fim de 2004, sendo então adquirida pelo império dos energéticos, e dando origem à Red Bull Racing.

Em 2005 (acima), a estréia da Red Bull na F-1 como equipe de competição. Em 2009 (abaixo), as primeiras vitórias na categoria.


         Desde o início, o time se destacou por trazer um ar de frescor à F-1, com uma atitude mais relaxada e menos sisuda em um campeonato marcado pela seriedade e declarações insípidas e totalmente politicamente corretas. A escuderia chegou até mesmo a editar um jornal eletrônico, redigido e distribuído no paddock nos fins de semana de GP, com textos descontraídos e bem-humorados. Mas, já de cara, mostrando uma administração muito competente, e com planos ambiciosos a médio e longo prazos. Logo em sua primeira temporada, 2005, por exemplo, já marcou 34 pontos, 5 a menos que sua antecessora Jaguar em cinco temporadas (marcou 39 pontos), terminando o ano em 7º lugar. Nada mal para um primeiro ano, sabendo aproveitar o material de que já dispunha, e mostrando o quanto a administração da Jaguar não sabia coordenar seus esforços na competição.

         É verdade que os primeiros anos não foram exatamente gloriosos, mas sinais de evolução surgiam. O time contratou Adrian Newey, engenheiro e projetista de grande currículo, para desenvolver o seu projeto de tornar a Red Bull uma equipe vencedora, e os primeiros sinais dessa mudança vieram em 2009, quando a F-1 passou por uma mudança técnica, e a Red Bull começou a crescer a olhos vistos, especialmente na segunda metade da temporada. O time começou a vencer suas primeiras corridas, e num campeonato até bastante equilibrado em 2010, conquistou não apenas seu primeiro título de construtores como seu primeiro título de pilotos, com o mais novo grande talento do automobilismo alemão, Sebastian Vettel. Desnecessário dizer que a escuderia chegou a ser desprezada por alguns, que se referiam a ela apenas como “um fabricante de bebida”, argumentando que nem tinha DNA “automobilístico” que lhe desse credibilidade para ser um time de competição. Nada mais falso, uma vez que a Red Bull, como empresa, sempre fez grandes patrocínios de esportes, e já era patrocinadora de pilotos e times de competição havia muitos anos.

Em 2010, o primeiro título de pilotos e de construtores da Red Bull na F-1, com Sebastian Vettel (acima). Em 2021, de novo campeã de pilotos, com Max Verstappen (abaixo).


         Tanto apoiou diversos pilotos como criou um programa de formação para jovens talentos, comandado por Helmut Marko, para garimpar pilotos que pudessem suprir as necessidades da escuderia. Para tanto, eles se tornaram proprietários de um segundo time na categoria máxima do automobilismo, ao comprar a Minardi, e transformá-la em seu time “junior” na F-1, com o nome de Toro Rosso (Red Bull, em italiano), onde iriam alocar seus pilotos novatos ou recém-contratados, para avaliação antes de promove-los ao time principal. Sebastian Vettel foi o primeiro a ganhar essa “promoção”, e mostrou a que veio, conquistando os títulos entre 2010 e 2013, com a Red Bull, de pilotos e construtores, aproveitando os anos de domínio da escuderia, que no fim do último ano antes da atual era híbrida da F-1, estabeleceu um recorde de 9 vitórias consecutivas de um mesmo piloto, Vettel, uma marca impressionante, e que só foi batida este ano, com Verstappen marcando 10 triunfos consecutivos, pela mesma equipe Red Bull.

         É verdade que o programa de pilotos da marca de bebidas virou uma faca de dois gumes, onde ao mesmo tempo que dava oportunidades a muitos talentos, também os descartava em dó nem piedade, onde o humor instável de Helmut Marko dava o tom das decisões, promovendo e “despromovendo” pilotos muitas vezes sem ter a paciência necessária para esperar resultados. Ou o piloto chegava e arrebentava, ou era “arrebentado” pelo dirigente, cuja última “vítima” foi Nyck De Vries, espinafrado da atual Alpha Tauri (antiga Toro Rosso) após meia temporada no time.

         Os anos de domínio da Red Bull acabaram interrompidos pela hegemonia da Mercedes entre 2014 e 2020. Mesmo assim, o time continuou mostrando um alto grau de eficiência e competitividade, com exceção da temporada de 2015, onde ficou na 4ª colocação entre os construtores, e não venceu nenhuma corrida. Nos demais anos, o time sempre terminou o ano no TOP-3, e vencia algumas corridas aqui e ali. Muitas vezes passou a desancar a parceria Renault, cujas unidades de potência não tinham a mesma eficácia das rivais Mercedes e Ferrari. Impaciente com as promessas de melhorias que não se concretizavam, a Red Bull resolveu apostar na Honda, apesar da relação problemática que a marca nipônica teve com a McLaren entre 2015 e 2017, com péssimos resultados. As unidades de potência foram fornecidas à Toro Rosso a título de teste na temporada de 2018, e os resultados foram satisfatórios, a ponto de a partir de 2019, o time oficial utilizar os propulsores nipônicos. E foi uma aposta que se pagou, pois naquela temporada os resultados já estiveram ao nível dos melhores anos da era híbrida com os Renault, só que demonstrando muito potencial de crescimento.

         Se em 2020 o time austríaco voltou a ser vice-campeão de construtores, repetindo a posição alcançada nas temporadas de 2014 e 2016, as metas de voltar efetivamente a disputar o título se concretizaram no ano seguinte, quando Max Verstappen se digladiou com Lewis Hamilton, conquistando o título da temporada, e fazendo a Red Bull novamente campeã de pilotos, ainda que muitos contestem o modo polêmico de liberação dos retardatários utilizado por Michael Masi no fim da corrida de encerramento da temporada, visto por eles como uma jogada de cartas marcadas que inverteu completamente a situação na volta final, algo totalmente desnecessário para uma temporada onde se viu um verdadeiro duelo de titãs na pista, com méritos tanto para a Mercedes quanto para a Red Bull, que voltava ao seu palco de protagonista.

         Uma posição que ficou ainda mais evidente no ano passado, quando o time se impôs de desafiante a favorita no duelo contra a Ferrari, na nova era de regras técnicas que trouxe de volta o efeito-solo na F-1, com o time dos energéticos dominando a competição a partir da segunda metade da temporada, com Max Verstappen conquistando de forma incontestável seu bicampeonato, e mostrando ser o grande talento da atual geração da F-1. E, mostrando que não se acomodou com a nova conquista, o time apresentou para a temporada deste ano um carro ainda mais eficiente e dominador, que subjugou completamente a concorrência, nas mãos de um Max Verstappen cada vez mais implacável na pista, tendo vencido até aqui 13 das 16 provas da temporada realizadas até então, e com perspectiva de vencer quase tudo até o encerramento do ano. Mais do que o talento de Verstappen, e a genialidade de Adrian Newey no projeto do carro, é a sinergia entre os setores da escuderia dos energéticos que fazem com que ela tenha uma eficiência das mais absurdas já vistas, um mérito que ninguém pode lhes tirar, haja visto a falta de oposição por parte dos outros times, que não conseguiram apresentar carros tão eficientes, nem apresentar a mesma eficiência nas corridas, sejam com seus pilotos, ou com estratégias de corrida. Mercedes, Ferrari, Aston Martin, e agora, a McLaren, ocuparam em determinados momentos a posição de segunda força do grid, mas sem conseguirem se firmar na posição, que atualmente parece pertencer ao time de Woking, mas sem conseguir ameaçar de fato a dominância do time dos energéticos, que só perdeu uma corrida na temporada até aqui, em Cingapura, quando o time não conseguiu achar o acerto ideal para seus carros, ficando pela primeira vez fora do Q3 em uma classificação há muito tempo, e sem nenhum piloto no pódio em quase dois anos. E no Japão, mostrando que tudo tinha sido apenas um tropeço momentâneo, Verstappen voltou a dominar como quis, marcando a pole-position com autoridade, e vencendo com praticamente 20s para o rival mais próximo, sem dar chance a nada e nem a ninguém.

A McLaren bem que tentou, mas não conseguiu ameaçar a vitória de Verstappen em Suzuka (acima), mas se contentou em subir ao pódio com seus dois pilotos. Já a Mercedes chamou mais atenção por um duelo entre seus pilotos (abaixo) do que pelo resultado, tendo sido batida em velocidade também por McLaren e Ferrari.


         Uma competência técnica que nunca deixou de ser uma das marcas registradas da escuderia. Mesmo nos anos de domínio da Mercedes, a Red Bull conseguia mostrar uma incrível evolução de seu carro durante a competição, enquanto outros times por vezes não apenas penavam para obter o mesmo desempenho evolutivo, ou até mesmo perdiam o rumo nas atualizações que concebiam para seus carros. Atualmente, em um momento de teto de gastos, acertar a mão em um projeto logo de cara se torna uma grande vantagem, sem mencionar que atualizações certeiras contribuem para um uso ainda mais otimizado dos recursos à disposição.

         É bem verdade que todo esse sucesso tem lá seus pontos negativos. Desde que passou a ser um time campeão, a Red Bull abandonou aquele clima de equipe “diferente” no paddock, com um ar mais relax e cuca fresca, deixou de fazer o seu jornal de box, e ficou um ambiente tão sério e sisudo como os demais times do grid. E, claro, alguns percalços, como ter extrapolado o teto de gastos em 2021, ainda que por uma pequena margem, deu mote a muitos haters acusarem a escuderia de ter sido trapaceira, e agindo assim também em relação a seus pilotos, passando a mão na cabeça de Verstappen, quando o holandês cometia estripulias na pista das mais escabrosas, e crucificava erros muito mais perdoáveis de seus companheiros de equipe, e até negando-lhes a devida valorização, como se só tivessem olhos para o piloto holandês, e nada mais. Não economizam também nas críticas a cada “rifada” de piloto que cometiam, alegando impaciência e métodos trogloditas que acabavam com a carreira de pilotos que poderiam render muito mais se fossem um pouco mais comedidos, entre outras “falhas”, e não se pode deixar de dar certa razão a estas críticas, pois muitos pilotos “condenados” pelos métodos truculentos de trato de Helmut Marko foram ser vencedores e campeões em outras categorias que souberam lhes dar um tratamento mais condizente. Mas, com o sucesso obtido, Marko faz ouvidos surdos para estas críticas, e Christian Horner também não perde seu sono com isso. Para alguns, o sucesso subiu à cabeça da Red Bull, para o bem, e para o mal. Mas não dá para ser perfeito nesse mundo. E a medida da competência é que desde 2010, apenas Mercedes e Red Bull foram campeãs na F-1, e contando com a temporada deste ano, já vão 14 anos com apenas os dois times dividindo as glórias das conquistas na categoria máxima do automobilismo.

         A ousadia também continua a ser uma marca importante da escuderia, que recentemente, a fim de não depender de terceiros para fornecimento de suas unidades de potência, montou uma divisão própria para isso, a Red Bull Powertrains, comprando o projeto das unidades da Honda, após os japoneses resolverem deixar a competição, ao fim de 2021, e contratando diversos profissionais das marcas concorrentes. A fábrica nipônica continuou fornecendo seu know-how à nova empresa do grupo Red Bull, decidindo capitalizar o sucesso obtido nas pistas, mas com o desenvolvimento das unidades ficando a cargo principal da nova Red Bull Powertrains, que em outra jogada audaciosa da escuderia austríaca, firmou contrato com a Ford para ser sua nova parceira de competição a partir de 2026, marcando o retorno da montadora dos Estados Unidos à F-1, de onde saiu justamente vendendo sua escuderia de competição à própria Red Bull, em fins de 2004. O mundo dá voltas, não? Até porque convém lembrar que a Ford fez sua estréia na F-1, nos anos 1960, em outra parceria que se tornou antológica nos anais da competição, quando a empresa norte-americana apoiou o projeto do motor V-8 DFV concebido pela pequena empresa fundada por Mike Costin e Keith Duckworth, formando a Cosworth, que se tornaria o mais vitorioso propulsor da categoria máxima do automobilismo por mais de uma década e meia de participações.

         Muitos apostam que, até a nova mudança de regra no regulamento técnico da F-1, em 2026, a Red Bull tem tudo para continuar dominando a competição, com Max Verstappen exercendo uma hegemonia ímpar, já que ele não tem um colega de time que lhe dê sufoco na escuderia rubrotaurina. Sergio Perez até deu uma impressão mais positiva no início do ano, mas desde a etapa de Mônaco a performance do mexicano desandou na maioria das corridas, permitindo o avanço espantoso do holandês, a ponto de abrir mais de 150 pontos de diferença para Perez, que mesmo assim ainda ocupa a vice-liderança da competição, tamanha a fragilidade demonstrada pelos rivais na pista. Parafraseando Bernie Ecclestone, quando se referiu à temporada de 1988, quando a McLaren humilhou a concorrência, o problema não é a Red Bull ser “boa demais”, os outros é que “estão muito ruins”. Foi o que vimos naquele ano, e o que estamos vendo agora. Fica a expectativa se os rivais conseguirão reequilibrar o jogo no próximo ano, ou se a Red Bull continuará sua sina de supremacia atual.

         É verdade que não há hegemonia que sempre dure. A recente da Mercedes durou praticamente oito anos. A nova era atual da Red Bull está apenas em segundo ano, portanto... Algo que já deixa os adversários completamente arrepiados com as piores expectativas sobre o que pode vir em 2024. O problema não é da Red Bull, que só está fazendo, e muito bem, o seu trabalho. Os outros que se virem para mudar esta situação. Boa sorte para eles, porque irão mesmo precisar... Ou veremos o time dos energéticos comemorar seu 7º título de construtores, e muito mais...

 

 

Depois de disputar o novíssimo Grande Prêmio da Índia, a MotoGP não descansa e nesta sexta-feira já iniciou os treinos para o GP do Japão, no traçado misto do Twin Ring Motegi, o complexo da velocidade pertencente à Honda localizado ao norte de Tóquio. Na pista, a expectativa está centrada no atual campeão, Francesco Bagnaia, da Ducati, que com a queda sofrida na corrida de domingo em Buddh, e o segundo lugar conquistado por Jorge Martin, da Pramac, ficou com sua liderança na alça de mira, correndo o risco de perde-la se algum azar ocorrer. Vale lembrar que ‘Peco” ainda sente um pouco os efeitos do atropelamento sofrido em Barcelona, onde escapou de sofrer maiores ferimentos. Isso limitou sua performance na prova de Misano, permitindo a aproximação dos adversários, em especial de Martin, mas o tombo sofrido na corrida do último domingo ofereceu ao adversário da Pramac a melhor chance de encostar no líder do campeonato. Será que Bagnaia vai ser desalojado da liderança do campeonato? Para a Ducati, tudo está em “família”, já que Martin também corre com motos da marca italiana, já que a Pramac é um time satélite há anos, correndo com os mesmos modelos da Desmosédici do time oficial de fábrica. Mas poderia ser constrangedor o time matriz ficar para trás de um de seus times clientes no campeonato. Vejamos como Bagnaia vai reagir, e se vai conseguir retomar o controle da situação. A corrida Sprint, assim como a prova principal, no domingo, tem largada programada para as 03:00 Hrs. da madrugada deste domingo, com transmissão ao vivo pelo serviço de streaming Star+, bem como pelo canal pago ESPN4.

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – SETEMBRO DE 2023


E já estamos encerrando o mês de setembro, e se preparando para entrar no último trimestre de 2023, nos aproximando do fim de mais um ano. Então, com o fim de mais um mês, não percamos tempo, e vamos para mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos diversos e vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade que pudemos vivenciar neste mês, sempre com alguns comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, aproveitem o texto e tenham todos uma boa leitura, e até a próxima edição da Cotação Automobilística no final do mês de outubro, avançando firme pelo último trimestre de 2023...

 

 

EM ALTA:

 

Equipe Red Bull campeã de construtores e de pilotos: Se em 2022 tivemos até uma primeira metade de temporada boa, com Ferrari e Red Bull prometendo briga pelo título, antes que o time dos energéticos desembestasse na segunda metade do ano, em 2023 não teve para ninguém, e a Red Bull conquistou já na etapa do Japão o título de construtores com nada menos do que seis etapas de antecipação, deitando e rolando em cima das demais escuderias. Mérito de todo o time, e da excelência de Adrian Newey, o projetista mais vitorioso da história da F-1, que encontrou no time dos energéticos uma proeminência até então nunca vista em sua já longa carreira na categoria máxima do automobilismo, que soube executar com perfeição os ditames técnicos concebidos pelo mago das pranchetas, sabendo também executar como ninguém as estratégias de corrida com um dos maiores talentos deste século, que parece fazer com facilidade o massacre dos adversários na pista. Desde já, é o time a ser batido em 2024, e os rivais que tratem de trabalhar direito, se não quiserem tomar outra lavada histórica do time austríaco, que tem sido simplesmente mais competente e habilidoso que todos os demais.

 

Equipe Ganassi campeã novamente: O time de Chip Ganassi foi mais uma vez vitorioso na Indycar, conquistando o título de pilotos e fazendo também o vice-campeão da temporada, e de quebra, vencendo 9 das 17 provas do ano. Se não é um domínio como o da Red Bull na F-1, não deixa em nada a dever em termos de competência, ainda mais em um certame muito mais equilibrado como é a categoria norte-americana de monopostos, sabendo deixar os adversários comendo poeira graças ao talento de seus dois principais pilotos, Álex Palou e Scott Dixon, e também sabendo fazer uma excelente preparação dos carros nos boxes e executando com maestria as estratégias de corrida. Na última década, a Indycar tem virado um duopólio de disputas entre Penske e Ganassi pelos títulos da competição, e se no ano passado foi a Penske quem fez o campeão, vingando-se da Ganassi, que tinha ganho o campeonato de 2021, desta vez foi o time de Chip novamente a levantar o caneco, e deixar o time do “capitão” chupando dedo, e lamentando o baile levado durante a temporada, em que pese ter levado a vitória na Indy500, algo que por sí só equivale a vencer o campeonato, mas que mostra apenas que no frigir dos ovos, não basta um triunfo mais vistoso, quando a escuderia se perdeu em várias outras etapas, enquanto a Ganassi conseguiu mostrar serviço com apenas metade de seus pilotos e ainda sobrou na pista. E podem apostar que eles estarão firmes e fortes de novo em 2024, lutando por mais um título na Indycar. Alguém duvida?

 

Álex Palou: O piloto espanhol conquistou o bicampeonato da Indycar em grande estilo, com 5 vitórias na temporada, tendo um desempenho completamente irrepreensível durante o ano. Evitando confusões na pista, partindo de forma decidida para vencer nas oportunidades que teve, e acima de tudo, mostrando também sorte, sem a qual ninguém é campeão. O único deslize de Palou foi fora da pista, ao novamente arrumar treta com relação ao contrato anteriormente assinado com a McLaren para defender o time de Woking na Indycar, já visando uma transferência para a F-1 em futuro breve. Mas, vendo que as portas da categoria máxima do automobilismo se fecharam para ele no momento, e com o desempenho da McLaren na categoria e monopostos norte-americana inferior ao da Ganassi na temporada deste ano, Álex preferiu não cumprir com o acerto feito, e resolveu dar o dito pelo não dito, arrumando uma nova zica com a McLaren prometendo ir aos tribunais para resolver a questão e buscando reparação financeira diante dos gastos feitos com o comprometimento futuro do espanhol para com a escuderia. Garantido na Ganassi para 2024, pelo menos até vermos como vai se desenrolar a ação na justiça, Palou é desde já o nome a ser batido na próxima temporada, sendo o principal nome do time de Chip Ganassi, e uma das estrelas da competição. Afinal, conquistar dois títulos em apenas 4 temporadas completas na Indycar é para poucos, e Álex já é visto como o grande sucessor de Scott Dixon no time de Chip Ganassi, mesmo que o neozelandês, hexacampeão da Indycar, ainda não esteja pensando em aposentadoria...

 

Equipe McLaren: O time de Woking começou a temporada 2023 de F-1 completamente no fundo do poço, largando nas últimas colocações, e parecendo completamente perdida no projeto de seu carro para a atual temporada. Mas, conseguiu dar uma das mais impressionantes reviravoltas na competição dos últimos tempos, com atualizações e modificações no carro, especialmente a partir de Silverstone, que colocaram sua dupla de pilotos não apenas no rumo de pontuar, mas até de brigar pelo pódio, só não vencendo corridas porque a Red Bull continua imbatível com Max Verstappen. Não tivesse começado o ano tão ruim, a escuderia laranja certamente estaria disputando o 2º lugar de construtores com Mercedes e Ferrari, mas que ninguém duvide que eles vão chegar perto, a ponto de tirar o sono destas duas escuderias. No Japão, Lando Norris e Oscar Piastri conseguiram um pódio duplo para a escuderia inglesa, deixando todos os outros comendo poeira, à exceção do vencedor Verstappen. Piastri, que teve uma contratação complicada pela escuderia no ano passado, começa a se mostrar uma excelente aposta, e se não está ainda no nível de Norris, certamente vai incomodar o inglês em algumas disputas na pista, como vimos em parte da prova japonesa. Na escalada para se recuperar na competição, o time laranja pode até desbancar a Aston Martin, que empacou e não vem mais rendendo o que demonstrava no primeiro semestre. E é candidato a ser o maior rival da Red Bull neste final de temporada, podendo até sonhar com uma vitória, se o time dos energéticos der algum azar.

 

George Martin na luta pelo título na MotoGP: Se no ano passado um dos grandes destaques da classe rainha do motociclismo foi a campanha de Enea Bastianini durante a temporada na luta pelo título, com várias vitórias sendo conquistadas pelo piloto da Gresini, time satélite da Ducati, este ano quem anda surpreendendo é Jorge Martin, da também satélite Pramac, que entrou firme na briga pelo título após o GP da Índia, estando praticamente na cola do atual campeão Francesco Bagnaia, que vem enfrentando azares nas últimas corridas. Por mais que diga que não pensa em título, não há como negar que Martin cresceu nas últimas etapas, e mesmo que tenha sido à custa de azares do principal rival, o espanhol da Pramac também tem muito mérito nas performances apresentadas, brigando entre os primeiros colocados e se colocando como um dos favoritos na luta pelo título, que a rigor só tinha mesmo o atual campeão Bagnaia, que vinha rumando para a conquista de um segundo título até com alguma tranquilidade. É cedo para dizer que o atual campeão não vai reagir, mas Martin vem mostrando a que veio, e se Bagnaia não se cuidar, ele vai dar o bote a qualquer momento, e quem sabe, até assumir a liderança do campeonato, prometendo incendiar a disputa pelo título da temporada, tal qual Franco Morbidelli, em 2020, quando o piloto da então SRT, time satélite da Yamaha, deixou o time de fábrica comendo poeira para brigar pelo título da temporada com a Suzuki, perdendo a disputa somente na reta final da temporada. Depois de muito esforço, a Ducati conseguiu seu segundo título, e uma conquista da Pramac não seria de todo ruim, já que a escuderia utiliza as motos italianas, e portanto, seria também uma conquista da Ducati. A diferença de Martin para Bagnaia no momento é de 13 pontos, e faltando oito corridas para encerrar a temporada. A disputa promete esquentar no ritmo atual, e Martin com certeza vai vir para cima... Segura o espanhol!

 

 

NA MESMA:

 

Equipe Mercedes: O time de Brackley já se concentra no carro de 2024, depois de se dar conta de que não há mais nada que se possa extrair do modelo W14, que mesmo depois de revisado e abandonando o conceito zeropod, ainda tem um desempenho aquém do esperado, e nas últimas etapas, vem sendo atropelado pelo desempenho superior de McLaren e Ferrari, só não ficando mais para trás pelo desempenho de seus pilotos, que tem conseguido aproveitar quase todas as oportunidades para manter o time alemão na vice-liderança do campeonato de construtores, mas vendo a Ferrari chegar rapidamente especialmente depois do GP de Cingapura, onde o time italiano conseguiu ser a única escuderia a vencer uma prova além da Red Bull na atual temporada e de ver a Mercedes amargar o abandono de George Russell por erro do piloto na última volta, perdendo não apenas o pódio como pontos valiosos na briga do campeonato.

 

Max Verstappen: Não há muito mais para onde Max Verstappen poderia ir. Depois de um percalço no GP de Cingapura, onde ficou fora da luta pela vitória e até mesmo pelo pódio pela primeira vez na temporada, o bicampeão holandês fez questão de massacrar a concorrência na etapa seguinte, no Japão, para mostrar que é ele quem manda no campeonato, e que a conquista do tricampeonato é mera questão de tempo. Aproveitou ainda para alfinetar críticos de que seu time teria algo fora do regulamento pelo desempenho inferior em Marina Bay, e ainda tachou-os de “não fãs” de F-1. De fato, o momento é todo de Verstappen na categoria máxima do automobilismo, e ele está aproveitando para desancar quem não está gostando do atual momento de supremacia da Red Bull e dele. Resta à concorrência fazer melhor o seu trabalho, e oferecer de fato maior desafio ao domínio da parceria Verstappen-Red Bull no próximo ano, se não quiserem ver o piloto se sentindo o rei da cocada preta do momento, o que está no seu pleno direito. Então, aguentem as declarações atravessadas do virtual tricampeão de F-1...

 

Alpha Tauri renova sem mudar para 2024: Quem ainda estava na expectativa de com qual dupla o time B dos energéticos alinharia no grid no próximo ano já viu que nada irá mudar em Faenza. A Apha Tauri aproveitou o GP do Japão para anunciar que Yuki Tsunoda segue no time por mais uma temporada, e confirmou que Daniel Ricciardo será seu companheiro de equipe, colocando fim às pretensões de Liam Lawson de ser efetivado na vaga como titular, pelo menos por enquanto. Ricciardo deu azar de machucar a mão ao bater em um treino na prova da Holanda, sendo substituído por Lawson desde então, sendo que o piloto vem fazendo um bom trabalho, e já conseguiu até pontuar na prova de Cingapura, mas mesmo assim a direção da Red Bull resolveu colocar o piloto como reserva para 2024, quando terá mais tempo para analisar a situação para a temporada de 2025, quando então poderá decidir se Max Verstappen terá Ricciardo novamente como colega de time, ou se Liam será efetivado no time principal. Ou alguns apostam que, dependendo do rendimento de Sergio Perez no próximo ano, o mexicano poderia ser “rebaixado” para a Alpha Tauri e Daniel promovido antecipadamente para voltar ao time principal. Mas é verdade também que o time B dos energéticos terá um ano decisivo em 2024 para ver se ainda continuará sendo tocado pelo Grupo Red Bull, que pode até decidir vender o time, se ele não apresentar resultados melhores na competição, e para isso, é necessário alguma estabilidade, o que poderia ser a principal razão pela manutenção da dupla de pilotos. Resta esperar que a escuderia produza um carro mais competitivo para oferecer a seus titulares a chance de obter estes resultados que a Red Bull está exigindo...

 

Equipe Andretti marcando passo na Indycar: Mais de uma década já se passou desde que o time de Michael Andretti foi campeão na categoria de monopostos dos Estados Unidos. Desde então, a escuderia tem ficado à sombra das disputas vencidas ou pela Penske ou pela Ganassi, com raros momentos em que conseguiu efetivamente entrar na briga pelo título. E nos últimos anos, o time tem ficado à sombra até mesmo da McLaren, que ficou atrás apenas das duas gigantes, fazendo a Andretti despencar para o meio do grid, e cair mais um pouco na tabela do campeonato. Em 2023, mais uma vez a escuderia ficou fora da briga pelo título. Obteve apenas duas vitórias com seu novo piloto Kyle Kirkwood, e várias pole-positions, que não conseguiu converter em melhores resultados, devido a azares alheios, e erros de seus próprios pilotos, como Romain Grosjean, que nunca mostrou a que veio na escuderia, depois de impressionar na Dale Coye, perdendo portando seu assento na escuderia, que será ocupado por Marcus Ericsson, ex-Ganassi. Quem também brilhou em determinados momentos mas também não conseguiu entregar o que pretendia foi Colton Herta, que se viu batido por estratégias ruins de corrida que não lhe permitiram voar mais alto. Desse modo, o piloto melhor classificado foi Colton Herta, em 10º lugar, com Kirkwood logo atrás, na 11ª colocação, enquanto Grosjean foi o 13º classificado, e Devlin DeFrancesco apenas o 22º colocado. A escuderia deve competir com apenas 3 carros no próximo ano, esperando poder se concentrar melhor em menos carros e produzir melhores resultados na competição.

 

Como está fica na VR46 para 2024 na MotoGP: Enquanto os times satélites da Ducati apresentam mudanças de pilotos para a próxima temporada da MotoGP, pelo menos um deles segue com a atual dupla titular, a VR46, time de Valentino Rossi, que já confirmou que contará novamente com Marco Bezzecchi e Luca Marini em 2024. Bezzecchi já havia sido confirmado no time, que só precisava mesmo se manifestar a respeito da permanência de Marini na escuderia, o que foi feito neste mês de setembro. Enquanto isso, a Pramac dispensou Johaan Zarco, manteve Jorge Martin, e contratou Franco Morbidelli para o próximo ano, enquanto a Gresini só tem Álex Márquez confirmado, mas quase todos apostam que Marc Márquez deixará a Honda para ocupar a outra moto Desmosédici da Gresini para 2024. O time oficial da Ducati também mantém a dupla de pilotos, com o atual campeão mundial, Francesco Bagnaia, e Enea Bastianini, que vem dando um azar tremendo na temporada deste ano, já tendo ficado de fora de mais algumas provas decido à nova queda sofrida na primeira curva da pista de Barcelona, algumas semanas atrás, que ocasionou novos ferimentos, obrigando o piloto a ter de se ausentar novamente da competição, como havia ocorrido nas provas iniciais da temporada, depois de se machucar na etapa de Portimão.

 

 

EM BAIXA:

 

Logan Sargent: O piloto norte-americano caminha a passos rápidos para encerrar sua participação na temporada sem uma renovação de contrato para 2024. Desde o retorno das férias de verão, Logan tem mostrado uma pilotagem bem inconstante, e pior, tem batido além da conta, sendo o mais recente percalço na classificação para o GP do Japão, o que fez com que a Williams tivesse que literalmente construir um novo carro para o piloto, o que certamente consumiu recursos que o time não pode ficar dispendendo com frequência, se quiser evoluir sua performance. Com o posto em jogo, e com alguns pilotos já sendo especulados para o lugar, não é de se estranhar que Sargent esteja sob pressão. A sua sorte é que a Williams não é a Red Bull, que costuma rifar pilotos a torto e a direito, de modo que ele deve terminar a temporada como titular sem maiores problemas, mas que possa esquecer ter outra chance na competição. A Williams avaliou a sua contratação no ano passado apostando em criar um ídolo para os torcedores dos Estados Unidos, já que a Liberty vem tentando popularizar a F-1 no maior mercado consumidor do planeta, mas o critério da escolha do piloto falhou consideravelmente, quando haviam outras opções que poderiam ser melhores para a competição. Sargent tem perdido todas as disputas com Alexander Albon, e com as batidas, coloca definitivamente uma pá de cal em suas pretensões de permanecer na categoria máxima do automobilismo. Sua dispensa já é certa, restando saber apenas quem vai substituí-lo no último cockpit vago para a próxima temporada... Seria um contrassenso para a Williams mantê-lo para o próximo ano, se pretende de fato sair das últimas posições do grid, como vem conseguindo fazer este ano graças a Albon...

 

Equipe Aston Martin: O time sediado em Silverstone começou a temporada 2023 com força total, surpreendendo a concorrência, e colocando-se como segunda força do grid, perdendo apenas para a invicta Red Bull. Tal situação foi obtida em boa parte pela excelente pilotagem de Fernando Alonso, que depois de muito tempo, fez uma aposta certeira, deixando uma claudicante Alpine para se fixar numa promissora escuderia que tem um projeto de vencer a médio prazo. Mas o andar da temporada apresentava o óbvio desafio de saber evoluir e desenvolver o carro, algo no que a competência da Aston Martin seria colocada à prova. E muitos duvidavam da capacidade técnica da escuderia de fazer isso. E eis que os temores se concretizaram, com a queda de performance do time nas últimas corridas, que mesmo com a pilotagem aguerrida do bicampeão espanhol, parou de disputar posições perto do pódio para apenas marcar poucos pontos por corrida, vendo os adversários se mostrarem mais fortes e competentes na evolução de seus carros. E não demorou para Fernando Alonso passar a cobrar o time por trabalhos mais competentes para manter o nível da escuderia, que já está na alça de mira de uma surpreendente evoluída McLaren que pode engolir a posição do time esmeralda no campeonato de construtores, enquanto Alonso já perdeu a 3ª colocação do campeonato para Lewis Hamilton. É verdade que parte dos bons resultados da Aston Martin conquistados este ano só eram esperados para 2024, mas o time precisa aproveitar a temporada atual para mostrar que não basta apenas fazer um bom projeto de carro, mas também saber evoluí-lo ao longo da competição, se quiser de fato bater de frente com os melhores e brigar por vitórias e até pelo título.

 

União Marc Márquez-Honda na MotoGP: um dos casamentos mais vitoriosos da história da motovelocidade parece estar em seus capítulos finais. Hexacampeão pela equipe oficial da Honda na MotoGP, Marc Márquez não consegue disfarçar a frustração de ver, pelo segundo ano consecutivo, não ter um equipamento competitivo para sequer lutar por vitórias como costumava fazer. Muito pelo contrário, forçando cada vez mais o ritmo da moto, a “Formiga Atômica” vem colecionando um número extremamente alto de quedas durante a temporada, já tendo até que se ausentar de algumas corridas para se recuperar dos incidentes de pista. Com a pouca perspectiva de uma melhora por parte da equipe japonesa, cujo protótipo para a moto do próximo ano não deixou o piloto entusiasmado, chegando a classificar como inferior até mesmo à moto de que dispõe atualmente, os rumores de um desfecho prematuro do feliz casamento de uma década entre piloto e escuderia crescem cada vez mais, indicando inclusive que ele pode rumar para a Gresini em 2024, time satélite da rival Ducati, onde voltaria a fazer dupla com seu próprio irmão caçula, Álex Márquez, e voltaria a dispor de uma moto mais competitiva, uma vez que a moto italiana domina a temporada, seja com seu time de fábrica, seja com seus times satélites, como a Pramac ou VR46. A Gresini, por sua vez, não se manifesta sobre quem será o parceiro de Álex na escuderia no próximo ano, ajudando a esquentar os rumores de mudança do hexacampeão, que ainda tem contrato válido para 2024 com a Honda, mas com o time já declarando que não iria se opôr à sua saída, caso fosse o caso. Resta saber se a promessa será cumprida, e de que forma isso se efetivaria, para o mais velho dos irmãos Márquez seguir outro rumo no próximo ano. E um anúncio, que poderia ser feito na próxima corrida, promete colocar mais lenha na fogueira, até porque o próximo GP é no Japão, e em Motegi, pista que pertence à Honda, então...

 

Despedida de Hélio Castro Neves na Indycar: Tetracampeão das 500 Milhas de Indianápolis, Hélio Castro Neves encerrou uma fase em sua carreira, despedindo-se como piloto em tempo integral da Indycar, onde a partir de agora se dedicará apenas a correr a Indy500, em busca de uma inédita quinta vitória na mítica corrida do continente americano. Mas a temporada e principalmente a última corrida de Helinho ficaram a dever bastante. A Meyer Shank já tinha ficado devendo no ano passado, e nesta temporada, decaiu ainda mais, com o piloto brasileiro ficando impossibilitado de obter resultados mais satisfatórios nas corridas. Mas não foi só a má forma da equipe que minou as chances do brasileiro, que também teve um azar além da conta em diversos momentos, para não mencionar que também cometeu vários erros tentando andar mais do que o carro, como em Laguna Seca, onde escapou da pista na classificação, e ainda rodou e atingiu Colton Herta durante a corrida. Protagonista da competição quando defendia a Penske, seu retorno pela Meyer Shank só teve como ponto positivo a quarta vitória na Indy500 em 2021. De lá para cá o piloto não conseguiu nenhum destaque na competição, e certamente, merecia uma despedida mais digna como piloto em tempo integral. Hélio ainda não pendurou o capacete em definitivo, de modo que ainda o veremos por mais algum tempo na Indy500, e em outras provas como o IMSA Weather Tech, mas o melhor de seu tempo nas pistas certamente já passou, e ele tem muito do que se orgulhar de sua longa carreira no automobilismo, ainda que tenha saído por baixo da principal categoria onde competiu nestas últimas duas décadas de participações.

 

Francesco Bagnaia na luta pelo bicampeonato na MotoGP: Campeão na temporada 2022, Francesco “Peco” Bagnaia conseguiu devolver à Ducati a posição de campeã do mundo de pilotos na classe rainha do motociclismo, feito que havia sido realizado apenas uma única vez, com Casey Stoner. E o italiano veio construindo uma temporada bem competente na briga pelo bicampeonato, mesmo cometendo alguns erros evitáveis em algumas provas. Mas, o caldo pode ter engrossado na prova da Catalunha, quando “Peco” acabou atropelado após cair da moto, e por pouco não sofreu ferimentos mais sérios, escapando de perder corridas por motivo de recuperação da condição física. Assim, Bagnaia fez uma contenção de danos na prova de Misano, onde lutou para se manter nas melhores posições mesmo com uma condição física ainda não ideal diante do acidente de Barcelona, mas importante para não deixar sua vantagem na classificação despencar diante dos concorrentes. Mas, na etapa da Índia, ainda sentindo as sequelas do acidente, e em uma pista mais traiçoeira, ele deu azar, inclusive voltando a cair, tendo problemas em controlar sua moto, devido a um problema no equipamento que não lhe permitiu guiar como gostaria. Desculpa válida ou não, o fato é que s dificuldades decorrentes da prova da Catalunha já se traduziram em dois abandonos e boas chances de pontuar perdidas, com um dos rivais, Jorge Martin, se aproximando perigosamente, a ponto de já ter até condições de tomar a liderança no próximo GP, a depender das circunstâncias das corridas do fim de semana, e colocar em risco uma campanha pelo bicampeonato que vinha sendo cumprida, se não com maestria e espetáculo, com muita competência, sendo devidamente encaminhada, até ser colocada em xeque diante dos azares ocorridos nos últimos três GPs. E com oito etapas ainda para o fim do campeonato, a disputa ficou perigosamente aberta e imprevisível, a persistir o azar e a chance de novos erros por parte do atual campeão mundial, que vai ter de trabalhar duro para retomar o controle da situação, antes que ela sofra uma inversão de papéis, com Bagnaia passando á condição de azarão, e não de favorito, como vinha acontecendo. Há tempo para retomar o controle do campeonato, mas nada é certo, e a disputa, antes até meio previsível, agora pode pegar fogo completamente, e sofrer uma reviravolta até inesperada para muitos. Hora de “Peco” mostrar que não foi campeão por acaso, e fortalecer sua condição de atual campeão mundial da classe rainha do motociclismo, se ele puder realmente conseguir cumprir o que é necessário...