sexta-feira, 28 de outubro de 2016

BOMBA NA ENDURANCE


A Audi surpreendeu a todos esta semana comunicando que está deixando o Mundial de Endurance ao fim da atual temporada.

            Faltando duas corridas para encerrar o Mundial de Endurance de 2016, a categoria foi sacudida por uma verdadeira bomba nesta última quarta-feira: a Audi anunciou que está deixando o campeonato de provas de longa duração! O boato já circulava há algumas semanas, indicando que a marca das quatro argolas pularia fora da competição ao fim do ano que vem, mas o que se confirmou foi ainda mais contundente: a Audi está saindo já ao fim deste ano, o que pegou todo mundo de surpresa. Portanto, os fãs terão apenas as 6 Horas de Shanghai, no próximo dia 06 de novembro, e as 6 Horas do Bahrein, no dia 19 de novembro, para verem pela última vez os modelos R18 da marca de Ingolstadt na pista.
            Não há como descrever o baque, especialmente para o Mundial de Endurance, campeonato criado em 2012, e que vinha se consolidando firme como uma grande atração no meio automobilístico, tendo participação oficial de marcas de renome como a Audi, a Toyota, e mais recentemente a Porsche, na divisão principal LMP1. Com a retirada da marca alemã, a classe principal de protótipos no ano que vem será restrita a apenas 3 times: Toyota, Porsche, e a Bykolles, o que dá apenas 5 carros, se mantiverem as formações desta temporada. Este ano, ainda temos a Rebellion na classe LMP1, mas o time já anunciou que na próxima temporada, participará na classe LMP2, os protótipos não-oficiais. Ah, e a saída da Audi é total: a marca não fará participação nem mesmo nas 24 Horas de Le Mans, a mais badalada corrida do campeonato, que sempre costuma contar com participações extras de times e pilotos que não disputam todo o campeonato do WEC. A Audi está puxando o carro mesmo, sem exceções!
            Já vão 18 anos desde que a marca das quatro argolas fez sua estréia oficial numa prova de longa duração, nas 12 Horas de Sebring de 1999, nos Estados Unidos, na American Le Mans Series, com seu modelo R8, que começou a ser desenvolvido dois anos antes. No mesmo ano, eles estreariam em Le Mans, mas o impacto de sua presença seria sentido realmente no ano seguinte, quando o modelo R8, já plenamente desenvolvido, arrebataria sua primeira vitória em Sarthe, pela mãos do trio Frank Biela, Tom Kristensen e Emanuele Pirro. De lá para cá, a Audi praticamente engoliria as 24 Horas de Le Mans, acumulando nada menos do que 13 triunfos na mais famosa corrida de endurance do planeta, até 2014, sendo interrompidos momentaneamente pelo triunfo da Bentley em 2003, e da Peugeot em 2009. O domínio só acabou no ano passado, quando a Porsche, a maior vencedora de Le Mans, voltou ao alto do pódio da prova francesa, repetindo o feito este ano, após uma longa ausência na competição. Paralelo a esse domínio todo, a Audi ainda faturou nada menos do que nove títulos na American Le Mans Series, campeonato de provas de longa duração que existia nos Estados Unidos, entre 2000 e 2008. E, em 2012, com a criação do Mundial de Endurance (WEC), coube à Audi conquistar os dois primeiros campeonatos da categoria que reviveu o Mundial de provas de longa duração que existia antigamente.
Treze vezes vencedora das 24 Horas de Le Mans, nem mesmo a mais famosa e tradicional prova de longa duração do mundo foi poupada: a saída é total e irrestrita da categoria.
            No comunicado, a Audi informa que manterá sua participação no DTM, e voltará sua atenção para a Formula-E, o campeonato de carros de competição monopostos inteiramente elétricos, que prometem ter um grande futuro no desenvolvimento de sua tecnologia. Se levarmos em conta que a Alemanha acaba de baixar uma lei instituindo que até 2030 todos os carros no país serão movidos unicamente a eletricidade, pode-se entender que a tecnologia de carros elétricos certamente é a que mais vai demandar pesquisa, a fim de preparar as fábricas para esta nova era que promete “aposentar” os carros de motor a combustão a gasolina. E isso inclui os motores a diesel, no qual a Audi foi pioneira ao implantar um propulsor turbodiesel nas 24 Horas de Le Mans de 2006. A marca já havia anunciado que pretende estabelecer a Audi ABT, time que atualmente é parceiro da fábrica na F-E, em time oficial da marca, a exemplo do que tem a Jaguar, a Virgin (com a Citroen por trás), e a e.dams (leia-se Renault), com investimentos crescentes na estrutura do time, e no desenvolvimento da tecnologia das unidades de força elétricas.
            O baque também se estende aos seus trios de pilotos. Marcel Fässler, André Lotterer, Benoit Tréluyer, e Oliver Jarvis, até ordem em contrário, terão de procurar novos rumos em 2017 nas competições do mundo do esporte a motor. Lucas Di Grassi e Loic Duval, por outro lado, já tem seus destinos para o próximo ano, ao qual agora poderão dar dedicação ainda mais exclusiva. Lucas é piloto da Audi ABT na F-E, situação partilhada por Duval, que é piloto da equipe Dragon. Mas, ruim mesmo é para o WEC, que ficará com uma disputa bastante reduzida na classe LMP1, entre Porsche e Toyota, já que a Bykolles não tem como acompanhar a performance destes dois times. E se levarmos em conta que a Nissan fracassou vergonhosamente no ano passado como seu projeto para a classe LMP1, e a Peugeot ainda reluta em retornar ao WEC, não há como mensurar a perda que a principal classe de protótipos da categoria irá apresentar. E nem falo do tanto que a F-1 andou namorando a Audi em tempos recentes para que a marca entrasse na categoria máxima do automobilismo, tentando acender uma rivalidade pelo sucesso que a Mercedes vem tendo. Todas as tentativas de conquistar o pessoal de Ingolstadt sempre foram infrutíferas, para frustração de Bernie Ecclestone e Cia. Mas, depois desse anúncio, pode-se imaginar que há males que vem para o bem. Imagine a marca entrando na F-1 para sair logo depois...
A Audi volta seu foco para a F-E. E Lucas Di Grassi é o principal beneficiado, por já competir na equipe Audi ABT, que passará a ser equipe oficial da marca.
            A decisão parece refletir também o baque sofrido recentemente pelo Grupo Volkswagen que foi pego fraudando os dados de desempenho de emissão de poluentes de seus motores nos Estados Unidos, o que valeu ao grupo uma multa bilionária e indenizações a perder de vista a inúmeros compradores de seus carros, além de uma bela arranhada na reputação da marca. Com duas de suas marcas competindo no mesmo campeonato (Audi e Porsche), corporativamente falando, nada mais sensato do que deixar a marca que está ganhando (Porsche) e tirar a que está perdendo (Audi), a fim de gastar menos com a divisão de competições. Esportivamente, entretanto, o Grupo Volkswagen era digno de elogios por permitir o duelo franco entre duas de suas marcas no WEC. Algo como a Alfa Romeu, Maserati ou Lancia duelarem contra a Ferrari na F-1 (mas a direção do Grupo Ferrari já afirmou que não pretende permitir duelos nas pistas entre suas marcas, até ordem em contrário). E, para os inúmeros fãs que a marca de Ingolstadt arregimentou nos últimos anos, ficará uma sensação de vazio e orfandade difícil de ser preenchida.
            A esperança é que o futuro das competições de carros elétricos possa chegar também às provas de longa duração. Já começaram os testes de uma competição GT com carros elétricos também, que estreará no ano que vem, e utilizará modelos Tesla Model S, intitulado Electric GT Championship. Com o campeonato da F-E ganhando mais repercussão e interesse das montadoras a cada dia, nada impede que no futuro os carros elétricos também estejam no WEC, que já utilizava unidades de força híbridas na classe LMP1, assim como na F-1. E quem sabe a Audi volte a esta competição. Afinal, a própria Porsche passou um bom tempo fora, e retornou com toda a sua tradição e carisma, para voltar a vencer, como nos velhos tempos. Nada impede que a Audi faça o mesmo, no futuro.
            Um futuro que parece caminhar cada vez mais firme na direção dos motores elétricos. Quem viver, verá...


Lewis Hamilton fez o que se esperava dele, e venceu com autoridade o Grande Prêmio dos Estados Unidos, em Austin. Largou bem da pole, e não deu chances a ninguém. Só não pode comemorar mais porque Nico Rosberg também fez o que se esperava: chegou em 2° lugar, e continua como o grande favorito para ser campeão de 2016. Daniel Ricciardo até poderia ter complicado as coisas para o alemão da Mercedes, mas uma quebra do carro justamente de Max Verstappen, seu companheiro de equipe, provocou um safety car virtual que acabou com as chances do australiano disputar o 2° lugar com Rosberg. Se Nico terminasse em 3°, ele teria de ser obrigatoriamente o 2° colocado nas três corridas que restam, por isso, sua situação ainda é cômoda no campeonato. E hoje começam os treinos livres aqui no México, com Hamilton novamente no ataque, procurando mais uma vitória. E, pela primeira vez, existe a chance, pequena, mas real, de Rosberg fechar a luta pelo título antecipadamente: basta ele vencer, e Hamilton não marcar pontos. Com isso, ele chegaria a 51 pontos, e restariam apenas 50 em jogo nas etapas do Brasil e Abu Dhabi. Depois da quebra inesperada que sofreu na Malásia, Hamilton não quer nem ouvir falar na possibilidade de não marcar pontos, que no caso de um piloto que dispõe do melhor carro do grid, só poderia acontecer mesmo em caso de um abandono...


Felipe Massa até que vinha disputando uma boa corrida em Austin, mas seu final de prova não foi o esperado. O piloto brasileiro chegou em Carlos Sainz Jr., que vinha fazendo igualmente uma excelente prova com a Toro Rosso, e a lógica apontava que o piloto da Williams deveria passar com alguma facilidade, não? Bem, não foi o que se viu. E, quando vi Fernando Alonso chegando em ambos na disputa na pista, eu já imaginava o desfecho que aquilo tomaria. Ou Felipe passava Sainz, ou seria passado. E não deu outra: numa errada de frenagem, o brasileiro acabou superado por Alonso, e apesar do toque entre ambos, não vi nada de errado na manobra. E o espanhol da McLaren partiu para o ataque ao seu compatriota da Toro Rosso, ultrapassando-o com uma bela manobra logo na última volta, para ganhar a 5ª colocação e ter um de seus melhores desempenhos no ano. Massa, que disputa suas últimas corridas, ainda teve um pneu furado em virtude do toque, mas conseguiu sustentar a 7ª colocação mesmo com uma parada extra nos boxes. E ainda reclamou da manobra de Alonso, posição que também foi defendida por Pat Symonds, diretor técnico da Williams, reclamando que o espanhol deveria ter sido punido pela manobra. Desculpe, Felipe, mas discordo. Alonso guiou com a faca entre os dentes naquela disputa, numa atitude que o brasileiro também deveria ter tido em relação a Carlos Sainz, que em tese dispunha de um carro inferior. E vale ressaltar que Alonso tem um carro tecnicamente inferior à Williams no conjunto total. Se teve alguém que saiu com a imagem arranhada no episódio foi Massa, que vai se despedindo da F-1 de modo que muita gente não sentirá saudades dele, infelizmente. E ponto negativo também para a Williams, que “sugeriu” a Massa esperar que os pneus do carro de Sainz se desgastassem mais para tentar uma ultrapassagem, numa atitude demasiada conservadora, que aliás explica porque o time inglês está andando para trás este ano, ao invés de avançar para a frente...
Felipe Massa fazia uma boa prova, mas não conseguiu passar Carlos Sainz Jr., da Toro Rosso. Aí Fernando Alonso se meteu na briga, e passou ambos. Quem não passa, é passado...


A Williams tinha chance de conseguir voltar a superar a Force India no GP dos EUA, mas tudo continuou na mesma. Se Nico Hulkenberg sofreu um toque na largada e acabou abandonando a corrida, e Sérgio Perez largava bem mais atrás do que o esperado, Valtteri Bottas, que foi justamente quem atingiu Hulkenberg em um toque conjunto com Sebastian Vettel, também virou uma nulidade na corrida a partir dali. O finlandês teve um pneu furado, se arrastou pela pista até chegar ao box, e andou quase sempre lá atrás. O ritmo de Bottas estava tão ruim que no final da corrida, ele ainda foi superado por Felipe Nasr, que não tem um carro propriamente competitivo. Como Perez conseguiu se recuperar de sua péssima posição de largada e pontuou, somado às duas posições potenciais perdidas por Felipe Massa no duelo com Carlos Sainz Jr. e Fernando Alonso, eis que a Force India segue na frente de sua rival direta no campeonato de construtores.


Que Max Verstappen é um grande talento, ninguém duvida. Mas que o jovem holandês também é cabeçudo e prepotente, menos gente duvida ainda. E Helmut Marko, que promoveu sua ascenção à Red Bull no meio desta temporada, começa a ver que é preciso dar umas palmadas no garoto atrevido e bajulado que ajudou a criar. O dirigente viu o time da Red Bull receber uma resposta atravessada de Max quando lhe pediram que conservasse melhor seus pneus, ao dizer que “não estava ali para terminar em quarto lugar”. Depois, Max ainda parou nos boxes de surpresa, ao fazer uma avaliação equivocada de que seria sua hora de parar, o que bagunçou a estratégia do time. Sensação da temporada, o sucesso subiu rápido à cabeça de Max, que certamente é talvez o maior fenômeno surgido na categoria nos últimos tempos, mas que não sabe tudo o que pensa saber. Saber conservar o equipamento não é o mesmo que ser conservador na pista. Dá para ser rápido sem desgastar o carro, e para isso é preciso aprimorar detalhes na pilotagem do carro. Basta ver como Daniel Ricciardo subiu novamente ao pódio em Austin, sabendo como conduzir seu carro, e sem ser necessariamente lento. Mas é bom Marko ver que pode ter criado um monstro na Red Bull, e agora ele que se vire com Verstappen, que tem conseguido muitos fãs com sua postura agressiva e arrojada, mas que precisa ser um pouco mais comedido em algumas de suas atitudes...

terça-feira, 25 de outubro de 2016

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - OUTUBRO DE 2016



            Estamos iniciando a reta final do ano de 2016. O mês de outubro está indo embora, e mais alguma categorias já encerraram o seu ano, enquanto outras seguem firmes para suas últimas etapas, por todo o universo do esporte a motor. E é novamente chegada a hora de trazer o habitual balanço dos acontecimentos vividos pelo mundo da velocidade nestas últimas semanas, com mais uma edição da Cotação Automobilística, fazendo a sua tradicional avaliação de vários aspectos do panorama deste mês de outubro que estamos deixando para trás, no mundo da alta velocidade, no esquema conhecido de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, uma boa leitura para todos, e no mês que vem tem mais...



EM ALTA:

Nico Rosberg: O piloto alemão da equipe Mercedes tem a faca e o queijo nas mãos. Depois da quebra de motor de Lewis Hamilton na Malásia, Rosberg aproveitou uma vacilada do parceiro no Japão e conseguiu abrir 33 pontos de vantagem na classificação. É verdade que, com a vitória de Hamilton nos Estados Unidos, a dianteira baixou para 26 pontos, mas faltando 3 corridas para o fim do campeonato, Nico só perde o título se ele quiser, ou se um desastre completo acontecer com o piloto. Bastam apenas dois segundos lugares e um terceiro para liquidar a fatura e correr para levantar o caneco. Mas, com o carro que tem nas mãos, isso é mais do que viável, e terminar as corridas restantes em 2° lugar não é nada complicado, mesmo com a Red Bull andando mais próxima das últimas corridas. Como ninguém sabe se a Mercedes manterá sua força com as novas regras técnicas em 2017, a chance de Nico ser campeão pode ser agora, ou nunca mais. E ele parece que não vai deixar a oportunidade escapar...

Marc Márquez: A “Formiga Atômica” conquistou o tricampeonato com uma exibição impecável em Motegi, justamente na terra da Honda, sua equipe na classe rainha do motociclismo. Marc não se intimidou com a pole de Valentino Rossi, e partiu para assumir a liderança da corrida nipônica logo nas voltas finais. E seu trabalho ainda acabou facilitado pelas quedas de seus únicos rivais ainda com chances de chegar ao título, adiantando uma conquista que estava mais próxima a cada dia. Mas Márquez foi o melhor piloto do campeonato. Com uma moto indócil nas mãos, teve de adaptar-se ao comportamento da RCV e usar de seu imenso talento para conquistar os resultados possíveis em cada etapa. E, dosando seu arrojo e ímpeto, soube garantir pontuações em todas as etapas até Motegi, enquanto seus rivais não conseguiam manter a mesma constância e regularidade, e ao mesmo tempo sem deixar de ser veloz, conquistando vitórias importantes, como em Aragão, quando a dupla da Yamaha já tencionava erodir ainda mais sua vantagem na classificação. Márquez desde já é o piloto a ser batido na MotoGP em 2017. Os rivais que se preparem...

Josef Newgarden: O piloto norte-americano, que foi um dos destaques da temporada na Indy Racing League, foi anunciado oficialmente como piloto da Penske para a próxima temporada, ocupando a vaga que era de Juan Pablo Montoya. Com isso, Roger Penske garante para si um dos times mais fortes de todo o grid da categoria, que nesta temporada já fez 1-2-3 na competição, e não por acaso, Newgarden foi justamente o 4° colocado, competindo pelo time de Ed Carpenter, uma escuderia média, mas que conseguiu dar um carro suficientemente bom para Josef brilhar na maioria das etapas do calendário. Agora na Penske, Newgarden terá tudo para ser em definitivo uma das estrelas maiores da competição, a exemplo de Simon Pagenaud, que há dois anos atrás também brilhava em um time médio, e foi contratado por Roger para reforçar o seu time. Will Power e Hélio Castro Neves, além do próprio Pagenaud, que se preparem para a chegada de seu novo companheiro de equipe, que irá buscar o seu lugar ao sol com todo o seu talento.

Lance Stroll: O piloto canadense da equipe Prema Powerteam conquistou o título da F-3 Européia com todos os méritos. Venceu nada menos do que 14 corridas de um campeonato de 30 etapas, conquistando nada menos do que 507 pontos, e deixando na poeira o alemão  Maximilian Günther, seu companheiro de equipe, que marcou 322 pontos, e venceu “apenas” 4 corridas no ano. Além de tudo, o jovem piloto está em vias de ser confirmado oficialmente como piloto da equipe Williams para estrear na F-1 na próxima temporada. Stroll fechou o campeonato com chave de ouro, vencendo as 3 corridas da rodada final do campeonato, em Hockenhein, na Alemanha. O garoto tem tudo para querer chegar chegando na categoria máxima do automobilismo, a exemplo de Max Verstappen, e pelo que mostrou na F-3, tem boas condições de cumprir o que promete. Resta a Williams ter um carro decente no próximo ano, ao contrário do que vem demonstrando neste, onde está longe de empolgar...

Sébastien Buemi: O atual campeão da F-E iniciou o novo campeonato da categoria com o pé direito... no acelerador. O piloto suíço da equipe e.dams mostrou porque é o atual campeão, e seu time, o melhor da competição, e soube superar os rivais na pista de Hong Kong para obter sua primeira vitória na condição de campeão da categoria dos carros de competição monopostos elétricos, e mostrando que é o piloto a ser batido na luta pelo título, largando na frente na disputa pelo título da terceira temporada da categoria. E tudo indica que deveremos assistir a um repeteco do duelo do suíço com o brasileiro Lucas Di Grassi, que também fez uma bela corrida e chegou em 2° lugar, mostrando que Buemi não vai se livrar dele assim tão fácil.



NA MESMA:

Toro Rosso mantém sua dupla de pilotos para 2017: Quando muitos indícios apontavam para uma dupla nova de pilotos no time “B” dos energéticos, eis que a Toro Rosso anunciou em Austin a manutenção de sua atual dupla de titulares para a próxima temporada. Carlos Sainz Jr. e Daniil Kvyat seguem firme na escuderia, onde terão mais uma temporada para mostrar o seu valor. Muitos davam Kvyat como piloto a pé no time para 2017, mas o russo vem mostrando nas últimas corridas ter recuperado o ímpeto e a capacidade de duelar na pista. Por outro lado, é bem verdade que tanto Sainz quanto Kvyat estavam em negociações com outros times, em tese mais competitivos que a equipe sediada em Faenza. Sainz era especulado na Renault, e as negociações teriam sido barradas por Helmut Marko, exercendo a opção do time para mantê-lo em “casa”. Já Kvyat era um nome que estava sendo veiculado como possível na Force India até, e pelo menos motivo de Sainz, também teria tido a negociação vetada. A julgar pelo tratamento por vezes brutal que Marko dá aos pilotos do time “B” da Red Bull, fico pensando se não teria sido melhor para ambos saírem para outras paragens. Talvez não menos duras, mas para dar uma banana a Marko, que vez por outra, mereceria ter de engolir alguns sapos para aprender a ser mais sociável...

Equipe NexTev na F-E: O time China Racing, campeão na primeira temporada da categoria de carros monopostos elétricos com Nelsinho Piquet, pareceu dar uma boa melhorara no início da nova temporada da categoria, nas ruas de Hong Kong, tanto que Piquet fez a pole, e seu companheiro Oliver Turvey foi o 2/ no grid. Na corrida, porém, alguns imprevistos acabaram fazendo ambos os pilotos caírem para o meio do pelotão. Turvey finalizou a corrida em 8°, e conseguiu marcar alguns pontos. Já Nelsinho teve de praticamente frear seu carro para evitar uma colisão, e com isso perdeu tempo precioso, e o momento mais oportuno de ir aos boxes, caindo para a segunda metade do pelotão, e terminando a corrida em 11°, sem marcar pontos. Depois da temporada tenebrosa que tiveram entre 2015/2016, é um alento ver que o carro mostra um desempenho melhor. Porém, será preciso caprichar mais um pouco se quiserem voltar efetivamente a disputar as primeiras colocações das corridas. Especialmente porque os concorrentes ainda parecem ter um desempenho melhor, que precisa ser igualado pelo time.

Tony Kanaan firme na Ganassi: O que muitos esperavam foi confirmado oficialmente no início de outubro, e o brasileiro Tony Kanaan parte para mais uma temporada na equipe de Chip Ganassi, contando com o apoio da NTT Data, patrocinador principal de seu carro. Será a quarta temporada do baiano no time, onde só conquistou uma vitória, justamente em seu ano de estréia na escuderia, tendo passado as duas últimas temporadas sem conseguir vencer. Neste ano, o time não esteve tão bem, e Tony terminou o ano logo atrás de seu companheiro de time Scott Dixon, e bem à frente de Charlie Kimball. Será também a 20ª temporada de Tony nas categorias Indy, tendo estreado em 1998 na F-Indy original, pela equipe Tasman. Tony foi campeão em 2004, competindo pelo time de Michael Andretti, na Indy Racing League. E garante que quer mais vitórias no seu currículo.

Nico Hulkenberg: O piloto alemão da Force India viu mais um GP promissor ir pelo rali logo na largada, em consequência de toques sofridos por outros pilotos. Com isso, viu seu companheiro de equipe Sérgio Perez marcar mais pontos e distanciar-se ainda mais no campeonato. O consolo é que Hulkenberg assinou com o time da Renault para a próxima temporada, e se a fábrica francesa conseguir desenvolver um bom carro para o próximo ano, pode ser a chance de Nico finalmente desencantar na F-1, onde estreou em 2010, e sempre foi bem cotado como um piloto de talento e de futuro, mas que nunca teve chance de pilotar para um time de ponta. Pelo menos em termos de unidade de potência, a Renault já conseguiu notáveis progressos este ano. Só mesmo com relação ao carro, herdado da finada Lotus paraguaia (a original findou-se em 1994, não esqueçam), não dava para fazer milagres, como vem comprovando Kevin Magnussem e Jolyon Palmer. Resta esperar que Hulkenberg finalmente desencante de vez na F-1.

Jorge Lorenzo: O piloto espanhol pretendia despedir-se da Yamaha com pelo menos mais um título, mas infelizmente, nada deu muito certo na atual temporada da MotoGP, e para minimizar os prejuízos, passou a ter o objetivo de pelo menos ser o vice-campeão da temporada. O problema é que Valentino Rossi está sendo uma pedra na sapatilha do tricampeão, que está ficando para trás na pontuação do campeonato, quase a pontuação de uma vitória atrás do “Doutor”, e com duas corridas para o final da temporada, muito provavelmente terá de se contentar em ser o 3° colocado, e deixar o time dos três diapasões à sombra de Rossi, com quem passou a não ter uma convivência amigável nos últimos tempos. Lorenzo não conseguiu nem mesmo aproveitar a queda de Valentino na prova do Japão, uma vez que ele também caiu e abandonou a corrida, já próximo do seu final, ajudando a entregar de bandeja o título da temporada para seu compatriota Marc Márquez. Melhor sorte na Ducati para 2017, Jorge...



EM BAIXA:

Grande Prêmio da Malásia de F-1: Presente no calendário da categoria máxima do automobilismo desde 1999, a corrida realizada em Sepang, próxima à capital Kuala Lumpur, teve este ano o seu menor público de que há memória, a ponto de motivar o diretor-executivo do circuito de Sepang, Datuk Ahmad Razlan, a afirmar que o GP de F-1 não está dando mais o retorno de antes, e que muito possivelmente, o contrato de realização da corrida, válido até 2018, não deverá ser renovado. Entre as razões, ele apontou o domínio da equipe Mercedes, que vem monopolizando o campeonato nos últimos 3 anos, e olhe que nestes dois últimos campeonatos, Ferrari e Red Bull venceram na pista malaia, o que foi um bônus para os torcedores presentes na pista. Mas nem isso parece ter garantido o ânimo para se continuar com a F-1, que passou a ser um produto caro, e de pouco retorno, ao contrário da MotoGP, que apresenta resultados muito melhores, e é bem mais barata. Depois dos turcos, indianos e sul-coreanos, é mais um GP que está prestes a pular fora do campeonato. Resta esperar que as novas regras técnicas em 2017 devolvam uma maior competitividade à F-1. Do contrário, os malaios irão preferir outras categorias em seu quintal. Ah, e a opinião de Razlan ainda é endossado pelo ministro dos esportes da Malásia, já que é praticamente o governo quem banca a corrida...

Dani Pedrosa: O piloto da equipe oficial da Honda na MotoGP vinha tendo mais um ano na sombra de Marc Márquez, e quando conseguiu engatar uma vitória contundente na etapa de San Marino, eis que no Japão ele sofre um acidente pra lá de feio, e infelizmente ganha algumas fraturas que exigiram tratamento cirúrgico para correção, e com isso, acaba ficando fora das etapas finais da competição, sendo superado na classificação por Maverick Viñales, da Suzuki, e com Carl Cruchtlow se aproximando perigosamente, com vias a superá-lo nas 2 corridas que faltam para encerrar o ano. E ainda vendo o companheiro ser tricampeão da categoria. Pedrosa precisa mesmo é se benzer, e torcer para ter anos melhores nas duas próximas temporadas que tem garantidas como piloto da equipe Honda na classe rainha do motociclismo...

Ferrari: O time de Maranello continua tentando desenvolver o modelo de 2016, muitos dizem, numa tentativa de reverter sua desvantagem e superar pelo menos a Red Bull no campeonato. Mas o tiro vem saindo pela culatra. Com estratégias ruins, a equipe rossa não conseguiu fazer com que Sebastian Vettel tivesse um desempenho melhor que a Red Bull no Japão, e a derrota se viu novamente em Austin, no Texas, onde ainda tiveram o desprazer de fazer um pit stop ruinoso que obrigou Kimi Raikkonem a abandonar a corrida por uma porca mal apertada que gerou uma multa ao time. Para piorar, ainda tiveram que ver Verstappen e Ricciardo nos pódios de Suzuka e Austin, e a diferença da Red Bull aumentando cada vez mais para o time vermelho. Já são 53 pontos de diferença no Mundial de Construtores, e nada indica que isso será revertido. No campeonato de pilotos, Max Verstappen vem no encalço da dupla ferrarista, enquanto Ricciardo já sumiu no horizonte da classificação.

Divergências entre Bernie Ecclestone e o Grupo Liberty Media: O novo grupo proprietário da F-1, o Liberty Media, só assume as rédeas da categoria máxima do automobilismo em 2017, mas parece já estar criando alguns atritos com o atual staff dirigente da competição, em especial Bernie Ecclestone, que estaria garantido por mais 3 anos à frente da organização da competição, comandando a FOM. Só que alguma declarações recentes apontam que Bernie poderia sair até antes, alguns dizem, talvez até mesmo ao fim da atual temporada. Os motivos seriam visões opostas de como conduzir a F-1, que na opinião dos novos donos, tem muito potencial a ser explorado, e estaria sendo desperdiçado com a gestão conduzida por Ecclestone. Nas últimas semanas, ambas as partes parecem ter acendido o cachimbo da paz, tanto que não se ouve mais as notícias do burburinho existente entre ambos. Se é verdade que a F-1 precisa se reinventar para continuar viável, por outro lado também não dá para mudar as coisas da noite para o dia, sob o risco de afundar ainda mais a F-1 com novas idéias que precisam primeiro ser estudadas para serem implantadas de forma correta e que gerem efeitos positivos. E, de seu lado, ninguém conhece melhor a F-1 do que Ecclestone, e desmerecer sua opinião sobre a realidade e de como as coisas se conduzem seria igualmente errado. Vejamos o que acontecerá a seguir nesta queda de braços que se avizinha...

Dupla de pilotos da Renault: Que o ano seria de transição, todo mundo já saia, e que os resultados não seriam lá essas coisas. Mas Kevin Magnussem e Jolyon Palmer infelizmente não conseguiram produzir nada de positivo com o carro que receberam da Renault em seu retorno como equipe oficial na temporada deste ano. Ia ter de sobrar para alguém, e tudo indica que sobrou mesmo para ambos. Magnussem, depois de ficar na geladeira na McLaren, acabou entregando os pontos e admitindo que não soube jogar com as cartas que lhe foram dadas no “baralho” da F-1, e já cogita até vir para a Indy tentar melhor sorte. Palmer, por sua vez, parece não ter a mesma sorte, e será mais um nome a engrossar a lista de desempregados da categoria máxima do automobilismo em 2017, destino que inclusive impediu que seu pai, Jonathan Palmer, também tivesse maior duração, há décadas atrás, quando competiu pela Tyrrel, e acabou rifado para a temporada de 1990 para dar lugar a... Satoru Nakajima? Definitivamente, a dupla terá de procurar novos ares em 2017...