quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - DEZEMBRO DE 2014



            Hora de encerrar 2014, e para a última postagem deste ano, trago a Cotação Automobilística em hora extra, até porque teve alguns acontecimentos que merecem ser devidamente avalizados e classificados no mundo da velocidade neste último mês do ano. Boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a Cotação Automobilística agora dá uma pausa, com a próxima edição desta sessão vindo apenas no final do mês de fevereiro de 2015, quando estaremos já próximos do início dos campeonatos automobilísticos do próximo ano.



EM ALTA:

Rubens Barrichello: Depois de mais de 20 anos de disputa de campeonatos mundiais pelo mundo agora, o recordista de participações em corridas na F-1 voltou a sentir o gosto de ganhar um campeonato. Em sua segunda temporada completa disputando a Stock Car nacional, Rubinho chegou ao título da competição, terminando o ano com 2 vitórias no campeonato, a primeira delas na prova mais prestigiada do certame, a Corrida do Milhão. A comemoração do piloto foi feita com a presença da família, e os dois filhos do piloto acompanharam cada momento. Barrichello está de bem com a vida, e se não chegou a ser campeão na F-1, paciência. E o título da Stock lava a alma do piloto mais controverso que já tivemos no automobilismo mundial, o que comprova que ele sempre foi um bom piloto. Não foi excepcional, mas foi um bom piloto. Infelizmente, para uma grande parte da torcida, acostumada com os feitos de Émerson, Piquet e Senna, ser bom nunca seria suficiente...

Lucas Di Grassi: O piloto brasileiro vem tendo um desempenho consistente no campeonato de carros elétricos, a Fórmula E. Com 3 corridas disputadas, Lucas acumula uma vitória, um segundo e um terceiro lugares, e lidera o campeonato da categoria, que tem tudo para se firmar como uma categoria viável e de prestígio. Enquanto nossos outros pilotos no certame acumulam altos e baixos, Di Grassi vem combinando prudência com arrojo, escapando de problemas durante as corridas e maximizando as possibilidades de bons resultados. Mas ainda é cedo para afirmar que o brasileiro é favorito disparado ao título: a competição vem mostrando alguns bons pegas, e os resultados têm sido bem variados em termos de performance para vários pilotos, e que é preciso ficar atento para evitar cair em armadilhas que surjam pelo caminho.

Jenson Button: O campeão de 2009 foi o vencedor da disputa para ser o companheiro de Fernando Alonso na McLaren em 2015. Depois de ter sido criticado publicamente por Ron Dennis, e ver sua carreira na F-1 ser quase dada por encerrada, Jenson deu a volta por cima e fará mais um campeonato no próximo ano, o qual deverá muito provavelmente ser o último mesmo de sua carreira na categoria. Button fez várias corridas com performances acima do esperado para o fraco carro do time deste ano, mas mesmo assim parecia estar em desvantagem na disputa pela vaga com Kevin Magnussem, que era um piloto muito mais barato, e teoricamente com potencial comercial maior. Tudo indica que Ron Dennis perdeu a parada para manter Magnussem, que ficará como terceiro piloto e reserva da escuderia em 2015. E Button, que já trabalhou com os japoneses de 2004 a 2008, terá boa experiência para contribuir no desenvolvimento do novo motor turbo japonês, que estréia no próximo ano, e quem sabe, ter uma despedida decente da categoria, se for mesmo seu último ano.

Toyota campeã no WEC: Quem espera sempre alcança, e pelo menos no Mundial de Endurance, a Toyota enfim viu seus esforços serem correspondidos, o que nunca aconteceu em quase uma década de competição na F-1. O time japonês já havia conquistado o título de pilotos do campeonato quando chegou para a prova final em Interlagos, aqui no Brasil, mas faltava coroar a conquista com o título de construtores, e o troféu foi garantido no autódromo da capital paulista. Depois de uma excelente estréia em 2012, a escuderia nipônica levou um baile da Audi no campeonato do ano passado, mas conseguiu dar a volta por cima nesta temporada, com um desempenho muito melhor e sem tantos altos e baixos. Mesmo assim, ainda há uma meta a ser cumprida pelos japoneses: vencer as 24 Horas de Le Mans, o que não foi possível nesta temporada, por problemas surgidos em seus carros na mais tradicional corrida de longa duração do mundo. E, claro, repetir a conquista do título da competição em 2015...

Porshe: o time alemão voltou às competições de protótipos depois de uma longa ausência, e todo mundo esperava por boas disputas neste campeonato. Com um início meio conservador, os carros da escuderia foram evoluindo sua performance ao longo da temporada, começando por deixar os até então imbatíveis Audi na saudade nas provas finais. E os esforços foram coroados com a vitória na etapa final, em Interlagos, marcando a primeira vitória de um protótipo da marca em mais de 15 anos. O objetivo agora é desbancar os japoneses da Toyota, que foram campeões neste ano, e mostrar que a Porshe não voltou às competições de longa duração apenas para fazer figuração. E com a autoridade de quem tem nada menos do que 16 vitórias nas 24 Horas de Le Mans, é bom levar o aviso dos alemães bem a sério...



NA MESMA:

Calendário da F-1 2015: O calendário da categoria máxima do automobilismo terá 20 corridas no próximo ano. Além de todas as etapas que tivemos este ano, a novidade será a volta do GP do México, disputado pela última vez em 1992. Mas ainda não será desta vez que teremos o "famoso" GP de Nova Jérsey, que Bernie Ecclestone tanto queria emplacar. Chegaram a divulgar um calendário constando a etapa da Coréia do Sul, que foi uma imbecilidade por parte da entidade, com justificativa ridícula de tentarem prevenir um processo, esquecendo totalmente da logística da situação, com uma semana de diferença para a etapa da Espanha. Não precisava deste tipo de jogada na divulgação do calendário do ano que vem.

Situação da equipe Caterham: O time verde que estreou em 2010 na F-1 com o nome de Lotus e que pertencia a Tony Fernandes conseguiu disputar a última corrida do campeonato de 2014, em Abu Dhabi, graças a uma vaquinha virtual onde arrecadou o valor necessário para disputar a etapa final da competição. Mas o time, na prática, acabou, mas parece que ainda meio que não se deram conta, pois estão com a inscrição feita para o campeonato do ano que vem (a ser confirmada, é verdade). Depois de todos os rolos enfrentados durante este campeonato, seja lá quem estiver comandando o que sobrou da escuderia, deveriam pelo menos assumir que a vaca já foi para o brejo e fechar o time em definitivo, como fez a Marussia, que até ainda tentou ver se conseguiria continuar competindo, mas vendo que não teria mesmo jeito, jogaram a toalha e venderam tudo o que tinham para tentar pagar as dívidas pendentes, que não eram poucas. A rigor, só mesmo um milagre para o time continuar existindo, mas mesmo que isso venha a ocorrer, a escuderia já estará destinada a apenas fazer figuração, pois nem carro novo terá condição de apresentar. Eles deviam cair na real e fechar logo de uma vez. Escuderias mais estruturadas e respeitadas já tiveram essa decência em outros tempos na categoria...

Michael Schumacher: Após praticamente um ano desde que sofreu o acidente em que bateu a cabeça com violência em uma pedra em uma estação de esqui na França, o estado de saúde do heptacampeão de F-1 ainda é nebuloso e cheio de mistérios. A família do piloto continua extremamente reservada, e divulgando pouquíssimas informações de seu real estado, que até agora seria de uma luta difícil para restaurar um mínimo de normalidade da vida de uma pessoa. Schumacher não estaria conseguindo falar, nem conseguiria fazer nada por si só. Tudo indica que as condições de recuperação do ex-piloto continuam evoluindo de forma extremamente lenta. Se há real possibilidade de melhoras a ponto de voltar a ter uma vida normal, em que no mínimo não dependa da outras pessoas para fazer tudo, talvez nunca se saiba a público. Mas continua a ser um desfecho triste e inglório para o maior piloto que a F-1 já teve em sua história.

Bernie Ecclestone: Quem achava que seria dessa vez que iria se livrar do octogenário mandatário da FOM, e por tabela, da F-1, quebrou a cara. Bernie conseguiu se safar do processo que sofria por suborno na justiça alemã, e ainda foi reconfirmado pela CVC, acionista principal da categoria-mor do automobilismo mundial, como principal diretor executivo. O ponto positivo é que Bernie conhece a F-1 como poucos; o ponto negativo é que ele tem idéias ultrapassadas sobre vários aspectos que precisariam ser modernizados, e não arreda pé de seus pontos de vista, a não ser que o barco esteja na iminência de afundar, o que infelizmente a F-1 ainda não dá mostras de sofrer. O perigo é que quando isso ocorrer, poderá ser tarde demais para salvar a situação...

Devoção a Ayrton Senna: Mesmo 20 anos depois de sua morte, a devoção ao tricampeão continua em alta, e a TV Globo parece que não consegue deixar de fazer apologia ao "supercampeão" que o brasileiro foi. E já estão fazendo, de maneira sutil, até comparação com o fato de Felipe Nasr resolver adotar o número 12 em 2015, ao invés do 40 adotado este ano quando treinou com a Williams, como se isso fosse operar milagres no primeiro ano de Felipe como piloto titular na categoria. Devagar com o andor, pessoal, ou o mais novo brasileiro no circo vai ser o mais próximo candidato a ser "queimado" aos olhos do torcedor brasileiro. Nasr terá um ano complicado, e se a Sauber conseguir pontuar regularmente, já será um bom resultado, mais do que isso já será pedir demais. Mas será que a torcida, sempre incentivada pela Globo na busca de um novo fenômeno das pistas, vai deixar? A conferir na próxima temporada...



EM BAIXA:

Nazareth Speedway: Não é só no Brasil que circuitos de corridas acabam sendo abandonados e destruídos. Nos Estados Unidos, o circuito oval de uma milha da cidade de Nazareth está largado, literalmente, com o mato cobrindo até mesmo trechos da pista que viu a última vitória de Émerson Fittipaldi na finada Fórmula Indy, em 1995. A pista pertencia a Roger Penske, mas ele a vendeu há vários anos atrás. Depois que perdeu as corridas da F-Indy, o circuito ainda sediou algumas etapas da Indy Racing League até 2004. Em seguida, a pista começou a ser desativada, e hoje está literalmente em ruínas. Segundo consta, a família Andretti, que reside em Nazareth, teria tentado comprar o circuito com o intuito de reativá-lo, mas os atuais donos, que estariam ligados à Nascar, teriam interrompido as negociações tão logo souberam das intenções dos Andretti de tentar reativar a pista. Verdade ou não, o fato é que a Nascar há tempos tenta garantir sua hegemonia no interesse do americano por velocidade, e não vê exatamente com bons olhos as tentativas da IRL de se fortalecer, pois iria competir com seu público. Seja lá como for, enquanto essa queda de braço não se resolve, e sejam lá quais os motivos para as negociações não avançarem, o que restou da pista vai se deteriorando ainda mais, aumentando as dificuldades de uma possível reativação do autódromo, pela necessidade cada vez maior de reformas gerais em todos os aspectos.

Crise financeira na F-1: O campeonato de 2014 terminou, mas agora começou a corrida rumo a 2015, e as equipes continuam com suas dificuldades de obtenção de patrocínio. A Lotus é mais um time que está na berlinda, tendo perdido pelo menos 4 patrocínios de vulto com o encerramento da competição deste ano. Os petrodólares de Pastor Maldonado continuam firmes, sabe-se lá até quando, com a crise econômica da Venezuela começando a balançar cada vez mais as finanças da PDVSA, para não mencionar que a péssima tempoorada diminuiu ainda mais os repasses da FOM ao time. A única esperança é fazer um campeonato melhor em 2015, mas o problema será conseguir produzir um carro competitivo para o próximo ano. O modelo de 2014 claramente não foi competitivo, e não foi problema apenas da falta de potência do motor Renault...

Marussia: O time que adentrou a F-1 em 2010 com o nome de Virgin, que era inicialmente Manor, e depois mudou para a atual denominação, entregou os pontos definitivamente e fechou as portas. Todo o acervo da escuderia está sendo vendido inclusive indo a leilão na internet para tentar pagar as dívidas pendentes. Até a sede já foi vendida, e quem aproveitou a oportunidade foi Gene Hass, dono do novo time que está se preparando para estrear na F-1 em 2016, que comprou as instalações do time na Inglaterra para ter uma sede de operações na Europa, a fim de facilitar suas atividades. Com isso, Max Chilton ficou sem carro para o próximo ano, e o coitado do piloto Jules Bianchi continua internado em estado grave, mas agora em um hospital na França, mais próximo da família. Ao menos assumiram que a situação chegou ao fim da linha e não tentaram disfarçar as dificuldades, ao contrário da Caterham, que ainda acredita que poderá voltar à pista em 2015...

Troca-troca na Ferrari: O time de Maranello continua reestruturando a escuderia de F-1 para a próxima temporada. Quem dançou agora no time foram o projetista Nikolas Tombazis, e o diretor Pat Fry. Tombazis havia sido o principal nome por trás nos projetos dos últimos carros da escuderia para o mundial de F-1, e portanto, a demissão até que demorou. Outro que acabou dispensado pela escuderia foi o responsável pela área de análise de performance do pneus, Hirohide Hamashima. Luca Marmorini, responsável pela área de motores, foi outro que foi para o olho da rua. Sobrou até mesmo para Pedro de La Rosa, que era piloto de testes da escuderia no simulador: o espanhol foi substituído por Steban Gutiérrez e Jean-Éric Vergne, que assumirão as funções. E até Marco Mattiacci acabou dispensado, o que muitos consideraram um exagero, pois ele nem teve tempo de mostrar o seu trabalho devidamente à frente da escuderia. Em seu lugar entrou Maurizio Arrivabene. Veremos o que toda esta sacudida vai produzir nas performances do time italiano em 2015...

Pontuação dobrada na última corrida do campeonato da F-1: Um pouco de bom senso ainda parece existir na cartolagem da F-1, e a regra totalmente sem nexo da pontuação dobrada aplicada este ano na última corrida do campeonato, em Abu Dhabi, não será utilizada em 2015. Ninguém gostou da regra, nem pilotos, nem escuderias, e muito menos o público. Mesmo assim, ainda teimaram em aplicar a norma na corrida de encerramento deste ano. E que não volte mais, pois não havia justificativa nenhuma que explicasse esta pontuação em dobro, que poderia muito bem ter produzido grandes injustiças na decisão do título, dependendo das circunstâncias. Felizmente a F-1 não precisou dessa bizarrice para definir o campeonato...


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

ARQUIVO PISTA & BOX - ABRIL DE 1997 - 04.04.1997



            Trazendo novamente uma de minhas antigas colunas, esta foi lançada no dia 04 de abril de 1997, após a disputa do Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos, que naquela época era uma das primeiras corridas do calendário. A vitória tinha sido de Jacques Villeneuve, e a disputa que se viu no autódromo paulistano já antevia que o campeonato teria mais disputa e equilíbrio do que no ano anterior, o que acabou se comprovando em parte. No mais, algumas notas rápidas sobre outros acontecimentos na Fórmula 1 e na Fórmula Indy. Uma boa leitura a todos, e em breve tem mais...



COMPETITIVIDADE!

            O Grande Prêmio do Brasil de F-1, disputado no último domingo, viu a vitória do grande favorito no campeonato deste ano, o canadense Jacques Villeneuve. O filho de Gilles fez a pole e liderou a corrida quase de ponta a ponta. Então o campeonato está destinado, mais uma vez, a um piloto da equipe Williams, tal como em 1996? Poderia até ser, mas a prova de Interlagos desmente. Teremos muita disputa mesmo neste ano.
            Alguns meios de comunicação, na reportagem para a corrida, alardearam que Villeneuve “passeou” em Interlagos. Não foi bem assim. Gerhard Berger, da Benetton, perpetrou uma perseguição implacável ao piloto da Williams nas voltas finais da prova, terminando a corrida a meros 4s do vencedor. Margem de segurança do piloto canadense? Nem tanto: várias voltas antes, quando ambos terminaram seus respectivos pit stops finais, a vantagem de Villeneuve era de cerca de 15s. E nas voltas finais, dava para perceber o esforço do piloto da Williams em tentar manter o ritmo veloz, ao passo que o austríaco da Benetton se aproximava perigosamente volta a volta.
            Na terceira colocação da corrida, a surpresa do dia: Olivier Panis, da nova equipe Prost (ex-Ligier) subiu ao pódio depois de uma corrida impecável, mostrando a evolução da escuderia francesa. Mas mais do que isso, deu à Bridgestone, em seu segundo GP, um pódio para a fabricante japonesa de pneus, cujos compostos mostraram superioridade incontestável em Interlagos, superando amplamente a performance dos pneus Goodyear.
            O melhor de tudo é que a F-1 parece estar recuperando sua competitividade. E os treinos classificatórios confirmaram isso. Da pole de Jacques Villeneuve ao último colocado no grid da prova brasileira, Mika Salo, a diferença foi de apenas 3s27. Em outras palavras, foi o grid mais apertado de que se tem notícia dos últimos tempos. Isso sem falar que Mika Salo teve problemas na classificação, do contrário, a diferença poderia ter sido até de menos de 3s. Só para se ter uma idéia da melhora, os 8 primeiros colocados no grid ficaram a menos de 1s de Jacques Villeneuve. Uma melhora significativa se levarmos em conta que o grid de largada do ano passado, aqui mesmo em Interlagos, teve uma diferença muito maior entre o pole (Damon Hill, com Williams) e o último classificado (Andrea Montermini, da Forti Corse): 5s343.
            E essa maior competitividade também se mostrou na corrida. Nada menos do que 9 pilotos terminaram a prova na mesma volta do vencedor. Tirando Ukyo Katayama, que cruzou a chegada a mais de 5 voltas de distância, e Damon Hill, que abandonou a 3 voltas do final, todos os demais terminaram com, no máximo, 2 voltas de atraso em relação a Villeneuve. Outro bom indício foi o nível de fiabilidade: apenas 4 carros dos 21 que largaram abandonaram a corrida, mostrando boa evolução em relação a Melbourne, onde mais da metade dos pilotos ficaram pelo meio do caminho.
            Tudo isso vem a confirmar que este deverá ser o melhor campeonato dos últimos anos. O desempenho da Williams em Interlagos mostrou que este ano não parece ter um carro tão superior à concorrência, como em 1996. A Benetton deu uma amostra de seu poderio, e a McLaren e a Ferrari devem melhorar sua performance a partir do início da fase européia do campeonato. Por enquanto, temos nada menos do que 6 pilotos divididos por uma diferença de apenas 4 pontos na classificação do campeonato, mostrando equilíbrio surpreendente nas etapas iniciais do certame.
            Para melhorar a competição, a TWR-Arrows mostrou uma grande evolução, e se mantiver o ritmo de crescimento, e encontrar fiabilidade para seus carros, pode até disputar as primeiras colocações até o fim da temporada. E a nova Stewart mostra grande potencial, precisando primeiro encontrar a fiabilidade necessária para terminar as corridas. Mas a escuderia, gerenciada por ninguém menos do que Jackie Stewart, promete crescer muito. Poderão ser dois novos protagonistas a mais na disputa, oferecendo mais emoções e possibilidades.
            Outro dado a conferir é a performance dos pneus da Bridgestone, que deram um sério susto na Goodyear em Interlagos. Se a situação se repetir em várias provas do campeonato, não será nenhuma surpresa se os times de ponta debandarem para os pneus japoneses no fim do ano. Tanto Williams quanto Benetton, McLaren e Ferrari reclamaram muito da performance dos pneus durante o GP do Brasil, todos da Goodyear equipando seus bólidos. E foi graças aos pneus japoneses que Panis subiu ao pódio. Surpresas deste tipo podem se tornar mais freqüentes do que se imaginava durante a temporada.
Fazendo um balanço geral, a F-1 realmente parece viver um novo momento. Apesar da Williams ainda ser a favorita para o campeonato, a imprevisibilidade está de volta à categoria, prometendo surpresas em muitas etapas. Resumindo, mais competição e emoção! Um panorama que a categoria não vivia já há um bom tempo. E viva a competitividade!


A performance de Damon Hill durante o Grande Prêmio do Brasil causou um certo frisson na equipe Williams em relação ao piloto que foi contratado para o lugar do atual campeão mundial, Heinz-Harald Frentzen. Na classificação, Damon Hill levou o carro da TWR-Arrows à 9ª posição no grid, a míseros 0s13 de Frentzen, que ficou com a pífia 8ª colocação no grid com a Williams, o melhor carro da categoria. E na corrida, Frentzen passou boa parte da prova andando atrás de Damon Hill, que mostrou todo o seu talento e garra levando um carro ainda muito limitado adiante até a 4ª posição antes de parar para o seu único pit stop. Depois disso, entretanto, o carro do atual campeão mundial começou a perder rendimento, culminando com o seu abandono por fuga de óleo no motor a poucas voltas do final. Com um pouco mais de sorte, Damon poderia até ter se classificado na frente de Frentzen no grid de largada, e até terminado a corrida à frente de seu substituto na Williams. Outro que penou no duelo com Hill foi justamente Michael Schumacher, da Ferrari, seu grande rival em 94 e 95: durante mais de 10 voltas ficou atrás do inglês na corrida, só conseguindo ultrapassá-lo depois de uma renhida disputa levada até os limites da reta dos boxes. Hill mostrou talento de um verdadeiro campeão em Interlagos...


Até agora ninguém entendeu direito o que aconteceu com a equipe Lola em relação ao súbito fechamento da escuderia de F-1. Quem não gostou nada disso foram os pilotos Ricardo Rosset e Vincenzo Sospiri, sem falar nos mecânicos do time, que estando já em Interlagos, montando todos os equipamentos e os carros, ficaram desnorteados com a notícia repentina...


A F-CART disputa na madrugada de sábado para domingo (meia-noite e meia, pelo horário de Brasília) a sua segunda etapa do campeonato 97. O palco é o circuito urbano de Surfer’s Paradise, na Gold Coast da Austrália. Michael Andretti, o líder da competição, está apreensivo para a corrida, ainda temeroso com a fiabilidade do câmbio do chassi Swift. A peça já foi redesenhada 6 vezes, e apesar de no último teste ter agüentado a simulação de um GP inteiro, ainda tem sua fiabilidade posta em dúvida para a corrida australiana, onde será muito exigido. Em 1996, Jimmy Vasser venceu a corrida, e a equipe Ganassi é a grande favorita para a prova, mas a exemplo de Miami, surpresas podem acontecer no meio do caminho...


Novas fofocas no paddock de Interlagos: Jacques Villeneuve pode criar um time próprio para correr na F-1 em 1998. Ou será na F-CART? Ralf Schumacher pode ir parar na McLaren, por imposição da Mercedes. Mika Hakkinen e David Couthard, quem poderá dançar nesta troca de pilotos? Até o momento, temos muito mais fumaça que fogo propriamente...


A Benetton promete para breve a definição do motor que irá utilizar em 1998. E tudo aponta para uma combinação: Benetton/Honda. A Williams continuará com os Renault, só que serão preparados pela Mecachrome, e não mais pela própria fábrica francesa, que vai se retirar oficialmente da categoria...

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

HAVOC SERIES - DEZEMBRO DE 2014 - II - PRIMEIRAS VITÓRIAS NA F-1 - II



            Hoje trago mais uma postagem na sessão Havoc, repetindo o tema da última postagem, de mostrar as primeiras vitórias de nossos pilotos na Fórmula 1. A primeira sessão foi dedicada aos nossos campeões na categoria. Nesta segunda sessão dedicada às primeiras vitórias, selecionei vídeos dos primeiros triunfos de nossos outros pilotos que não conseguiram chegar ao título na categoria máxima do automobilismo, mas que nem por isso devem deixar de ser respeitados, apesar de que, para grande parcela do público "torcedor", o fato de não terem sido campeões não os faz deixarem de ser "fracassados" na categoria, para os quais um piloto só é considerado vencedor se for campeão, e nada menos do que isso. Uma postura por vezes injusta e desrespeitosa, porque só de chegar na F-1 já é uma grande vitória em termos de carreira, mas cada um tem sua noção do que é "sucesso" e do que é "fracasso". Então, vamos aos vídeos...
            O primeiro vídeo, claro, é da primeira, e infelizmente, única vitória de José Carlos Pace, obtida justamente no Grande Prêmio do Brasil de 1975. Competindo pela Brabham, Pace era considerado um grande talento, que certamente seria campeão da F-1 um dia, quando tivesse a chance certa. Aquela corrida também apresentou a primeira dobradinha 1-2 de pilotos brasileiros na categoria, pois Émerson Fittipaldi, que vencera as edições de 1973 e 1974 da corrida, chegou em 2° lugar, fazendo a festa da torcida brasileira presente no autódromo. Quis o destino que Pace nunca chegasse ao merecido sucesso na categoria, falecendo em um triste acidente aéreo pouco tempo depois, em 1977. Em 1975, com sua primeira vitória, teve seu melhor ano na F-1, terminando o campeonato em 6° lugar, com 24 pontos. No ano seguinte, a Braham não tinha um carro tão bom, e seu desempenho caiu bastante, sendo apenas o 14° colocado, com 7 pontos. Em 1977, o 2° lugar no GP da Argentina dava esperanças de um ano melhor, mas abandonou no Brasil, e foi apenas 13° na África do Sul. Faleceu em 18 de março de 1977, quando seu avião bateu na Serra da Cantareira. Fiquem agora com o vídeo, postado pelo usuário Adriano Favetta no You Tube, com narração de Luciano do Valle, com alguns momentos da vitória de Pace em Interlagos em 1975:



            Rubens Barrichello pode ser considerado o mais controverso piloto que já tivemos na F-1. Vice-campeão em duas oportunidades, Rubinho só teve oportunidade de vencer quando estava na Ferrari, de 2000 a 2005, mas nunca teve liberdade para lutar pelo título, pois todas as primazias da escuderia eram de Michael Schumacher. E o time, por vezes, fazia questão de deixar isso claro, quando da ocasião da primeira vitória do brasileiro pelo time, no Grande Prêmio da Alemanha de 2000, quando Rubinho deu show e venceu com categoria numa aposta arriscada de manter os pneus slick no piso molhado que se encontrava parte da pista de Hockenhein. Após a vitória de Barrichello, na mesma semana o presidente da Ferrari disse com todas as letras que o único objetivo da escuderia era fazer Michael Schumacher campeão, tirando qualquer esperança de quem esperava que Rubens pudesse embolar a disputa do campeonato. E, curiosamente, o desempenho do brasileiro nas etapas seguintes também despencou, com o piloto alemão distanciando-se na classificação, onde tinha ficado perigosamente próximo do brasileiro (apenas 10 pontos à frente, pela pontuação da época). Fiquem agora com o vídeo da vitória de Rubinho, postado no You Tube pelo usuário Alan Domingues:



            Fechando a sessão, temos o Grande Prêmio da Turquia de 2006, onde Felipe Massa obteve sua primeira vitória na Fórmula 1. Massa havia substituído Barrichello na Ferrari, e a missão de Felipe era igual à do conterrâneo: ser apenas o segundo piloto enquanto Schumacher lutava pelo título e pelas vitórias. Mas houve momentos em que a escrita desejada pelo time não deu certo, como na prova turca, onde Massa deveria entregar sua posição ao companheiro de equipe, mas a intromissão de Fernando Alonso entre eles estragou os planos. Como Michael Schumacher não conseguiu superar o asturiano na pista, Felipe ficou livre para vencer pela primeira vez na categoria. Curtam o vídeo postado por Matheus Henrique no You Tube:



            E ficamos por aqui nesta edição da sessão Havoc. Em breve, trago outra seleção de vídeos do mundo da velocidade. Um bom Natal a todos!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ARQUIVO PISTA & BOX - MARÇO DE 1997 - 27.03.1997



            De volta com minhas antigas colunas, hoje trago a que foi publicada em 27 de março de 1997. A novidade era o lançamento da FOCA TV, um empreendimento feito por Bernie Ecclestone para revolucionar as transmissões das corridas da F-1, e por tabela, arrecadar mais dinheiro dos fãs da categoria. Tratava-se de um produto "premium" que seria oferecido mediante assinatura para os fãs em vários países, incorporando a novíssima tecnologia de transmissão digital, que prometia ganhos de qualidade espetaculares na época. Apesar das vantagens oferecidas no pacote, ele nunca vingou como Ecclestone pensou que aconteceria. Os altos preços cobrados pelo serviço, que o chefão da então FOCA (hoje FOM) achou que seriam pagos sem pestanejar pelos fãs, assustaram muitos clientes potenciais, que não estavam dispostos a pagar tão caro para o que era oferecido. Com isso, as vendas ficaram muito áquem do que se esperava.
            No fim, Bernie extinguiu a FOCA TV como um serviço de transmissão diferenciada, mas o pessoal e equipamentos foram incorporados à FOCA, passando a melhorar as transmissões das etapas da categoria, oferecendo melhores condições técnicas e variedade de câmeras opcionais para as TVs licenciadas nas transmissões. Bernie Ecclestone não saiu exatamente com prejuízo da operação, mas pode-se ver que o produto teria tido muito mais chances de sucesso se os preços fossem mais módicos. Mas, desde quando a F-1 cobra preços razoáveis?...


A NOVA TV F-1

            Este ano as transmissões da Fórmula 1 atingiram um novo estágio na era da comunicação. Com a introdução da tecnologia digital nas telecomunicações, Bernie Ecclestone resolveu revolucionar a transmissão das corridas da categoria máxima do automobilismo.
            Para este intento, foi criada a nova FOCA Television, com cerca de 200 funcionários. A partir de agora, a FOCA TV vai ser a responsável pela nova era da transmissão das corridas da F-1. Neste fim de semana mesmo, em Interlagos, a transmissão da corrida para o mundo todo já será feito pela FOCA. A Rede Globo, até então a responsável pela geração de todas as imagens do Grande Prêmio do Brasil, irá ter menor participação na montagem do show televisivo. Tecnicamente, irá utilizar algumas câmeras próprias, cujas imagens serão exclusivas apenas para o Brasil. No restante, irá utilizar as imagens produzidas pela equipe da FOCA TV.
            O novo esquema da TV Digital da F-1 vai dar um salto qualitativo e quantitativo nas transmissões da categoria, sem mencionar que os lucros gerados deverão ser astronômicos, estimados em pelo menos US$ 4 bilhões. Com o novo “Pacto de Concórdia” assinado pela maioria das escuderias da F-1 em 1996, onde ficou acertado uma nova divisão dos lucros provenientes da TV para as escuderias, os times menores, como a Minardi e a Tyrrel poderão ter melhores condições financeiras. Calcula-se que com os altos lucros gerados pelas novas transmissões digitais, as escuderias menores podem receber um repasse de até US$ 25 milhões por ano, quantia suficiente para garantir a manutenção de um time pequeno.
            As novas transmissões digitais não vão acabar com as transmissões atuais a que estão acostumados os telespectadores. Serão apenas um novo produto a ser oferecido ao público amante da velocidade. Bernie Ecclestone, sempre eficiente na promoção da F-1 como um produto de mídia, ataca novamente, e tem boas chances de acertar em cheio o novo alvo proposto.
            A nova transmissão digital será somente para quem assinar as transmissões. O Canal Plus da França adquiriu exclusividade para oferecer o serviço em mais de 60 países, a um preço estimado de cerca de 3,5 mil francos franceses, fora a mensalidade normal. Basicamente, o assinante terá inúmeras imagens à sua disposição. De acordo com a necessidade, ele poderá acessar as imagens geradas nos carros, em retas, curvas e até mesmo nos boxes. Isso sem mencionar que poderá ter acesso a todas as informações da cronometragem oficial da prova, disponível até então apenas na Sala de Imprensa e nos monitores das equipes nos boxes e nos monitores das emissoras que narran a prova. Um exemplo: um torcedor de Michael Schumacher, se quiser, poderá assistir a corrida vendo unicamente o piloto alemão e sua Ferrari na pista durante toda a prova; outros poderão mudar para as imagens onde estiverem ocorrendo os maiores pegas da corrida, sejam onde estiverem na pista. Toda a movimentação nos boxes, nos momentos cruciais dos pit stops, também poderão ser acompanhadas com maior totalidade de detalhes e informações, sem perder nenhum ângulo.
            Outro trunfo é a tecnologia digital da transmissão, o que aumentará consideravelmente a qualidade de som e imagem, comparáveis ao CD. Melhor que isso, só estando realmente a bordo de um carro de F-1.
            Com esta nova jogada, Ecclestone dá um passo significativo para aumentar a audiência da F-1, que foi estimada em 41 bilhões de expectadores em 1996, acumulando-se todas as suas transmissões. Com a nova transmissão digital, este número deve aumentar ainda mais.


Começam os campeonatos regionais de automobilismo. Por aqui, a F-3 Sul-Americana já deu a largada há algumas semanas. Com duas etapas disputadas até agora, o argentino Gabriel Fúrlan deu um show e conseguiu duas vitórias nas duas corridas, sendo até o momento o franco favorito ao título da categoria, mas os brasileiros prometem jogar areia nos planos de Fúrlan nas próximas etapas...


No último domingo, a F-3 Inglesa abriu seu campeonato de 1997, no circuito de Donington Park. O inglês Johnny Kane venceu a prova, seguido de seu compatriota Guy Smith. Mas o terceiro lugar do pódio ficou para o brasileiro Enrique Bernoldi. Os demais brazucas presentes na competição não tiveram um bom dia: Mário Haberfeld ficou em 9º, enquanto Ricardo Maurício terminou em 14º...


Não faltaram brasileiros no pódio em mais duas categorias automobilísticas no último final de semana. Na F-Vauxhall, disputada também no circuito inglês de Donington Park, Luciano Burti ficou em 2º lugar, imediatamente à frente do conterrâneo Wagner Ebrahim, que ficou em 3º. Já na F-2000 Americana, disputada em Phoenix, no Arizona, Zaqueu Morioka faturou o 3º lugar na corrida.


A F-Indy disputou mais uma prova no último domingo, as 200 Milhas de Phoenix, etapa que deixou o calendário da F-CART com a cisão das duas categorias. A corrida foi vencida por Jim Guthrie, que largou em 2º lugar, e que correu praticamente sem patrocínio no seu carro. Mas a sensação da prova foi Affonso Giaffone, que largou em penúltimo lugar e chegou a liderar a corrida, mostrando um desempenho espetacular para a estreante equipe GM Brasil. Os sonhos do pódio desapareceram devido a problemas mecânicos na suspensão do carro. O outro brasileiro na competição, Marco Greco, terminou a um passo do pódio, em 4º lugar. A prova mostrou um elevado índice de quebras e abandonos: praticamente metade dos pilotos ficaram pelo meio do caminho. Arie Luyendick que o diga: amargou um abandono pela 5ª corrida consecutiva. A pole foi novamente de Tony Stewart, e de novo, o piloto não conseguiu terminar a corrida, apesar de ser o piloto mais rápido da prova até seu abandono.


Enquanto isso, as equipes da F-CART continuam preparando seus carros para a próxima etapa do campeonato, em Surfer’s Paradise, na Austrália. A Lola conseguiu melhorar os desempenhos de seu novo chassi 97, o que dá melhores esperanças aos brasileiros André Ribeiro e Roberto Moreno. Já a equipe Newmann-Hass tenta encontrar maior fiabilidade no sistema de câmbio do chassi Swift, que deverá ser muito exigido no traçado urbano da cidade de Queensland...
 


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

HAVOC SERIES - DEZEMBRO DE 2014 - PRIMEIRAS VITÓRIAS NA F-1



            Voltando com a sessão Havoc, trago hoje uma seleção especial de vídeos do automobilismo. Nada menos do que as primeiras vitórias de vários de nossos campeões da F-1 na categoria máxima do automobilismo. Aproveitem para rever um pouco destes momentos que marcaram as carreiras de nossos pilotos.
            Começamos, obviamente, com Émerson Fittipaldi, que logo em sua 4ª corrida, no GP dos Estados Unidos, disputado no circuito de Watkins Glen, obtinha seu primeiro triunfo na F-1. A vitória do brasileiro foi histórica também pelo fato de evitar que seu companheiro de equipe, o austríaco Jochen Rindt, falecido durante os treinos para a etapa de Monza, fosse alcançado na classificação do campeonato, tornando-o assim o primeiro e único campeão mundial póstumo da história da categoria. Neste vídeo, postado no You Tube pelo usuário Hirschcar, Émerson relembra a prova em que venceu pela primeira vez:



            O vídeo seguinte é da primeira vitória de Nélson Piquet, ocorrida em 1980, no GP dos EUA-Oeste, disputado no circuito de Long Beach. Piquet largou na pole e controlou a corrida para obter seu primeiro triunfo na categoria. De quebra, Émerson Fittipaldi, em sua última temporada na F-1, após várias temporadas lutando para tentar transformar o time Fittipaldi em uma escuderia de ponta, conseguia seu último pódio, ao terminar na 3ª colocação. De ressaltar as diferenças do traçado do circuito do balneário californiano, que após deixar a F-1 passou a sediar corridas da F-Indy, e hoje integra o calendário da IRL. E outra curiosidade interessante: a temporada daquele ano foi transmitida pela Bandeirantes. A Globo, que transmitia as provas, tinha desistido do campeonato, mas o sucesso de Piquet, com suas primeiras vitórias e quase vencendo o campeonato, fizeram a emissora cariosa pegar de volta a F-1, para nunca mais largar, até os dias de hoje. A narração, vejam a diferença para os dias de hoje, era de Galvão Bueno, com comentários de Gil Ferreira. O vídeo do You Tube é do usuário mmleto:

https://www.youtube.com/watch?v=iDvAVFSJifE

            E, claro, não poderia deixar de fora Ayrton Senna, que em 1985, no chuvoso GP de Portugal, deixou todo mundo comendo água para vencer de ponta a ponta sua primeira corrida na F-1. Ayrton largou da pole e debaixo de uma chuva torrencial deixou todos para trás, terminando a prova com uma vantagem abismal para todos os demais concorrentes. O vídeo, postado pelo usuário well senna no You Tube, é um verdadeiro documento histórico para os sennistas, pois é a corrida completa do GP de Portugual de 1985, com mais de duas horas de duração. Então, não percam tempo e assistam a este momento inesquecível de Ayrton Senna que começava ali a mostrar que seria campeão mais dia menos dia, e tornou-se uma das maiores lendas do esporte a motor mundial:

https://www.youtube.com/watch?v=nzREMb_d6b8

            E assim termina a sessão Havoc de hoje. Mas em breve tem mais alguns vídeos interessantes por aqui. Bom divertimento a todos!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

CERIMÔNIA DA CARA DE PAU



Com o anúncio de sua dupla de pilotos, a McLaren fecha o grid da F-1 de 2015. Início de um trabalho duro para tornar o time vencedor novamente.

            E a McLaren encerrou oficialmente sua novela da dupla de pilotos para a temporada de 2015 da Fórmula 1. Como todos já vinham esperando, Fernando Alonso está de volta ao time de Woking, com a missão de capitanear a nova fase da escuderia inglesa em sua retomada da parceria com a Honda, que tantos títulos e vitórias deu ao time entre os anos de 1988 e 1992. E, até surpreendendo um pouco, Jenson Button permanece no time por mais um ano, e Kevin Magnussen, que era tido como favorito a manter a vaga de titular, vai para a reserva da escuderia, onde terá, quem sabe em 2016, a chance de voltar a ser titular.
            O título desta coluna, a última do ano, por conta do tradicional descanso de Natal e Ano Novo, pode parecer até estranho, mas o fato é que o anúncio do time inglês, em sua essência, é um verdadeiro festival de frases de efeito para inglês ver, pois o ambiente aparentemente festivo do comunicado passa longe da realidade. Em outras palavras, todo mundo deu a maior cara de pau nesta "solenidade", que pode até passar uma imagem completamente equivocada a quem não anda em dia com o noticiário de automobilismo.
            A maior delas é o sorriso de Ron Dennis e Fernando Alonso pela "retomada" da parceria. Parecem grandes amigos e parceiros, que estiveram separados pelas escolhas do destino e que novamente lutarão juntos para a glória da escuderia. Voltando a 2007, quando Alonso defendeu o time, é verdade que ambos acertaram uma separação "amigável", mas porque a convivência se tornara insuportável para ambos. Alonso chegou ao time com status de bicampeão vigente, e queria ter, de direito, todas as regalias no time. A seu lado, estava Lewis Hamilton, que estreava na categoria, e chamava atenção por ser o primeiro piloto negro da história da F-1. Parecia o cenário perfeito: Alonso comandava o time, enquanto Hamilton, em seu ano de estréia, se limitaria a comboiar o espanhol na luta pelo título. Esqueceram de combinar com o novato, que para surpresa de muitos, e especialmente do próprio Alonso, começou a andar mais do que todo mundo imaginava, e não demorou para começar a fazer poles, e até a vencer corridas, deixando Fernando totalmente desconcertado. O asturiano perdeu as estribeiras em algumas corridas, e aproveitando o escândalo do roubo de segredos técnicos da Ferrari por parte de seu projetista Mike Coughlan em parceria com o ferrarista Nigel Stepney, tentou tirar proveito da situação, ameaçando denunciar o próprio time se Ron Dennis não "enquadrasse" Lewis em seu devido lugar. Tentar chantagear Ron Dennis...que piada. Nem é preciso saber qual foi a resposta do dirigente, e Fernando tratou de ir à forra efetivando sua ameaça. Deu uma zica dos diabos, com a McLaren excluída do campeonato de construtores e multada em US$ 100 milhões. Foi permitido ao time seguir na competição, apenas pelo campeonato de pilotos, e o clima de Alonso ficou insuportável, a ponto de Dennis afirmar categoricamente em determinado GP que o objetivo do time era derrotar seu próprio piloto, o espanhol. Lewis Hamilton era apadrinhado por Ron Dennis, que vinha conduzindo sua carreira nas categorias de base para chegar à F-1, depois de ver a atitude do jovem e confirmar seu talento em potencial. Daí a liberdade que o inglês teve para peitar o espanhol no time de Woking.
            Resultado: a McLaren perdeu o título de pilotos para a Ferrari, que chegou a seu último caneco com Kimi Raikkonen. Alonso perdeu a parada nas corridas em que subiu pelas paredes, desconcertado com a performance de Hamilton, e este, bem, tinha tudo para ganhar seu primeiro título em seu ano de estréia, e jogou tudo a perder nas duas últimas etapas, quando o noviciado pesou e cometeu erros de principiante. Com o clima de guerra declarada entre os pilotos, era melhor mesmo cada um seguir seu caminho. Alonso voltou para a Renault, e no que dependesse de Ron Dennis, nunca mais correria pela McLaren. E de seu lado, o espanhol também nunca mais queria ver Woking...mas o destino prega algumas peças curiosas...
            Insatisfeito com a falta de progressos da Ferrari em lhe dar um carro capaz de disputar o título, Alonso já vinha manifestando desejo de se mandar de Maranello desde o ano passado. Visivelmente contrariado em ver um piloto muito jovem tendo um carro muito melhor e ganhando tudo, tentou sem sucesso cavar um lugar em outros times. Red Bull e até mesmo Mercedes foram sondadas pelo asturiano, até meio sem cerimônias, na tentativa de conseguir para si o carro que lhe desse o direito de lutar novamente por um título. Deu em nada. E este ano, com um carro horroroso e um motor que perdeu dos Mercedes em todos os parâmetros, o clima azedou definitivamente em Maranello. Na prática, a cúpula principal do time rodou inteira, e a mudança radical acabou comandada pela Fiat, que quer resultados a todo custo, e demitiu até mesmo Luca de Montezemolo. Cientes do egocentrismo do espanhol, eles trataram de atrair o tetracampeão Sebastian Vettel, e com isso, Alonso que fosse passear, se continuasse com seu mimimi. E o mandaram passear mesmo. Só não falaram na cara dura que o espanhol foi demitido por questão de imagem e contrato. E dentre as opções possíveis, a McLaren, de onde saiu há 8 temporadas, tornou-se a única opção plausível. E em condições de negociação piores do que imaginava, pois sem opções viáveis, seria aceitar as condições de Ron Dennis, com quem havia brigado, ou simplesmente sair da F-1, o que poderia ser catastrófico para sua carreira.
Tão amigos que nós somos...qual dos dois é mais cara-de-pau nestes sorrisos forçados?
            Do outro lado, Ron Dennis também seria o último a permitir a volta de Alonso à McLaren. Mas, a nova parceria com a Honda, esperança de ressuscitar os tempos de vitória e luta pelo título, exige que se tenha os melhores pilotos disponíveis. E os japoneses fazem questão disso sem falta. Sabem que com um piloto de grande capacidade, seu caminho de volta ao topo na categoria será mais fácil e os resultados podem surgir mais rapidamente. E somente 3 nomes atendiam os requisitos dos nipônicos. Mas Lewis Hamilton, feliz da vida na Mercedes, dificilmente voltaria à McLaren, pelo menos a curto prazo; Sebastian Vettel resolveu encarar o desafio da Ferrari. Sobrou mesmo Fernando Alonso. E depois de encarar tempos de vacas magras nos últimos dois anos, Ron Dennis sabe que, egocentrismo do piloto espanhol à parte, Fernando é garantia de resultado na pista, mesmo com um carro que não seja tão competitivo quanto os demais. O dirigente sabe que a parada em 2015 será árdua, e por mais que deteste ter de engolir Fernando de novo em seu time, sabe que isso será imprescindível para agradar aos japoneses, que certamente começariam a parceria já descontentes se não tivessem o espanhol no time sabendo estar disponível.
            Alonso, por sua vez, sabe que ficou sem saída. O projeto da parceria McLaren-Honda tem tudo para fazer sucesso, mas só a partir, no mínimo, de 2016. O ano que vem marca o retorno dos nipônicos, depois de pularem fora ao fim de 2008, onde o regulamento técnico era completamente diferente. E a unidade de força japonesa vai precisar de muito trabalho para se tornar competitiva: o primeiro teste de pista, feito em Abu Dhabi, após o encerramento do mundial deste ano, foi pífia, com problemas a rodo, e apenas 5 voltas realizadas. Nada teoricamente impossível de superar, pelo menos em parte, como se confirma pelo que a Renault enfrentou na pré-temporada deste ano, quando os carros equipados com suas unidades mal conseguiam até sair dos boxes, e conseguiu fazer enormes progressos, mas sem conseguir ameaçar os poderosos propulsores da Mercedes. Só resta ao espanhol torcer pelo sucesso da empreitada, o que vai depender também de seu empenho e esforço na pista. Outra opção para Alonso seria a Lotus, mas lá as garantias de sucesso seriam ainda menores, sem falar que o salário seria infinitamente menor... Daí então o semblante sorridente do asturiano no anúncio de seu retorno ao time, evocando até memórias de Ayrton Senna como ídolo, etc, não passam de conversa para inglês ver mesmo. Não quer dizer que eles continuem se odiando, Ron Dennis e Alonso, mas que ambos tiveram que engolir um ao outro, e trabalhar novamente juntos, isso tiveram. Agora, resta a cada um deles esperar que a convivência seja menos tumultuada do que a de 2007. E quem sabe até amigável...é, o futuro costuma pregar peças nas pessoas.
            E o que dizer da, na minha opinião, maior declaração no sentido cara-de-pau da cerimônia, feita justamente por Ron Dennis, ao afirmar que os problemas da passagem anterior de Alonso no time foram culpa da...imaturidade de Lewis Hamilton? Conta outra, Ron Dennis, que essa nem inglês acredita. Quem perdeu o rebolado naquele ano foi Alonso mesmo. Se Hamilton fez burrada, foi no fim do ano, cometendo erros de estratégia e pilotagem até justificáveis para um novato que disputava o título logo em seu primeiro ano. Mas o clima entre Dennis e Hamilton não é mais o mesmo: o dirigente não engoliu a ida de seu ex-protegido para a Mercedes, e foi até um dos poucos personagens do paddock que não se mostrou simpático ao bicampeonato do inglês em Abu Dhabi, portanto, não é de se surpreender que agora ele jogue a culpa em Lewis pela confusão daquele ano, sendo que na época seu maior desejo era fazer o então novato ser campeão em cima de Fernando como vingança pela chantagem do espanhol.
            Dessa maneira, que ninguém se espante também com a cara-de-pau de Ron Dennis quando afirma que com a manutenção de Jenson Button sua escuderia terá a dupla mais forte da categoria, melhor até do que a da Ferrari, que também terá dois campeões como titulares em 2015. Há pouco tempo atrás, Dennis estava criticando publicamente Button, alegando que o inglês, campeão de 2009, estava fazendo corpo mole no time e não trazia resultados. Button tratou de mostrar ao dirigente quem estava desestimulado no time: nas últimas 5 corridas, Jenson marcou 54 pontos, enquanto Kevin Magnussem marcou apenas 16. Button terminou o ano em 8° lugar, com 126 pontos, enquanto o dinamarquês foi 12°, com 55 pontos. Dennis queria manter Magnussem por ele sair bem mais em conta do que Button. Mas seus planos deram errado, e as recentes tentativas de atrair patrocinadores dinamarqueses interessados em apostar no sucesso do conterrâneo deram em nada. O resultado é que o dirigente perdeu esta queda de braço interna no time, e quem conhece Ron Dennis sabe que ele não gosta de sair perdendo quando o assunto é mostrar quem manda. E Dennis já teve muito o que engolir por esta temporada, onde retomou as rédeas do time depois de demitir Martin Whitmarsh pela fraca temporada de 2013. De volta ao comando da escuderia, de onde andava afastado nos últimos anos, dedicando-se à gerência do McLaren Group, contratou Eric Bouiller para comandar o time na pista, mas os resultados continuaram títmidos, sem perspectivas de melhoras. E o time ficou em 5° lugar no campeonato, com 181 pontos. Melhor que a mesma 5ª posição de 2013, quando acumulou apenas 122 pontos, mas ainda distante do time campeão, no caso deste ano, a Mercedes, com 701 pontos, pra não falar das 16 vitórias e 18 poles.
            Por este prisma, o sorriso de Jenson era bem mais legítimo, e tirando as tradicionais frases de efeito para o momento, tinha mesmo motivos para estar contente, afinal, ganhou mais uma temporada na categoria, e ainda calou seu patrão com suas últimas performances na pista este ano. Mostrou que ainda tem lenha para queimar, e que merece pelo menos o respeito por ser um campeão da categoria, ao invés de ser dispensado sem maiores considerações. Magnussem terá muito a aprender nos bastidores com a dupla de pilotos titular no próximo ano. Que faça bom uso dessa experiência. Neste ano, ele não foi mal, mas a exemplo de Sérgio Pérez em 2013, andou arrumando algumas brigas durante a temporada, mas em disputados com outros pilotos na pista, por conta de seu excesso de agressividade, o que o fez tomar várias punições. E, quando você corre por um time grande, a tolerância com certos erros é bem pequena. Kevin terá muito a oferecer ao time quando voltar a ser titular, provavelmente em 2016.
            Falando de forma objetiva, a McLaren fez sua melhor escolha de pilotos para 2015. A temporada exigirá muito trabalho de ambos os lados da parceria. Os japoneses terão de trabalhar muito em sua nova unidade de potência, enquanto os concorrentes já terão um ano de experiência prática de pista, com todos os benefícios que isso traz. E de seu lado, a McLaren terá de apresentar um carro que seja vários passos à frente do modelo deste ano, desafio que também não será dos mais fáceis. A área técnica da escuderia passou por várias mudanças, e o novo MP4/30, a cargo de Peter Prodromou, que era dos auxiliares diretos de Adrian Newey na Red Bull, terá muito a provar. Jenson Button, que já trabalhou com os japoneses nos tempos da BAR e Honda, terá também toda a sua experiência para ajudar no desenvolvimento e estabelecimento de uma sintonia fina com os engenheiros nipônicos. De seu lado, Fernando Alonso tem muito a contribuir também especialmente pela sua capacidade de muitas vezes andar mais do que o carro em corrida, e apontar diretrizes do desenvolvimento do monoposto. É uma dupla fortíssima, à altura dos talentos das duplas de Mercedes e Ferrari. Se Alonso mantiver a cabeça no lugar e ter a paciência necessária para desenvolver o trabalho exigido a contento, terá muito a ganhar, assim como Button, que terá a chance de se medir com o espanhol na pista sem necessariamente entrar em conflito com ele, como fez quando dividiu a McLaren com Hamilton, chegando a superar o inglês campeão de 2008 várias vezes. Se o novo carro mostrar potencial, eles poderão cumprir a missão que lhes será atribuída com total competência, bastando apenas que os japoneses façam sua parte.
            Todos sabem o que os esperam em 2015. Se irão ser bem-sucedidos ou não, nem eles próprios sabem. A única certeza é que o desafio será mesmo grande e difícil. E isso pelo menos poderia ter sido melhor dito na confirmação da dupla de pilotos para a próxima temporada, onde o tom sempre foi de um otimismo até exagerado, enaltecendo parcerias e relacionamentos que estavam estremecidos e rompidos. Um pouco mais de sinceridade faria bem a todos, mas na F-1 atual, onde as aparências valem mais do que a realidade nua e crua, prometer mundos e fundos não é nenhuma novidade. Nem ter cara-de-pau. Mas podiam ter exagerado um pouco menos. Veremos o que dirão daqui a um ano, dependendo dos resultados...


Os carros elétricos da F-E chegam à América do Sul para sua terceira corrida. O campeonato é liderado pelo brasileiro Lucas Di Grassi.
A Fórmula-E chegou a Punta del Este, no Uruguai, para sua terceira etapa, que será disputada neste sábado. Os carros elétricos irão acelerar pelo circuito montado no balneário do país vizinho, em um traçado de 2,8 Km de extensão que já está sendo chamado pelo pessoal de "Monte Carlo" da América do Sul, pelas similaridades encontradas com o circuito monegasco, em especial a pista com poucos pontos de ultrapassagens, paddock apertado, e inúmeros iates ancorados próximos ao circuito. Lucas Di Grassi, com 43 pontos, defende a liderança da competição, mas recusa o rótulo de favorito, afirmando que muita coisa pode acontecer na pista durante as atividades do fim de semana. Lucas também manifestou preocupação com o circuito, ao afirmar que ele possui alguns pontos irregulares, como zebras em pontos inadequados e saída de box que ele não considerou das melhores. Nelsinho Piquet e Bruno Senna, os outros brasileiros na competição, esperam ter nesta corrida menos problemas e mais sorte do que nas etapas anteriores, quando demonstraram performance muito superior à de vários pilotos, mas não tiveram sorte e/ou cometeram erros que comprometeram suas provas. E quem estréia na competição é Jean-Éric Vergne, ex-piloto da Toro Rosso na F-1, que irá pilotar um dos carros do time de Michael Andretti. O acordo é apenas para a etapa uruguaia da competição, mas Vergne busca usar a chance para garimpar vaga na F-E ou mesmo na Indy Racing League, após ficar sem lugar na F-1. A etapa terá seus dois treinos livres neste sábado, no horário das 08:15 às 09:00 Hrs. (1° treino) e 10:30 às 11:00 Hrs. (2° treino). A classificação será das 12:00 às 12:55 Hrs., com a largada prevista para as 16:00 Hrs., e o canal pago Fox Sports transmitirá o VT integral da corrida às 21:00 Hrs. A prova terá 31 voltas de duração. Depois da etapa uruguaia, a F-E se reunirá novamente aqui nas redondezas para a etapa de Buenos Aires, marcada para o dia 10 de janeiro de 2015.

A bela cidade balneária de Punta del Este, no Uruguai, é o palco da nova etapa da F-E, em um circuito que lembra Mônaco não apenas no traçado (abaixo), mas também no visual glamuroso, cheio de iates à beira-mar junto ao circuito.