sexta-feira, 29 de outubro de 2021

A REDENÇÃO DE QUARTARARO

Fabio Quartararo (acima) conquistou o título na etapa da Emilia-Romagna, em Misano, e redimiu-se a si próprio, e à Yamaha na MotoGP (abaixo).


            Faltando duas etapas para encerrar a temporada da MotoGP 2021, a classe rainha do motociclismo já tem o seu campeão coroado: Fabio Quartararo, que consegue levar a Yamaha de volta ao topo da MotoGP, seis anos depois do último título conquistado pela equipe dos três diapasões, com Jorge Lorenzo, em 2015. A conquista do título por antecipação veio neste último domingo, com um 4º lugar na etapa da Emilia-Romagna, na segunda corrida disputada no ano no circuito de Misano, na Itália, mas o triunfo foi sacramentado a poucas voltas do final da prova, quando Francesco Bagnaia, da equipe Ducati, o único ainda em condições de adiar a conquista do piloto francês, acabou caindo quando rumava para a vitória, e dava adeus aos sonhos de tentar tirar o time italiano da fila de espera.

            Mas a conquista de Quartararo, embora facilitada pelo tombo do rival, não veio apenas por isso. O piloto venceu nada menos do que cinco corridas na temporada, e desde que assumiu a liderança da competição, demonstrou um controle e eficiência ímpares entre os pilotos na competição. Fabio terminou todas as corridas, e em apenas uma delas, o GP da Espanha, em Jerez de La Fronteira, terminou a prova fora do TOP-10, recebendo a bandeirada em 13º lugar. Marcou pontos em todos os GPs. Largou cinco vezes consecutivas na pole-position. Somou mais cinco pódios, e sempre que a vitória não estava ao alcance, terminava entre os primeiros, enquanto a grande maioria dos rivais potenciais viviam de altos e baixos nas corridas.

            Foi de uma grande ajuda também a Yamaha conseguir uma certa estabilidade no seu equipamento, depois de penar com muitas performances irregulares nas últimas temporadas, o que complicou a vida de seus pilotos. Não que o time nipônico não tenha enfrentado alguns problemas este ano também, mas Quartararo conseguiu driblar a maioria deles, quando não minimizar seus efeitos. Uma diferença gritante de resultados, quando comparado com os de Maverick Vinãles, que começou o ano vencendo no Qatar, mas depois que acabou suplantado pelo novo parceiro de equipe algumas provas depois, desandou completamente e acabou por se desentender com a escuderia, encerrando prematuramente seu contrato, e só não terminando o ano a pé porque a Aprilia antecipou seus serviços no final do campeonato, após o espanhol acabar suspenso pela própria Yamaha.

            Quartararo passou do descrédito à glória, se compararmos sua temporada de 2020 com a deste ano. O francês começou a competição do ano passado de forma ímpar, vencendo as duas primeiras provas, e dando a entender que poderia ser o grande favorito em um ano onde Marc Márquez ficava de fora após se acidentar na corrida inaugural. Mas, conforme a temporada avançada, alguns resultados não tão bons fizeram Fabio perder a concentração, e por tabela, o rumo do campeonato, enquanto a concorrência crescia, e se tomava a frente na classificação, inclusive por parte de seu próprio companheiro de equipe, Franco Morbidelli, que entrava na disputa pelo título, e deixava o parceiro comendo poeira. A pressão de mostrar serviço, e com o anúncio já feito de que neste ano ele subiria ao time oficial de fábrica, no lugar de Valentino Rossi, certamente pesou para desestabilizar o piloto, que praticamente sumiu da disputa pelo título na segunda metade da temporada de 2020. Será que a Yamaha seria demais para o até então talentoso piloto que encantara o público na primeira metade da temporada?

Com uma Suzuki que ficou devendo, Joan Mir não teve como defender seu título e lutar pelo bicampeonato em 2021.

            Quartararo sentiu o baque, e tratou de procurar ajuda para trabalhar melhor a mente, e as cobranças naturais que adviriam de defender um time de fábrica, e ainda por cima, entrar no lugar de uma lenda do motociclismo. Uma ajuda mais do que necessária, e que o piloto soube tirar o máximo proveito, já que logo na segunda corrida de 2021, ele vencia sua primeira corrida com uma moto do time oficial, e parecia mostrar ter deixado a fase ruim para trás. Uma impressão reforçada pelo segundo triunfo, consecutivo, obtido em Portugal. Para a Yamaha, nada poderia ser melhor: três corridas, e três vitórias consecutivas. A escuderia, contudo, precisou ver que não estava com essa bola toda na etapa da Espanha, onde não apenas Quartararo foi apenas o 13º, como Viñales terminou em 7º. Era preciso ficar atento a alguns problemas na competitividade da moto, e não menosprezar a concorrência, em especial da Ducati, que com Jack Miller, faturou duas corridas consecutivas, em Jerez, e em Le Mans. A moto italiana já tinha demonstrado ser muito rápida, mas o fato de ter trocado sua dupla titular de 2020 para 2021 exigiu alguns ajustes no time, que começara bem com Francesco Bagnaia subindo ao pódio, e rondando as primeiras colocações. A hora que o time italiano aparasse as arestas, seria uma grande ameaça.

            Mas foi a partir da corrida em Mugello, na Itália, que Quartararo retomou as rédeas da competição. O francês venceu o GP da Itália, conquistando sua terceira vitória na temporada, enquanto a Ducati só brilhou com Johaan Zarco, no time satélite da Pramac, que vinha impressionando desde o começo do ano, mas sem conseguir dar o passo final para entrar de vez na disputa do campeonato, ficando patente uma certa desvantagem de performance em seu equipamento. Para facilitar as coisas para Quartararo e a Yamaha, Joan Mir e a Suzuki, que haviam sido campeões em 2020, não demonstravam a mesma capacidade de repetir o feito em 2021, com o então campeão reinante tendo apenas dois pódios até então, mas penando para tentar avançar entre os primeiros colocados. E Marc Márquez e a Honda... Bem, o hexacampeão conseguiu enfim fazer o seu retorno, na terceira etapa, em Portimão, mas estava longe de mostrar a imensa performance dos anos anteriores, demonstrando que sua recuperação ainda demandaria mais tempo, enquanto a Honda mostrava ainda ser extremamente dependente da “Formiga Atômica”, por insistir em competir com uma moto que não era tão boa quanto poderia ser. E a SRT, que no ano anterior havia surpreendido e até disputado o título, regrediu bastante este ano, apesar de Valentino Rossi, e do talento de Morbidelli. O ítalo-brasileiro até conseguiu um pódio, mas o “Doutor” não conseguia terminar dentro do TOP-10, mostrando que o time tinha mais problemas do que a performance de sua moto.

            A grande sorte de Quartararo é que a concorrência oscilava muito. Ora a Ducati vencia, ora a KTM, que depois de surpreender em 2020, também estava penando neste ano, também conseguiu subir ao degrau mais alto do pódio. E Márquez, mesmo sem estar fisicamente 100%, mostrava que seu talento de campeão lutava para ressurgir, ao vencer também na Alemanha, para alento da Honda, que há quase dois anos não tinha tal privilégio. Mas apenas Fabio conseguia engatar bons resultados. Maverick Viñales, depois do triunfo na primeira corrida, não foi mais o mesmo, não conseguindo se entender com sua moto, e até mesmo com o time. O espanhol só foi se reencontrar em Assen, na Holanda, onde o que deveria ser uma comemoração por voltar ao pódio acabou se transformando em frustração por ter perdido a vitória no duelo que travou com Quartararo, que vencia pela 4ª vez no ano, e se distanciava cada vez mais na liderança do campeonato. Aí, o clima azedou de vez entre Viñales e a escuderia, que suspendeu o piloto da segunda corrida em Zeltweg, na Áustria, pelo comportamento inadequado do piloto para com seu equipamento na corrida anterior.

Francesco Bagnaia bem que tentou, mas queda em Misano entregou o título antecipadamente a Quartararo.

            Com a decisão da Yamaha de não alinhar Maverick na etapa seguinte, em Silverstone, o que poderia ser uma temporada de júbilo para o time nipônico terminava em um divórcio antecipado com a dispensa do espanhol. Indiferente a isso, Quartararo faturava sua 5ª vitória na temporada, e era o favorito disparado para o título, prometendo uma redenção não apenas para a Yamaha, como para ele próprio, depois do que ocorrido no ano passado. Mas, a imensa vantagem acumulada pelo francês poderia embutir displicência e falta de concentração pelo clima de “já ganhou”, e permitir a reação dos adversários. Uma repetição do ocorrido em 2020 seria improvável, mas não se poderia baixar a guarda.

            E olhe que isso quase aconteceu: Francesco Bagnaia, que vinha numa temporada inconstante com a Ducati oficial, resolveu desembestar finalmente, e venceu as etapas de Aragón e San Marino, numa arrancada que poderia ser preocupante. Mas, felizmente, Quartararo se manteve no controle, e depois de um 8º lugar em Aragón, o francês voltou ao pódio com um 2º lugar em Misano, controlando a aproximação do italiano, que teria de precisar e um milagre para discutir o título com Fabio, devido à sua significativa vantagem na pontuação. Aproveitando as oportunidades, Quartararo voltou a abrir vantagem na etapa dos Estados Unidos, de modo que Bagnaia só poderia adiar o inevitável, e o piloto da Ducati até que estava conseguindo isso na segunda corrida de Misano, empurrando a definição do título para a etapa do Algarve, ou com muita sorte, estendendo a disputa até a prova de Valência, no encerramento da temporada. Mas a Ducati teve um domingo para esquecer. Primeiro, Jack Miller, que poderia fazer um bom jogo de equipe com Francesco, acabou caindo sozinho, e deixando o parceiro sozinho na luta pela vitória, enquanto um aguerrido Quartararo largava em 15ª e ia se aproximando dos ponteiros, mas sem chances de discutir efetivamente a vitória.

            Mas aí, a queda, e ficando sem marcar pontos, entregou os pontos, fazendo de Quartararo o campeão coroado da temporada 2021 da MotoGP, com todos os méritos. Fabio soube se manter sempre focado durante todo o ano, evitando se meter em confusões, e sabendo atacar nos momentos certos, e em garantir resultados quando a situação exigia, algo que seus rivais não conseguiram realizar durante o ano. A Bagnaia e à Ducati, resta agora garantir o vice-campeonato de pilotos, algo que não deve ser muito difícil, já que o italiano tem 27 pontos de vantagem para Joan Mir, que ocupa a 3ª colocação, e que dificilmente deve conseguir superar Francesco. O que não quer dizer que o campeão de 2020 não vá tentar, até porque ele tem que se preocupar com Johaan Zarco, que está 23 pontos atrás, e apesar da temporada muito irregular, ainda está com o piloto da Suzuki na mira. E Zarco, que durante parte da temporada foi o melhor piloto da Ducati na classificação do campeonato, tenta se manter à frente de Jack Miller, do time oficial, separados por 3 pontos, que por sua vez, vê Marc Márquez, depois de dois triunfos consecutivos, crescer assustadoramente no seu retrovisor, mesmo com o piloto da Honda acusando sua recuperação ainda incipiente, mas já ocupando a 6ª posição na classificação, 7 pontos atrás do segundo piloto da Ducati, e querendo lembrar aos colegas que deverá estar em ponto de bala no próximo ano.

            Com duas corridas para fechar o ano, Quartararo ainda pode aumentar o seu número de vitórias, podendo correr agora mais solto, com o título já decidido a seu favor. O pior já passou, e Fabio conseguiu dar a volta por cima com muita categoria, colocando-se desde já como o piloto a ser batido para a próxima temporada, onde a competição certamente será bem mais feroz, com a Ducati conseguindo extrair mais de sua dupla de pilotos, e quem sabe, se acertando melhor fora da pista, algo que ainda ficou devendo neste ano, e tendo um provável totalmente recuperado Márquez pronto para tentar reconquistar sua coroa de campeão, e uma Suzuki querendo mostrar que a conquista de 2020 não foi um resultado anormal. E não podemos esquecer também de Franco Morbidelli, que devidamente recuperado da cirurgia que precisou fazer a meio desta temporada, ainda está se familiarizando com o time oficial da Yamaha, para onde foi promovido após a dispensa de Viñales.

            Façam suas apostas para a próxima temporada...

 

 

Faltando apenas as etapas de Algarve (Portimão) e da Comunidade Valenciana (Valência), encerra-se também a carreira de Valentino Rossi na MotoGP. Aos 42 anos de idade, mesmo demonstrando se divertir em competir, o “Doutor” já se rendeu à realidade, e que é hora de pendurar o capacete nas duas rodas. Infelizmente, devido à performance fraca da equipe SRT na atual temporada, Rossi não terá chances de subir uma última vez ao pódio, mas ao menos, domingo passado, ganhou um troféu em sua homenagem na pista de Misano, naquela que foi sua última corrida na classe rainha do motociclismo em solo italiano. Valentino foi aplaudido pela torcida presente no autódromo, e pelos colegas da categoria, pelo que ele representou na MotoGP desde que estreou na competição, nas classes de acesso, quando ainda tinha 17 anos, em 1996. Uma era se encerra, e estaria começando uma nova, com Fabio Quartararo? Ainda é cedo para dizer, afinal, foi apenas a conquista do título de 2021, e não sabemos o que o futuro reserva para o francês que assumiu o lugar que era de Rossi no time de fábrica da Yamaha,  conseguiu honrar a aposta do time. Na corrida de domingo, Rossi largou em 23º, terminando na 10ª posição, igualando o resultado da etapa de Mugello. Seu melhor resultado até agora em 2021 foi na segunda prova de Zeltweg, onde terminou em 8º lugar. Sua melhor posição de largada foi na primeira corrida, em Losail, onde largou em 4º, e finalizou em 12º. Na etapa de Misano, seu próprio time, a VR46, fez uma homenagem ao “Doutor”, com Luca Marini utilizando uma pintura especial amarela, igual à do capacete de Valentino, e com os dizeres “Grazie, Vale!” (Obrigado, Vale!) estampado na carenagem, homenagem que também foi feita pela escuderia na categoria Moto2.

Rossi: despedida junto aos fãs em Misano.

 

 

Max Verstappen pode ter dado um passo importantíssimo para conquistar o título da temporada 2021 da F-1 ao vencer o GP dos Estados Unidos, domingo passado, em Austin, após um duelo impecável com Lewis Hamilton, que terminou a corrida em 2º lugar, e viu o piloto holandês abrir 12 pontos na classificação do campeonato, restando cinco corridas para encerrar a temporada. Em uma pista onde se esperava que a Mercedes pudesse ter vantagem, a Red Bull conseguiu inverter as posições, e mostrar que estava firme na briga pela vitória, com Verstappen conquistando a pole-position, e Sergio Perez largando em 3º. Hamilton até conseguiu liderar parte da corrida, mas o time austríaco ousou na estratégia de prova, e conseguiu dar as condições para Max arrebatar a vitória, apesar da forte pressão do inglês nas voltas finais da corrida, onde chegou bem perto, mas nunca em condições de tentar uma ultrapassagem. Vencido, mas não derrotado, Hamilton deu seu aviso: a luta pelo título ainda não acabou, e ele vai dar o melhor de si. Os dois pilotos fizeram praticamente uma prova à parte no Circuito das Américas, deixando Perez a mais de 40s de distância na 3ª colocação, e mostrando porque são os grandes protagonistas da temporada atual da F-1. Semana que vem temos a prova na Cidade do México, e depois, aqui em São Paulo, e a expectativa de novos duelos imperdíveis entre os dois pilotos...

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – OUTUBRO DE 2021


            E o mês de Outubro já está acabando, tendo se passado já um terço do último trimestre de 2021. O mundo da velocidade segue em frente, com várias competições em suas retas finais de campeonato, algumas com os campeões já definidos, e outras ainda com várias provas até chegarem às suas decisões. Nosso mundo ainda segue com a pandemia da Covid-19 vitimando muita gente por todo o globo, apesar da vacinação seguindo em frente em vários lugares, com muitas dificuldades em certos países, apesar da esperança de dias melhores para breve. E com o fim de um mês, chegou a hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço e avaliação de alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com comentários sobre cada situação, no tradicional esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, tenham todos uma boa leitura, e cuidem-se todos. E até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com as avaliações sobre os acontecimentos do mês de novembro, perto de encerrarmos o ano de 2021...

 

EM ALTA:

 

Fabio Quartararo campeão na MotoGP: Nada como um dia depois do outro, ou talvez um ano depois do outro. Depois de terminar a temporada de 2020 desacreditado, o piloto francês tinha como compensação o fato de ter sido promovido para o time oficial da Yamaha para esta temporada, mas com a difícil missão de substituir ninguém menos do que Valentino Rossi. Ciente da pressão que teria de enfrentar, Fabio não se fez de rogado e foi procurar até ajuda psiquiátrica para encarar o desafio, e pode-se dizer que fez muito bem a lição de casa, e com um pouco de sorte, levou a equipe dos três diapasões novamente ao título na classe rainha do motociclismo. Mas não foi apenas a sorte que cadenciou Quartararo para a conquista do título da temporada de 2021. Ele foi rápido, conquistando poles, e vencendo várias corridas, enquanto seus rivais potenciais batiam cabeça ou não conseguiam apresentar a mesma constância de performance do novo piloto titular da equipe oficial da Yamaha. Um trabalho e performance tão impressionantes, para seu primeiro ano em um time de ponta, que deixou até Maverick Viñales, até então a principal aposta dos japoneses, em segundo plano, a ponto do espanhol acusar o golpe, e resolver deixar o time a meio do ano, depois de se desentender com a escuderia. No ano em que Rossi anunciou sua aposentadoria, encerrando uma era na MotoGP, o time que mais esteve ligado ao “Doutor” pode ficar tranquilo de ter encontrado o seu sucessor na escuderia. E Quartararo tira um grande peso de seus ombros com este triunfo, podendo agora se concentrar com mais calma no próximo campeonato, onde certamente poderá ter muito mais concorrência do que neste ano. E ele mostrou que está pronto para o desafio.

 

Duelo Max Verstappen X Lewis Hamilton: A disputa pelo título da F-1 em 2021 segue eletrizante, com o embate entre os dois pilotos mais rápidos do grid a batalharem ponto a ponto pela conquista da temporada. O piloto holandês teve uma batalha ferrenha com o inglês no GP dos Estados Unidos, e venceu a corrida com uma margem bem pequena, mas suficiente para aumentar sua vantagem no campeonato, e colocar ainda mais pressão no heptacampeão, que já mostrou que não vai entregar a taça tão fácil como alguns diziam. E apesar da aparente vantagem da Red Bull neste momento final da temporada, o time dos energéticos e Verstappen precisam ser perfeitos na pista, pois conseguiram sair à frente por pequenos detalhes que fizeram a diferença na luta contra Hamilton e a Mercedes. Qualquer vacilo ou passo em falso neste momento pode ser fatal, e a Mercedes já viu que precisa se afinar mais do que nunca se ainda quiser ter chances de vencer novamente o título este ano. Verstappen e Hamilton são dois monstros da velocidade, que sabem tirar o máximo de seus equipamentos, e irão com tudo na luta pelo campeonato nestas corridas finais de 2021. Seja qual deles o vencedor, terá sido merecido, pelas excelentes temporadas que fizeram, ajudando a levantar o público tanto nas arquibancadas quanto em casa.

 

Duelo Sébastien Ogier X Elfyn Evans: O Mundial de Rali vai para sua última etapa com a disputa aberta entre os titulares da equipe oficial da Toyota, com Sébastien Ogier a lutar por mais um título, o seu oitavo, diante de seu parceiro de equipe Evans, que tenta roubar o troféu para si. Com um pouco mais de regularidade, o britânico, mesmo com apenas 2 vitórias no ano, contra 5 do francês, confia em repetir a fórmula na etapa derradeira, apesar da desvantagem de 17 pontos na classificação, que pode parecer pouco, mas também não é muito fácil de descontar, ainda mais quando se trata do próprio companheiro de time, e que tem as mesmas armas na competição. Com Ogier já declarando que este é seu último campeonato com participação integral, passando a competir apenas em algumas provas em 2022, o francês vai querer levar aquele que deve ser o seu último título na competição, e certamente não vai dar mole na briga com Evans. Mas, como se trata de uma competição off-road, onde tudo pode acontecer, não dá para baixar a guarda em momento algum, e qualquer deslize pode ser fatal. Evans vai mais como franco-atirador, com quase nada a perder, já que dificilmente perderá o vice-campeonato para Thierry Neuville, que vem 28 pontos atrás, e precisa arriscar mesmo, se quiser ter uma chance mais efetiva de bater Ogier, o favorito nesta disputa.

 

Empolgação dos EUA com a F-1: Pode ser cedo para afirmar, mas parece que a categoria máxima do automobilismo está caindo novamente nas graças do fã de corridas dos Estados Unidos. O público presente no fim de semana do GP dos EUA, em Austin, foi de cerca de 400 mil, um recorde, e o pessoal estava realmente empolgado, ainda que a corrida não tenha sido tão emocionante como poderia ser, com um duelo mais renhido entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. Mesmo assim, ninguém saiu decepcionado, e ao fim da prova ainda tivemos a tradicional invasão da pista pelo público, que pode voltar ao autódromo, graças à vacinação contra a Covid-19. Aliás, pode-se dizer que, por não ter tido corrida no ano passado, isso pode justificar parte do aumento do público no Circuito das Américas, mas se lembrarmos que os estadunidenses tem suas corridas da Nascar, Indycar, e IMSA Wheather Tech, ninguém estava exatamente passando por abstinência de corridas, já que estas categorias já contam com público há algum tempo. Não, o entusiasmo com a F-1 foi patente na etapa dos Estados Unidos, que no ano que vem ganha mais uma corrida, em Miami, e já há tratativas para uma terceira corrida, em Las Vegas. Parte do entusiasmo é atribuído por alguns à série “Drive To Survive”, produzida pela Netflix, mostrando um pouco dos bastidores da competição, e que já conta com mais de uma temporada. E não é uma realidade inédita na F-1, pois no início dos anos 1980 o país já chegou a sediar 3 GPs por temporada, em Long Beach, Detroit, Las Vegas, e Dallas, quando não sediada duas corridas, o que começou já no final dos anos 1970. Vamos ver quanto tempo a atual onda dura em terras do Tio Sam...

 

F-4 no Brasil: Desde o fim da F-3 Brasil, nosso país praticamente não tem mais competições nacionais de monopostos, obrigando nossos novos talentos que saem do kart a irem para campeonatos no exterior para seguir com suas carreiras, ou aguardar até terem chance na Stock Car. Mas em notícia divulgada por Reginaldo Leme no fim de semana do GP dos EUA de F-1, ele anunciou que o Brasil terá a estréia da classe F-4 em 2022, contando inclusive com equipamento idêntico ao dos demais certames da F-4 mundo afora, e com chancela da FIA, e contando pontos para os pilotos poderem obter a superlicença da F-1, um documento que a antiga F-3 brasileira conferia ao seu campeão nos velhos tempos. Ainda não foram divulgados maiores detalhes, mas a notícia é extremamente positiva para o automobilismo nacional, que precisa de novas categorias que propiciem chances dos novos talentos crescerem por aqui em classes de monopostos, sem precisarem ir imediatamente para outro país, sem terem uma bagagem decente e experiência para poderem disputar com os pilotos destes outros países. Os preços também serão controlados, de forma a propiciar que a categoria seja mais acessível, e com custos de competição mais baixos, a fim de ficar mais fácil sua viabilidade econômica. Como o certame será administrado pela Vicar, várias provas certamente deverão ser realizadas junto nos finais de semana da Stock Car, o que irá proporcionar visibilidade para o novo campeonato, aproveitando o público que deverá estar presente para ver a categoria de turismo.

 

 

 

NA MESMA:

 

Ducati continua na fila na MotoGP: E não foi ainda desta vez que a Ducati conseguiu chegar novamente ao título na classe rainha do motociclismo. Insatisfeita com sua dupla titular, o time de Borgo Panigale despediu Andrea Dovizioso e Danilo Petrucci, e promoveu Jack Miller e Francesco Baganaia para obter melhor resultados, e sair novamente da fila. Por mais que as apostas na nova dupla de pilotos tenha sido correta, infelizmente ambos demoraram a desencantar na competição, ou ficaram devendo em momentos-chave, permitindo que o principal rival, Fabio Quartararo, disparasse na liderança. Bagnaia bem que tentou uma reação fulminante nas últimas corridas, mas a vantagem do piloto da Yamaha, que não vinha cometendo erros, era muito grande para ser tirada se nada de excepcional acontecesse. E acabou acontecendo, mas com a dupla da Ducati, que na segunda corrida em Misano, viu seus dois pilotos caírem sozinhos na pista e abandonarem a prova, com efeito mais contundente o de Francesco, que além de perder uma vitória que estava fazendo por merecer em um duelo homem a homem com Marc Márquez, perdeu também as poucas chances que tinha de chegar ao título. A luta, agora, é para tentar ao menos ser vice, como Andrea Dovizioso conseguiu por três anos consecutivos, perdendo apenas para a “Formiga Atômica” na competição. E quanto à Ducati, o time precisa evoluir fora da pista, pois dentro dela, mostrou que possui um equipamento competitivo e forte, mas que sem um bom gerenciamento, e uma maior competência de seus pilotos, continuará na fila, frente a uma Yamaha renascida com Quartararo, e à ameaça do retorno total de Marc Márquez com a Honda em 2022.

 

Destino da Alfa Romeo em 2022: O time sediado em Hinwill, na Suíça, é o assunto principal da boataria de paddock da F-1 neste final de temporada. Com Valtteri Bottas confirmado como piloto titular para a próxima temporada, ninguém sabe quem será o companheiro de equipe do finlandês, e mais do que isso, se a Alfa Romeo continuará sendo exatamente o que é atualmente, já que a escuderia, nascida como Sauber há décadas atrás, pode ter Michael Andretti como novo proprietário, em negociações que estariam se desenrolando com alguns altos e baixos, e que até o presente momento, não chegaram a um desfecho. O time parece ter metas ousadas, mas até aí, quando surgiu o acordo com a Ferrari para trazer de volta a marca da primeira campeã da história da F-1, o que se dizia era que o time seria uma “escuderia B” de Maranello, nos moldes do que a Red Bull faz com a Alpha Tauri, um status que ficou oscilando entre o time suíço e a Haas, que minguou nos últimos dois anos devido a projetos falhos do carro. Com a Williams parecendo reencontrar seu rumo, a Alfa Romeo no momento só é melhor do que o time de Gene Haas no campeonato, e uma evolução dos resultados só não é muito improvável por causa da mudança do regulamento técnico em 2022. Mas ninguém sabe dizer o que vai ser da escuderia, chegando a se comentar que a parceria com a Ferrari, e por tabela, com o uso do nome Alfa Romeo, poderia ser encerrada em breve, o que dá margem a várias especulações, alimentadas pela negociação que estaria sendo levada a cabo pelo filho de Mario Andretti para entrar na F-1 como dono de equipe, depois de sua passagem malsucedida como piloto da McLaren em 1993. Já informes que indicam que as negociações teriam sido até encerradas, mas sem que Andretti tivesse adquirido o controle da escuderia. Como nada dito oficialmente ainda, vamos ver por quanto tempo essa novela de indefinição se estende...

 

Mais ex-F-1s na Indycar?: Depois de Romain Grosjean e Pietro Fittipaldi darem novos ares às suas carreiras no campeonato de monopostos dos Estados Unidos, mais um nome sem espaço na F-1 parece migrar para as oportunidades nas terras do Tio Sam. Nico Hulkenberg, sem perspectivas de conseguir novamente um lugar no grid da categoria máxima do automobilismo, fez testes com a McLaren na pista do Alabama, e apresentou uma boa impressão ao pessoal do time, assim como ele próprio ficou bem satisfeito com a experiência de pilotar um carro Indycar. Como o time tem previsão de competir com 3 carros apenas em parte da temporada de 2022, a boa impressão causada pelo piloto alemão já o credencia a ser o principal favorito a guiar o terceiro carro do time quando ele puder ser viabilizado, com vistas a disputar a competição com três carros de forma integral em 2023. Seria uma excelente oportunidade para Hulkenberg, que neste ano não teve a mesma sorte de 2020, quando acabou tendo a chance de disputar alguns GPs substituindo pilotos acometidos com Covid-19, uma vez que a McLaren já conseguiu atingir um bom status de competitividade na Indycar, e lhe possibilitaria lutar até pelo título, caso consiga correr toda a temporada. Por enquanto, a expectativa está aberta, vamos ver se o alemão fará sua mudança, a exemplo do que Grosjean fez quando deu por encerrada sua vida na F-1... E outro que também pode experimentar os monopostos da categoria é Stoffel Vandoorne, embora ainda não haja data prevista para isso acontecer, mas que também deve fazer um teste pela mesma McLaren, muito com certeza em 2022...

 

Performance da Aston Martin na F-1 2021: O time sediado em Silverstone voltou a ter uma temporada complicada, depois de uma melhoria de performance a meio do ano. Mas tanto Lance Stroll quanto Sebastian Vettel voltaram a enfrentar problemas com a performance do carro nas últimas corridas, batalhando muito para marcar poucos e míseros pontos, e vendo os rivais se distanciarem na classificação à medida que conseguem obter resultados melhores. Com a reta final da competição, os olhos certamente se voltam para 2022, já que as hipóteses de alcançar a Alpha Tauri são reduzidas, mas são ainda mais reduzidas as chances da Williams chegar na escuderia verde-inglesa. E com o novo regulamento técnico de 2022, é melhor mesmo centrar forças em produzir um novo e bem mais competitivo bólido para a próxima temporada, e dar início de fato ao projeto de crescimento da escuderia rumo a se tornar uma equipe de ponta, como deseja Lawrence Stroll. O que vier nas corridas finais deste ano será lucro. E que venha 2022...

 

Recuperação lenta de Marc Márquez: O hexacampeão da MotoGP vem conseguindo obter melhores resultados nas últimas corridas do campeonato, com destaque para as duas vitórias obtidas em Austin, nos Estados Unidos, e na segunda corrida em Misano, Itália, que impulsionaram o piloto da Honda para a 6ª posição no campeonato, o que não é um resultado ruim, ainda mais diante das dificuldades enfrentadas neste seu ano de retorno à competição, depois de ficar de fora em todo o campeonato do ano passado. Mas Marc continua sentindo que sua recuperação está sendo mais lenta do que deveria, e o melhor mesmo é não exagerar na dose, até porque quando ele tenta forçar, tem sofrido quedas que, em um momento de azar, podem comprometer sua recuperação. Por isso mesmo, ele diz que só mesmo em 2022 estará apto a discutir mesmo as vitórias como ele gostaria. No atual momento, em determinados momentos ele até consegue se bater com os ponteiros nas corridas, mostrando uma evolução notável, e lembrando a todos que ele é a grande estrela da classe rainha do motociclismo nos últimos anos. Mas ainda está sendo muito difícil competir da maneira como gostaria. Portanto, a paciência é imperativa, e terminar dentro do TOP-5 este ano já pode ser considerado um grande feito. Pode não ser o que alguns de seus fãs gostariam, por estar abaixo do que ele conquistou desde sua estréia na MotoGP, mas é o que tem para o momento, e depois do acidente sofrido ainda na primeira prova de 2020, um pouco de calma e paciência não faz mal a ninguém. Os rivais que aproveitem o momento, porque em 2022, a “Formiga Atômica” promete botar para quebrar como nos velhos tempos. Apenas aguardem...

 

 

 

EM BAIXA:

 

Portugal, Turquia e China fora da F-1 2022: No anúncio oficial do calendário da F-1 para a temporada de 2022, com um número recorde de provas, três ausências se notaram. A China, depois de dois anos fora por causa da pandemia, não retornou à competição como alguns esperavam. E Portugal, que teve a chance de voltar à F-1 após mais de 20 anos sem um GP, fazendo a estréia oficial do belo circuito de Portimão, também por causa da pandemia, também não conseguiu se manter no calendário. Já a Turquia, que parecia a última das opções, apesar também da pandemia, e do excelente circuito de Istambul Park, foi outro GP que acabou de fora dos planos para o próximo ano. Se irão voltar, é difícil dizer, mesmo com a intenção da Liberty Media de inflar ainda mais o calendário da categoria máxima do automobilismo, o que poderia abrir chances de eventuais retornos destas pistas, apesar da pressão contra das escuderias por considerar o número de corridas já demasiado alto.

 

Credibilidade da F-1: Que a categoria máxima do automobilismo não é nenhuma santa, isso já é mais do que conhecido. Por isso mesmo, algumas pautas adotadas recentemente, como o famoso “We race as one”, devem ser vistas com certa relatividade. Então, quando a categoria confirmou a realização do GP da Arábia Saudita, ninguém deveria ficar escandalizado, afinal, a F-1 sempre foi atrás de onde o dinheiro manda, do contrário, como justificar os GPs da África do Sul em plena época do apartheid, ou as corridas na China, um país governado por uma ditadura de partido único. Mas a Arábia Saudita “inova” ao impor um “código” de vestimenta para o pessoal da F-1, que a categoria acaba aceitando sem nem sequer contestar, sabendo que o país árabe a está usando como vitrine de propaganda para se mostrar mais “amigável” e “humana” perante os olhos do restante do mundo, em um esforço para mudar sua imagem, quando por trás disso, continua a negar direitos principalmente às mulheres, que continuam a ser tratadas como menos que cidadãs, na comparação com os homens, além de outros crimes contra os direitos humanos. Tivesse a Liberty Media algum pulso, poderia peitar os árabes e chegar a termos mais aceitáveis, mas infelizmente, a F-1 teve um belo baque financeiro com a pandemia da Covid-19, e o prejuízo só não foi maior porque a Aramco, empresa do petróleo do país, segurou boa parte dos papagaios a serem pagos pela categoria máxima do automobilismo (e ainda paga, ou ninguém notou seus logos em todos os GPs recentemente, até mesmo no dos EUA?), portanto, a categoria fica refém os petrodólares sauditas. Se não estivessem preocupados em melhorar sua imagem, certamente os árabes imporiam ainda mais condições para a F-1 obedecer durante sua passagem por Jeddah neste campeonato, e pelas próximas estadias da categoria por lá. E a credibilidade? Ora, que se dane a credibilidade... E isso não fica restrito somente à F-1 como categoria internacional, infelizmente...

 

Menos é mais na Penske em 2022?: A temporada deste ano da Penske na Indycar foi de mais baixos que altos, voltando a competir com quatro carros em tempo integral, como fez nas temporadas de 2015 a 2017, que foi reduzido para três carros nos anos seguintes, com Hélio Castro Neves e Juan Pablo Montoya realocados para o IMSA Wheather Tech. Neste ano, com a contratação de Scott McLaughlin para o carro que era utilizado apenas esporadicamente pelo piloto brasileiro, o time de Roger Penske voltou a ter quatro carros na competição, mas o desempenho foi muito irregular, salvando-se apenas a temporada de Josef Newgarden, que disputou o título mais por mérito próprio do que da equipe em si, enquanto Will Power foi vitimado por uma série de azares que frustrou seu ano, e Simon Pagenaud mal foi notado durante o ano, para não mencionar que não se podia exigir muito de Scott em sua temporada de estréia na competição. Por isso, para dar mais foco na preparação e condições de competição dos carros do time, o esquema da Penske para 2022 foi reduzido novamente para três carros, de modo a esperar um melhor desempenho de todos eles na próxima temporada, e trazer de volta a maior escuderia da categoria de volta ao protagonismo que sempre desempenhou na maior parte de sua longa história de competição nas categorias Indy, e em outros certames. Quem acabou por perder a vaga foi Pagenaud, que já se acertou para disputar toda a temporada de 2022 pela Meyer Shank, ao lado do também ex-Penske Hélio Castro Neves, recusando ter um carro extra apenas para as corridas em Indianápolis, como Hélio fez entre 2018 e 2020. Vejamos se a redução dará os resultados esperados.

 

Sébastien Bourdais fora da Indycar 2022: O time de A. J. Foyt parece ter virado um “cemitério” de pilotos na Indycar, pois os últimos nomes de peso que por lá competiram acabaram dando adeus às suas participações em tempo integral na categoria. Foi o caso de Matheus Leist, que ficou sem lugar para correr, de Tony Kanaan, que apenas participou de corridas em ovais nos últimos dois anos, e que agora vitima Sébastien Bourdais, que foi tetracampeão da F-Indy original, e que, tal qual os pilotos brasileiros, penou com o carro pouco competitivo de Foyt, que resultou na sua perda de vaga para competir na Indycar em 2022, tendo de ir procurar guarda em outra categoria, no caso o IMSA Wheater Tech. Apesar de ser um piloto de grande talento e muito técnico, o francês até conseguiu alguns brilharetes com a carroça que virou o carro Nº 14 nos últimos anos, mas a exemplo de Kanaan, o desgaste na carreira foi grande, motivando uma mudança de ares que não viria se ainda tivesse um carro mais competitivo. Não foi por falta de esforço, mas além da falta de desempenho do time, faltou também sorte ao piloto, que viu alguns resultados mais aceitáveis virarem poeira em incidentes de pista por vezes alheios a seu controle. Resta esperar por melhor sorte no certame do endurance norte-americano, onde outros pilotos já encontraram melhor guarida...

 

Sem pódio na temporada de despedida da MotoGP: Lenda das duas rodas, Valentino Rossi só tem mais duas corridas para encerrar sua vitoriosa carreira na MotoGP, com números impressionantes que o colocam entre os gigantes do esporte, prestes a encerrar sua jornada na competição que o consagrou. E, infelizmente, ele não terá o sabor de um último pódio em sua temporada de despedida, já que a performance da SRT nesta temporada nem de longe lembra o desempenho visto em 2020, quando seus pilotos venceram corridas e até disputaram o título. O “Doutor” certamente esperava condições um pouco melhores quando foi transferido da Yamaha para a escuderia satélite da marca nipônica, mas isso só o ajudou a ver que sua participação está no fim, aos 42 anos, tendo de enfrentar pilotos com praticamente metade de sua idade. Valentino não precisa provar mais nada a esta altura da vida, seus feitos falam por si, mas é um pouco melancólico vê-lo sem condições de brigar por um pódio mais pela falta de competitividade do seu equipamento do que por suas condições. Mas não há o que fazer, tanto que a própria SRT vai encerrar suas atividades, e suas operações assumidas por outra escuderia em 2022, e depois do que o time mostrou em 2020, ele também merecia melhor sorte este ano, do qual muitos poucos se lembrarão, e no caso de Rossi, a oportunidade perdida de um retorno ao TOP-3...