quarta-feira, 31 de julho de 2019

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JULHO DE 2019


E o mês de julho já se foi, com o segundo semestre do ano de 2019 mantendo-se em alta velocidade. E, com o fim do mês, lá vamos nós para a postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou não de acordo com minhas opiniões, façam bom proveito da leitura e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de agosto. Até lá, então...



EM ALTA:

Max Verstappen: O piloto holandês está mesmo com a cotação em alta na atual temporada da F-1. Não vem cometendo erros, e já superou a dupla da Ferrari, e ameaça até mesmo a posição de Valtteri Bottas no campeonato. Aproveitando todas as oportunidades possíveis, Max vem descobrindo que pode ser rápido e arrojado sem arrumar confusões, e está cumprindo com louvor o seu papel de liderar a Red Bull na pista, para felicidade da cúpula do time do energéticos, que apesar de confiar no seu talento, ainda era um pouco reticente quanto à maturidade do seu jovem piloto, mesmo depois de 4 temporadas na categoria máxima do automobilismo. Pode ter ajudado o fato de seu novo companheiro de equipe Pierre Gasly não conseguir incomodá-lo na pista, além de ter disputado algumas posições com pilotos que andaram lhe dando algumas fechadas no mesmo estilo com que ele costumava intimidar todo mundo quando lutava por uma posição, o que deve ter lhe causado muito incômodo, e lhe feito ter um pouco mais de consciência de que pode defender sua posição sem apelar para manobras de fechar a porta descaradamente na frente do adversário. Quando tiver um motor melhor, vai incomodar mais do que nunca. E a Red Bull não pretende deixa-lo escapar para a concorrência tão cedo.

Jean-Éric Vergne, primeiro bicampeão da Formula-E: Apesar de não ter tido uma atuação de destaque positiva na rodada dupla que encerrou a quinta temporada da categoria da carros de competição monopostos totalmente elétricos, o francês da equipe Techeetah marca o seu nome nos anais da competição por ser o primeiro piloto a reprisar a conquista do título, em um certame que na atual temporada viu um grande número de pilotos vencerem corridas, e embaralharem a posição de favoritismo de vários pilotos. Jean-Éric conseguiu crescer no momento certo da competição, para conquistar duas vitórias importantes além da que já havia averbado em Mônaco, para chegar a Nova Iorque com boa vantagem na pontuação, e poder jogar com os resultados. Como os rivais infelizmente não conseguiram aproveitar as oportunidades, devido a seus próprios percalços, o piloto da Techeetah pôde comemorar o seu segundo título, e o primeiro da DS Citroen na competição, que até agora só tinha visto triunfos dos equipamentos da Audi e da Renault. E, desde já, Vergne é o piloto a ser batido na próxima temporada, que terá um aumento das disputas com a chegada oficial da Mercedes, e a entrada da Porsche.

Sérgio Jimenez: O piloto brasileiro, competindo na nova categoria de carros elétricos de turismo do I-Pace eTrophy, que estreou como categoria secundária dos finais de semana da F-E, chegou ao título com um bom desempenho ao longo da temporada, tendo de aprender a domar os carros do novo campeonato promovido em conjunto com a Jaguar. Algumas corridas foram um pouco complicadas, mas Jimenez aproveitou as oportunidades para vencer as corridas que estiveram ao seu alcance, e chegar à liderança, que soube manter com uma vantagem razoável para a disputa final em Nova Iorque. Cacá Bueno bem que tentou complicar a situação do compatriota, mas teve que se contentar com o vice-campeonato, reconhecendo que o companheiro de equipe fez uma temporada mais consistente do que a dele, e mereceu o título, avaliando como extremamente positivo o desempenho de ambos na temporada de estréia do certame. Com contrato garantido para mais uma temporada, a meta é continuar lutando por vitórias, e quem sabe mais um título, dependendo de como a concorrência irá se portar em uma segunda temporada na competição, já com mais know-how sobre os carros e a dinâmica das corridas, o que pode deixar as disputas mais acirradas entre os pilotos na pista.

Alexander Rossi: O piloto da equipe Andretti, até então sem contrato para a temporada 2020 da Indycar, vinha sendo cotado para assumir um lugar na equipe Penske na próxima temporada, seguindo o roteiro traçado em anos recentes por Simon Pagenaud e Josef Newgarden, que depois de brilharem em outros times, foram arregimentados pelo “Capitão” Roger Penske para defenderem sua escuderia, a mais poderosa e bem-sucedida equipe das categorias Indy. Mas a Honda, fornecedora de motores para a Andretti, uniu-se ao ex-piloto, e juntos, renovaram o contrato de Rossi, garantindo seus serviços pelos próximos três anos, numa manobra de peso para evitar perder uma de suas principais estrelas na competição para a rival Chevrolet. O acordo também mantém o fornecimento dos motores para o time de Michael Andretti pelo mesmo período, e embora números exatos não tenham sido divulgados, implicou em um aumento de salário considerável para Alexander, o principal fator que poderia levar o piloto a mudar de escuderia, já que seu carro no momento vem sendo bastante competitivo, lhe permitindo duelar sem aparentes desvantagens contra os rivais. Outro fator interessante, em teoria, é que pelo menos no atual momento, não há rusgas ou ciumeiras entre os pilotos na Andretti Autosports, até porque Rossi tem conseguido eclipsar seus colegas de time, mas na Penske, o duelo é franco e aberto o tempo todo, e embora a disputa seja liberada em ambos os times, a pressão por resultados obviamente é maior na Penske, pelo histórico vitorioso da escuderia. Desta vez, a lábia de Roger Penske para seduzir Rossi não deu certo.

Disputa no Mundial de Rali: Depois de várias temporadas com favoritos destacados na disputa pelo título, o Mundial de Rali de 2019 está vendo um duelo acirrado na luta pelo título, com 3 pilotos que, decorridas 8 etapas, estão muito próximos na tabela de pontuação, prometendo uma boa briga nas 6 etapas restantes da competição até o final do ano, e sem que nenhum deles aparente estar em posição de vantagem sobre os demais. Com três vitórias no ano, Ott Tanak lidera a classificação, com 150 pontos, apenas 4 a mais que Sébastien Ogier, campeão das últimas temporadas, e que está tendo de suar bastante o macacão este ano para manter a escrita de favorito, tendo vencido duas etapas. Com 143 pontos, Thierry Neuville vem na 3ª posição da tabela, mas com seus dois rivais em sua alça de mira, pronto para aproveitar qualquer brecha que surgir, e tendo também 2 triunfos no ano até aqui. Os três pilotos estão muito à frente de todos os demais pilotos da competição, tendo monopolizado 7 vitórias nas 8 etapas disputadas até aqui. Dani Sordo, vencedor da última etapa, o Rali da Sardenha, é apenas o 8º colocado no campeonato, com 52 pontos, praticamente metade deles obtidos com o triunfo na etapa italiana da competição. Nos últimos anos, apesar de alguns momentos de dificuldades, Ogier sempre conseguiu dar a volta por cima e sagrar-se campeão, mas este ano a parada está mais dura. Conseguirá o francês chegar a mais um título em 2019? Tanak e Neuville tem outras idéias, e não vão baixar os braços na luta, nesta que é a melhor oportunidade deles de finalmente serem campeões na categoria principal dos campeonatos off-road.



NA MESMA:

Situação na equipe Foyt: Para quem ainda tem esperança de um resultado redentor para a temporada desastrosa de Tony Kanaan e Matheus Leist na atual temporada da Indycar, podem perder as esperanças. Time médio, a escuderia da lenda A. J. Foyt hoje se tornou o pior time do grid, e embora tenha plena consciência de que seus pilotos são os menos culpados pelo que está acontecendo na pista, as más performances certamente estão contribuindo para comprometer a boa fama de seus pilotos, em especial a de Leist, que chegou à categoria no ano passado com boas referências das provas disputadas na Indy Lights, categoria de acesso, mas vem sendo esquecido nas conversas de paddock da categoria, mais ocupadas pelas performances de Colton Herta, Felix Rosenqvist, entre outros, novatos como Matheus, mas que por competirem com times mais estruturados, estão mostrando resultados, e começando a ser cogitados pelos chefes de equipes para acordos futuros. Mesmo Tony Kanaan, que admite estar em fim de carreira na categoria, está sendo arrastado para o fundo do poço pela má fase do time. Um dos pilotos mais técnicos e de reconhecida competência da Indycar, Tony simplesmente também está sendo esquecido pelos demais times, fazendo seus últimos tempos na categoria virarem um calvário deprimente que não condiz com a carreira do piloto baiano, que mereceria um time mais digno para sua cada vez mais próxima despedida da Indycar. Já Matheus corre o risco de ver sua promissora carreira acabar devido ao mau equipamento, e terá muita sorte se conseguir achar um lugar em um time melhor, quando há tantos pilotos mostrando serviço, e disputando os mesmos lugares.

Domínio de Marc Márquez na MotoGP: Nem mesmo uma vitória de Maverick Viñales na Holanda mudou muito o panorama do campeonato da classe rainha do motociclismo na atual temporada. Marc Márquez viu a derrota apenas como um revés temporário, contentando-se com o 2º lugar, para voltar a deitar e rolar na prova da Alemanha, com mais uma vitória, a quinta em nove provas disputadas até aqui. O pentacampeão é a única constante “positiva” na temporada 2019, rumando para o que já é considerado o seu sexto campeonato, enquanto seus rivais digladiam-se na pista, com altos e baixos, sem conseguirem apresentar a mesma constância ou resultados que lhes permitam tirar o sono da “Formiga Atômica”, que já acumula 58 pontos de vantagem para o vice-líder, Andrea Dovizioso, teoricamente o rival com mais potencial para desafiar Márquez na pista, pela competitividade da Ducati nos últimos tempos. Uma competitividade comprovada pela 3º posição de Danilo Petrucci, o outro piloto do time oficial da marca de Borgo Panigale, mostrando que o time italiano tem o equipamento mais competitivo em termos gerais, sobressaindo-se às rivais Yamaha, Suzuki, e até mesmo Honda. Só que Marc desequilibra, e nas suas mãos, a Honda parece quase imbatível, o que não é exatamente o caso, haja vista a situação de Jorge Lorenzo na atual temporada, que faz até suas agruras na Ducati parecerem um paraíso. Com 10 provas para encerrar a temporada, muitos já fazem as contas de quando Márquez irá levantar o troféu da temporada. Afinal, com 58 pontos, mesmo que abandonasse as próximas duas corridas, e Dovizioso vencesse ambas, nem assim ele perderia a liderança do certame. Missão difícil, a da concorrência, de deter a escalada quase implacável do piloto da Honda, e fracassar na maior parte do tempo... E olhe que Marc ainda detesta quando falam que o campeonato já está decidido... Nada como manter os pés um pouco no chão, até para evitar stresses desnecessários...

Lucas Di Grassi na F-E: O piloto brasileiro da equipe Audi bem que tentou, mas não conseguiu chegar ao bicampeonato na quinta temporada do certame de carros de competição monopostos elétricos, mas manteve-se na média de terminar todas as temporadas da competição no TOP-3. E ressalte-se o fato de Lucas ter consciência de que tanto ele quanto seu time poderiam ter feito melhor neste último ano, de modo que não conquistar o título foi consequência destes momentos onde o desempenho acabou sendo abaixo das possibilidades, descontando momentos azarados durante as corridas. Ao lado de Sam Bird, o brasileiro é o único piloto da categoria a ter vencido corridas em todas as cinco temporadas, obtendo neste último ano dois triunfos categóricos nas etapas da Cidade do México e Berlim. Agora, é pensar na próxima temporada, estando já de contrato renovado com seu time, onde espera manter-se entre os protagonistas da categoria, e quem sabe, conquistar o segundo título na competição, para igualar-se a Jean-Éric Vergne. Mas não há conquista antecipada, e até a nova temporada começar, tudo pode acontecer. Lucas tem um título e um vice-campeonato no currículo da F-E, e é o recordista de pódios no certame, o que fazem dele um dos pilotos mais destacados da competição.

Nico Hulkenberg: O piloto alemão continua mantendo intacto sua sina de nunca subir ao pódio em sua já longa carreira na F-1. Com a performance de seu time, a Renault, tendo decaído na atual temporada, o que já limita as possibilidades de um bom resultado, a única chance de escapar de passar o ano em branco seria aproveitar as oportunidades que poderiam surgir em uma corrida fora dos parâmetros convencionais, como a ocorrida em Hockenhein, onde Nico chegou a ocupar a terceira posição durante a prova, e poderia significar, enfim, a chance de tentar finalmente degustar o champanhe dos primeiros colocados de um GP. Toda a atenção do time estava nele, já que Daniel Ricciardo havia abandonado com o motor estourado, e estando atrás do australiano na classificação, era a chance de virar o jogo na tabela de pontos do campeonato. Infelizmente, Hulkenberg foi mais um a sucumbir ao traiçoeiro piso molhado da pista alemã, sair do traçado, e bater, dando adeus às chances do tão sonhado pódio. Mau piloto Nico não é, mas começaram a surgir alguns boatos de mudança de time, como por exemplo, de ir para a Hass, ou, num golpe de sorte extremo, até para a Red Bull, no lugar de Pierre Gasly, mas até o presente momento, tudo não passa de boatos. Em tese, até então a Renault não tinha muitos motivos para substituir o alemão, até porque quem cometeu o maior erro este ano foi o time, ao projetar um carro que não evoluiu tanto quanto os da concorrência, mas eis que surgiu um forte conversa esta semana de que o time já considera realmente outras opções para o lugar de Nico em 2020, significando que haverão mudanças de ares futuras, e muito provavelmente não para melhor.

Sergio Sette Câmara: O piloto brasileiro vem disputando uma temporada razoável na atual temporada da F-2, tendo até voltado a vencer, ao chegar em primeiro na segunda corrida da Áustria, e obtendo um 4º lugar na primeira corrida da Inglaterra, mas as dificuldades na temporada permanecem. Sergio ocupa a 4ª posição no campeonato, com 121 pontos, uma diferença considerável para o líder, Nick de Vries, com 170 pontos. Mas Câmara precisa melhorar sua atuação, se deseja conquistar os pontos necessários para obter a Superlicença, e poder almejar chegar à F-1, onde já é piloto de simulador da McLaren, e poderia ser também piloto reserva, visando ganhar projeção para tenta outra escuderia. O ponto positivo é que seu rival mais próximo, Luca Ghiotto, que ocupa a 3ª posição no campeonato, está apenas 1 ponto na sua frente, o que torna as chances de superá-lo bem plausíveis; e Nicholas Latifi, o vice-líder, está com 139 pontos, podendo ser alcançado com algum esforço, mas acima de tudo, com uma melhor performance do brasileiro, que precisa mostrar do que é capaz, para começar a cativar os chefes da F-1, visando aumentar o seu rol de contatos. Até o presente momento, Sergio está na média, mas muitos pilotos estão nesta posição, tornando a disputa por um lugar melhor muito mais difícil e complicada.



EM BAIXA:

Dupla da equipe Hass: Que o time de Gene Hass andou para trás nesta temporada, depois da excelente performance demonstrada no ano passado, já ficou bem óbvio. Mas tudo fica ainda mais complicado quando sua dupla de pilotos não se entende entre si, e ainda arruma confusão na pista, e entre eles mesmos. Já vimos essa história antes, na Force India, quando Sérgio Perez e Esteban Ocon andaram se estranhando em várias etapas, comprometendo oportunidades de bons resultados para o time. E estamos vendo isso novamente, agora com Kevin Magnussen e Romain Grosjean, que conseguiram arruinar suas corridas na Inglaterra, ao se tocarem logo no início da corrida, e danificarem os carros de ambos, com muita frustração para a cúpula do time, que viu seus dois pilotos novamente se estranharem na etapa da Alemanha, onde por pouco não viu seus pilotos baterem novamente um no outro, mas desta vez conseguindo manter os carros inteiros, e chegarem ao final da corrida. A Hass parece não ver o fim da temporada para poder arrumar novos pilotos, mas as opções do mercado andam um pouco escassas. Pietro Fittipaldi, por ser piloto de testes, é sempre lembrado, mas o brasileiro ainda não tem os pontos necessários para a superlicença, fora o fato de que estrear no atual momento do time, com um carro de comportamento instável, pode ajudar a queimar a imagem de Pietro, ao invés de promove-la. Fala-se em Esteban Ocon, mas o francês ainda está ligado à Mercedes, o que complica sua situação para assumir um dos carros. Mesmo com uma performance instável, a escuderia sabe que poderia estar melhor na classificação, ocupando no momento o 8º lugar, empatada em pontos com a Alfa Romeo, e à frente da Williams, a draga do ano. Muita coisa deverá mudar para 2020, e adivinhem por onde as alterações começarão a ser feitas...?

Situação de Jorge Lorenzo na atual temporada da MotoGP: o tricampeão espanhol está literalmente comendo o pão que o diabo amassou. O acidente sofrido durante os treinos para o GP da Holanda, que causou fratura nas vértebras, já deixou o piloto de fora da corrida de Assen e da etapa da Alemanha. Com a MotoGP entrando nas suas férias de verão, a expectativa era de que Lorenzo pudesse voltar em Brno, na República Tcheca, graças às semanas de descanso. Mas a situação se mostrou um pouco mais complicada, a ponto de se comunicar que o espanhol terá de ficar de fora tanto da prova em Brno, quanto da seguinte, na Áustria, aumentando sua ausência para 4 corridas. E, mesmo assim, Jorge ainda precisará passar por avaliação para verificar se a ausência ficará apenas nestas etapas. No ano passado, quando os resultados começavam a surgir na Ducati, Lorenzo não esperou uma resposta dos italianos para assinar com a Honda, vislumbrando dar a volta por cima, e calar o seus críticos, tornando-se companheiro de equipe da grande sensação atual da categoria, seu compatriota Marc Márquez. Só que as coisas parecem estar dando mais errado para Jorge do que ele imaginava, e não são poucos os que imaginam que, depois deste acordo com a Honda, o tricampeão poderá pendurar o capacete, devido aos azares, e ao desgaste à sua imagem, como piloto e como pessoa, na classe rainha do motociclismo. Cada vez mais, uma reviravolta na situação do piloto espanhol parece ficar cada vez mais improvável no curto prazo. Até quando será que vai essa má fase de Lorenzo? Difícil saber, realmente, porque ela parece estar ficando bem persistente.

Equipe Renault na F-1: Quarta colocada na temporada passada, a marca francesa tinha grandes metas para esta temporada na categoria máxima do automobilismo, a ponto até de encerrar oficialmente sua participação na F-E, para dedicar-se integralmente à F-1. Para isso, contava com o reforço de pessoal e de estrutura da fábrica em Enstone, na Inglaterra, passando pelo desenvolvimento de uma unidade de potência bem mais potente, para diminuir sua desvantagem para Mercedes e Ferrari, além da contratação de Daniel Ricciardo, ex-Red Bull, para liderar seu time de fábrica na pista. Faltou o principal: criar um carro competitivo, e depois de meia temporada, ainda constatar que a correção do problema é algo que só valerá a pena para o carro da próxima temporada, dando a entender que este ano já pode se considerar perdido. O único lucro até aqui da Renault na temporada 2019 é ver seu time cliente, a McLaren, liderar a F-1 “B”, ocupando a 4ª colocação no campeonato, mostrando estar bem mais competitiva que o time oficial, e minimizando um pouco as notícias ruins, mas, tendo de aguentar ver seu ex-time cliente, a Red Bull, já ter ganho duas provas com as unidades da Honda, que mesmo que estejam atrás das unidades francesas ainda em todos os quesitos, está se valendo de equipar um dos melhores chassis da categoria para obter resultados que não eram possíveis na época de sua associação com a McLaren. Não deixa de ser uma má notícia, porque desde o início da era turbo híbrida, onde as unidades da Mercedes passaram a dominar, a Renault vem prometendo equiparar o desempenho e performance de seu equipamento, algo conseguido, até o presente momento, apenas pela Ferrari, e vendo a Honda capitalizando os triunfos da Red Bull no atual momento.

Manutenção do GP da Alemanha no calendário da F-1: Apesar das boas corridas disputadas nos últimos dois anos, o assunto voltou à baila no último final de semana, de que as contas de realização da corrida germânica infelizmente não estão batendo, e com as negociações para baixar as taxas de realização do GP se mostrando mais complicadas do que se esperava com o Liberty Media, a prova da Alemanha deve dar adeus ao calendário da F-1 já na próxima temporada. A corrida deste ano teve patrocínio da Mercedes, que não está animada em custear mais uma corrida na próximo ano. Como a situação financeira de Nurburgring, outra pista alemã que poderia sediar a corrida, também não anda lá essas coisas, e nem pensa em substituir Hockenhein, como ocorreu em tempos recentes, e apesar do grande sucesso da Mercedes, e de possuírem pilotos no grid, a Alemanha deve mesmo ficar de fora, ainda mais porque a prova do Vietnã vai fazer sua estréia, assim como teremos o retorno da Holanda, e com a Espanha aparentemente garantindo verba para manter sua corrida, alguém terá de cair fora, e os alemães devem acabar pagando o pato. Quem achava que com novos donos as negociações para realização de GPs seriam um pouco mais fáceis do que na gestão de Bernie Ecclestone já começa a sentir alguma saudade do velho baixinho, o que é um sinal extremamente preocupante do modo como a Liberty Media está tratando do assunto, ainda mais quando o grupo norte-americano vive dizendo que respeita o histórico da F-1 e quer mantê-lo... Acredite quem quiser...

Will Power: O piloto australiano da equipe Penske na Indycar não vive um ano muito auspicioso. Está bem atrás de seus companheiros de equipe, que já venceram corridas, e ocupam a 1ª e 3ª colocações na tabela do campeonato. Com as conversas de paddock envolvendo o nome de Alexander Rossi como possível novo piloto da Penske para 2020, as indiretas davam conta de que alguém poderia ser rifado do time, para dar lugar ao novo contratado, e por isso mesmo, sentindo a pressão, Power não vinha fazendo uma temporada tão exuberante como a de anos anteriores, cometendo erros em demasia, e perdendo a chance de obter melhores resultados por causa disso. Apesar dos percalços, Will ganhou uma bela notícia no fim de semana de Mid-Ohio, quando a Andretti anunciou a renovação do contrato de Rossi, o que pareceu tirar um grande peso das costas do australiano, que marcou a pole-position e terminou em 4º lugar na prova, sem cometer erros durante a corrida. Com a ameaça à sua posição no time encerrada, espera-se que Power aproveite as provas finais da temporada 2019 para restabelecer sua reputação na escuderia, e ao menos, terminar mais próximo de seus colegas de time, e se possível, vencer alguma corrida, para não passar o ano em branco neste quesito, como ocorreu com Hélio Castro Neves em algumas das temporadas que defendeu a escuderia.