quarta-feira, 30 de junho de 2021

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JUNHO DE 2021


            E o mês de junho já está indo embora, e com ele, praticamente metade do ano de 2021. O mundo da velocidade segue em frente, meio que aos trancos e barrancos, devido aos problemas e dificuldades decorrentes da pandemia mundial da Covid-19, que continua a provocar tragédias no mundo inteiro, enquanto a vacinação segue firme em muitos países, e lenta em muitos outros. E, todo fim de mês, é hora de mais uma edição da Cotação Automobilística, com o tradicional balanço e avaliação dos acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de junho, com comentários rápidos sobre cada situação, no esquema já conhecido por todos: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Por hora, então, aproveitem o texto, tenham uma boa leitura, e protejam-se e cuidem-se todos. E, até a próxima edição da Cotação Automobilística, no mês que vem, com as avaliações sobre os acontecimentos do mês de julho...

 

EM ALTA:

 

Max Verstappen: O piloto holandês assume o favoritismo na luta pelo título, depois de duas vitórias consecutivas, na França e no GP da Estíria, dando mostras de uma pilotagem sólida e combativa, e disposto a não dar chances aos adversários. Contando com uma Red Bull que parece ter reencontrado a forma exibida nos testes da pré-temporada, quando se mostrou o melhor conjunto da categoria máxima do automobilismo, Max vai tratar de aproveitar a oportunidade para ser campeão, e com todos os méritos, podendo ser aquele que conseguiu interromper finalmente o domínio de Lewis Hamilton e da equipe Mercedes na F-1. Só não dá para comemorar porque, mesmo com a Mercedes declarando que não vai mais concentrar seus esforços de desenvolvimento no carro de 2021, o time alemão ainda não está morto na competição, e existe a possibilidade de uma reviravolta, ainda que difícil, que poderia complicar os planos de Verstappen e da Red Bull de conquistarem o título de 2021. Então, o momento é de ampliar a vantagem, a fim de minimizar possíveis reveses que ainda possam acontecer, o que significa que o holandês vai querer continuar empilhando vitórias nas próximas corridas. E Lewis Hamilton que trate de se desdobrar para conseguir impedir isso...

 

Alex Palou: O piloto espanhol da equipe Ganassi faturou mais uma corrida ao vencer a prova de Elkhart Lake, e segue firme na liderança do campeonato da Indycar, mostrando-se um forte candidato ao título da temporada, e chegando a abalar o tradicional favoritismo de Scott Dixon dentro da escuderia. Mas a parada segue dura, e na cola de Palou ainda temos Patrício O’Ward, que segue na vice-liderança do campeonato, tendo conquistado também duas vitórias no ano, e não dando chance a Alex de baixar a guarda. Alex tem conseguido manter uma boa constância nos resultados, tendo apenas duas corridas com resultados fora das primeiras colocações, o que é muito importante em um campeonato equilibrado como é a Indycar, onde os rivais podem surpreender e tirar proveito de um dia menos auspicioso que se possa ter. E Dixon, apesar de não fazer uma temporada brilhante, segue ali por perto, podendo dar o bote a qualquer momento, apesar da distância para o companheiro de equipe. Portanto, é preciso ficar atento à movimentação dos rivais, e até o presente momento, Palou vem conseguindo dar conta do recado, e rumando para lutar fortemente pelo título de 2021.

 

Sebastien Ogier: Quem é rei nunca perde a majestade, diz o ditado. E Sebastien Ogier está disposto a mostrar cada vez mais que 2019foi apenas um ponto fora da rota de seu currículo de campeão no Mundial de Rali, onde vinha colecionando campeonatos consecutivos entre 2013 e 2018, vendo Ott Tanak faturar o caneco em 2019. Ogier já tinha reconquistado a coroa no ano passado, quando chegou ao seu 7º título na competição, e neste ano, onde promete que será o seu último no Mundial de Rali, o francês vem disposto a conquistar o seu 8º, e provável último título, caso confirme mesmo sua saída da categoria. Ogier lidera o campeonato, tendo vencido 4 etapas até aqui, que lhe renderam 133 pontos na classificação. Um número expressivo, se levarmos em conta que foram disputadas 6 etapas até aqui. Mas o francês também não pode bobear, pois seu companheiro de equipe no time da Toyota, Elfyn Evans, vem na vice-liderança da competição, com 99 pontos. Faltando metade da temporada 2021 pela frente, Ogier sabe que não pode se dar ao luxo de entrar no clima de “já ganhou”, e certamente não vai dar chances de ser surpreendido na busca pelo título, que se conquistado o de 2021, o deixaria com nada menos do que 8 títulos no Mundial de Rali, apenas um a menos do que o número de conquistas obtidas por seu compatriota Sebastian Loeb, com 9 títulos consecutivos entre 2004 e 2012. Será que com 8 triunfos, Ogier não vai sentir-se tentado a igualar Loeb? Olha que ele pode ficar com idéias...

 

Fabio Quartararo: O piloto francês da equipe Yamaha terminou a primeira metade da temporada 2021 da MotoGP na liderança da competição, e já com ares de grande favorito ao título da temporada da classe rainha do motociclismo. Fabio averbou em Assen, na Holanda, seu 4º triunfo no ano, deixando mais uma vez Maverick Viñalez na sombra, e os demais rivais para trás. Quartararo tem conseguido manter uma constância quase impecável de resultados, enquanto seus rivais de pista não conseguem realizar o mesmo feito, com resultados irregulares, ora andando bem, ora caindo pelas tabelas, como a dupla da Ducati, que alterna performances mais combativas com outros resultados não tão bons, chegando a ver Johaan Zarco, com a Ducati satélite Pramac, a ocupar a vice-liderança da competição, mas sem ter conseguido chegar à vitória, item indispensável para questionar a liderança cada vez mais inconteste de Quartararo, que pode devolver a Yamaha ao posto de campeã mundial, posição que não ocupa desde 2015, quando Jorge Lorenzo conquistou o último título para a equipe dos três diapasões. Depois de um ano onde começou como favorito, e terminou apagado, em 2020, Quartararo reencontrou a si mesmo, como prometia fazer, e vem cumprindo com sua meta de mostrar à Yamaha o acerto de sua promoção ao time de fábrica. Se manter o ritmo atual, não terá adversários na disputa pelo título, tanto nos outros times, como dentro da própria Yamaha, onde Viñalez já declarou que sai da escuderia ao fim do ano, inconformado com a situação, entre outros percalços.

 

Sergio Pérez: O piloto mexicano sabia que o desafio de competir pela Red Bull na temporada deste ano da F-1 não era exatamente um prêmio pelo bom campeonato do ano passado, já que seria posto à prova, competindo ao lado de Max Verstappen. E, de certa forma, o holandês tem deitado e rolado em cima do novo companheiro de equipe, como fizera com os dois últimos colegas de time. Mas Sergio, com sua experiência, vai começando a se acertar na escuderia dos energéticos, e se ainda falha na classificação, ficando mais longe do que se poderia esperar de Verstappen, começa a se aproximar no ritmo de corrida, e em Baku, fazia uma excelente corrida que acabou lhe rendendo sua segunda vitória na F-1, depois que Max acabou tendo um estouro de pneu que o tirou da prova. E depois, na França, Pérez ainda subiu ao pódio em 3º lugar, depois de batalhar com Valtteri Bottas na parte final da corrida. Os resultados já alçaram o mexicano à 3ª posição no mundial de pilotos, o que é importante para a Red Bull, especialmente no campeonato de construtores, ajudando o time a livrar vantagem sobre a Mercedes, e ao mesmo tempo não incomodando Verstappen na pista, começando aos poucos a ajudar o time na estratégia de corrida contra os pilotos da equipe alemã. Uma evolução que já rende a Sergio alguns elogios do sempre crítico Helmut Marko, e até indícios por parte da chefia da Red Bull de que o mexicano pode permanecer no time para 2022, o que já fala por si. Se conseguir melhorar nas classificações para o grid, o mexicano pode dar ainda mais trabalho na pista do que já vem dando, e aos poucos, ele parece capaz de chegar lá...

 

 

 

NA MESMA:

 

Equipe Penske: O time do “capitão” Roger vem tendo uma temporada insólita na Indycar este ano. Seus pilotos não conseguiram vencer uma única corrida até o presente momento, mesmo tendo feito boas apresentações. O azar, para não mencionar outros percalços, tem sido incrível, e tem atingido praticamente todos os integrantes do time, em especial Will Power e Josef Newgarden. Power já bateu na trave em duas oportunidades, e perdeu um triunfo praticamente certo na segunda corrida de Detroit, onde seu carro acabou superaquecendo na parada da bandeira vermelha, e derrubando-o para o fim da classificação. E Newgarden, por sua vez, já tendo terminado 3 provas em 2º lugar, estava pronto para por fim à “seca” de vitórias em Elkhart Lake, quando seu carro apresentou problemas de câmbio na fase final da corrida, entregando o triunfo nas mãos de Alex Palou. Novato na categoria, Scott McLaughlin vem apenas cumprindo tabela, não se podendo exigir muito do neozelandês. E Simon Pagenaud vem quieto, sem comprometer, mas também sem brilhar propriamente. Power e Newgarden tem andado muito forte, e em várias provas estavam prontos para vencer, mas tudo acabou dando errado, de modo que a Penske parece incapaz de tentar disputar de forma competente o título da temporada. Desde 1999 o time de Roger Penske não passa sem vitórias nas categorias Indy. Será que a escrita vai ser quebrada em 2021? A conferir nas corridas restantes da temporada...

 

Como está fica na Alpine/Renault: O time francês, que ainda tenta engrenar na atual temporada da F-1, já se antecipou e garantiu a permanência de sua dupla de pilotos para a temporada de 2022. Sentindo que Esteban Ocón passava a ser possivelmente visado pela Mercedes, a escuderia francesa renovou o contrato de seu piloto até o fim da temporada de 2024, diante dos bons resultados obtidos por ele no início da temporada. Como Fernando Alonso tem contrato firmado até o fim da temporada do ano que vem, a Alpine/Renault mantém sua atual dupla de pilotos, e isso também acabou com as possibilidades de Pierre Gasly tentar uma vaga no time, uma vez que ele sente que na Alpha Tauri não poderá ir muito mais longe do que já está. Além da Alpine/Renault, Ferrari, Aston Martin e McLaren manterão seus atuais pilotos para a temporada de 2022: Carlos Sainz Jr. e Charles LeClerc (Ferrari); Lando Norris e Daniel Ricciardo (McLaren); e Sebastian Vettel e Lance Stroll (Aston Martin). Agora, com os pilotos definidos, espera-se que a escuderia comece a recuperar o tempo perdido e retome a competitividade que exibia no fim do ano passado, quando disputou com McLaren e Racing Point a 3ª posição no campeonato de construtores...

 

Lucas Di Grassi na temporada da F-E: O piloto brasileiro da equipe Audi continua tendo uma temporada complicada na atual temporada do certame de monopostos elétricos, mas de vez em quando, até consegue escapar um pouco da onda de baixo astral que vem impregnando sua atuação na categoria. Que o diga o brasileiro na rodada dupla disputada no México. Na primeira corrida, após conseguir finalmente uma boa posição de largada no grid, Lucas foi superando os pilotos na pista, até alcançar a 2ª posição, que acabou se transformando em vitória, com a desclassificação de Pascal Wehrlein, da Porsche, por uma burrada técnica cometida por seu time. Um alívio para Di Grassi, em um ano complicado na competição, e quem sabe, o prenúncio de dias melhores. Mas nada, na segunda corrida, largando novamente na segunda metade do grid, o piloto teve um dia para esquecer, quando tomou uma punição de drive through, tendo de passar pelo box, e voltando à pista em último lugar, por ter acertado Nick de Vries no retorno à pista após a ativação do modo ataque. E claro, terminou em último, sem ter como se recuperar da punição. O brasileiro flerta com outros times para permanecer na competição em 2022, já que a Audi deixa o campeonato, mas Lucas já admite até a hipótese de pendurar o capacete, caso não consiga um lugar para seguir competindo. Será que ele encerra a carreira como piloto dessa forma?

 

Temporada de Jimmie Johnson na Indycar: Quando resolveu aceitar o desafio de competir na Indycar nesta temporada, é verdade que o grande campeão da Nascar afirmou que teria de aprender muito, já que seria a primeira vez que pilotaria monopostos, depois de toda uma carreira guiando carros da Stock norte-americana e similares. E, de certa forma, Jimmie vem tendo mesmo uma temporada difícil, se adaptando ao estilo de condução dos monopostos. Com poucos treinos disponíveis, Johnson não tem conseguido boas colocações de largada, e andando lá atrás, até que vem tentando ganhar ritmo, e melhorar sua performance, mas a situação continua complicada, até porque tem de pegar o jeito dos circuitos da competição, já que está disputando apenas as provas fora dos ovais, o que significa mais um desafio à sua adaptação. E rodadas e outros percalços de pilotagem tem contribuído para os resultados não serem lá os mais vistosos, tendo como melhor classificação um 19º lugar. Apesar de tudo, ainda é preciso respeitar o currículo de Johnson, que não precisaria passar por nada disso, mas resolveu encarar o desafio de competição na Indycar, e segue firme nele, apesar dos problemas. Não vai ser uma temporada de resultados de nota, mas ele está se divertindo, e seu acordo com a Ganassi já previa que o ano não seria de encher os olhos. Mas uma hora ele deve começar a pegar mais o jeito, e quem sabe, poderá se divertir mais também nas disputas, quem sabe?

 

Situação de Valtteri Bottas na Mercedes: O piloto finlandês continua com seu futuro indefinido para 2022. Os resultados das últimas corridas só ajudaram a colocar mais lenha na fogueira das especulações, que apontam, obviamente, para o inglês George Russel como provável substituto do piloto no time da Mercedes, já que é um piloto da fábrica, emprestado ao time da Williams nos últimos anos. Com fofocas que já apontaram na direção de Esteban Ocón, e em casos mais extremos, até mesmo de Pierre Gasly e talvez Sergio Pérez, a Mercedes até o presente momento não se manifestou sobre o assunto, embora nas entrelinhas, diga-se que Bottas não está correspondendo ao que se esperaria dele na atual temporada, colaborando muito pouco para as pretensões do time, em especial a obtenção de resultados para o Mundial de Construtores, competição onde a escuderia alemã está perdendo a disputa no momento para a Red Bull, que começa a capitalizar os resultados da contratação de Sergio Pérez, que vem aumentando de produção, enquanto Valtteri ainda patina nas corridas. O finlandês subiu ao pódio no GP da Estíria, encerrando, ao menos momentaneamente, a maré de azar das corridas mais recentes, mas resta saber se ele conseguirá reagir na competição, e fazer valer sua manutenção no time da Mercedes. Pelo que podemos ver, a resposta pode demorar um pouco. Cabe a Bottas reverter a situação o quanto antes, se quiser se manter em um dos cockpits mais cobiçados da F-1 atual.

 

 

 

EM BAIXA:

 

Maverick Viñalez: O piloto espanhol chegou à Yamaha com estrela, depois de conseguir bons resultados na Suzuki, e até começou bem sua carreira no time oficial da marca dos três diapasões, substituindo Jorge Lorenzo, e dividindo as atenções do time com Valentino Rossi. Mas Viñalez, aos poucos, foi mostrando que, se as peças não se encaixarem perfeitamente, sua performance acaba comprometida, e infelizmente, nos últimos anos, a Yamaha viveu mais de baixos do que de altos, o que parece ter esfriado os ânimos de Maverick, que não conseguiu sequer disputar o título com o arrasador Marc Márquez como se esperava, deixando esse protagonismo ir parar nas mãos de Andrea Dovizioso e a Ducati, e fazendo a Yamaha virar coadjuvante nas disputas, colhendo apenas vitórias ocasionais. E, diante destas dificuldades, as desculpas apresentadas para os problemas enfrentados foram se acumulando, algumas coerentes, outras nem tanto. No ano passado, a Yamaha ainda se viu superada sem maiores dificuldades pelo time satélite SRT, sem que Viñalez conseguisse responder com mais do que uma solitária vitória no ano. E, na temporada atual, o panorama ficou ainda pior, com o espanhol sendo praticamente eclipsado por Fabio Quartararo, que vem mostrando ser possível lidar com os problemas da Yamaha, e mesmo assim fazer uma campanha de alto nível na luta pelo título, enquanto Maverick praticamente desandou depois de vencer na primeira corrida, só vindo a se reencontrar parcialmente na etapa da Holanda, onde largou na frente, mas terminou atrás de Quartararo, culminando em seu divórcio com a Yamaha ao fim da atual temporada, e colocando seu destino em 2022 na incerteza.

 

GP do Japão da MotoGP cancelado: A prova nipônica do Mundial da MotoGP, que seria disputada na pista de Motegi, acabou cancelada, diante dos problemas da pandemia da Covid-19, uma vez que os transtornos logísticos para se deslocar e entrar no Japão continuam muito restritos. No seu lugar, entrou o GP das Américas, a ser disputado em Austin, no Texas, Estados Unidos, prova que deveria ter sido realizada no início do ano, mas que foi adiada também por causa da pandemia do coronavírus nos EUA, que no início do ano estava descontrolada por lá, mas que agora, graças à vacinação, já se mostra mais do que possível ser realizada. Embora nada tenha sido dito até o presente momento, o cancelamento do GP do Japão por parte da MotoGP indica que muito provavelmente a corrida válida pelo campeonato da F-1 também poderá ser cancelada, já que a corrida tem data marcada para o início de outubro, próxima à data da corrida da MotoGP. Como a prova de Cingapura já foi cancelada pela F-1 esse ano, também por causa da Covid-19, e substituída pelo GP da Turquia, que volta ao calendário depois de ter sido marcada para substituir o GP do Canadá e também ter sido cancelada, as chances da corrida de Suzuka também dançar aumentam bastante, já que o deslocamento até o Japão seria complicado de se fazer para apenas uma corrida. Mas, a se confirmar, será o segundo ano em que ficaremos sem provas no Japão, tanto da MotoGP quanto da F-1, por causa da Covid-19.

 

Desarmonia na equipe Haas: Se o ano de 2021 já não trazia bons prognósticos no time de Gene Haas na F-1, diante da péssima competitividade de seu carro, o clima no time começa a ficar instável diante dos desentendimentos que começam a surgir entre sua dupla de pilotos. Mick Schumacher tem começado a se estranhar com o parceiro Nikita Mazepin, diante de alguns comportamentos meio reprováveis na pista, quando ambos estão disputando posição entre si. Como de costume, o russo não tem se mostrado muito respeitoso para com o companheiro de equipe, e se é verdade que ele está ali para competir, por outro, ele tem de ter alguma compostura para com Mick, assim como para com qualquer outro piloto, de ter um mínimo de respeito devido a outro competidor na pista. Como se não bastasse estes momentos, a chefia do time ainda tem passado a mão na cabeça de Nikita, tolerando esse seu comportamento, por razões mais do que óbvias, já que o pai do piloto russo é o principal patrocinador da escuderia, só que isso periga deixar Mazepin com a sensação de poder continuar fazendo o que achar que pode dentro da pista, e uma hora isso pode acabar em confusão, e sobrar para o time ter de resolver a encrenca. Em um esporte de risco como é o automobilismo, que ninguém se surpreenda se Mazepin acabar arrumando uma tremenda encrenca em algum momento, e a Haas que não se faça de desentendida quanto a isso...

 

Rodada dupla – punição dupla: Pascal Wehrlein definitivamente não terá boas lembranças da rodada dupla da F-E no México na temporada deste ano. O piloto da equipe Porsche fez uma corrida irrepreensível na primeira corrida disputada pelo certame de carros monopostos elétricos na pista de Puebla, utilizada em substituição ao autódromo Hermanos Rodrigues, cruzando a linha de chegada em primeiro lugar. Só que uma punição acabou causando sua desclassificação da prova, deixando a vitória com o brasileiro Lucas Di Grassi, devido ao fato de sua equipe não informar o grupo de pneus que foi utilizado pelo piloto na corrida, uma punição que, para muitos, deveria ter sido tomada até mesmo antes da largada da prova, tão primária que foi a gafe cometida pelo time, sem que Wehrlein tivesse culpa no problema. E, na segunda corrida, Pascal terminou a prova em 2º lugar, mas tomou uma nova punição, caindo para a 4ª posição, agora motivada por uso incorreto do fanboost, no que a direção de prova acusou o piloto de usar tardiamente o recurso, de modo que ele não tinha como aproveitar a potência total. Tais punições continuam contribuindo para minar a imagem de seriedade da F-E, uma vez que algumas delas são por motivos tão bestas e cretinos que para muitos não dá mais para levar a sério o resultado de pista das corridas, sem que não haja a possibilidade de alguma punição afligir os pilotos e alterar o resultado final das provas. Um problema que já vem de longe, e que a F-E deveria tomar providências para resolver desde já...

 

Valentino Rossi rumo à aposentadoria?: O “Doutor”, como o italiano é conhecido, tem uma das carreiras mais vitoriosas da história do motociclismo mundial, e uma das mais longevas, mas é verdade que, do ano passado para cá, Rossi tem tido resultados bem abaixo do esperado. Problemas na competitividade da Yamaha complicaram as temporadas de 2019 e 2020, de modo que o time nipônico realocou Valentino no seu time satélite, a SRT, mas com apoio técnico total do time de fábrica, inclusive com uma moto modelo 2021, em respeito aos anos de dedicação do italiano à marca. Levando-se em conta a forma como a SRT suplantou o time oficial no ano passado, parecia uma boa oportunidade para Rossi fazer uma temporada de despedida decente para o multicampeão que é, mas infelizmente, a situação se inverteu, e enquanto o time de fábrica lidera o campeonato com Fabio Quartararo, a SRT caiu bastante de produção, e isso arrastou também Valentino para as últimas colocações no grid, tendo todo tipo de problemas, para não falar em performances abaixo do esperado, com várias quedas em diversas provas, como na Holanda, um dos circuitos onde Valentino mais se destacou. Com poucos resultados, o italiano já dá pistas de que deve anunciar mesmo a aposentadoria, e ao menos nas duas rodas, pendurar o capacete, para se dedicar a outros projetos, como o de sua equipe VR46, que estreará no próximo ano com apoio oficial da Ducati. Só é pena que Rossi não tenha chance de fazer uma despedida mais digna do grande campeão que é. Para alguns, ele não soube a hora de parar, mas para alguém que ama competir, essa é uma decisão muito difícil, e não se pode culpa-lo por querer ainda buscar disputar freadas nas pistas com pilotos da metade de sua idade. Mesmo assim, o seu cartaz ainda é imenso, mesmo com a seca de resultados. A MotoGP sentirá sua falta quando deixar o grid.