sexta-feira, 18 de junho de 2021

DISPUTA ABERTA

Briga de novos nomes no campeonato da Indycar: Patricio O'Ward (acima) lidera a classificação, com Álex Palou (abaixo) logo atrás. Mas tem mais gente podendo entrar na briga pelo título da temporada.


             O campeonato da Indycar 2021 encerrou a sua primeira metade com invejáveis 7 vencedores diferentes em 8 corridas, mostrando sua costumeira face de um certame bem equilibrado, com vários vencedores diferentes. E, ao menos este ano, podemos dizer também que a lista de favoritos ao título segue mais do que indefinida, colocando mais expectativa para ver quem vai conseguir se destacar nas 8 corridas restantes, e faturar o caneco deste ano.

            E são dois pilotos da “nova geração” que despontam na dianteira da competição. Patricio O’Ward, da McLaren, assumiu a liderança do campeonato ao vencer a segunda corrida da rodada dupla de Detroit, superando Alex Palou, da Ganassi, por um ponto. O mexicano, um dos destaques da temporada passada, assim como a associação da McLaren com a Schmidt/Petterson, estão ainda mais à vontade este ano, e despontam como um nome forte na briga pelo título. Além das duas vitórias, Patricio subiu outras duas vezes ao pódio, resultado que não se pode desprezar. Palou também subiu quatro vezes ao pódio, iniciando a temporada na frente ao vencer a primeira corrida do ano, no Alabama, e travou um duelo renhido com Hélio Castro Neves nas voltas finais das 500 Milhas de Indianápolis, sendo derrotado pelo brasileiro na Brickyard Line. E eles prometem dar trabalho para os “figurões” estabelecidos na categoria, como estes já viram muito bem nas corridas disputadas até agora.

            E, entre estes “figurões”, temos Scott Dixon. O hexacampeão vem em 3º lugar no campeonato, tendo vencido já uma corrida este ano. Expert em amealhar pontos quando não dá para vencer, o neozelandês tem tido alguns azares quando podia ter brigado firme pela vitória, como ocorreu na Indy500, quando uma bandeira amarela arruinou sua parada de box e o deixou de fora das primeiras colocações, e em Detroit, onde o piloto da Ganassi liderava, e perdeu toda a vantagem quando a prova foi interrompida devido ao forte acidente do sueco Felix Rosenqvist. Dixon está a apenas 36 pontos de desvantagem de O’Ward, e não pode ser subestimado, apesar de ter tido um ou outro desempenho menos vistoso em 2021.

            Atrás de Dixon vem outro “figurão”: o bicampeão Josef Newgarden, em 4º lugar, que já bateu três vezes na trave este ano na luta pela vitória, e até o presente momento, não conseguiu subir ao degrau mais alto do pódio, em um ano que vem se mostrando mais do que complicado para a poderosa Penske, que voltando a competir com quatro pilotos em período integral, está cometendo erros de estratégia e sofrendo vários azares com seus pilotos como há tempos não acontecia. Que o diga Will Power, que depois de um promissor 2º lugar no Alabama, vem tendo um azar dos diabos, como o que ocorreu na primeira corrida de Detroit, onde seu carro, sem poder receber rapidamente refrigeração, teve uma pane que desligou o motor no período (completamente desnecessário, na minha opinião) da bandeira vermelha pela batida de Romain Grosjean, resultando na impossibilidade de relargar, e fazendo o australiano, que liderou a maior parte da corrida, perder um triunfo mais do que certo e merecido. Nem dá para falar muito de Scott McLaughlin, o novato do time, que ainda está se achando na nova categoria, tendo sido trazido da V8 Supercars australiana, onde demonstrou grande talento, mas que já conseguiu um pódio no ano. E Simon Pagenaud, se não vem brilhando exatamente, está no meio do bolo, apenas 5 pontos atrás de Newgarden, em parte graças à pontuação dobrada da Indy500, onde terminou em um brilhante 3º lugar depois de largar na parte de trás do grid. O francês e o estadunidense podem virar o jogo se as circunstâncias permitirem, e se a Penske parar de errar também, pois o potencial de time vencedor da escuderia não se perdeu, só não está acima dos concorrentes como costumava ocorrer em anos recentes.

Josef Newgarden (acima) e Will Power (abaixo) tem batido na trave em várias corridas na briga pela vitória, mas até o presente momento a Penske segue zerada no campeonato neste quesito.


            Na 5ª posição do campeonato está o holandês Rinus Veekay, que vem andando forte, tendo inclusive vencido o GP de Indianápolis, e fazendo o time de Ed Carpenter brilhar desde os tempos em que Josef Newgarden defendia a escuderia. Mas o piloto está fora da etapa deste final de semana, e em um campeonato tão concorrido, isso é um grande revés, que deve afastá-lo de qualquer pretensão de luta pelo título, uma vez que os rivais estarão na pista para batalhar pelas melhores posições. Mas para muitos, Veekay ter vencido foi uma daquelas zebras que sempre podem ocorrer, já que, tirando o triunfo no traçado misto de Indianápolis, o piloto só voltou a subir ao pódio na primeira prova de Detroit, que acabou sendo vencida por outra “zebra”: Marcus Ericsson, que teve a grande sorte quando Will Power viu seu carro morrer no pit lane na hora da corrida ser recomeçada. Chamar de zebra pode até parecer demérito, mas é só uma maneira de citar as corridas que apresentam resultados mais inesperados, já que tais pilotos por vezes dificilmente repetem tais resultados, mesmo apresentando boas performances em algumas corridas. De qualquer maneira, Ericsson, que ganhou rótulo de piloto pagante na F-1, mostra que não é tão ruim quanto alguns de seus detratores falam. Ele até tem se saído razoável na Ganassi, embora seja claramente inferior a seus companheiros de equipe, Álex Palou, e claro, Scott Dixon. Portanto, a 7ª posição no campeonato não é nada ruim. Faço uma exceção na comparação com Jimmy Johnson, que tem no currículo 7 títulos na Nascar, embora esteja apanhando uma barbaridade para se acostumar com os monopostos da Indycar, uma vez que ele nunca havia competido com este tipo de carro antes. Ele até vem pegando mais o jeito do carro, mas os resultados não melhoram, e todo mundo já sempre aposta onde ele irá rodar ou errar em cada corrida...

            Se a Penske anda meio desencontrada, a Andretti parece andar mais perdida que cego em tiroteio. Colton Herta até ganhou a corrida em São Petesburgo, mas vem tendo uma temporada inconstante, sendo apenas o 9ª colocado, e pior, é o melhor piloto classificado na temporada do time de Michael Andretti. Alexander Rossi continua atravessando uma fase de baixos e quase nenhum alto, já tendo passado dois anos de sua última vitória na Indycar, ocupando apenas a 14ª posição no campeonato. Se Ryan Hunter-Reay já vinha em banho maria nos últimos anos, ele mantém o nível este ano, sem conseguir batalhar pelas primeiras posições, estando classificado em 16º. E James Hinchcliffe então, nem se fala: ocupa apenas a 21ª posição na tabela.

Scott Dixon vem fazendo uma temporada meio sem brilho, mas está na briga pelo título assim mesmo.

            A Rahal/Letterman/Lannigan mostra melhor situação, mas não muito mais resultados. Graham Rahal prometia brilhar na Indy500, mas um erro dos mecânicos o fez perder um pneu no retorno à pista após o pit stop, e o piloto foi direto no muro, felizmente, sem maiores consequências. Graham é um piloto esforçado e de talento, mas a escuderia precisa caprichar mais no trabalho se quiser voltar a vencer uma prova ou outra. E Takuma Sato vem tendo um ano bem opaco, sem impressionar ninguém. Na Dale Coyne, Romain Grosjean até impressionou em alguns momentos, conseguindo um 2º lugar no GP de Indianápolis, além da pole-position, mas o time continua tendo suas limitações. A Meyer Shank, que vinha até com perspectiva de crescimento, meio que entrou em parafuso, e tirando a vitória espetacular de Hélio Castro Neves na Indy500, Jack Harvey vem tendo dificuldades para tentar terminar entre os 10 primeiros colocados. Vai precisar caprichar mais se quiser incomodar alguém na frente.

            Nos demais times, bem... A Foyt, que quase “enterrou” a carreira de Tony Kanaan e fez Matheus Leist perder vaga na categoria pelos maus resultados agora começa a fazer sua próxima vítima, com Sébastien Bourdais a ter desempenhos pífios, enquanto Dalton Kellett nem precisa fazer esforço para mostrar como é fraco. E da Carlin, nem se pode dizer algo...

            Quanto aos brasileiros, Pietro Fittipaldi não deu sorte nas suas poucas participações até agora, o mesmo valendo para Tony Kanaan, apesar do equipamento bem mais competitivo. Hélio vai disputar mais cinco corridas pela Meyer Shank, em pistas mistas, o que deve limitar suas chances de bons resultados, haja vista o que vem acontecendo com Jack Harvey. Portanto, eu diria que o triunfo de Helinho na Indy500 é tudo o que podemos esperar de nossos rapazes nesta temporada de participações esporádicas, bem longe de quando podíamos até disputar o título.

            Depois da rodada dupla no traçado do Belle Isle Park, a Indycar não para, e neste final de semana chega para disputar nova etapa, agora naquele que é considerado o melhor circuito misto dos Estados Unidos, Elkhart Lake. E temos a expectativa de que os duelos continuem proporcionando um campeonato bem enrolado, onde muita coisa pode acontecer. E quem ganha, claro, é o torcedor, que quer ver mais briga na pista e no campeonato, e quanto mais gente nessa disputa, melhor. A transmissão da TV Cultura começa a partir das 13:45 Hrs. no domingo.

 

 

Felix Rosenqvist vai continuar desfalcando a McLaren na etapa deste final de semana da Indycar em Elkhart Lake. O piloto, que sofreu um forte acidente na primeira corrida de Detroit, que chegou a derrubar a mureta de proteção da pista, ainda não teve liberação dos médicos da categoria para voltar à pista. Na segunda corrida no Belle Isle Park, Oliver Askew foi chamado de última hora para substituir o sueco na McLaren, mas neste final de semana, sem poder contar com Askew novamente, o time recorreu a um nome conhecido da F-1: Kevin Magnussen, que vem disputando a temporada do IMSA Wheather Tech Sportscar, ocupará o lugar de Rosenqvist, voltando a defender a McLaren depois de alguns anos, agora na Indycar.

 

 

Andar de bicicleta pode começar a ser visto por alguns como uma atividade muito perigosa para os pilotos em atividade. Esta semana, Rinus Veekay, da equipe Carpenter, caiu de sua bicicleta enquanto fazia uma trilha, e quebrou a clavícula, o que o fará desfalcar o seu time na etapa da Indycar em Elkhart Lake. O piloto holandês será substituído por Oliver Askew, que na segunda prova de Detroit já tinha substituído outro piloto acidentado, o sueco Felix Rosenqvist, que havia batido forte na primeira prova em Belle Isle. Duas semanas atrás, quem caiu da bicicleta foi Álex Rins, piloto da equipe Suzuki na MotoGP, resultando numa fratura do braço, o que o fez ficar de fora da prova da Catalunha, na pista de Barcelona. O piloto já confirmou seu retorno no GP da Alemanha, na pista de Sachsenring, cujos treinos começam hoje. O canal pago Fox Sports transmite a corrida ao vivo no domingo, às 9:00 Hrs.

 

 

E a F-1 volta a se reunir, agora em Paul Ricard, em Le Castellet, para a disputa do GP da França, uma das corridas que acabaram canceladas em 2020 devido à pandemia da Covid-19. Na pista, é hora de vermos o novo round entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, depois que ambos saíram zerados da corrida do Azerbaijão. Muitos apostam que, de volta a um circuito “normal”, a Mercedes não deve ter os desempenhos ruins vistos nas últimas duas provas, mas só teremos uma idéia mais clara disso nos treinos de hoje. Para a Mercedes, que perdeu a liderança do Mundial de Construtores para a Red Bull em Mônaco, e viu sua diferença para a rival aumentar ainda mais depois da corrida de Baku, a ordem no time alemão é manter a calma e focar no trabalho, sem entrar em pânico. E Lewis Hamilton, depois de dois GPs com resultados longe do esperado, está mais do que ansioso para colocar as coisas nos eixos. Mas a tarefa da Mercedes pode ser mais complicada do que antes: Sergio Perez, depois do triunfo em Baku, ganha “gás” para começar a ter melhores performances no time dos energéticos, ajudando nos resultados e estratégias, e colaborando para “emparedar” o time germânico, que vai precisar, mais do que nunca, que Valtteri Bottas honre sua posição na escuderia alemã, e tenha um desempenho mais aceitável, depois de uma performance completamente irrisória na corrida do Azerbaijão. Na última corrida em Paul Ricard, a Mercedes dominou numa prova que não apresentou grandes disputas ou emoções, mas os tempos são outros, e quem sabe, possamos ver uma boa corrida? Ao menos, a expectativa de um novo duelo entre Hamilton e Verstappen, de volta a um circuito permanente, faz todo mundo se perguntar o que pode rolar no domingo.

 

 

E o assunto do momento no paddock da F-1 é o que acontecerá com Valtteri Bottas em 2022. É quase certo que o finlandês não fica na Mercedes, depois do desempenho fraco que vem tendo na atual temporada, mas ainda tem várias corridas até o fim do ano, e sempre há alguma chance de Bottas conseguir surpreender, e virar a situação. Mas a cada corrida, essa possibilidade vai ficando cada vez mais remota, e o próprio finlandês começa a demonstrar certa insatisfação com sua situação. E começam a pipocar as especulações, que vão desde a “aposentadoria” de Valtteri como piloto na F-1, ou as possibilidades de ocupar um assento em outras equipes, entre elas, a Williams, e até mesmo a Alfa Romeo, em uma possibilidade que começou a ser ventilada esta semana. Na Williams, poderíamos ver um troca-troca, com George Russel assumindo o lugar de Bottas na Mercedes, e vice-versa, o que seria o panorama mais óbvio. Já na Alfa Romeo, comenta-se que Kimi Raikkonen, para surpresa de muitos, já teria renovado com o time para 2022, mantendo-se firme na F-1 por mais um ano, enquanto Antonio Giovinazzi perderia seu lugar para Bottas, que assim faria uma dupla finlandesa no time sediado na Suíça. Poderia ser uma combinação interessante, se bem que houve alguns momentos em que os dois finlandeses já andaram se estranhando nas pistas. Mas, como “homens de gelo” que são, isso não seria empecilho para ambos defenderem o mesmo time. Só deixaria mesmo uma sensação de fracasso em relação a Bottas, que em seus primeiros anos na Williams era tido como um campeão em potencial, e ir para a Alfa Romeo, depois de defender a quase imbatível Mercedes, mostraria que as expectativas ficaram longe de se concretizar. Mas, não seria nada anormal na história da F-1. De qualquer forma, pelo que vem mostrando este ano, Bottas não está merecendo permanecer na equipe campeã, e isso vai cobrar o seu preço, infelizmente.

 

 

E a Formula-E se prepara para mais uma rodada dupla neste final de semana. O local é o México, mas não no palco tradicional da corrida utilizado nas edições anteriores, o circuito Hermanos Rodriguez, na Cidade do México. O autódromo está sendo utilizado como hospital para atendimento dos casos de Covid-19, e portanto, não pôde ser utilizado para sediar o ePrix da atual temporada. Portanto, a competição será realizada no Autódromo Miguel E. Abed, em Puebla, cidade situada a cerca de 120 Km da capital. O autódromo possui um traçado oval, e opções de circuito misto. O certame dos carros elétricos utilizará uma versão do traçado com 15 curvas e cerca de 2,98 Km de extensão. O design da pista é interessante, até mais do que o utilizado pela categoria no circuito da Cidade do México. Veremos como os pilotos se sairão neste novo circuito. Objetivando preencher o seu calendário, devido aos problemas causados pela pandemia do coronavírus, teremos uma rodada dupla em Puebla, com provas amanhã, sábado, e no domingo. O SporTV e a TV Cultura transmitem as corridas ao vivo, a partir das 18 horas, pelo horário de Brasília, nos dois dias.

O traçado que a F-E usará no Autódromo de Puebla, no México, na rodada dupla deste final de semana. A prova será disputada no sentido anti-horário, e o ponto em vermelho marca a pista "extra" onde os pilotos farão a ativação do "Moto Ataque".

 

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