quarta-feira, 1 de abril de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - MARÇO DE 2015



            Saudações a todos. Começaram alguns dos principais campeonatos mundiais do mundo da velocidade, e com o fim do mês de março, é hora de termos novamente a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, analisando os acontecimentos do mundo do esporte a motor neste início dos campeonatos e vendo o panorama exibido pelas disputas vivenciadas até aqui. Portanto, uma boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a próxima edição da Cotação Automobilística estará disponível aqui no final do mês de abril. Até lá...




EM ALTA:

Sebastian Vettel: Criticado por muitos sob a alegação de ter vencido seus quatro campeonatos mais pelo fato de ter um excelente carro projetado por Adrian Newey do que por seu talento de gênio da velocidade, Vettel resolveu assumir o risco de mudar para a Ferrari no ano passado, mesmo com o time italiano passando por uma complicada reestruturação geral que culminou até na mudança da direção tanto do grupo Ferrari quanto do time de F-1. E a aposta de Sebastian se mostrou certeira: em duas provas neste campeonato, já subiu duas vezes ao pódio, sendo que na Malásia conquistou sua primeira vitória pela escuderia italiana, e dando uma resposta mais do que cabal a seus críticos.

Equipe Penske na IRL: Que todo mundo já imaginava, não foi nenhuma novidade ver o time de Roger Penske colocar praticamente todos os seus carros largando na frente da corrida inicial do campeonato em São Petesburgo, na Flórida. E o resultado da corrida só reforçou que, pelo menos no início da competição, dificilmente alguém tira o título de um de seus pilotos: o time terminou com seus 4 pilotos dentro das 5 primeiras posições, e o massacre só não foi completo porque Tony Kanaan se intrometeu no meio da disputa e cravou um 3° lugar, subindo ao pódio. Os concorrentes que se preparem...

Valentino Rossi: Iniciando seu 20° campeonato no motociclismo, Valentino mostrou na etapa da abertura do campeonato de 2015 que ainda tem muito o que mostrar na classe rainha: mesmo largando no meio do pelotão e caindo algumas posições, partiu para cima dos concorrentes e, como nos velhos tempos, travou vários duelos em sua ascenção à liderança da prova em Losail, conquistando uma vitória importante em um ano onde tudo indica que a luta pelo título vai ser bem mais disputada do que nos últimos anos. O "Doutor" está querendo mais, e mostrando que a idade, aos 36 anos, é apenas um detalhe quando entra na pista...

Lewis Hamilton: O bicampeão começou 2015 da mesma maneira como terminou 2014: na frente. O piloto inglês venceu de forma competente e firme o GP da Austrália, e foi 2° colocado na Malásia mesmo com uma parada extra que acabou por acabar com suas chances de vencer a prova. Além de andar sempre mais do que o parceiro de equipe, Lewis demonstra estar mais sereno e compenetrado, mostrando que o fim de seu relacionamento amoroso não o afetou como das outras ocasiões, o que tornava seu rendimento irregular. Vai ser um oponente duríssimo na luta pelo título deste ano, com ou sem domínio da Mercedes na competição.

Equipe Ducati na MotoGP: Ainda é cedo para afirmar que o que vimos no Catar vai se repetir por toda a temporada, mas tudo indica que a Ducati conseguiu mesmo criar uma excelente máquina para a temporada 2015, a ponto de se intrometer de forma firme e impositiva no dueto Honda-Yamaha que dominou a categoria nos últimos anos. Em Losail, Andrea Dovizioso não apenas largou na pole da etapa como travou um duelo renhido pela ponta da corrida em sua maior parte, dando a entender que encerraria o longo jejum de triunfos da marca italiana. E ele quase conseguiu, perdendo a ponta na volta final da prova para um fulgurante Valentino Rossi que teve muito trabalho para superar o rival. A Ducati ainda fez maioria no pódio catariano, com o 3° lugar de Andrea Iannone, que chegou logo atrás de ambos. Se mantiver esse ritmo nas demais corridas, Honda e Yamaha terão uma bela dor de cabeça adicional para encararem na luta pelo título da competição, que deve fazer a alegria dos fãs da categoria.



NA MESMA:

Equipe Williams: O time do velho Frank começou o ano prometendo ser a segunda força da competição, assim como em 2014, pelos resultados que se viu nos testes da pré-temporada. E, a exemplo do ano passado, as primeiras corridas deste ano mostram que o time andou se superestimando. Como resultado, já levou um baile da Ferrari nas duas provas disputadas até aqui, revelando que será preciso muito trabalho e suor para voltar a ser a principal força a desafiar os carros alemães. Se no ano passado isso foi facilitado pelo péssimo carro da Ferrari, este ano o time italiano parece ter recuperado toda sua desvantagem e já se encontrando à frente de todos os outros perseguidores da esquadra alemã. É hora de o time mostrar que 2014 não foi um ano bom apenas de sorte dos rivais estarem mal, é preciso mostrar força especialmente quando a concorrência está forte.

Pastor Maldonado: Em que pese as melhorias de performance no carro novo da Lotus, o piloto venezuelano continua tendo um calvário no time preto e dourado, com dois abandonos nas duas etapas da competição em 2015. Na Austrália, então, Maldonado nem teve oportunidade de disputar a corrida, levando um toque logo na largada e ficando pouco depois por ali mesmo. Enquanto isso, ele vê seu ex-time pontuar em ambas as etapas. Por mais que falem do péssimo timing de Fernando Alonso de ter saído da Ferrari e ido para uma McLaren que anda entre os últimos enquanto seu ex-time volta até a vencer corridas, o venezuelano não está muito atrás do asturiano neste quesito. A Williams ainda não voltou a vencer, mas vem andando muito melhor do que a Lotus.

Transmissão da IRL: Depois do fiasco que foi o cancelamento do GP Brasil da Indy devido aos rolos na feitura do contrato da Bandeirantes com o governo do Distrito Federal, muitos consideraram lucro a emissora ainda transmitir o campeonato deste ano, após a saia justa sofrida. E, como já deveria ser esperado por muitos, a transmissão da etapa inicial em São Petesburgo mostrou a "qualidade" de sempre das transmissões feitas pela Bandeirantes, que não apenas jogou a corrida no canal Bandsports, como ainda parece ter escalado um narrador que pouco entendia do riscado do que acontecia na pista. O desempenho foi sofrível, e para um grupo que tem em seu grupo esportivo nomes como Téo José e Celso Miranda para se narrar uma corrida, a emissora paulista precisa urgentemente reformular sua escalação de profissionais, ou fazer um treinamento intensivo para que cada um saiba com mais propriedade o que está narrando. A Bandeirantes só não fica pior na fita porque a Globo não apenas fez uma transmissão sem sal da abertura da F-1, como ainda quis inventar de transformar aquilo em um programa ridículo que nada agregava de informação à transmissão.

Manor/Marussia: O time pode ter "renascido" na F-1, depois de se encontrar praticamente morto financeiramente, mas a situação da escuderia continua extremamente instável, e a performance só ajuda aos outros times não ficarem em último lugar. Os carros conseguiram andar na Malásia, mas como já era esperado, ficaram atrás de todo mundo, e um deles nem conseguiu largar para a corrida, o que foi um alívio para os concorrentes, com um retardatário a menos pelo caminho. Resta saber até onde o time consegue ir, pois os carros estão praticamente virgens, sem patrocínios que ajudem a dar sustentação efetiva à escuderia. A brincadeira da F-1 está ficando cara demais para muita gente que antigamente até ajudava os times menores a se sustentarem na categoria, mas não mais. Desse jeito, realmente não dá para ir muito longe.

Fernando Alonso: O piloto espanhol finalmente retornou à McLaren, mas seu calvário permanece. Além de não poder aspirar a nenhum resultado de monta nesta temporada, Alonso ainda teve o desprazer de assistir a Ferrari, seu ex-time, vencer a corrida malaia com aquele que foi contratado para substituí-lo, Sebastian Vettel. Pior, ainda se viu até alguns mecânicos soltarem risinhos velados quando o asturiano passou em frente ao box da escuderia italiana, após finalizar o treino. Fernando deveria ter tido mais sensibilidade e paciência, pois todos apostavam que o time rosso cresceria nesse ano, e o espanhol ainda tinha mais um ano de contrato. Só que a impaciência e o egocentrismo falaram mais alto do que a paciência e a perseverança, e o resultado é o que todos já imaginavam. Agora, resta ao bicampeão apenas muito trabalho duro e ter justamente a paciência que não teve em 2014 com a Ferrari, para ter esperança de retornar a disputar no futuro as primeiras colocações, assim que a parceria McLaren/Honda começar a dar resultados, o que pode demorar um pouco, ou mais do que se espera...



EM BAIXA:

GP a nocaute: A crise financeira que ronda a F-1 fez sua mais nova vítima: o Grande Prêmio da Alemanha foi rifado da temporada 2015 devido à falta de fundos do autódromo de Nurburgring para pagar as altas taxas exigidas pela FOM para a realização da prova. Um acerto emergencial com Hockenhein também foi por água abaixo pelo mesmo motivo: falta de dinheiro para segurar o pepino da realização do GP. Apesar de uma tentativa da Mercedes de ainda salvar a etapa germânica do calendário, não teve jeito, e a corrida da Alemanha foi sacada da competição, e pode até ficar de fora definitivamente do certame, uma vez que ano que vem Bernie Ecclestone quer inaugurar o GP do Azerbaijão, e muito provavelmente vai rifar a prova alemã de vez, já que os novos integrantes do calendário pagam o que o chefão da FOM pede sem pestanejar.

McLaren/Honda: Depois do desastre que foram os testes da pré-temporada, todo mundo ainda esperava que a escuderia britânica, retomando sua antiga parceria de vitórias com a Honda, pelo menos se recuperasse um pouco no início do mundial de F-1. Infelizmente, os péssimos resultados vistos em Jerez e Barcelona se repetiram nas duas etapas disputadas até agora, com os carros andando entre os últimos colocados, e tendo de utilizar uma boa restrição de potência em sua unidade de força para que os motores aguentassem toda a prova. Apesar de algum avanço no potencial de performance do novo MP4/30, que chegou a andar em ritmo até animador para os problemas apresentados, a confiabilidade do motor nipônico ainda é sofrível: Kevin Magnussem quebrou ao levar seu carro para o grid em Melbourne, e ambos os carros ficaram pelo caminho na Malásia. Na Austrália, Jenson Button pelo menos conseguiu terminar a corrida, ainda que em último lugar entre os que cruzaram a bandeirada. Mas o trabalho de levantar o time ainda vai ser bem árduo...

Red Bull/Renault: Definitivamente, os anos de sucesso fizeram mal para o time dos energéticos. Vislumbrando não ter condições de alcançar o time da Mercedes, a direção da Red Bull já começou a disparar farpas na direção de sua parceira Renault, pela falta de performance da unidade de potência francesa, que hoje só ganha da novata Honda. O nível das críticas foi tão que a Renault começou a devolver as acusações, alegando que o time austríaco tem abusado das especificações necessárias para dar as devidas condições de funcionamento da unidade, e que apesar dos problemas da unidade, ela não é a culpada de toda a queda de rendimento enfrentada pela escuderia. A prova é que o time B, a Toro Rosso, vem andando melhor, com o mesmo motor, e chegou à frente da escuderia principal na Malásia. Depois, ainda vem com as ameaças veladas de abandonar a F-1 se a categoria se mostrar "desinteressante" e sem ter condições de vencer...O time que era o mais descontraído do paddock está se revelando agora ser um péssimo perdedor, o que é muito ruim.

Transmissão fora de tom: A abertura do campeonato 2015 de F-1 teve uma novidade na transmissão da Globo, com a emissora tentando mostrar um pouco de como é feita a transmissão da corrida, de como é feita a narração e os comentários. A idéia até seria boa, não fosse a emissora tentar transformar isso em uma espécie de programa sem nada a ver, estilo altas horas, com convidados que pouco tinham intimidade com a coisa, exceção a Bia Figueiredo e Raul Boesel, que foram muitíssimo mal aproveitados para se discutir os aspectos da corrida australiana. O que poderia ser muito instrutivo para o telespectador, de mostrar os detalhes de como é feito todo o processo de transmissão e narração da prova, virou um bate-papo sem utilidade nenhuma, mostrando que a Globo desperdiçou uma idéia que originalmente poderia até ser boa, não fosse seu hábito de querer mostrar tudo do jeito que ela acha que tem que ser mostrado, como se fosse um show da emissora, e não o que realmente deveria ser exibido. E, para as etapas da madrugada, a emissora continua com seu tiro no pé de exibir apenas o Q3, para frustração dos telespectadores que não têm acesso aos canais pagos do SporTV, único lugar onde se pode acompanhar os treinos na íntegra. Depois, a emissora ainda vem reclamar de queda na audiência...

Estréia dos kits aerodinâmicos na IRL: Principal novidade no campeonato da Indy Racing League este ano, os kits prometiam dar um novo visual os carros Dallara utilizados pela categoria, e promover novos desafios para os times tentarem descobrir as melhores formas de acertar a nova aerodinâmica proporcionada aos bólidos. Chevrolet e Honda seguiram diretrizes distintas que realmente ajudaram a proporcionar um visual diferente aos monopostos, mas na corrida, o excesso de aletas, em especial nos bicos dos carros, proporcionaram um festival de pedaços caindo a torto e a direito, fossem com os carros sozinhos na pista, fossem em toques e raspões de outros carros. Teve um pedaço que conseguiu até ferir a cabeça de uma torcedora, mostrando que tanto Honda quanto Chevrolet precisam dar uma reforçada nas estruturas dos kits, para evitar essa quebradeira ocorrida na estréia do campeonato, que poderia ter implicâncias mais sérias dependendo do que pudessem causar. Nada que não possa ser corrigido, mas depois de levar tanto tempo para se oferecer estes kits, imaginava-se que o tempo gasto tivesse sido melhor aproveitado para se evitar este tipo de ocorrência com o equipamento.




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