quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

FLYING LAPS - JANEIRO DE 2014



            O ano de 2014 mal começou, e o mês de janeiro já ficou para trás. E como já é hábito todo início de cada mês, é hora de dar umas notas rápidas sobre mais alguns acontecimentos que ocorreram nas últimas semanas no mundo do esporte a motor, que segue firme para seus campeonatos deste ano, sendo que alguns deles, como o Mundial de Rali, já tiveram início, enquanto o principal evento automotivo de janeiro, o Dakar, mais uma vez elegeu seus vencedores da edição 2014. Uma boa leitura a todos, e mês que vem tem mais sessão "Flying Laps", pessoal...


Em uma disputa emocionante, a dupla Nani Roma/Michel Perin conquistou o título do Dakar 2014 na categoria carros. O título só foi garantido praticamente na última etapa, deixando ninguém menos do que Stéphane Peterhansel e seu parceiro Jean-Paul Cotret amargarem o vice-título por uma diferença de pouco mais de 5 minutos, uma margem apertada quando se trata de uma prova off-road como os ralis. Os Minis, pra variar, dominaram novamente a competição: tanto os campeões como os vice-campeões competiram com os notáveis veículos compactos. E para completar, entre os 5 finalistas, apenas a dupla classificada em 4° lugar era de outro veículo, a Toyota, com a dupla Giniel de Villiers/Dirk von Zitsewitz. Na 3ª colocação tivemos mais uma dupla competindo com Mini, Nasser Al-Attiyah e Lucas Cruz, que finalizaram a competição com aproximadamente 57 minutos de desvantagem para a dupla campeã.


Na categoria motos, o espanhol Marc Coma levou novamente o título no Dakar 2014. O espanhol da KTM chegou a seu 4° triunfo no rali, e agradeceu a todos os membros do seu time, que permitiram que ele alcançasse esta marca. A KTM também conquistou a 2ª posição, com o também espanhol Jordi Viladoms, que finalizou o rali com quase duas horas de desvantagem para o compatriota. Mas quem ficou frustrado mesmo foi Cyril Despres, que mesmo tendo conseguido uma reação espetacular após um início ruinoso na edição do Dakar deste ano, ficou em 4° lugar, não conseguindo diminuir para menos de duas horas sua desvantagem para o rival Coma. O francês Olivier Pain, da Yamaha, mesmo time de Despres, chegou logo à frente de seu compatriota, que também defendia a Yamaha, por uma diferença de pouco mais de meio minuto, uma marca tremendamente apertada. O sonho de Despres de aumentar sua lista de títulos fica agora adiada para 2015...


Na categoria caminhões, a Iveco bem que tentou, e pela maior parte do Dakar 2014, parecia que ia quebrar a hegemonia dos caminhões russos da Kamaz na competição. Mas, no final, o trio formado por Gerard de Rooy/Tom Colsoul/Darek Rodewald acabou sucumbindo por meros 3 minutos e pouco ao possante Kamaz do trio russo Andrey Karginov/Andrey Mokeev/Igor Devyatkin. O feito do trio da Iveco, contudo, não pode ser menosprezado: a Kamaz fechou com 4 posições entre os 5 finalistas, tendo conquistado também o 3°, 4° e 5° lugares, ainda que a competição renhida tenha ficado apenas entre o time que foi campeão e o trio vice-campeão da Iveco.


Nos quadriciclos, quem fez a festa foi a Yamaha, e em especial, Ignacio Casale, que conquistou o título da competição "em casa" - ele é chileno. Na segunda posição, com mais de 1 hora de desvantagem ficou o polonês Rafal Sonik, também com Yamaha. A Honda fechou na 3ª, 4ª e 5ª posições, com várias horas de desvantagem para Casale, que dominou a competição praticamente de ponta a ponta, sem maiores sustos. Agora é esperar pela edição 2015 do Dakar, quando os "loucos do deserto" estarão novamente em ação...


As 24 Horas de Daytona de 2014 tiveram vitória brasileira: Christian Fittipaldi, correndo pela equipe Action Express, em parceria com Sebastién Bourdais e João Barbosa, venceu a tradicional corrida de endurance americana. Foi a segunda vitória de Christian, que já tinha vencido a competição em 2004. Mas o destaque, negativo, da prova, foi o violento acidente sofrido por Memo Gidley com Matteo Malucelli após quase 3 horas de corrida: Gidley atingiu o adversário em cheio, e seu carro ficou praticamente destruído. A corrida precisou ser paralisada para o resgate de Gidley, que foi levado para o hospital, onde passou por cirurgias no braço, na perna e nas costas, onde sofreu fraturas diversas. Malucelli saiu praticamente ileso do acidente, ao contrário de Gidley, que passará os próximos meses em lenta recuperação após ter alta hospitalar das cirurgias.


No Mundial de Rali, o atual campeão Sébastien Oggier iniciou 2014 da melhor maneira possível: o francês venceu a etapa inicial do campeonato deste ano, em Monte Carlo, e inicia sua corrida rumo ao bicampeonato. Nem mesmo a forte neve comprometeu o triunfo do piloto da Volkswagen, que viu seus adversários se enrolarem com o mau tempo. E, para quem pergunta o que aconteceu com a Citroen, o time francês finalizou a etapa em 3° lugar, um resultado até bom, mas com quase 2 horas de desvantagem para Oggier. Sebastian Loeb certamente deixou saudades...


Robert Kubica estreou como piloto da equipe M-Sport no Mundial de Rali, e no segundo dia do Rali de Monte Carlo, acabou sofrendo um novo acidente, com seu carro caindo em uma vala após derrapar em uma curva e bater. Felizmente sem maiores consequências para o polonês e seu co-piloto, cujo saldo maior foi o abandono do rali e vários amassados em seu carro modelo Ford Fiesta. Kubica está dando continuidade à sua carreira de piloto nos ralis, onde suas deficiências físicas, consequência do acidente sofrido há alguns anos, não o impedem de pilotar de forma competitiva, ao contrário do que seria necessário em monopostos, e até que vem mostrando desempenho expressivo, mostrando que o talento que o levou a ser considerado uma das novas estrelas da F-1 continua intacto, felizmente. Mas Kubica está tendo uma predisposição preocupante em sofrer acidentes. Ainda bem que não se machucou nos vários percalços sofridos até aqui, mas espero que sua sorte não acabe de um momento para o outro. Por mais que provas de rali sejam naturalmente propensas a acidentes entre seus participantes, Robert parece estar se acidentando com frequência muito acima do desejável, e seria bom ele tomar cuidado.


E o Brasil mostra que em se tratando de providências para garantir competições internacionais deixa muito a desejar: como se não bastasse os atrasos em vários estádios da Copa do Mundo, que em qualquer país "sério" e "competente" já teriam ficado prontas há muito tempo, por mais que o governo fique falando desculpas a rodo e classificando os críticos de "pessimistas" e até "inimigos da pátria" (conversa das mais cretinas, diga-se de passagem), agora é a etapa da MotoGP, que estava marcada para o dia 28 de setembro, ir para as cucuias: o circuito de Brasília, que iria sediar a prova que marcaria a volta do campeonato mundial de motociclismo a nosso país, precisa de reformar que nem sequer foram ainda licitadas. E, depois de muita reunião e conversa fiada, chegaram à conclusão mais óbvia: não haverá tempo para se efetuar as obras necessárias para adequar a pista. O resultado não podia ser outro: etapa brasileira da MotoGP cancelada. As autoridades, claro, dizem que os planos prosseguem, para que em 2015 a cidade possa receber as motos mais velozes do mundo, em um novo e reformado autódromo, cujas obras de modernização, por serem complexas, demandam tempo e um projeto adequado, afirmando que a nova pista terá todas as credenciais para sediar competições de alto nível mundial. Convenhamos: em ano onde todo mundo no governo está entorpecido pela Copa do Mundo, que está sendo mal preparada, para dizer o mínimo, com um sem-número de obras de infraestrutura que viraram mais uma das muitas promessas feitas pelo governo para inglês ver e deboche do povo, achar que iriam dedicar atenção ao autódromo parece piada, ainda mais depois de termos visto a destruição de Jacarepaguá pelas autoridades cariocas que só falam e dizem de copa e olimpíadas, nem que seja preciso acabar com o que já se tem por aí, não é de se admirar o desfecho deste tipo de situação...


A piloto brasileira Bia Figueiredo continua sua batalha para tentar encontrar um lugar no campeonato da Indy Racing League nesta temporada. Embora ainda tenha o patrocínio da Ipiranga para ajudar em suas negociações, a indefinição de transmissão da categoria em TV para o Brasil passou a complicar tudo, pela falta de visibilidade que isso pode gerar no retorno do patrocínio. Até o presente momento, a IRL não tem acertada transmissão do campeonato de 2014 para o Brasil, e depois do processo da direção da Indycar contra a Bandeirantes pelo cancelamento da etapa brasileira, o clima só piorou entre a emissora paulista e a direção da categoria.
 

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