quarta-feira, 7 de março de 2012

FLYING LAPS – FEVEREIRO DE 2012

            E já estamos no mês de março, prestes a iniciar o campeonato da F-1. Enquanto a largada não vem, hora de espiar alguns fatos do mundo da velocidade no mês passado. Boa leitura...

 
A abertura do campeonato da Nascar Sprint Cup foi pra lá de agitada neste ano. No domingo, dia 26, a largada precisou ser cancelada, e a prova, adiada para a segunda-feira dia 27, devido à forte chuva que caiu sobre o autódromo de Daytona. Na segunda-feira, com o tempo ainda não colaborando totalmente, foi dada a largada para uma das mais tradicionais corridas americanas, as 500 Milhas de Daytona. Ao fim da corrida, Matt Kenseth faturou a vitória. Mas o que marcou a corrida foi o pavoroso acidente envolvendo Juan Pablo Montoya durante a competição. Sentindo algo estranho no carro, o colombiano da equipe Ganassi foi para os boxes onde os mecânicos, numa rápida olhada, aparentemente nada viram de errado no carro. Ao voltar para a pista, em bandeira amarela, o carro de Montoya deu uma chicotada e atingiu o caminhão turbina que estava sendo usado para limpar a pista de detritos. O impacto causou uma explosão que incendiou ambos os veículos. Felizmente, tanto Montoya quanto o motorista do caminhão escaparam ilesos, enquanto o fogo destruiu os veículos. A violência do incêndio obrigou a prova a uma interrupção de cerca de duas horas, e após a corrida, o colombiano ainda fez uma brincadeira com o acidente, declarando que, de todos os acidentes que já sofreu em sua carreira, este foi o primeiro em que atingiu um caminhão de serviço...


Miguel Paludo fez uma estréia em grande estilo na divisão Truck Series da Nascar este ano: conquistou a pole-position na prova de Daytona da categoria. A seu lado, na primeira fila, seu companheiro de equipe na Turner, Nelsinho Piquet. O bom momento, contudo, ficou na classificação. Na corrida, depois de liderar por cerca de 70 voltas, Paludo infelizmente sofreu um forte acidente, abandonando a corrida. Nelsinho Piquet, por sua vez, também acabou batendo, de modo que nenhum dos dois recebeu a bandeirada quadriculada na estréia do certame de 2012. Mas os dois brazucas já deram um aviso de que a concorrência pode esperar mais surpresas durante o campeonato...


Enquanto rolava as negociações com Rubens Barrichello para pilotar para a KV Racing no campeonato 2012 da Indy Racing League, Jimmy Vasser acertou a renovação do contrato do venezuelano Ernesto Viso para continuar sendo piloto do time na atual temporada. Receoso de perder seu lugar para o brasileiro, Viso correu para acertar os últimos detalhes, entre eles acertar a cota de patrocínio que deveria trazer para o time. Se no ano passado Viso conseguiu um “desconto” na quantia que deveria trazer, graças aos patrocínios da Lótus e de Takuma Sato, este ano não teve conversa: ou pagava o valor integral, ou ficaria a pé. Antes mesmo de ser piloto oficial do time, Rubens Barrichello já ajudou a escuderia a fechar parte do orçamento. Agora é torcer para que boa parte dele não continue sendo usado para consertar o carro do venezuelano, que tem o hábito de se envolver em acidentes nas provas...


Enquanto isso, o japonês Takuma Sato, que no passado competiu pela KV, acertou para ser piloto da equipe Rahal-Letterman este ano. O time volta a disputar um campeonato da IRL na íntegra, de onde se ausentou nas últimas temporadas por falta de recursos financeiros, ficando relegada a disputar somente a Indy500. A equipe usará motores Honda este ano, que apóiam Takuma.


Os carros das equipes Marussia e Hispania tiveram problemas em seus primeiros testes de impacto de segurança da FIA, o crash-test. Isso obrigou ambos os times a refazer e modificar seus novos carros, para um segundo teste, e obrigou os times a ficarem de fora da segunda sessão de testes de Barcelona, o que sem dúvida foi prejudicial à preparação das escuderias para o campeonato deste ano. Com dois anos de experiência, parece que tanto a Marussia (ex-Virgin) quanto a Hispania precisam melhorar seu organograma, caso contrário, vão novamente apenas disputar quem será a lanterna do grid neste ano.


Alguns times da Fórmula 1 mudam de nome para este campeonato. A Renault passa a se chamar Lótus, sendo o terceiro time a adotar esta denonimação. A “segunda” Lótus, de propriedade de Tony Fernandes, passa a se chamar Caterham; e a Virgin agora chama-se apenas Marussia. Vale lembrar que a estrutura da “nova” Lótus, se contarmos toda a sua longa história na F-1, já teve diversos nomes: era a antiga Toleman, no início da década de 1980; passou a se chamar Benetton em 1986, mantendo esse nome até 2001, quando foi adquirida pela Renault, passando a usar esse nome de 2002 até o ano passado, quando foi totalmente adquirida pelo fundo Geni de investimentos, e este ano passa a usar o nome da antiga escuderia de Colin Chapman.


O piloto brasileiro Luiz Razia disputa este ano sua 4ª temporada na GP2. O baiano, que chegou a participar de um treino livre na F-1 na temporada do ano passado, acertou contrato para correr o campeonato deste ano pela Arden International. O brasileiro terá como companheiro de equipe o suíço Simon Trummer. Razia ainda aspira chegar à F-1, mas até o momento, vai se tornando um veterano na categoria de acesso, o que não costuma ser bem visto por alguns. O ponto positivo é que a Arden é comandada por Christian Horner, que é chefe da equipe Red Bull, e o Razia agora passa a fazer parte dos pilotos apoiados pela fabricante de bebidas energéticas, o que deve dar algum impulso à carreira do piloto brasileiro. Mas as cobranças também devem ser maiores...


O mundo do automobilismo nacional levou um baque neste mês de fevereiro com a morte do piloto João Leme, de apenas 19 anos, vítima de câncer. O paulista, que disputou algumas etapas da F-3 Sul-Americana em 2011, descobriu que estava com câncer na medula. A doença progrediu rápido, e infelizmente Leme perdeu a luta contra a enfermidade. Já sabendo do diagnóstico inicial, Leme conquistou três pódios no campeonato do ano passado, competindo pela equipe Hitech Racing, fechando a temporada na sexta colocação, com 127 pontos. O enterro do piloto aconteceu na manhã do dia 17 de fevereiro, em Mococa, interior do Estado de São Paulo.


Sem conseguir lugar para competir no campeonato da Indy Racing League este ano, o piloto brasileiro Vitor Meira retornou ao Brasil, onde irá participar da Stock Car, tendo firmado acordo com a Officer ProGP, de Duda Pamplona. Meira competiu nos últimos anos pela equipe de A. J. Foyt na IRL, mas para esta temporada, acabou dispensado pelo time, e seu lugar ocupado pelo britânico Mike Conway. Vitor competiu por cerca de 10 anos na categoria americana, tendo 15 pódios na carreira, e passando perto da vitória em algumas ocasiões, mas sempre sem conseguir uma. Vitor correu pelas equipes Menard, Rahal-Letterman, Panther, e Foyt. Como Bia Figueiredo, Meira perdeu seu lugar para um piloto com maiores patrocínios, problema que tem sido constante na categoria americana nos últimos anos, onde vários times precisaram priorizar mais as vantagens financeiras no lugar do talento dos pilotos contratados...

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