sexta-feira, 13 de outubro de 2023

BAGUNÇA NO DESERTO

A imagem de Logan Sargent sendo auxiliado a sair do carro e precisar de atendimento médico mostrou quão extenuante foi a prova do Qatar, mas os problemas do fim de semana do GP em Losail não se resumiram apenas a isso, muito pelo contrário...

         E a F-1 tem um novo tricampeão: Max Verstappen. Mas, qual a surpresa? Diante do domínio da Red Bull na atual temporada, e da falta de capacidade dos concorrentes, ver o holandês novamente campeão do mundo era coisa mais óbvia de todas. Era só questão de saber quando isso ocorreria de forma oficial, o que não ajudou a forma desastrosa com que Sergio Perez se portou depois da etapa de Mônaco, quando tudo pareceu desandar para o piloto mexicano, que agora é dúvida até mesmo para o vice-campeonato, apesar do carro mais dominante da história da Red Bull em mãos. Mas é verdade que o próprio time também tem sua parcela de culpa nessa história, que não envolve somente a competência do seu principal piloto.

         Mas o grande mote da prova do Qatar, que retornou ao calendário neste ano, depois de estrear na temporada de 2021, e para um contrato de dez anos com a categoria máxima do automobilismo, foram os problemas que o circuito apresentou para os carros da F-1, que curiosamente, não estavam presentes há dois anos atrás. A prova não foi realizada em 2022 por conta da proximidade com a Copa do Mundo, realizada no minúsculo país do Oriente Médio, e com um contrato já firmado de dez anos de realização do GP, graças aos petrodólares que a Liberty Media aceitou sem pestanejar, o circuito passou por reformas, tanto na área dos boxes quando na pista, que foi inclusive toda recapeada, além de ter suas zebras refeitas.

         Como resultado das reformas, a extensão da pista mudou um pouco, passando dos 5,38 Km de extensão para 5,419 Km. Uma nova entrada para os boxes foi providenciada, agora situando-se antes da última curva. Curiosamente, os tempos de volta ficaram bem maiores, apesar da extensão da pista ter aumentado pouco: Lewis Hamilton fez a pole-position em 2021 com a marca de 1min20s827, enquanto este ano Max Verstappen largou na frente com o tempo de 1min23s778. A melhor volta da prova também ficou mais lenta: em 2021, Verstappen fez 1min23s196 na corrida, enquanto agora o mesmo Verstappen marcou 1min24s319. Parte da diferença, contudo, pode ser atribuída ao clima mais quente, já que a corrida de 2021 foi realizada praticamente um mês depois da etapa deste ano. Tudo parecia caminhar bem, não? Pois é, parecia...

         Isso até a Pirelli, fazendo seus testes de rotina do desgaste dos pneus utilizados na sexta-feira, ficar preocupada. Os compostos analisados apresentaram rachaduras anormais em suas estruturas, como se os pneus tivessem sido castigados além do normal. E logo se achou culpados plausíveis: várias zebras do circuito tinham uma construção que danificava os pneus além do esperado. Mas eis que a FIA resolveu cuidar do problema diminuindo a largura da pista, trazendo seu limite mais para dentro, como forma de evitar que os pilotos avançassem sobre as zebras naquele ponto. Chegaram a permitir um mini-treino de 10 minutos antes da classificação da prova Sprint para que os pilotos se “aclimatassem” com os novo0s limites, além da ameaça de “tolerância zero” para com os limites de pista para quem os infringisse, um tema que já está virando palhaçada na F-1 em tempos recentes. Tentarem “raspar” as zebras para que ficassem menos agressivas poderia ser uma outra alternativa, mas se foi cogitada, caiu em ouvidos surdos. Mas, com a pista mais estreita, esperava-se que a situação estivesse solucionada. Ledo engano.

Alguns azarados do fim de semana: Sergio Perez foi atingido por Esteban Ocón na prova Sprint e ambos ficaram fora da corrida (acima); já Lewis Hamilton teve seu primeiro abandono na temporada ao forçar ultrapassagem sobre George Russell logo na largada e errar a tangência, tocando no companheiro de equipe.


         A classificação e a corrida Sprint aparentemente correram bem, mas nova análise de Pirelli voltou a constatar fissuras preocupantes nos pneus, mostrando que o problema não estava apenas nas zebras, mas aparentemente no próprio novo asfalto do circuito, de modo que a solução foi estabelecer um limite, a ferro e fogo, de apenas 18 voltas para todo e qualquer composto, pelo perigo de sua integridade ser comprometida. E, com isso, fazer com que a corrida, de 57 voltas, tivesse três pit stops obrigatórios, que exigiu muitos cálculos dos times, diante dos compostos já usados que eles ainda possuíam.

         E assim foi feito, e a corrida, pelo menos, correu sem maiores percalços, pelo menos no que tange aos pneus. Mas não foi uma corrida das melhores. Ainda que tenha havido algumas disputas e duelos, esteve longe de apresentar a mesma emoção, já que boa parte das estratégias de corridas dos pilotos e times acabou “engessada” diante das diretrizes baixadas pela FIA. E, como nenhuma surpresa, deu Max Verstappen novamente, mostrando que o duo formado pelo agora tricampeão holandês com o modelo REB19 foi um dos melhores casamentos da história da categoria máxima do automobilismo. E quem brilhou no caos do deserto foi a McLaren: Oscar Piastri tinha conseguido a pole para a prova Sprint, e conseguiu vencer a corrida curta no sábado, que viu Verstappen terminar em 2º lugar, e teve Lando Norris em 3º; e já na corrida, teve Piastri novamente no pódio, agora em 2º, e com Norris repetindo o 3º lugar, fechando o pódio, no melhor momento da McLaren em anos recentes.

         Mas, a corrida, embora sem maiores incidentes, esteve à beira do desastre. O forte calor, mesmo à noite, e a umidade alta, castigaram os pilotos, que passaram vários percalços na pilotagem de seus bólidos. Esteban Ocón vomitou no carro por duas vezes. Lance Stroll confessou que “apagava” por alguns segundos em alguns momentos na corrida. Logan Sargent, sem se hidratar durante a corrida, precisou abandonar por estar passando a mal, e por ordem da equipe, antes que algo mais acontecesse. Fernando Alonso “cozinhou” dentro de seu cockpit, chegando a pedir ajuda ao time declarando que estava com o traseiro em brasa, quase no sentido literal da palavra, o que talvez tenha colaborado para algumas manobras pouco comuns na pilotagem do espanhol, que não é de errar muito nas corridas. Vários outros pilotos estavam esgotados na bandeirada, e até Piastri, na antesala do pódio, praticamente deitou no chão por alguns minutos, antes da cerimônia dos troféus. E olhe que a corrida ainda foi realizada à noite, à semelhança da MotoGP, cuja corrida também tem sido realizada no período noturno. Que a corrida seria desgastante, não era novidade, mas o desgaste foi além do esperado.

A Pirelli acabou surpreendida com o desgaste de seus compostos, e precisou alertar a todos, mas as providências tomadas pela FIA se mostraram bem bagunçadas.

         Como desgraça pouca é bobagem, os limites de pista novamente causaram um festival de punições. Não foi tão escandaloso quanto em Zeltweg, na Áustria, mas foi o suficiente para os pilotos reclamarem, e a FIA resolver, numa atitude das mais ridículas, colocar a culpa exclusivamente nos dois circuitos, chegando inclusive a ameaçar veladamente sua exclusão da competição, como se ela própria não tivesse tido a iniciativa de vir com esses “limites” de forma ainda mais implacável no regulamento, causando uma justa revolta dos fãs com essa frescura toda, que em tempos não tão distantes, era algo que não afetava as disputas, simplesmente deixava-se a disputa seguir em frente, e fim de papo. Mas, os tempos são outros, e infelizmente, muito piores em vários aspectos. E, no que tange à FIA, muito pior, para quem quer passar uma imagem profissional e competente em seus gestos.

         E isso vai mais longe, especialmente no modo como a entidade se posicionou sobre o circuito. Por regulamento, todo autódromo precisa ser inspecionado, e eles sempre afirmam que fazem isso de forma rigorosa, mas não foi exatamente o que vimos aqui. Com expertise em pistas do mundo inteiro para isso, ninguém notou as zebras “agressivas” que maltrataram os pneus antes? Não dava para tentar dar uma corrigida nelas, raspando o “excesso”? Mas, e depois, quando notaram que o novo asfalto pareceu também colaborar para o estresse anormal na estrutura dos pneus? Antigamente, todo circuito novo tinha um treino extra na quinta-feira, justamente para que pilotos e equipes verificassem as condições da pista, mas o que tivemos foram míseros 10 minutos, que muito pouco ajudaram nesse propósito no sábado, e logo antes do treino de classificação da prova Sprint, o que não foi uma das melhores idéias, já que nestes poucos minutos ninguém quis ir a fundo com o carro e acabar dando azar de danificar o bólido e comprometer a classificação poucos minutos depois.

         Nessa bagunça dos pneus, como fica a Pirelli? A fábrica italiana fez o que lhe cabia, informando de possíveis problemas sérios que poderiam ocorrer, se os compostos fossem levados ao extremo de seu uso. E olhe que ela levou os compostos mais duros para a etapa de Losail, e mesmo assim, os compostos não aguentaram como deveriam ser as expectativas. Ninguém gostou de limitar o número de voltas, mas o que deveria ter sido feito então? Deixar a corrida correr inteiramente solta, e correr o risco, lá pelas tantas, de vermos os pneus estourarem, e dependendo do momento, causar um acidente mais sério, e talvez de enormes proporções, se ocorresse numa disputa de posição, e envolvesse vários carros, todo mundo estaria caindo em cima da Pirelli, criticando a torto e a direito seus compostos. Confirmado o problema potencial, outra atitude ridícula, esta da FIA, foi não liberar pneus novos para quem já tinha gasto demais os jogos à disposição no fim de semana. Os jogos são limitados pelo regulamento, e fim de papo, e a entidade que comanda o automobilismo nem se dignou a mudar isso, que poderia fazer, invocando-se o momento excepcional, e em nome da segurança. Preferiu nivelar por baixo, e limitar todo mundo apenas às 18 voltas para cada jogo de pneus.

         Isso me lembrou da situação vivenciada pela F-1 em 2005, quando a Michelin viu que seus compostos estavam tendo problemas com a curva 1 do circuito de Indianápolis, no GP dos EUA, devido à pressão anormal que seus pneus estavam sofrendo naquela curva. A Bridgestone, por sua vez, por ter dados dos pneus da Firestone, da qual era proprietária, não teve este percalço. Os times da Michelin pediram pelo uso de uma chicane provisória na entrada da curva para diminuir o estresse dos seus pneus e garantir a segurança dos pilotos, uma vez que Ralf Schumacher, da Toyota, já havia batido forte no local, e o perigo de novos acidentes era alto. O que ocorreu? A FIA deu de ombros, ignorou a sugestão da marca francesa, e a culpou de fornecer pneus “inseguros”, esquecendo se tratar de uma situação excepcional. O resultado foi que todos os times da Michelin, a maioria do grid, simplesmente fizeram a volta de apresentação, e entraram nos boxes, deixando somente os times da Bridgestone, Ferrari, Jordan e Minardi, largarem para a corrida, o que gerou inúmeras vaias do público, com chuva de críticas sobre a categoria, que teve sua imagem “queimada” nos Estados Unidos por alguns anos. Tal lá como cá, a intransigência da FIA diante da situação, ainda que de diferentes modos, em nada ajudou a resolver o problema de forma mais digna. Como na F-1 atual só temos uma fornecedora de pneus, a Pirelli, nem haveria como se repetir o fiasco que vimos naquela prova da temporada de 2005.

Vexame da temporada 2005 da F-1, o GP dos EUA acabou disputado por apenas 6 carros, já que a FIA não deu ouvidos aos apelos da Michelin para atenuar os problemas inesperados em seus pneus.

         E neste ponto, temos outro problema: a própria Pirelli não tem como testar adequadamente os compostos que produz, dada a proibição de testes durante a temporada. E a própria FIA não se mexe a contento nesta direção, tendo feito pré-temporadas cada vez mais miseráveis em termos de tempo de pista, com apenas 3 dias de testes, e não faz, durante o ano, uma sessão adequada de testes com os pneus digna do nome, onde todos possam andar o necessário para se avaliar adequadamente os compostos, e a fabricante de pneus possa avaliar de forma integral as necessidades de seus compostos para aguentar os requisitos da competição, bem como dos carros sobre eles. E ainda temos visto os “pneus protótipos” que os times tem utilizado durante parte de alguns treinos livres de GP, que se prestam ao desenvolvimento dos pneus do próximo ano, um tipo de teste que, convenhamos, é ridículo no sentido de se coletar os dados necessários para o seu adequado desenvolvimento, já que no treino livre os times e pilotos precisam ajustar os carros para a corrida, e não podem dispender tanto tempo com pneus que não serão usados naquele fim de semana, quanto mais fazerem simulações de corrida que auxiliem a fabricante dos pneus a compreender melhor as capacidades e limites de seus compostos. E vale lembrar que a Pirelli ainda tem o desafio de produzir pneus que atendam aos interesses da FIA para a F-1, com compostos que tenham desgastes diferenciados, de forma a “aprimorar” o show de estratégias nas corridas, de forma a gerar mais emoção e disputas. Só que, na hora em que surge algo inesperado, a Pirelli fica sem ter como solucionar adequadamente a situação e a FIA também mostra que não sabe agir com a flexibilidade necessária para digerir o problema.

Apesar do belo visual da prova noturna em Losail (acima), e de várias ultrapassagens nas corridas, o clima não foi bom no fim de semana. Max Verstappen apenas comemorou o tricampeonato, ao lado dos pilotos da McLaren, que ficaram no TOP-3 nas provas Sprint e normal do fim de semana (abaixo).


         Mas agora o sarrafo também bate na Liberty Media, proprietária dos direitos comerciais da categoria máxima do automobilismo, por escolher uma data onde todos saberiam que enfrentariam níveis de calor fortíssimos, mesmo com a corrida sendo disputada na noite do deserto. Quem criticava o mercenarismo exagerado de Bernie Ecclestone na condução da F-1 começa a não ver diferenças entre o ex-homem forte da FOM e os dirigentes atuais, que estão gastando a maior energia para barrar a entrada de mais um time no grid, a Andretti, como se isso fosse causar uma tragédia na competição, do ponto de vista financeiro, o que está longe de ser verdade, mostrando a mesquinharia e ganância que imperam na empresa e na maioria dos times da competição, e não se ocupar de coisas muito mais importantes para a competição. Um exemplo é que teremos este ano três corridas nos Estados Unidos, tentando capitalizar o maior mercado consumidor do planeta. A corrida de Miami virou um grande festival fora da pista, com uma corrida mais ou menos, e está sendo preparada uma festa de gala ainda maior mês que vem em Las Vegas, que pode até ser interessante, mas que ainda precisa provar que será de fato benéfica ao campeonato dentro da pista, e não apenas fora dela, com a venda dos ingressos mais caros de toda a temporada, onde o show business da capital do jogo parece estar ofuscando a própria corrida, que deveria ser o seu centro de atenções.

         O que vemos é tanto a FIA como a Liberty Media mostrando incompetência naquilo que deveria ser o centro da competição, a própria F-1, com tanto uma como a outra não sabendo tomar as melhores decisões sobre como conduzir suas próprias atividades. Já passou da hora de ambas descerem um pouco de seus pedestais e se autoanalisarem, observando seus erros, e procurando estudar maneiras de contornar esses problemas da melhor forma possível, e sem frescuras e picuinhas, que disso todo mundo já está de saco cheio. Ambos estão muito confiantes nos altos níveis de popularidade que a F-1 alcançou recentemente, e por isso, o queixo alto e a empáfia dos dois lados. Mas uma hora a realidade pode se impor, e eles terão de encarar isso, e pode não ser da maneira mais indolor possível. E que ninguém diga que não foram avisados...

 

 

E a Gresini oficializou a contratação do hexacampeão Marc Márquez para a disputa da temporada 2024 da MotoGP. Assim, a “Formiga Atômica” volta a fazer dupla com seu irmão caçula Álex Márquez, que já defende a equipe satélite da Ducati nesta temporada. O anúncio é de apenas um ano, já que Marc quer ficar livre para tentar nova mudança de time para 2025, dependendo da dança das cadeiras, e desde já, ele coloca pressão, ainda que indireta, nos demais pilotos da Ducati, oficiais e dos times satélites, pelo seu currículo, já que terá à sua disposição uma Desmosédici no ano que vem. Falam até que ele já voltaria a brigar pelo título, mas como expliquei na coluna da semana passada, há muitos detalhes que podem fazer diferença nisso tudo, e até a pré-temporada começar, não há como saber as condições de disputa e a relação de forças da competição, até porque a Gresini não vem impressionando tanto na atual temporada, enquanto no ano passado ela chegou perto de disputar o título com Enea Bastianini. Isso, como já mencionei, não quer dizer que a Gresini repetirá seu desempenho atual, mas existe a possibilidade de, sim, Marc Márquez fazer bonito com a moto, pelo menos bem mais do que vem conseguindo atualmente com a Honda, que agora precisa achar outro piloto para o lugar do hexacampeão, além de reencontrar o seu próprio rumo na competição, perdido nas últimas temporadas com uma moto que só piorou desde então, e hoje coloca seus pilotos em mais riscos do que os necessários para conseguir competir de forma decente. Será também a oportunidade de ver como Álex se medirá com seu irmão multicampeão. E, claro, já começam os boatos de que a Ducati pode fornecer uma moto atualizada para Márquez, com o receio de se ver superada por um modelo do ano anterior, como se o hexampeão já fosse o favorito para o título de 2024. Menos, pessoal, menos... Só saberemos a resposta de fato daqui a vários meses, e até lá, teremos muita especulação, e nem toda ela virará realidade...

 

 

Marco Bezzecchi, da VR46, que fraturou uma costela enquanto treinava no rancho de Valentino Rossi esta semana, recebeu liberação médica e participou dos treinos de hoje em Mandalika, inclusive fechando o segundo treino livre na 3ª colocação. Quem ainda não retornou à disputa é Álex Márquez, da Gresini, ainda se recuperando do último acidente sofrido. A corrida Sprint e a corrida principal terão largada às 4:00 Hrs. da manhã, tanto no sábado quanto no domingo, com transmissão ao vivo pelo serviço de streaming Star+ e pela ESPN4, na TV por assinatura. Na pista, a expectativa de mudança na liderança do campeonato, com Jorge Martin, da Pramac podendo destronar o campeão Francesco Bagnaia, que já não começou bem o fim de semana pelos tempos desta sexta-feira, ficando bem atrás do espanhol. Martin vem ascendendo de forma fulminante nas últimas etapas, enquanto Bagnaia tenta reagir depois do acidente sofrido em Barcelona, quando foi atropelado e por pouco escapou de ter lesões mais sérias.

 

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