quarta-feira, 2 de outubro de 2019

FLYING LAPS – SETEMBRO DE 2019


            E já estamos no início do mês de outubro de 2019. Aproxima-se o fim do ano, com o seu último trimestre. E vamos mais uma vez para uma nova seção da Flying Laps, relatando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos neste último mês de setembro, sempre com alguns comentários rápidos a respeito, enfocando a Indycar, MotoGP, e a Formula-E. Então, aproveitem e curtam o texto. Uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que vem...
 

A McLaren firmou parceria com a equipe Schmidt/Petterson para disputar a temporada 2020 da Indycar, e está à caça de um piloto para ocupar o segundo carro do time. Com James Hinchcliffe confirmado, já que seu contrato com a escuderia vai até o fim do ano que vem, e infelizmente a união de esforços não vai resultar em mais carros no grid, o time está considerando as opções de mercado para ver quem será o companheiro do canadense no próximo ano. Nico Hulkenberg foi um dos nomes sondados para a empreitada, ainda mais depois que o piloto alemão viu suas chances de permanecer na F-1 diminuírem sensivelmente depois que a Hass confirmou a renovação com sua dupla de pilotos para 2020, quando todos apostavam que pelo menos um deles seria demitido, abrindo uma excelente chance para Nico. Mas Nico acabou rejeitando a oferta da McLaren para correr nos Estados Unidos. O motivo: Hulkenberg não quer correr em ovais, pistas que não considera seguras. O alemão não é o primeiro piloto da F-1 a dizer tal tipo de coisa. Na verdade, o temor de alguns pilotos pelos ovais é coisa bem antiga, e houve até dois casos de pilotos brasileiros que chegaram a declarar, em algum momento de suas carreiras, que nunca pilotariam em pistas ovais. Um deles foi Émerson Fittipaldi, que em meados dos anos 1970 chegou a experimentar o carro da McLaren para a antiga F-Indy, e saiu dizendo que aquilo era uma completa loucura, e que nunca guiaria numa pista oval. Bem, Émerson acabou revendo seus conceitos, pois em 1989 ele não apenas participou, como venceu as 500 Milhas de Indianápolis, numa disputa eletrizante com Al Unser Jr. E o bicampeão de F-1 repetiria a dose em Indy em 1993. Rubens Barrichello também disse que não considerava correr nos ovais, mas em 2012, acabou topando a empreitada, e fez boas performances neste tipo de pista, só não permanecendo mais tempo na Indycar porque teria de levar patrocínio, enquanto na Stock Car ele ganha para correr. Mas as opções de Nico agora parecem ter se restringido à Williams, que faz sua pior temporada, e tem uma vaga em aberto para o ano que vem, com a saída de Robert Kubica. Enquanto isso, a McLaren analisa outras opções, como de Marcus Ericsson, que disputou a temporada deste ano da Indycar na Schmidt/Petterson, mas não tem contrato para o ano que vem; e Conor Daly, que este ano disputou algumas das provas da categoria. Até mesmo o brasileiro Felipe Nasr é um dos prováveis candidatos, pois o contrato de Felipe na IMSA lhe dá o direito de disputar a Indycar, se surgirem propostas. E, claro, fica a expectativa de Fernando Alonso topar correr toda a temporada da categoria norte-americana, embora o interesse do asturiano seja mesmo correr apenas as 500 Milhas de Indianápolis e conquistar a Tríplice Coroa do Automobilismo, faltando justamente a Indy500 para coroar seu objetivo.


E Marc Márquez segue em ponto de bala rumo ao seu sexto título na MotoGP. Depois de duas corridas onde foi surpreendido na última volta, sendo superado pelos rivais, a “Formiga Atômica” resolveu mostrar que não está para brincadeira, e averbou vitórias contundentes nas etapas de San Marino e Aragón. O piloto da Honda travou um duelo acirrado com Fabio Quartararo na pista de Misano, e já escaldado pelas disputas com Andrea Dovizioso e Alex Rins nas chegadas das provas da Áustria e Grã-Bretanha, tratou de não dar brechas ao piloto da equipe SRT, que bem que tentou, mas não conseguiu chegar à sua primeira vitória na categoria, tendo de se contentar com a 2ª posição. Maverick Viñales até deu esperanças à Yamaha de tentar redimir a temporada do time dos três diapasões, mas apesar de ter largado na pole, Maverick não conseguiu manter-se na dianteira, sendo superado por Márquez e Quartararo, acabando por fechar o pódio em 3º lugar. Valentino Rossi largou em 7º, e foi terminar em 4º, sem hipóteses de tentar chegar ao pódio sequer. Mas pior sorte tiveram os pilotos da Ducati. Andrea Dovizioso, depois do acidente sofrido em Silverstone, que lhe roubou uma chance preciosa de evitar que Márquez desgarrasse ainda mais na classificação, foi um apagado 6º colocado em San Marino, com seu companheiro Danilo Petrucci chegando apenas em 10º. Situação ruim mesmo em Misano foi outra atuação a desejar de Jorge Lorenzo, que largou em 18º, para receber a bandeirada em 14º, mostrando que o seu calvário na Honda parece longe de acabar. E Johann Zarco, em sua última corrida pela KTM terminou em 11º lugar, depois de largar na mesma posição, coroando uma temporada de baixos e nenhum alto, que só não é pior do que a vivida por Lorenzo na Honda.


Johann Zarco já tinha conseguido rescindir seu contrato com a KTM, que previa disputar a temporada de 2020 pela escuderia austríaca, devido aos maus resultados obtidos, e ao fato de não se sentir bem pilotando a moto. Então a direção do time resolveu dispensar os serviços de Zarco até o fim da temporada, justificando oficialmente que isso era pelo bem do piloto, que se não se sentia confortável pilotando a moto do time, era melhor que ele não se arriscasse tentando ir além de seus limites, para tentar mostrar o que é capaz, na tentativa de arrumar lugar em outra escuderia para 2020. Para o seu lugar, a KTM convocou seu piloto de testes Mika Kallio, que estreou já na etapa de Aragón, na Espanha, onde largou em 18º, para terminar em 17º. Oficialmente, contudo, Zarco continua empregado pela escuderia até o fim da temporada, só não estará mais dentro da pista, como um de seus pilotos titulares. Considerado uma das promessas da MotoGP nos últimos anos, o piloto francês decepcionou na KTM,


Mas se a situação de Zarco e o modo como ele termina o ano estão ruins, o que dizer de Jorge Lorenzo? Problemas e azares à parte, fica complicado entender como a performance do tricampeão está distante da de seu companheiro de equipe na escuderia oficial da Honda na classe rainha do motociclismo. Em Aragón, enquanto Marc Márquez largava na pole-position e comandava a corrida de ponta a ponta, averbando sua 8ª vitória na temporada, Lorenzo largava em um distante 19º lugar no grid, para receber a bandeirada apenas em 20º, o penúltimo entre aqueles que completaram a prova, chegando à frente apenas do malaio Hafizh Syahrin, da KTM, e sem conseguir avançar sequer ao meio do grid. Quem esboçou uma reação em Aragón foi Andrea Dovizioso, que largou em 10º para chegar firme em 2º lugar, mas sem hipóteses de tentar discutir a liderança com Márquez. O pódio foi completado pelo australiano Jack Miller, da Pramac, que teve uma excelente performance na etapa, largando em 4º. Mais uma vez, a Yamaha largou com esperanças, para andar para trás, com Maverick Viñales largando em 3º, para finalizar mais uma vez em 4º lugar, assim como Fabio Quartararo, que largou em 2º, para terminar em 5º. Nem Valentino Rossi escapou: o “Doutor” largou em 6º, e só terminou em 8º. E Alex Rins, depois da brilhante vitória na Inglaterra, acabou abandonando na etapa de San Marino, e terminando a corrida de Aragón em um modesto 9º lugar. Se esquecermos o quanto Marc Márquez está disparado na frente, podemos dizer que o campeonato da MotoGP deste ano até que está bem disputado, e cheios de altos e baixos de vários pilotos.


Faltando 5 corridas para fechar o campeonato da classe rainha do motociclismo, Marc Márquez já chegou a 300 pontos, liderando com grande folga o campeonato. Andrea Dovizioso, da Ducati, deve terminar novamente com o vice-campeonato, ocupando no momento a 2ª colocação, com 202 pontos, uma desvantagem de 98 pontos para o pentacampeão da Honda. Temos ainda 125 pontos em disputa, mas se Marc fizer dois pontos a mais que Dovizioso já na próxima etapa, na Tailândia, ele fecha matematicamente a conquista do hexacampeonato, pois aí, sua vantagem ficaria em 100 pontos, e Andrea, mesmo que vencesse todas as corridas restantes, e Márquez não mais pontuasse, ele empataria em número de pontos, mas perderia por ter menos vitórias que o rival. Para a Honda, seria muito mais conveniente se Marc fosse campeão na etapa seguinte, que será justamente no Japão, e na pista de Motegi, de propriedade da Honda, mas no ritmo em que Marc está indo, e com os demais pilotos tendo altos e baixos, sem conseguirem manter uma constância, tudo indica que o título deva ser decidido mesmo na etapa tailandesa, mas com uma grande comemoração por parte da Honda em Motegi. Dovizioso, apesar de um campeonato irregular, ocupa com certa folga a 2ª posição na tabela de pontos, já que o 3º colocado, Alex Rins, da Suzuki, tem 156 pontos, e tem tido uma campanha menos constante do que a do italiano, que ainda possui uma moto tecnicamente mais competitiva que a Suzuki. Só que Alex não pode baixar a guarda, pois Danilo Petrucci, com a outra Ducati oficial, está em seus calcanhares, com apenas 1 ponto de diferença. E logo a seguir vem a dupla da Yamaha, Maverick Viñales com 147 pontos; e Valentino Rossi, com 137, que podem complicar a vida de Rins na classificação.


A Mercedes fez neste mês de setembro a apresentação de seu carro para sua temporada de estréia oficial na Formula-E, depois de competir no último ano como HWA, e já está com sua dupla de pilotos anunciada: o belga Stoffel Vandoorne, e o holandês Nick de Vries, recém sagrado campeão da F-2 Internacional deste ano. Vandoorne já era piloto do time como HWA, e segue como referência da nova escuderia, enquanto de Vries torna-se o primeiro campeão da F-2 a rumar direto para o certame da F-E, ainda que, quando do anúncio de sua posição como piloto titular da esquadra alemã na categoria dos carros monopostos elétricos ele ainda não tivesse garantido o título, embora liderasse o campeonato da competição. A F-E, aliás, verá um verdadeiro duelo entre marcas alemãs em sua nova temporada. Além da entrada oficial da Mercedes, quem também fará sua estréia é a rival Porsche. E a BMW já está presente, tendo estreado na última temporada, associada ao time de Michael Andretti. E, claro, não podemos nos esquecer da Audi, que através de sua associação com a ABT, esteve presente desde a primeira corrida da competição. Tem tudo para ser um pega daqueles, e com muitas disputas...


E mais um time da Formula-E fechou sua dupla de pilotos para o próximo campeonato: Brendon Hartley, que teve uma passagem sem brilho na F-1 pela Toro Rosso, no ano passado, é mais um piloto a garantir seu assento na próxima temporada da F-E. O neozelandês, que também defende o time oficial da Toyota na classe LMP1 do Mundial de Endurance, assinou para ser piloto da equipe Dragon no próximo campeonato. O time de Jay Penske já definiu quem será o companheiro de Hartley, e será o suíço Nico Muller, que atualmente defende a Audi no campeonato do DTM. Mas a julgar pelo desempenho no último ano, a Dragon vai precisar melhorar bastante, tendo terminado o campeonato em 10º lugar, à frente apenas da Nio, a última colocada. Com uma competição mais acirrada no próximo ano, com a entrada oficial de mais duas fábricas, a Dragon, que tem por trás a força da Penske Automotive, uma das empresas do conglomerado de Roger Penske, vai ter de mostrar serviço.


Outra confirmação na F-E foi a contratação do português Antonio Félix da Costa como novo companheiro de Jean-Éric Vergne na equipe Techeetah. Da Costa defendeu a BMW Andretti no último ano, tendo começado o ano com vitória na etapa da Arábia Saudita, mas foi perdendo terreno junto com seu time conforme a temporada avançava, terminando em 6º lugar. Antonio assume a vaga de André Lotterer, que foi para o novo time da Porsche, que faz sua estréia na nova temporada. A Techeetah deve ser o alvo das atenções no início do próximo ano, por contar com o primeiro bicampeão da categoria, Vergne, que será o homem a ser batido. E Da Costa, por obrigação, é mais um que tentará superar o francês na pista.



Nenhum comentário: