quarta-feira, 2 de março de 2016

FLYING LAPS - FEVEREIRO DE 2016



            E já estamos no mês de março de 2016, e os campeonatos de automobilismo preparam-se para estrear, estando em pleno andamento os testes da pré-temporada de algumas categorias. Mas o mundo da velocidade nunca pára, durante o mês de fevereiro ocorreram vários acontecimentos, e é hora de relacionar alguns deles na tradicional sessão de início do mês, a Flying Laps, em notas rápidas destes acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridas neste último mês, com os tradicionais comentários. Portanto, uma boa leitura para todos, e vejamos o que poderemos ver neste ano de 2016 que se prepara para pisar fundo nos aceleradores. Até mais.


Sem chances de manter um lugar na F-1 em 2016, o americano Alexander Rossi resolveu mudar de ares e já encontrou sua ocupação para a temporada deste ano: integrará a equipe de Michael Andretti no campeonato da Indy Racing League. Com isso, a Andretti Autosports fecha sua tradicional quadra de pilotos para a temporada, que contará com Ryan Hunter-Reay, Marco Andretti, Carlos Muñoz, e agora Rossi. E o time do filho de Mario Andretti continuará utilizando os motores da Honda em 2016, bem como o novo kit aerodinâmico fornecido pelos nipônicos.


Outro ex-F-1 que também achou seu caminho no campeonato Indy deste ano é Max Chilton, que defenderá um dos carros do time de Chip Ganassi na temporada que começa este mês em São Petesburgo, na Flórida. Os demais pilotos de Chip já são mais do que conhecidos: Scott Dixon, o atual campeão da categoria; o brasileiro Tony Kanaan; e o americano Charlie Kimball. A Ganassi competirá firme com os motores Chevrolet este ano, a exemplo da Penske, e utilizará o novo kit aerodinâmico da marca na categoria.


Fornecedora de motores e kits aerodinâmicos para a Indy Racing League, a Honda renovou seu acordo com a Indycar para permanecer por pelo menos mais dois anos na competição americana. A marca nipônica tem perdido o confronto com a Chevrolet nas duas últimas temporadas, mas acredita que tem tudo para reverter a tendência, lembrando que no ano passado Graham Rahal brigou firme pelo título até quase os momentos finais da temporada. Em 2015, a fábrica japonesa passou a fornecer a suas escuderias, assim como a Chevrolet, kits aerodinâmicos, em substituição aos kits fornecidos originalmente pela Dallara, fornecedora do chassi DW12 utilizado por todos os times, mas foi nítida a vantagem dos kits fornecidos pela Chevrolet. Visando equalizar as forças, a direção da Indycar permitiu que a Honda fizesse modificações em seu kit para esta temporada, com o qual a Honda espera poder competir em melhores condições com a marca americana. Por mais que se fale que a decisão de abrir a brecha para que os japoneses melhorassem seu produto nada teve a ver com o acordo de renovação da marca com a categoria, ficou meio indigesta a decisão que favoreceu os nipônicos na evolução de seus kits por parte da Chevrolet, que não gostou, mas afirmou que irá obedecer ao regulamento, que já prevê as áreas onde se podem fazer evoluções nos equipamentos. Para uma categoria que tenta aumentar sua popularidade, a última coisa que a Indy precisa é voltar a ser um certame monomarca, o que revelaria desinteresse por parte das fábricas pela competição... E pensar que há 25 anos atrás a F-Indy original competia com chassis March, Penske, Lola, e ainda ganharia a adesão de Reynard e Swift, enquanto dispunha dos motores da Ford, Judd, Porshe, Chevrolet, e ainda ganharia Honda e Toyota... Definitivamente, os tempos atuais estão bem magros na questão de equipamentos, e infelizmente, isso não é de hoje...


A Formula-E continua a angariar interessados em sediar uma das etapas do campeonato. Além da Índia, que já estaria encomendando, inclusive com pesquisa de opinião popular onde poderia ser disputado uma corrida da modalidade, agora é o Marrocos, no norte da África, quem manifesta interesse em sediar uma corrida, na cidade de Marrakech, que desde 2009 já recebe provas do campeonato WTCC. Com provas na Ásia, América do Sul e do Norte, e Europa, o continente africano seria uma aquisição elogiável para a categoria dos carros elétricos, que a cada dia conquista mais fãs e interesse de fábricas de entrarem na competição. Por enquanto, o país africano tem como trunfo o fato de o monarca atual, Mohammed VI, ser uma pessoa entusiasta das tecnologias sustentáveis e "verdes", principal ponto de destaque do certame dos carros elétricos. O traçado onde corre o WTCC em Marrakech sofrerá reformas este ano, com vistas a reduzir a extensão do traçado da pista para algo em torno dos 3 Km, tamanho que bate com os dos circuitos onde a F-E se apresenta. Quem sabe para a temporada 206/2017 possamos ter novidades a respeito. A contar para o currículo do Marrocos, o país foi o único do continente africano, além da África do Sul, a sediar um GP de F-1. Foi nos distantes anos 1950, mais precisamente em 1958, no circuito de Ain-Diab, em prova que foi vencida por Stirling Moss, defendendo a equipe Vanwall. A pista de Ain-Diab tinha 7,6 Km, e a corrida foi disputada em 53 voltas.


Alexandro Agag, dirigente da F-E, já mira outras praças para onde pode levar a categoria dos carros monopostos elétricos em breve. Em entrevista recente, ele declarou que adoraria ver os carros de seu campeonato correndo em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Com Austrália, Suíça e Canadá também em estudos para terem uma prova do calendário, Agag já avisou que algumas das corridas atuais podem sair da competição, e citou que a corrida no Uruguai, em Punta Del Este, pode correr o risco de deixar a categoria, embora nada esteja definido ainda. Trata-se de uma decisão complexa: encher o calendário com muitas etapas poderia inflar os custos da competição, que pretende ser atrativa e acessível, não apenas para o público mas também para os competidores. Há potencial para adição de novas provas, mas é um passo que deve ser dado com cautela. O prestígio da F-E vem crescendo a cada corrida, e o certame vem ganhando maturidade, atraindo fábricas, e mostrando boas corridas. O clima de entusiasmo é bom, mas deve-se tomar cuidado para não exagerar no aproveitamento do momento, e evitar tomar decisões que possam se revelar equivocadas. Mas o essencial é que a categoria continue acessível ao público, ofereça boas provas, e não se perca em picuinhas burocráticas e regulamentares. Se conseguir se manter fiel aos seus princípios e diretrizes, o crescimento da F-E será consequência mais do que natural da categoria.


A equipe oficial da Honda mostrou neste mês de fevereiro a nova versão do modelo RC213V, com a qual a sua dupla, Dani Pedrosa, e o bicampeão Marc Márquez, tentarão conquistar o título da MotoGP 2016. A apresentação foi feita em Sentul, na Indonésia. A intenção da marca é superar a rival Yamaha, que no ano passado venceu a competição com Jorge Lorenzo, e ainda teve Valentino Rossi como vice-campeão. O ano promete ser de competição acirrada entre as marcas japonesas...


Definitivamente, o Mundial de Rali está fadado a continuar vendo o domínio de Sébastien Ogier na competição. O piloto francês da equipe Volkswagen, que já tinha vencido a etapa inicial do campeonato de 2016, o Rali de Monte Carlo, aproveitou para vencer também a segunda etapa do campeonato, o Rali da Suécia. De quebra, Ogier marcou todos os pontos possíveis nas duas etapas, chegando a 56 pontos na classificação. O vice-líder, Andreas Mikkelsen, tem 33 pontos, e já está 23 atrás de Sébastien, ou praticamente quase os pontos de uma vitória. E tem gente reclamando que a F-1 é que anda chata... Pode ser, mas em se tratando de resultados, eu diria que o Mundial de Rali está virando Mundial Ogier, da mesma maneira que anteriormente vimos o domínio inexorável de Sébastien Loeb... Alguns rivais já estão esperando por 2017 para ver se conseguem tentar alguma reação...


O Mundial de Superbike abriu sua temporada 2016 no último fim de semana de fevereiro, com a etapa da Austrália, no circuito de Phillip Island. Com provas disputadas em rodadas duplas, a categoria inova este ano ao realizar a disputa de sua primeira corrida aos sábados, com a segunda prova sendo disputada aos domingos, no horário das 13 horas locais. Até o ano passado, as duas corridas eram realizadas aos domingos. O campeonato de 2016 marca a volta da Yamaha à competição, de onde andava ausente há alguns anos, e a estréia de Nick Hayden, vindo da MotoGP. A etapa da Austrália teve vitória do piloto Jonathan Rea, da Kawasaki, como vencedor da corrida do sábado, que no domingo voltou a mostrar porque é o atual campeão da categoria, vencendo novamente. Com o resultado, Rea já acumula 50 pontos na competição, seguido por M. Van Der Mark, da Honda, com 36 pontos. O calendário da competição é composto de 14 etapas, todas elas conhecidas por quem já acompanha o mundial da MotoGP. Confira o calendário e as pistas por onde passará a Superbike 2016: 26/28.02 - Austrália (Phillip Island): 11/13.03 - Thailândia (Chang International Circuit); 01/03.04 - Aragón (Circuito de Aragón - Espanha); 15/17.04 - Holanda (Assen); 29.04/01.05 - San Marino (Ímola); 13/15.05 - Malásia (Sepang); 27/29.05 - Inglaterra (Donington Park); 17/19.06 - Misano (Circuito de Misano); 08/10.07 - Estados Unidos (Laguna Seca); 22/24.07 - Itália (Monza); 16/18.09 - Alemanha (Lausitzring EuroSpeedway); 30.09/02.10 - França (Magny Cours); 14/16.10 - Espanha (Jerez de La Frontera); 28/30.10 - Qatar (Losail).


Rio Haryanto, primeiro piloto da Indonésia na F-1, pode ver sua participação no campeonato terminar antes do que imagina. O governo de seu país prometeu uma verba em patrocínio à escuderia Manor, onde Haryanto foi confirmado como titular, mas até o presente momento o dinheiro prometido não teria sido pago, e com isso, Rio, que já se preparava para sua estréia na categoria, fez apenas um teste com o carro da escuderia. Haryanto ainda teve um patrocínio bancado pela petrolífera Pertamina, que ao menos pagou o prometido ao time de F-1, mas o valor desta é menos da metade do que foi acertado com o governo indonésio. Se não pintar a grana combinada, Haryanto pode dar adeus à categoria máxima do automobilismo bem rapidinho. Curiosamente, não é a primeira vez que o time encara este tipo de situação... Alguém lembra do rolo que foi a participação do brasileiro Luiz Razia há alguns anos atrás? Prometeram grana, e como ela não apareceu, Razia dançou, e não foi em grande estilo... Haryanto vai seguir o mesmo fim, ou terá sorte melhor? A conferir em breve, até o Grande Prêmio da Austrália...
 



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