E o mês de maio já está se
despedindo, e estamos prestes a começar junho, o último mês da primeira metade
do ano. Isso significa que quase metade de 2019 já se foi, e todo fim de mês é
hora de mais uma postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação de
alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade nestas
últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou não de
acordo, apreciem e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em alta
(cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a
todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as
avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de junho. Até lá,
então...
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O atual pentacampeão mundial ruma de forma inexorável rumo ao seu sexto
título na categoria máxima do automobilismo. Batido na luta pela pole em
Barcelona, Lewis foi preciso na largada para assumir a liderança, e deixar
Valtteri Bottas na saudade, comandando a prova espanhola como bem quis. E o
inglês arrebatou uma pole com perfeição onde a posição de honra no grid era a
mais importante de todas, em Mônaco, de onde novamente largou bem para assumir
a dianteira que manteria até a bandeirada, apesar de guiar a maior parte da
corrida abaixo do que poderia fazer, para não desgastar demasiadamente seus
compostos, mais macios do que os dos rivais que vinham logo atrás. Com 4
triunfos em 6 provas, em um campeonato onde a Mercedes está deitando e rolando
até mais do que todos esperavam, Hamilton se coloca como favorito único ao título,
pois ninguém acredita que seu companheiro de equipe Bottas possa de fato lutar
a fundo pelo título da temporada. O finlandês pode até dificultar o trabalho do
parceiro em algumas corridas, mas não o suficiente para tirar o sono de Lewis,
que não só vai em busca dos recordes de Michael Schumacher, como deve
superá-los, no ritmo em que vai, e com a forma atual de seu time, a Mercedes.
Simon
Pagenaud: O piloto francês da equipe Penske vinha de uma temporada bem mediana
em 2018, tendo ficado bem abaixo das performances exibidas por seus
companheiros de equipe Josef Newgarden e Will Power, a ponto de já correrem
rumores de uma possível substituição por Alexander Rossi para 2020, já que o
contrato do piloto da Andretti vence ao fim deste ano. Mas eis que Simon deu a
volta por cima, não apenas vencendo o GP de Indianápolis, prova disputada no
traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, como ainda deu o tom de que vinha
muito mais, ao marcar a pole-position para as 500 Milhas de Indianápolis, a
prova mais famosa da competição. E o francês teve uma performance digna de
elogios, andando sempre entre os primeiros, e sabendo se defender e atacar de
forma precisa nas voltas finais para rechaçar as investidas dos adversários, e
vencer pela primeira vez a Indy500. De quebra, Pagenaud ainda assumiu a
liderança do campeonato, superando Newgarden, que vinha com pinta de favorito
para lutar pelo bicampeonato, posição que agora também pode ser aventada pelo
francês. Se Simon não decair de produção nas próximas corridas, voltando ao
nível discreto do ano passado, ele tem todas as chances de lutar pelo segundo
título na Indycar. Inscrever o nome na galeria de vencedores da Indy500, por si
só, já fez valer o ano inteiro, mas o piloto pode, e vai querer muito mais do
que isso.
Marc
Márquez: A “Formiga Atômica” continua em ponto de bala, comandando o campeonato
da MotoGP rumo à conquista de mais um título, e mostrando que os rivais vão
precisar de um milagre, ou algo próximo disso, para impedir o piloto espanhol.
Fora mais duas vitórias, em Jerez de La Fronteira e Le Mans, onde praticamente
ninguém conseguiu contestar a pilotagem do piloto da Honda. Aliás, atrás de
Márquez a competição vem bem acirrada, com Andrea Dovizioso, Alex Rins,
Valentino Rossi, e um pouco mais atrás, Jack Miller e Danilo Petrucci, que tem
se engalfinhado por posições, enquanto Marc vence as corridas. E com Jorge
Lorenzo negando fogo na Honda até o presente momento, e com a dupla da Yamaha
tendo altos e baixos com um equipamento que não rende o suficiente, Márquez só
tem que se preocupar mesmo é com Andrea Dovizioso, cuja performance vem
sofrendo alguns altos e baixos, e até tem conseguido se manter próximo, mas sem
tirar o sono seriamente do atual campeão da classe rainha do motociclismo. Se
na F-1 Lewis Hamilton caminha a passos firmes para seu 6º título, Márquez
parece vir fazendo isso de forma ainda mais contundente na MotoGP, para
abocanhar também o seu 6º campeonato. Ainda há tempo dos rivais reagirem, mas a
julgar pelo ritmo desse pessoal, se Marc não fizer nenhuma bobeira, ele tem
tudo para comemorar mais um título, e bem em breve...
Jean-Éric
Vergne: O piloto da Techeetah assumiu a dianteira do campeonato da F-E ao ser o
primeiro piloto da atual temporada a repetir uma vitória, ao triunfar em Mônaco,
e ainda fez uma corrida bem agressiva em Berlim, para subir ao pódio em 3º
lugar, e manter a liderança recém-conquistada no certame, do qual é o atual
campeão, e promete lutar a fundo para ser o primeiro bicampeão da categoria de
carros de competição totalmente elétricos. Mas o francês sabe que ainda é cedo
para comemorar: a vantagem para Lucas Di Grassi, o vice-líder, é de apenas 6
pontos, e com três corridas pela frente para encerrar a temporada, muita coisa
ainda pode acontecer, especialmente em um ano onde por várias provas o panorama
foi mudando etapa a etapa, de acordo com os resultados. Um fim de semana abaixo
das expectativas, ou com algum percalço ou azar, pode fazer tudo mudar. E a F-E
tem sido pródiga em corridas com alguns resultados inesperados, portanto, todo
cuidado é pouco, lembrando que, no início da temporada, pela performance
apresentada, a Techeetah tinha tudo para disparar na competição, mas não foi
isso que acabamos vendo. Só agora, mais perto do fim da atual temporada, é que
Vergne está finalmente conseguindo assumir ares de favoritismo, junto com seu
colega de equipe André Lotterer, que vem um pouco atrás no campeonato, mas pode
também entrar firme na briga pelo título, dependendo dos acontecimentos, e se
Vergne deixar, claro...
Holanda
de volta ao calendário da F-1 em 2020: O GP da Holanda, prova tradicional no
calendário da F-1 por cerca de 30 temporadas, estará de volta à competição no
próximo ano, e no tradicional palco das provas anteriores, o autódromo de
Zandvoort. O retorno é consequência do fim dos apoios financeiros
governamentais a alguns GPs, como o da Espanha, e do México, que estão
proporcionando vagas para novas provas entrarem na competição, a exemplo do GP
do Vietnã, que também estreará na categoria em 2020. E, sobretudo, é uma força
do fenômeno Max Verstappen, novo ídolo dos holandeses, que tem se deslocado em
peso para outras provas no continente europeu acompanhar o seu mais novo
representante no mundo do esporte a motor, onde já é um dos grandes destaques.
Fica a expectativa, contudo, se a pista de Zandvoort, que precisará passar por
obras de adequação para receber a F-1, poderá proporcionar uma boa corrida,
pois o traçado atual da pista é muito travado e estreito, bem diferente do
traçado original usado até 1985, que proporcionava altas velocidades, mas que
atualmente, pelo novo design, tem tudo para ser mais travado até do que
Hungaroring. Que o digam alguns pilotos da F-1 que já tiveram oportunidade de
correr lá em outras categorias menos velozes que a F-1, e disseram que a pista
praticamente não tinha pontos favoráveis de ultrapassagens. O retorno da
Holanda é algo a se comemorar, mas se for para termos outra corrida estilo
“procissão” e sem chances de ultrapassagens decentes, será um contraponto muito
ruim para um país que durante muitos anos esteve presente no calendário, e há
muito merecia retornar...
NA MESMA:
Charles
LeClerc: O piloto monegasco pode estar começando a ver que pilotar para o time
dos sonhos da F-1, a Ferrari, pode ser na verdade uma tremenda ferrada. Em Barcelona,
o time demorou para coordenar direito a estratégia de corrida de seus pilotos,
e Charles, pra variar, acabou sendo o mais prejudicado, ficando sem chances de
discutir o pódio na prova catalã. E em Mônaco, onde era o centro das atenções
por correr em casa, acabou vendo suas chances na corrida irem para o brejo por
erro tático do time, que não o mandou de volta à pista no Q1, quando o próprio
LeClerc via que seu tempo não o garantiria no Q2. Acabou caindo no Q1, e
largando em 15°, ainda mais numa pista sem chances efetivas de ultrapassagem
como é Monte Carlo, não havia outro jeito senão arriscar e acelerar, e o piloto
até que conseguiu algumas ultrapassagens interessantes, mas ao tentar o mesmo
sobre Nico Hulkenberg, as coisas deram errado, e um pneu furado praticamente
acabou com as esperanças de Charles obter um bom resultado no principado. E não
adianta criticar o piloto por ser abusado e tentar arriscar além da conta: como
as provas em Mônaco costumam ser “procissões” onde ninguém consegue passar ninguém,
só lhe restava mesmo partir para o tudo ou nada, depois da palhaçada que sofreu
por causa do time. Infelizmente, não deu certo, e começam a surgir alguns
rumores até de que LeClerc poderia pensar em sair do time italiano, se as
coisas continuarem nessa toada, onde o time não apenas vem errando várias vezes
com o piloto, como em outros momentos, impedindo-o de competir livremente, para
proteger Sebastian Vettel.
Campeonato
da F-1 2019: A temporada deste ano da categoria máxima do automobilismo
infelizmente não está dando maiores expectativas com relação à qualidade das
corridas. A etapa da Espanha, em Barcelona, mais uma vez foi uma prova de
arranque decidida na largada, com muito poucas emoções em termos de disputa de
posições, mesmo no pelotão intermediário, mantendo a tradição de provas chatas
no circuito da Catalunha, onde os times testam sempre na pré-temporada, e isso
acaba se traduzindo em um conhecimento tão grande da pista que praticamente
elimina quaisquer chances de surpresas na corrida. E Mônaco, infelizmente, só
sobrevive mesmo pelo charme e tradição, porque na pista, quase ninguém consegue
passar ninguém, como mostrou o duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen,
mesmo que Charles LeClerc tenha até conseguido dar um certo ânimo com sua
recuperação nas voltas iniciais da prova, com um arrojo e agressividade que
cobraram o seu preço, quando uma das manobras deu errado, e dali em diante com
a prova monegasca virando sua tradicional “procissão” nas ruas do Principado. E
Lewis Hamilton começando a virar candidato quase único ao título não ajuda
muito a empolgar o fã da velocidade que quer disputas e duelos na pista. O
jeito é esperar que a situação tenha alguma mudança nas próximas corridas, nem
que seja um maior duelo no pelotão intermediário, que é o que resta de emoção
para tentar salvar a temporada da F-1, porque o duelo contra as Mercedes já
está perdido...
Hélio
Castro Neves nas provas de Indianápolis: Pelo segundo ano consecutivo, Hélio
Castro Neves disputou apenas as corridas de Indianápolis e a Indy500, depois
que Roger Penske remanejou o brasileiro para competir no campeonato do IMSA
Wheater Tech Sportscars. O sonho de Hélio, assim como de Roger, é a conquista
de uma 4ª vitória, que colocaria o brasileiro ao lado dos gigantes da história
da Indy500 que venceram em 4 oportunidades a mítica corrida, como Rick Mears,
Al Unser, e A. J. Foyt. E, pelo segundo ano consecutivo, as esperanças de
Helinho não se confirmaram. Mesmo tendo um carro bem rápido e competitivo, o
brasileiro não deu sorte novamente este ano. Se em 2018 Hélio se acidentou,
pego de surpresa pelo comportamento arredio do no chassi utilizado pela
categoria (o que também pegou alguns outros pilotos na prova), este ano tudo
foi arruinado por um toque do brasileiro no carro de James Davison nos boxes,
quando o piloto da Dale Coyne errou a parada no seu box, e numa freada brusca,
acabou sendo atingido pelo carro do brasileiro, que vinha entrando no pit line.
E Hélio acabou levando a pior: além de ter trocar o bico do seu carro, ainda
foi considerado culpado pela batida, e levou uma punição que o obrigou a uma
passagem pelos box que o fez perder 2 voltas em relação aos líderes, sem chance
de se recuperar na prova. Melhor sorte em 2020. Já vão 10 anos do último
triunfo de Hélio na Brickyard. E a torcida por um novo triunfo do
“Homem-Aranha” não é pouca em Indianápolis, sem falar que, obtendo a 4ª
vitória, quem sabe o objetivo não seria obter uma 5ª, e estabelecer um novo
recorde para a história da Indy500?
Sebastian
Vettel: O tetracampeão mundial continua sem convencer na atual temporada da
F-1. Apesar de ter conseguido um 2º lugar na etapa de Mônaco, o resultado foi
mais devido á punição de Max Verstappen do que ao mérito do piloto alemão, que
se deixou superar pelo jovem e atrevido holandês no treino de classificação, em
uma pista onde a Red Bull costuma ir bem. Mas Vettel também ficou devendo em
performance na Espanha, onde as demoras da Ferrari na estratégia para seus
pilotos acabou complicando suas chances, mas Sebastian não conseguiu mostrar
uma performance de forma a minimizar as escolhas feitas pelo time. Parece que
Vettel ainda não recuperou a confiança total em sua tocada, e ainda por cima, anda
desconcentrado pela pressão que sofre do jovem Charles LeClerc como companheiro
de equipe, o que teria motivado sua batida nos pneus no terceiro treino livre
em Monte Carlo, quando o monegasco alcançou o melhor tempo da sessão. Com
contrato válido para 2020, Vettel em tese está garantido na Ferrari até o final
do ano que vem, mas já começaram a surgir alguns boatos afirmando que o alemão
poderia pendurar o capacete ao fim da atual temporada, motivado pela falta de
perspectivas de lutar pelo título com a Ferrari. Seria uma perda para a F-1,
mas mais um prego no caixão da reputação de Vettel, se lembrarmos de como ele
pulou fora da Red Bull após ser superado por Daniel Ricciardo em 2014, buscando
refúgio na Ferrari. Vettel tem tudo para pelo menos recuperar a auto estima na
Ferrari, com ou sem as trapalhadas do time. Depende só dele.
Equipe
Yamaha na MotoGP: O time dos três diapasões mostra que deve ficar novamente de
fora da luta pelo título na classe rainha do motociclismo na atual temporada da
MotoGP. Valentino Rossi até tem tirado leite de pedra e obtido alguns
resultados razoáveis, mas tem se revelado incapaz de duelar pelas vitórias nas
etapas da competição, afirmando que está faltando potência às motos da
escuderia. Já Maverick Viñales tem pego a peça de “cavalo paraguaio” de
treinos, uma vez que o espanhol até tem se classificado bem, mas quase sempre
perde várias posições na largada, sendo obrigado a tentar fazer uma corrida de
recuperação. E a marca japonesa mostra que está inferior em termos de competitividade
não apenas em relação à arquirrival Honda, mas também face à Ducati, e
dependendo do momento, até mesmo em relação à Suzuki. Com Rossi dando tudo de
si, mas não conseguindo driblar certas limitações do equipamento, e Viñales
tendo uma temporada de mais baixos que altos, as chances da Yamaha não são nada
boas com relação a tentar disputar o título, ainda mais com Marc Márquez
mostrando estar em ponto de bala, como sempre. Será que ainda veremos Rossi
disputar e levar um 8º título na MotoGP? O “Doutor” mostra que ainda está
rendendo muito, mas sem um equipamento à altura, fica bem complicado...
EM BAIXA:
Superbike
Brasil: O campeonato de Superbike Brasil está em um momento bem complicado. A
categoria viu outro piloto morrer em suas provas neste último domingo, com o
falecimento de Danilo Berto após um acidente na pista de Interlagos, aumentando
para 4 o número de competidores que perderam a vida no autódromo paulistano nos
últimos três anos, um número que pode ser considerado muito alto para uma
categoria, e um circuito. E, querendo melhores condições de segurança para a
competição, Honda, Yamaha e Kawasaki decidiram suspender sua participação no
campeonato, até que a organização coloque ordem na casa, o que terá sérias
consequências para a competição. E urge apresentar providências a respeito,
para dar satisfações sobre as condições de competição dos pilotos, lembrando
que em abril último, outro piloto, Mauricio Paludete, já havia falecido também
em Interlagos, vítima de outro acidente em outra etapa da Superbike Brasil.
Vale mencionar que o autódromo paulistano é considerado ainda inseguro para
competições de motociclismo, e infelizmente, os fatos de 4 mortes em 3 anos no
circuito mais do que corroboram para tal avaliação. O esporte a motor nacional
já não anda muito bem, sobrevivendo como pode no cenário de instabilidade
econômica, e não precisa de tragédias como essa para complicar ainda mais a
situação.
Equipe
Ferrari: O time de Maranello parece mais perdido que cego em tiroteio na atual
temporada de F-1. A escuderia antecipou algumas atualizações para a pista do
Azerbaijão procurando minimizar a desvantagem para a Mercedes, mas a grande
esperança era mesmo o grande pacote de atualizações previsto para a etapa da
Espanha, no mesmo circuito onde, na pré-temporada, a escuderia italiana deixou
todos empolgados com a possibilidade de a hegemonia da Mercedes ser finalmente
desafiada, e quem sabe, encerrada, com a Ferrari a lutar mais forte do que
nunca pelo título. Mas o que se viu foi uma escuderia que, além de não
conseguir diminuir sua desvantagem, ainda se perdeu nas estratégias de corrida.
E nem mesmo em Mônaco, onde em tese as chances de um melhor resultado poderiam
ser maiores, a rossa conseguiu se acertar, chegando ao cúmulo de humilhar
Charles LeClerc com um erro crasso na classificação que deixou o monegasco fora
já no Q1 do treino classificatório. E já começaram algumas trocas entre os
staffs da escuderia, denotando que a cobrança pela falta de performance do
projeto de 2019 já começou, o que pode levar a algumas reestruturações dentro
do time, que se vê mais numa luta renhida com a Red Bull, que começa a ameaçar
cada vez mais, do que em tentar desafiar a Mercedes, que venceu todas as
corridas na temporada até agora, e dá pinta de que pode repetir a dose em todas
as demais provas da temporada.
Transmissão
da Globo das corridas de F-1: Sempre dizem que não há nada que não esteja tão
ruim que não possa piorar, certo? Bem, em se tratando das transmissões da Globo
na categoria máxima do automobilismo, eis que a emissora carioca resolveu
inovar na sua forma de transmitir as corridas, mas que se por um lado tornou a
cobertura mais ampla, por outro, especialmente para quem vê as provas apenas
pela TV aberta, acabou ficando pior do que já era. Com a decisão de dividir a
transmissão das provas entre a emissora de sinal aberto, e a internet, através
do site do Globoesporte.com, a Globo deu mais um tiro no pé. Se por um lado
está oferecendo um material bem interessante do que acontece antes da largada,
com um início de até uma hora antes, cortar a cerimônia do pódio após a
bandeirada, para deixar isso apenas na transmissão de internet deixou muita
gente furiosa, pois tal cerimônia é parte da prova, e com o seu encerramento,
aí sim poderia até se concentrar em mostrar mais do pós-corrida pela internet.
A Globo, que já não manda uma equipe de transmissão completa para as corridas
há alguns anos, preferindo mandar apenas uma equipe de reportagem, erra no
timing e abusa da paciência dos fãs, especialmente aqueles que não tem outra
opção de acompanhar as corridas que não seja pela emissora brasileira. Fazer
uma transmissão picada e misturada com dois meios de comunicação pode parecer
interessante, mas a Globo preferiu o caminho que lhe é mais cômodo, sem se
esforçar em realmente oferecer uma transmissão melhor. Desse jeito, melhor
levar as corridas em definitivo para o SporTV, e fazer lá uma transmissão mais
decente, na opinião de muitos. E chego a concordar com eles...
Punições
na Stock Car: A maior categoria automobilística do Brasil comemorou 40 anos no
início de 2019, e isso não é pouca coisa, lembrando que muitos certames mundo
afora não tem tantos anos de existência para se vangloriar assim. Mas o
campeonato que deveria coroar estas 4 décadas de existência está vendo várias
punições que tem deixado até mesmo a Vicar horrorizada com a situação, uma vez
que o cumprimento do regulamento fica a cargo da CBA, e a Vicar tem considerado
que nunca o tratamento da CBA para com a Stock foi tão amador, jogando na
entidade que comanda o automobilismo nacional toda a responsabilidade pelas
punições que cassaram a vitória de Ricardo Zonta no Velocitá, e mais
recentemente, de Thiago Camilo. Afinal, a CBA desclassificou Zonta da corrida
que venceu, mas sem dar satisfações oficiais do motivo da punição, o que deixou
a direção da Stock Car numa saia justa com os torcedores. Já não é a primeira
vez que a categoria tem punições questionáveis, seja pela regra, seja pelo modo
como a aplicam. E Cacá Bueno já disse cobras e lagartos sobre isso tempos
atrás, quando foi claramente prejudicado, no que chamou de “perseguição” à sua
pessoa. Carlos Col deu uma entrevista esta semana, e chamou até o presidente da
CBA de amador, mostrando irritação com as atitudes da entidade, que podem
comprometer a imagem de seriedade que a Vicar tenta construir para a Stock.
Realmente, o Brasil está mesmo lascado com o pessoal da CBA, e isso já não é de
hoje. A exemplo de outras entidades que comandam esportes neste país, a CBA
precisa passar por uma limpa e um expurgo completo, para se eliminar um bando
de cretinos e imbecis que de positivo nada fazem realmente pelo esporte
nacional...
Tentativa
de Fernando Alonso de competir na Indy500 2019: Se a primeira incursão de
Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2017, foi cercada de pompa e
expectativa, com o espanhol sendo um dos destaques da corrida, que chegou até a
liderar, a nova investida da McLaren e do piloto agora em 2019 foi um fracasso
monumental. Menos pelo equipamento em si, e mais pelo péssimo gerenciamento do
projeto, que fez a McLaren tentar um vôo bem mais solo do que o de 2017, com um
chassi e motor completamente novos, e associado a um time sem tradição ou
expectativa de bom desempenho na corrida centenária do Indianapolis Motor
Speedway. Foram vários erros na preparação, e muito pouca disposição em
corrigi-los, de modo que quando Alonso foi para a pista, não havia muito o que
o talento do espanhol pudesse fazer para compensar. Bem que o asturiano tentou,
mas seus tempos não foram suficientes para lhe garantir um lugar entre os 33
carros que largariam na corrida. Ao menos, tiveram a decência de não “comprar”
um lugar para Alonso competir entre os carros que se classificaram para a
prova, procedimento que já ocorreu várias vezes em sua longa história. Mas,
mesmo que tivesse conseguido um lugar no grid, pela performance, ou melhor,
falta de performance, Alonso não passaria de um coadjuvante na edição 2019 da
Indy500, sem chance alguma de lutar pela vitória, o seu grande objetivo de
alcançar a Tríplice Coroa do Automobilismo. O jeito é tentar de novo no ano que
vem, usando os acontecimentos deste ano como lição para que não se cometam os
mesmos equívocos...
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