sexta-feira, 30 de novembro de 2018

UMA DESPEDIDA E UM RETORNO

Fernando Alonso foi bicampeão pela Renault em 2005 e 2006. Mas a conquista de títulos ficou nisso. Nunca mais o espanhol seria campeão na F-1.

            O Grande Prêmio de Abu Dhabi deste ano não marcou apenas o fim da temporada 2018 da Fórmula 1. Ela marcou também a despedida de Fernando Alonso da categoria máxima do automobilismo. O asturiano, depois de quatro anos capengando na McLaren, cansou de suar o macacão sendo apenas um a mais na pista, sem conseguir disputar pódios, e muito menos vitórias e o título, onde passou perto pela última vez em 2013, ou seja, há cinco anos. De lá para cá, de protagonista, Alonso passou à condição de retardatário, embora tenha mantido sua fama de piloto mais completo da categoria até sua despedida, no domingo passado.
            Desde sua estréia, no Grande Prêmio da Austrália de 2001, alinhando no grid pela Minardi (hoje Toro Rosso), Fernando disputou ao todo 311 GPs, marcou um total de 1.899 pontos, venceu 32 corridas, marcou 22 poles, e subiu ao pódio em 97 ocasiões. Foi bicampeão em 2005 e 2006, e vice-campeão em 2010, 2012, e 2013. São números respeitáveis, e poderiam ser ainda maiores, não fosse a barca furada da McLaren nas últimas temporadas, única coisa que sobrou para ele competir na F-1. O espanhol tomou algumas decisões erradas em sua carreira, o que comprometeu suas possibilidades de ter brilhado muito mais na F-1, dado o imenso talento que possuía na condução de um carro de corrida. Mas não foi o primeiro a ter este percalço na carreira, e certamente não será o último.
            Émerson Fittipaldi, outro bicampeão consagrado da história da F-1, também poderia ter tido uma carreira muito mais prolífica, não tivesse optado por defender a escuderia fundada pelo irmão Wilson na F-1. Bicampeão e duas vezes vice-campeão entre 1972 e 1975, a carreira de Émerson praticamente desandou no carro nacional, transformando as temporadas de 1976 a 1980 em um martírio de muito esforço e pouco resultado. Fittipaldi saiu amargurado da F-1, e em baixa consideração, só recuperando seu prestígio anos depois, ao vencer as 500 Milhas de Indianápolis e ser campeão da F-Indy nos Estados Unidos, mostrando a velha classe que não teve mais recursos para exibir na F-1.
 
Na Ferrari, três vice-campeonatos, mas o título não veio.
          
Quem também embarcou numa furada foi Nélson Piquet, que após ser tricampeão em 1987, optou pela Lótus, quando teve a chance de guiar a McLaren. Segundo se consta, Nélson preferiu o time fundado por Colin Chapman que lhe ofereceu maior salário e menos compromissos publicitário e em eventos. Mas a Lótus preparou um carro horroroso, e Piquet afundou junto com o time, enquanto a McLaren arrasava toda a concorrência em 1988 e 1989, e ainda seria campeã em 1990 e 1991 com Ayrton Senna, desafeto de Piquet. A Nélson, coube recuperar um pouco de seu cartaz na Benetton em 1990, mas o time despencou em 1991, e ainda fez uma tremenda sacanagem com seu amigo Roberto Moreno, o que fez o tricampeão se cansar da F-1, deixando a categoria com números aquém do potencial de seu grande talento e conhecimento técnico.
            Mas, por vezes, nunca é fácil prever onde estará a melhor oportunidade. Mas Fernando poderia ter tido melhor sorte, se não fosse seu temperamento difícil e seu egocentrismo, que acabaram queimando sua imagem em alguns times que poderiam ter contado com seu talento, mas preferiram outros pilotos que não tumultuassem o ambiente interno. A McLaren, por exemplo, foi o primeiro time onde ele acabou arrumando briga interna, em 2007, ao se ver sendo desafiado pelo piloto novato do time, um tal de Lewis Hamilton. Alonso quis exigir seu tratamento de primeiro piloto, mas também começou a chantagear o time, no caso da espionagem de projetos da Ferrari, exigindo até que o time “prejudicasse” deliberadamente Hamilton. Tivesse mantido a cabeça fria, Alonso poderia muito bem ter sido campeão em 2007, mas ele perdeu as estribeiras em algumas corridas, em especial no Canadá, onde nem parecia um piloto campeão do mundo, fazendo uma prova pífia para o carro que tinha, que com Hamilton ao volante, venceu a prova.
            Alonso meio que botou a cabeça no lugar, e reequilibrou a disputa, mas acabou perdendo o título, e deixou a McLaren, com quem ainda tinha contrato para 2008, deixando o time livre para ficar concentrado em Hamilton, que conquistaria seu primeiro título na temporada seguinte, em outra oportunidade que o espanhol jogou fora, se tivesse permanecido, se não ficasse com o ego ferido pela disputa interna com Lewis.
Mal acostumado Por Flavio Briatore a ter tudo e a ser o único centro de atenções em seus anos na Renault, Alonso não agüentou ter de dividir as atenções em um time com um outro piloto, ainda mais um novato que contava com a preferência de Ron Dennis. Ele podia ter relevado isso, e aceitado o desafio de competir lado a lado com Hamilton. Tinha talento e capacidade de sobra para encarar essa disputa, e não faria feio. Sendo um piloto mais experiente e tarimbado, poderia explorar os erros que o inglês cometeria, se soubesse explorar a situação, sem criar celeumas nos boxes. Preferiu voltar à Renault, onde voltaria a reinar sozinho no time, mas que não tinha mais os pneus mais competitivos da Michelin, e cujo carro já não era tão competitivo como antes. Arrumou-se com a Ferrari para 2010, ignorando a proposta da Red Bull para 2009, o que muitos consideram um erro crasso. O espanhol se defende, dizendo que não dava para saber que o time iria crescer tanto, mas havia um dado disponível que acabou ignorado nessa equação, que era a presença de Adrian Newey reestruturando o setor técnico do time dos energéticos. Quem conhecia o currículo de Newey e seu passado vencedor na Williams e McLaren não podia ter dado de ombros para esta informação, que estava ali o tempo todo. E imaginem então se Alonso tivesse ido para lá? Muito provavelmente poderia ter repetido os 4 títulos obtidos por Vettel, e chegado ao hexacampeonato.
 
Na McLaren, a parceria com a Honda virou um calvário, sem resultados de destaque.
          
Mas a aposta na Ferrari não podia ser considerada errada ou mal feita. O time tinha capacidade, e condições de produzir um carro capaz de vencer corridas e disputar o título. E Alonso quase chegou lá, nas temporadas de 2010 e 2012, onde superou as limitações do carro, e brigou até o fim, sendo superado apenas na última corrida, onde Sebastian Vettel sacramentou sua superioridade naqueles anos, com o carro da Red Bull, o melhor da competição. Alonso perdeu o título naquelas temporadas por detalhes comuns, como poderia ter acontecido também com Vettel. A disputa foi equilibrada, com o espanhol mostrando sua grande capacidade de levar um carro um pouco menos competitivo que o da Red Bull à luta pelo título até os últimos minutos. Infelizmente, nas temporadas de 2011 e 2013, e sobretudo na de 2014, o espanhol ficou a ver navios. A pouca competitividade da Ferrari acabou aflorando nas cobranças do espanhol por um equipamento e desempenho melhor, uma vez que, por mais que pilotasse, não conseguia superar parte das adversidades de um adversário em melhores condições de equipamento.
            E, em 2014, com Sergio Marchionne assumindo a chefia da Ferrari, o espanhol foi avisado que parte de suas regalias no time não seriam mantidas. Ele poderia continuar, mas seu status centralizador e tendo todas as prerrogativas como primeiro piloto, teriam de ser repensadas. Mais uma vez, não querendo perder o seu poder de decisão, ele acabou saindo, e pela porta dos fundos do time italiano, que já havia contratado Sebastian Vettel, de modo que a saída do asturiano não faria a menor diferença. Assim como acontecera na McLaren anos antes, ele poderia ter permanecido. Tinha cacife e capacidade para encarar Vettel de igual para igual, ou até um pouco melhor. Costumo pensar, e não sou o único, que pilotar carros ruins faz com que pilotos de talento refinem ainda mais suas habilidades de pilotagem, procurando compensar as deficiências de seu equipamento. Infelizmente, seu estilo centralizador, e até marrento e egocêntrico, acabaram afastando-o das reais possibilidades de competir por Mercedes e Red Bull. O time prateado já tinha Lewis Hamilton, que certamente não desejaria mais dividir boxes com o espanhol. Da mesma maneira, a Red Bull não queria alguém de personalidade tão forte quanto Alonso, que poderia bater de frente com Christian Horner e até com Helmut Marko, que gostam de ser os chefões incontestáveis no time dos energéticos, pra não mencionar que já tinham seus talentos do programa de pilotos da Red Bull, muito mais acessíveis e baratos do que o asturiano.
            Restou retornar à McLaren, onde tinha jurado nunca mais pisar. Da mesma forma, Ron Dennis também teve de engolir o retorno do espanhol. O novo projeto em parceria com a Honda precisava de alguém da capacidade de Alonso para comandar o time na pista. E assim, sem maiores opções, o acerto do retorno foi firmado. O que ninguém esperava é que a parceria fosse um fracasso tão grande como se mostrou. Fernando nunca imaginou um futuro tão magro e sem perspectivas. Até mesmo um simples pódio nunca mais veio.
            Em contrapartida, Fernando se tornou um piloto melhor, profissionalmente falando, e também como pessoa. Se antes já era um profissional altamente comprometido com o time, apesar das críticas ferinas e paciência curta, ele entregava o seu máximo na pista. Na McLaren, com um carro ruim, afiou ainda mais sua pilotagem, e acredito que, se voltasse a competir com Hamilton em um mesmo time, seria um osso duríssimo de roer, e talvez fizesse o inglês perder o rebolado completamente. E poderia fazer o mesmo com Vettel, se voltasse à Ferrari. Não é por acaso que tanto um quanto o outro não aceitariam dividir boxes com ele. Sabiam muito bem o tamanho da encrenca que teriam para manter seus feudos em seus times. Para sorte destes, suas escuderias acataram seus pedidos, como forma até de não tumultuar o ambiente interno da equipe. Alonso poderia ter impedido isso, se trabalhasse melhor sua imagem e certos comportamentos que fizeram com que ele passasse a ser uma opção com custo-benefício duvidoso, por complicar o ambiente dos times pelos quais competiu anteriormente.
            O espanhol sai de cena, mas será que volta? Só o futuro dirá. Mas, enquanto o asturiano dá adeus, a F-1 recebe outro piloto de volta. Robert Kubica estará de volta ao grid da categoria máxima do automobilismo depois de 8 anos de ausência. Seu retorno é sua maior vitória, mostrando sua determinação em recuperar-se do violento acidente de rali sofrido no início de 2011, que quase lhe custou a vida, mas prejudicou um de seus braços, acabando, na época, com sua carreira como piloto, pelo menos na F-1.
            Tendo estreado na equipe Sauber em 2006, quando o time suíço pertencia à BMW, Robert logo mostrou seu talento, e começou a alcançar resultados expressivos para o time, que vinha em ascenção em 2007, e teria em 2008 sua melhor temporada. Aliás, foi ali que Kubica marcou a primeira pole e vitória da escuderia. Robert largou na frente no GP do Bahrein, e no GP do Canadá, venceu a corrida, no mesmo circuito onde havia sofrido um pavoroso acidente de onde felizmente saiu praticamente ileso, após seu carro praticamente se desmanchar ao colidir com o muro interno na curva Hairpin. O polonês foi o 4º colocado naquele ano, empatando com Kimi Raikkonen, da Ferrari, com os mesmos 75 pontos, mas perdendo no desempate pelo finlandês ter 2 vitórias contra apenas 1 do polonês. Todo mundo já via Kubica como um campeão em potencial, e uma nova estrela da categoria.
Kubica venceu o GP do Canadá em 2008, mas acabou sendo sua única vitória na F-1.
            Infelizmente, no ano seguinte, a equipe errou a mão no projeto do carro, e os resultados despencaram. Robert conquistou apenas um pódio, e nem de longe batalhou por vitórias. Ao fim do ano, a BMW pulou fora, devolvendo o time a Peter Sauber. Kubica, contudo, já havia se bandeado para a Renault, que tentava voltar a ser um time de ponta. Na temporada de 2010, o polonês voltou a mostrar sua capacidade liderando o time, que tinha boas perspectivas para o ano seguinte. Foram 3 pódios, e a Renault foi a 5ª equipe na competição, só não indo mais longe porque Vitaly Petrov era muito aquém em resultados se comparado a Kubica. Kubica costumava participar de algumas provas de rali, categoria que gostava, e onde pretendia competir quando encerrasse sua jornada na F-1. Infelizmente, foi numa destas provas off-road que ele sofreu um acidente que interrompeu abruptamente sua carreira, no início de 2011.
            Isso desestruturou a Renault naquele ano, que teve de contratar às pressas Nick Heidfeld para o lugar do polonês. Mas o piloto alemão não rendeu o que eles queriam, e acabaram efetivando Bruno Senna para parte da segunda metade do ano, mas sem que o brasileiro também fosse a solução que o time procurava, o que ocorreu somente em 2012, quando eles trouxeram Kimi Raikkonen de volta à F-1, e o finlandês mostrou que não havia perdido a mão, depois de dois anos ausente.
            Kubica passou por um período crítico, e tiveram que fazer um grande esforço para preservar o braço que acabou seriamente afetado no acidente. Ele por pouco não perdeu a mão, e quase o membro também. A recuperação foi lenta, mas firme. Tão logo sentiu ter condições, voltou às competições, em carros de rali, uma vez que seu braço afetado não tinha a mesma mobilidade e força de antes, que não lhe permitiam voltar, pelo menos na época, disputar novamente competições em monopostos, ainda mais um F-1. E ali, o polonês mostrou que seu talento para acelerar ainda existia, apesar das limitações. Aos poucos, foi acelerando cada vez mais, embora seus resultados no Mundial de Rali, mesmo na classe B, não tenham sido dos mais expressivos. Mas, perto do que havia lhe acontecido, e das dificuldades que passou em sua recuperação, aquilo já era maior do que qualquer vitória.
 
Defendendo a equipe Renault em 2010, Robert fez sua última temporada na F-1, antes do acidente numa prova de rali no início de 2011.
          
E no ano passado, Kubica voltou a acelerar um carro de F-1, primeiro em testes com carros antigos, e depois tendo a oportunidade de guiar um carro atual da categoria. E não foram apenas poucas voltas, não. Para mostrar que estava apto até mesmo a disputar um GP completo, fez simulação de corrida, e chegou a andar muito mais também do que em uma prova. Claro, Robert ainda tem algumas seqüelas do acidente: seu braço afetado assusta um pouco quando é visto pela primeira vez, e sua força e pegada na mão afetada também não são os mesmos de antigamente. Mas, usando um volante com adaptações para sua mão afetada, ele demonstrou não ter nenhuma limitação na condução de uma carro de F-1. A Renault, que promoveu os testes iniciais, entretanto, optou por contratar Carlos Sainz Jr., o que levantou dúvidas se Kubica estaria mesmo apto a voltar a competir a sério por toda uma temporada.
            A Williams chegou a firmar contrato com o polonês, mas preferiu depois garantir mais dólares no orçamento, preferindo o russo Sergei Sirotkin, que trouxe patrocínio maior do que Robert. Mas, tomou a decisão correta de manter o polonês como piloto reserva e de desenvolvimento, dada a falta de experiência de sua dupla titular. E foi bom também para Kubica, que evitou se desgastar com o carro pouco competitivo do time neste ano, o que teria prejudicado seu retorno, e sua reputação como piloto. Mas o fato de ter conseguido andar melhor do que a dupla titular também mostra quão fracos foram Lance Strool e Sirotkin durante o ano. Enfim, contando com outro novato, George Russel, em 2019, o time viu que precisava de um piloto mais experiente, e finalmente Kubica poderá fazer o seu tão desejado retorno, o que por si só será uma grande vitória pessoal, depois de tudo que teve de lutar para reconquistar seu posto de piloto. É algo a se comemorar, e muito.
            É também uma prova para o próprio Kubica ver sua capacidade de pilotagem agora a fundo mais uma vez. Visto antes como um campeão em potencial, agora todos querem saber o quanto daquele Kubica promissor restou neste Kubica mais maduro, e ver se ele ainda é capaz de encantar os torcedores como fazia antigamente. Dependerá muito, também, do carro que a Williams conseguir desenvolver para o próximo ano, que precisará ser muito mais eficiente do que o desta temporada, que começou lá atrás no grid, e terminou igualmente lá atrás, sem ter oferecido a seus pilotos ou à escuderia perspectivas de bons resultados durante todo o campeonato. Se o time de Grove conseguir produzir um carro decente, que permita chegar ao Q3, pelo menos, e pontuar com regularidade, caberá a Kubica fazer o resto, e mostrar porque mereceu retornar à F-1 depois de tanto tempo.
Na Williams, a chance efetiva de retornar como piloto titular quase se concretizou este ano, mas o time preferiu Sergei Sirotkin e seu patrocínio mais polpudo. Mas em 2019, Kubica voltará efetivamente a competir como titular na F-1, no time de Grove.
            Muito certamente ele nunca será campeão, como se esperava. Mas tal retorno será muito mais importante do que qualquer triunfo mundano em algum GP. Que Kubica volte para lembrar a todos o piloto que foi, poderia ser, e é atualmente. Seja bem-vindo de volta, Robert. E esperemos também que Fernando Alonso um dia possa retornar, se sentir novamente o desejo de desafiar a F-1. A categoria máxima do automobilismo precisa de pilotos carismáticos como ele. Está recuperando um, felizmente, mas quem sabe não recupera o outro, talvez em 2020? Aguardemos...

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - NOVEMBRO DE 2018


            Saudações a todos. Estamos chegando ao fim do mês de novembro, e praticamente todas as competições automobilísticas de 2018 já se encerraram. A exceção é a Formula-E, cuja nova temporada começa em duas semanas, nas ruas de Riad, capital da Arábia Saudita. Mas, enquanto os carros monopostos elétricos ainda não dão a largada em seu novo campeonato, é hora de fazermos a última avaliação do ano em relação aos acontecimentos no mundo da velocidade ocorridos neste último mês. Sim, é hora de mais uma Cotação Automobilística, a última de 2018, no velho esquema já conhecido de todos: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e a Cotação Automobilística retorna no final de fevereiro do ano que vem, com as avaliações dos meses de janeiro e fevereiro de 2019, com o início das disputas do mundo do esporte a motor no novo ano. Até lá, então...


EM ALTA:

Lewis Hamilton: O novo pentacampeão mundial da F-1 encerrou o ano em alta, com duas vitórias para ninguém botar defeito. Em Interlagos Lewis correu com a cabeça, evitando riscos desnecessários, e viu seu principal rival na corrida se complicar sozinho, diante de seu excesso de impetuosidade e falta de paciência. E depois, mesmo acossado por Verstappen, conseguiu tirar do carro a velocidade necessária para conseguir cruzar em primeiro lugar, e carimbar mais uma vitória em terras brasilis. Em Abu Dhabi, relaxado como poucas vezes, foi logo mostrando que não daria mole aos rivais: cravou mais uma pole-position, e depois, mesmo trocando os pneus prematuramente, guiou com a cabeça, e conservou seu equipamento para vencer no encerramento da temporada, coroando 2018 com 11 poles e 11 vitórias em 21 corridas. E o inglês agora vai à caça dos números até então tidos como absolutos do alemão Michael Schumacher. Faltam 2 títulos e 18 vitórias para igualar-se ao heptacampeão, mas com dois anos de contrato com a Mercedes, se o time alemão mantiver sua competitividade, Hamilton caminhará firme para ser o maior nome da história da F-1. E ele já afirmou que pretende correr pelo menos mais uns 5 anos, então, podem esperar por novos recordes...

Sebastien Ogier: O piloto francês teve o campeonato mais difícil dos últimos anos, mas na hora H, conseguiu reverter as expectativas, e conquistar mais um título, o sexto consecutivo no Mundial de Rali, e manter a coroa do principal campeonato de provas off-road do mundo. Thierry Neuville bem que tentou, e até conseguiu assumir por um breve momento a liderança da competição, dando a entender que o reinado do piloto francês poderia finalmente ser interrompido, mas acabou capitulando nas etapas finais do campeonato, permitindo a Ogier retomar o controle da situação. E Sebastien já lança o desafio de ser o piloto a ser batido na temporada de 2019 aos rivais, que precisarão novamente não apenas dar tudo para tentar derrotá-lo, mas também precisarão de sorte para isso acontecer. Ogier caminha a passos largos para repetir a façanha de seu compatriota Sebastien Loeb, que venceu por 9 anos consecutivos o Mundial de Rali. Faltam três títulos para igualar a marca do rival, e quem sabe, superar seu número de conquistas. Difícil? Pode ser, mas depois do que demonstrou este ano, conseguindo mais uma vez ser campeão, apesar da disputa mais ferrenha com Neuville, Ogier mostra que seu reinado está longe de acabar, e no que depender dele, vai durar ainda um longo tempo. Azar dos rivais, que falharam novamente em tentar superá-lo. Melhor sorte no próximo ano...

Max Verstappen: O piloto holandês da Red Bull divide opiniões por causa de seu arrojo excessivo e falta de cuidado em diversos momentos, arrumando confusões por vezes desnecessárias na pista, e fora dela, na F-1. Mas ninguém duvida que ele é um grande talento que, se tiver um carro mais competitivo, disputará o título ferrenhamente. E mesmo com um carro que, em tese não é tão competitivo quanto Mercedes e Ferrari, o arrojado piloto holandês conseguiu deixar para trás o finlandês Valtteri Bottas na classificação final do campeonato de 2018, relegando Bottas a uma pouco elogiável 5ª posição nos pontos. Verstappen precisou, porém, colocar a cabeça no lugar depois da prova de Mônaco, onde até então vinha cometendo erros banais em todas as corridas, comprometendo resultados e arrumando encrencas com outros pilotos. Tomando um pouco mais de cuidado, e sem deixar de ser arrojado, ele conseguiu deixar para trás seu companheiro de equipe Daniel Ricciardo, e parece pronto para firmar-se enfim como líder do time dos energéticos na pista em 2019, com a saída do australiano para a Renault. E, se ele evitar certas recaídas como o ocorrido em Interlagos, terá ainda mais força para encarar os rivais, eliminando aquele que ainda é seu maior ponto fraco, o excesso de impetuosidade, e a falta de paciência em alguns momentos, características que alguns de seus rivais já conseguiram dominar melhor.

Marc Márquez: A “Formiga Atômica” desequilibrou qualquer chance de disputa no campeonato 2018 da MotoGP, e praticamente correu sozinho a partir de meados da temporada, enquanto seus adversários não se entendiam na pista e com seus equipamentos. E mostrando que ele fez a diferença, Dani Pedrosa, seu companheiro de equipe, fez uma temporada melancólica, praticamente sem vitórias, e sem figurar entre os protagonistas do campeonato, o que motivou sua dispensa do time oficial da Honda, que contratou Jorge Lorenzo para seu lugar. Outro motivo para Márquez surpreender foi o número de tombos que levou durante o ano, 23 quedas, a maioria felizmente nos treinos, e por sorte, sem se ferir gravemente. E, mesmo assim, ele ia para as corridas com o mesmo apetite de sempre, apenas tomando um pouco mais de cuidado com aquele excesso de arrojo que já foi o seu principal ponto fraco há alguns anos. Mas ele sempre disputou a vitória quando mostrou ter chance, e venceu nada menos que 9 corridas no ano, enquanto a principal rival da equipe Honda, a Ducati, conseguiu 7 vitórias, mas divididas entre sua dupla titular, 4 triunfos para Andrea Dovizioso, e 3 para Jorge Lorenzo. E mesmo depois de faturar por antecipação o título da temporada, ainda venceu na Malásia, aproveitando o azar de Valentino Rossi. A exemplo do pentacampeonato de Lewis Hamilton na F-1, Márquez também mostrou o mesmo empenho e domínio na sua conquista do pentacampeonato na classe rainha do motociclismo. E ele vai querer mais em 2019...

Robert Kubica: O retorno do piloto polonês à F-1, como piloto titular da equipe Williams, é algo a ser celebrado como exemplo e prova de superação do piloto, após o acidente de rali que quase custou sua vida, em 2011, e interrompeu uma carreira que tinha muito potencial para se desenvolver. De lá para cá, Kubica precisou passar por várias cirurgias, carrega até hoje as seqüelas do acidente em um dos braços, e precisou se reinventar como piloto para voltar a competir, se não no alto nível que demonstrava ser capaz antes disso, ao menos em um patamar bem aceitável. E nos poucos testes que realizou com a Williams este ano, ainda foi capaz de mostrar-se mais competitivo do que ambos, embora o carro pavoroso produzido pelo time não seja bem um parâmetro 100% fiel de que ele ainda tenha todo aquele potencial que poderia levá-lo ao título da F-1, se estivesse no carro certo. Outro fator que pesa na comparação é que a dupla titular da Williams neste ano não foi exatamente daquelas que empolgaram, e que também não conseguiram mostrar a que vieram com o carro ruim que tiveram em mãos. No próximo ano, contudo, caberá ao polonês exercer o papel de líder do time na pista, capitaneando o jovem George Russel, outro grande talento da F-2 que ascende à categoria máxima do automobilismo depois de conquistar o título na mesma, e ajudar a escuderia a se recuperar o péssimo ano que teve em 2018. Talvez Kubica não consiga mostrar mais o mesmo brilhantismo de outrora, dado o longo período de tempo em que ficou afastado, mas merece a chance de voltar a correr, e provar que ainda é um piloto competitivo. Foi até bom não correr como titular este ano, porque ele pouco poderia fazer com a draga que foi o carro do time inglês. E tomara que em 2019, a Williams consiga lhe dar um monoposto onde ele pelo menos possa mostrar o que ainda vale como piloto de corridas. Que saiba aproveitar a chance, e calar a boca de muitos críticos que acham que ele não tem mais nada a oferecer ao esporte na F-1...



NA MESMA:

GP de Abu Dhabi de F-1: Temporada sai, temporada entra, e o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, continua sendo um espetáculo visual, e palco de corridas desinteressantes, por mais detalhes que possam permear o fim de semana de GP, que este ano novamente foi mais atrativo fora da pista do que dentro dela. Até houve algumas disputas aqui e ali, mas insuficientes para fazer o público pela TV se empolgar, especialmente depois de uma temporada onde várias corridas também não renderam as disputas que delas se esperavam. Some-se a isso a longa temporada, e as principais posições na classificação do campeonato já estarem decididas, e a sensação de todo mundo em querer terminar logo com tudo e ir embora era ainda mais expressiva. Como os árabes devem continuar pagando rios de dinheiro pelo direito de ter a corrida, e encerrando a competição, creio que ainda veremos a pista de Yas Marina muitas vezes, e sempre com a esperança de que desta vez possamos enfim assistir a uma corrida de verdade em suas estupendas instalações e no belíssimo visual do pôr-do-sol em pleno deserto. A esperança é a última que morre...

Andrea Dovizioso: O piloto italiano terminou 2018 como terminou 2017, sendo vice-campeão pelo segundo ano consecutivo. Mas, ao contrário do ano passado, quando levou a disputa até a última etapa com Marc Márquez, desta vez o italiano acabou vendo o rival comemorar a conquista do título antecipadamente no Japão. Com apenas 3 abandonos na temporada, contudo, faltou uma constância de melhores resultados durante o ano para evitar que Márquez desgarrasse na dianteira, e conseguisse faturar o título antes da etapa final. De positivo, Andrea deixou novamente seu companheiro de equipe Jorge Lorenzo na sobra, apesar da melhora de andamento do espanhol a meio da temporada, quando Jorge venceu 3 corridas, e parecia apto a desafiar seu companheiro de equipe pela primazia de ser o principal rival do piloto da Honda na luta pelo título. Apesar de balançar um pouco, Dovizioso retomou o rumo, e reassumiu a dianteira na Ducati, mas já era tarde para tentar reverter a assombrosa vantagem acumulada por Márquez até então. Ao menos, o italiano foi o piloto com mais vitórias depois de Márquez – 4, e ainda teve a primazia de vencer uma corrida completamente maluca em Valência, onde a chuva e o piso molhado do circuito fizeram inúmeras vítimas, inclusive o novo pentacampeão Marc Márquez, que ficou no chão, vítima das interpéries. Resta esperar agora que Dovizioso consiga manter a performance em 2019, quando terá novamente Márquez como rival, além de Jorge Lorenzo, caso seu ex-companheiro de equipe se adapte à moto japonesa melhor do que se adaptou à italiana...

Transmissão da F-1 na Globo: Certo, a primeira temporada desde 1969 sem contar com um piloto brasileiro em nenhuma corrida até que manteve os índices de audiência na TV aberta no Brasil. Infelizmente, o “padrão” Globo de qualidade de transmissão também se manteve, e não foram poucas as vezes em que deixaram aquele tom ufanista visto em anos anteriores, quando poderiam ter feito transmissões mais sóbrias, tentando garantir a fidelização dos telespectadores que ainda agüentam Galvão Bueno narrando as corridas, e deixando Reginaldo Leme e Luciano Burti meio que na sobra, tendo de dançarem conforme a música do narrador. E apesar dos novos horários de várias corridas, a emissora pouco fez para aproveitar essa facilidade com as corridas começando um pouco mais tarde. E, no encerramento da temporada, ainda se deu ao descaso de encerrar a transmissão logo após a bandeirada, deixando de exibir o pódio, e a bela cena com Hamilton, Vettel e Alonso dando cavalos-de-pau em frente a torcida em Yas Marina, quando poderiam fazer um pequeno apanhado do que foi a temporada que consagrou Hamilton como novo pentacampeão da F-1. E parece que não vai se esforçar para mostrar além disso. A Globo ainda manda um repórter para todas as corridas “in loco”, mas já deixou de mandar a equipe completa de transmissão para as corridas, fazendo transmissão do autódromo apenas em Interlagos. A F-1 ainda dá muito lucro para a Globo, que já acertou todas as cotas de patrocínio para a temporada do ano que vem. Poderia mostrar um pouco mais de respeito para com o telespectador, mas parece que isso já é pedir demais...

F-1 sem pilotos brasileiros: Pela primeira vez desde 1969, a F-1 não contou com nenhum piloto brasileiro no grid, em uma etapa sequer. Com a aposentadoria de Felipe Massa, nosso país ficou órfão de pilotos na categoria máxima do automobilismo. E para 2019, a situação vai se manter, pelo menos na teoria, a não ser que ocorra um golpe de sorte. Teremos dois pilotos em duas equipes, mas na função de pilotos de testes, reservas, ou de desenvolvimento, como queiram chamar. Pietro Fittipaldi ficará na retaguarda no time da Hass, enquanto Sergio Sette Camara ocupará posição similar na McLaren. Mas eles só alinharão no grid em caso de um desastre que impeça a participação de um dos titulares. Ambos ainda continuarão a disputar corridas em outros certames, de acordo com suas agendas, mas ambicionar o posto de titular, na melhor das hipóteses, somente em 2020. Essa espera não será ruim: a Hass está se consolidando como força no pelotão intermediário, e se continuar crescendo, Pietro pode ter chance de virar titular com um carro competitivo onde poderá mostrar o seu talento. Já Sette Camara poderá ver em 2019 se a McLaren irá voltar a crescer de fato, e quem sabe em 2020 poderá ter melhores condições de mostrar o que sabe, com um carro melhor? Stoffel Vandoorne arrasou nas categorias de base, mas neste ano acabou queimado no time de Woking, sendo dispensado, e indo para a F-E. Uma armadilha que é bom Sergio evitar neste momento...

Fernando Alonso: O piloto espanhol despediu-se da F-1 em Abu Dhabi sendo protagonista de várias homenagens, inclusive dando cavalos-de-pau na pista ao lado de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel diante da torcida, após a bandeirada de chegada, e sendo cumprimentado por ambos na entrevista pós-GP comandada por David Coulthard, com todos mostrando o grande respeito que tinham pelo asturiano, que em 2019 vai buscar outros desafios no mundo do esporte a motor, tendo confirmada sua volta a Indianápolis para tentar novamente a vitória nas 500 Milhas, e disputando o restante da temporada bianual do Mundial de Endurance pelo time de fábrica da Toyota. Infelizmente, apesar do esforço, o piloto espanhol não conseguiu se despedir marcando pontos em sua última corrida, terminando em 11º lugar, depois de uma corrida combativa, mas sem condições de duelar mais à frente pela falta de competitividade do carro da McLaren. Curiosamente, a última prova onde marcou pontos foi em Singapura, palco do escândalo do Singapuragate em 2008, onde uma batida premeditada de Nelsinho Piquet permitiu ao espanhol, então seu companheiro de equipe na Renault, vencer a corrida, pela estratégia de Box. Mas sejamos francos: Vettel e Hamilton só exibiam tal respeito porque não permitiriam a seus times contratar Alonso para ser seu companheiro de time, pois o espanhol poderia azedar a situação de ambos em suas escuderias, e seria um páreo duríssimo de ser derrotado... É mais fácil você demonstrar respeito mantendo um adversário potencialmente perigoso longe se seu time...



EM BAIXA:

Valtteri Bottas: O piloto finlandês construiu uma boa reputação como piloto com potencial para ser campeão, se tivesse o carro certo para isso, quando competiu pela Williams, e suplantou seus companheiros de equipe com alguma facilidade. Natural então que Toto Wolf, que era seu agente, o tenha escolhido como substituto do recém-aposentado Nico Rosberg no início do ano passado. E ele até que não fez exatamente feio em seu primeiro ano na escuderia prateada, obtendo suas primeiras poles e vitórias na F-1. Nesta temporada, contudo, com uma concorrência que se mostrou mais acirrada na primeira metade da temporada, o finlandês até que começou razoável, mas depois acabou suplantado por Lewis Hamilton como não se imaginava ser possível, e foi ficando cada vez mais para trás, culminando por ser superado por Max Verstappen na classificação do campeonato, terminando em um pífio 5º lugar, e ficando muito a dever para seu companheiro Hamilton, em vista do carro que dispunha. Tirando as provas de Baku, onde deu azar de ter um pneu furado; e em Sochi, onde precisou entregar a vitória a Lewis por ordem da equipe, em nenhum momento Bottas esteve ao nível que dele se esperava. Garantido na Mercedes em 2019, o finlandês terá de dar tudo de si para apagar a má impressão desta temporada, uma vez que Esteban Ocon, que será piloto de testes e reserva do time, estará de olho em sua vaga para 2020, e no momento atual, é muito bem cotado para assumi-la, se Valtteri repetir a temporada pífia que teve este ano.

Equipe McLaren: O time de Woking pode ser considerado a maior decepção da temporada, diante das expectativas que todos tinham de que, com um motor mais confiável, poderia ao menos marcar pontos com regularidade, e quem sabe, até voltar ao pódio. O ano até que começou razoável, mostrando que seria de fato melhor do que em 2017. Mas infelizmente, apesar dos esforços de sua dupla de pilotos, incluído aí Fernando Alonso, a escuderia não conseguiu produzir um carro decente, e pior, não soube desenvolvê-lo também, condenando seus pilotos ao fim do grid, de onde tentaram sair do melhor jeito possível. Mas, diferente dos anos anteriores, onde o motor capenga da Honda era o maior problema, neste ano o carro revelou-se ruim. O desastre só não foi pior porque a Williams conseguiu cair ainda mais nas expectativas, embora ninguém esperasse muito diante de uma dupla de pilotos inexperiente e que ainda tinha o que provar. Para 2019, sem Alonso em suas fileiras, e tendo outro novato de potencial, a McLaren tentará se reerguer, mais uma vez. Conseguirá, ou irá enterrar a carreira de sua nova dupla de pilotos, tal como fez com o belga Stoffel Vandoorne neste ano, que se mostrou incapaz de tirar leite de pedra do carro, ao contrário do asturiano, que levou o time literalmente nas costas?

Equipe Williams: O time de Grove só não foi a maior decepção da temporada porque sua dupla de pilotos já não inspirava muita confiança, ao contrário da dupla da McLaren, que contava com Fernando Alonso, e um Vandoorne que já havia mostrado capacidade para pelo menos andar perto do piloto espanhol. O time preferiu dispensar os préstimos de Felipe Massa pela segunda vez, e ainda relegou Robert Kubica ao posto de piloto de testes e de desenvolvimento, preferindo pilotos com patrocínio ao invés da qualidade técnica. Com novas diretrizes do projeto, até se imaginava se o time ao menos manteria sua posição no grid, estancando sua perda de performance, vista a olhos vistos em 2017. Ocorreu o contrário: o time despencou para as últimas posições, e sem conseguir achar um rumo para desenvolver o carro. Felipe Massa deve ter dado graças aos céus por não ter renovado, e Robert Kubica também deve ter agradecido não ter que guiar aquele carro nas corridas, embora o polonês tenha andado em alguns treinos, e mostrado até mais performance que os titulares, mas nada que fosse produzir o milagre que o time precisava para fugir do fundo do grid, onde permaneceu até o fim da temporada, só não passando em branco no ano graças a alguns golpes de sorte, que foram muito escassos. Para 2019, o time tentará reencontrar o seu rumo, e com Kubica como titular, tentando evitar que o péssimo ano de 2018 se repita novamente.

Valentino Rossi: O “Doutor” terminou a temporada da MotoGP 2018 em 3º lugar no campeonato, mas longe de ter conseguido disputar o título, a exemplo do ano passado, quando a Yamaha perdeu competitividade frente a Honda e Ducati, que não recuperou durante este ano. Apesar do esforço, o piloto italiano passou a temporada em branco, a primeira desde sua passagem malfadada pela mesma Ducati há anos atrás. Mas o que pesou contra Rossi neste final de temporada foram os erros que cometeu nas duas provas finais, onde teve chance de vencer, e acabou caindo no chão, deixando as posições até então conquistadas para os rivais. Na Malásia, Valentino liderou com autoridade, mas caiu a poucas voltas do final, entregando uma vitória certa para Marc Márquez. Em Valência, Rossi tinha tudo para pelo menos garantir o 2º lugar, quando foi mais um piloto a sucumbir ao piso molhada da pista valenciana. E, embora tenha terminado à frente de seu companheiro de equipe Maverick Viñales, foi o espanhol que impediu que o time dos três diapasões passasse em branco completo no ano, ao conquistar as únicas pole-position e vitórias da marca no campeonato. Pode não ter sido muito, mas acabaram sendo um tapa com luva de pelica no rosto do “Doutor”, que podia ter garantido resultados importantes para a escuderia neste momento particularmente complicado. E deixa o ano com um certo ar de desalento, onde nem mesmo o talento e a mítica do 46 conseguiram suplantar as adversidades que se apresentaram...

Brendon Hartley: Acabou a aventura do neozelandês na F-1. Depois de uma temporada onde não conseguiu mostrar os mesmos resultados apresentados por seu parceiro de equipe Pierre Gasly, Brendon, apesar do currículo de piloto de ponta no Mundial de Endurance, acabou rifado pela Toro Rosso para a temporada 2019, que contratou a nova promessa Alexander Albon para ser o companheiro do russo Daniil Kvyat, que volta ao time após ser rifado no ano passado. Infelizmente, o caso de Hartley não é o primeiro, e decerto não será o último, de pilotos que se consagram em outras categorias, e infelizmente acabam fracassando na categoria máxima do automobilismo. Não é o caso de exigir de Brendon que vencesse corridas com a Toro Rosso, mas no comparativo com Gasly, que era praticamente tão novato no time quanto ele, o francês deu uma lavada no ex-piloto do WEC, a foi recompensado com uma vaga de titular na Red Bull no próximo ano. Hartley tentou se esforçar, mas infelizmente, não foi o suficiente para garantir um lugar no time em 2019. Mas ele não precisa mendigar vaga na F-1, e apesar de sair por baixo, pode certamente arrumar lugar melhor para competir no próprio Mundial de Endurance, onde pode voltar a mostrar o seu talento, que não conseguiu exibir na Toro Rosso...

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

FIM DE FEIRA...


Abu Dhabi encerra mais um Mundial de F-1, mas o circuito de Yas Marina continua não oferecendo corridas decentes.

            A Fórmula 1 está prestes a fechar a temporada 2018, e não é surpresa que nesta altura da competição, todo mundo já está mais do que cansado, e a etapa de encerramento da competição, no esplendoroso circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, parece sintetizar o que foi a temporada deste ano. Muito farol e pouca qualidade. Desde que esta corrida estreou no calendário, a pista sempre foi mais bonita do que as corridas realizadas, a grande maioria delas, completamente enfadonha, e sem brilho. Um traçado maravilhoso no papel, e completamente sem sal na realidade, onde os pilotos não sentem o prazer de uma competição de verdade.
            Com as principais posições definidas, o que temos em disputa em Abu Dhabi não é muito relevante. Claro, falta saber se Valtteri Bottas terminará em 4º no campeonato, uma vez que está acossado por Max Verstappen, apenas 3 pontos atrás. E também teremos as definições das posições finais na classificação de Sérgio Perez, Kevin Magnussen, Fernando Alonso, Esteban Ocon, e Romain Grossjean, dependendo de suas posições de chegada na bandeirada final do ano. De resto, é cumprir tabela, e voltar para casa o quanto antes para descansar depois de um ano cansativo e corrido, onde a promessa de boas corridas não se concretizou como se esperava. Mas, devagar aí: não dá para voltar tão cedo para casa, pois na próxima semana, no mesmo circuito, teremos o teste dos novatos, então, todo mundo fica mais alguns dias no Oriente Médio, antes que o trabalho realmente termine.
            E todo mundo não vê a hora de ir embora e voltar para casa. O ano de 2018, com a segunda temporada sob as novas regras técnicas implantadas no ano passado, até teve alguns momentos bons, mas estes foram insuficientes para compensar o marasmo que se tornou a maioria das corridas do ano. Quando todo mundo esperava um pouco mais de disputa e emoção, aconteceu o contrário.
            E olhe que tivemos a Ferrari mais forte em vários anos, prometendo acabar realmente com o domínio da Mercedes. O time de Maranello balançou mesmo o favoritismo prateado este ano. Mas, na hora em que deveriam dar o bote certeiro, acabaram cometendo vários erros, piloto e equipe, e a Mercedes e Lewis Hamilton não desperdiçaram a oportunidade, vencendo corridas-chave que tinham tudo para serem de Maranello. Sebastian Vettel teve um ano de altos e baixos, e infelizmente, os baixos vieram no pior momento possível, com o piloto alemão dando aos rivais as chances de ser batido, e ficando mais uma vez na fila de tentar chegar ao seu 5º título. Hamilton agradeceu, e tornou-se o 3º piloto na história da F-1 a alcançar um pentacampeonato.
No duelo dos tetracampeões, Sebastian Vettel até que começou na frente, mas capitulou a meio da temporada, e Lewis Hamilton não perdoou as falhas do rival, e rumou firme para conquistar o pentacampeonato.
            Era um ano que prometia neste quesito, afinal, teríamos dois tetracampeões lutando por um pentacampeonato. Vettel, o primeiro a chegar a 4 títulos, teve sua melhor chance de alcançar a 5ª taça. E parecia que a Mercedes finalmente seria destronada. O modelo W09 era competitivo, mas não exibia aquele domínio arrasador visto em anos anteriores. Já a Ferrari, depois de assustar em 2017, conseguia se mostrar tão ou até mais forte ainda. Deixaram a desejar, e o baque, ainda mais pelo fato de terem uma vantagem em termos de equipamento, não foi muito bem aceita pelos torcedores, que pela primeira vez, questionaram fortemente o status de Sebastian Vettel como piloto da escuderia vermelha capaz de conduzi-los novamente ao título. Para 2019, a tarefa do piloto alemão deverá ser até mais complicada que a deste ano, pois precisará pilotar mais do que nunca, e desta vez, terá uma jovem promessa ao seu lado louca pra mostrar o seu valor, Charles LeClerc, que promete não deixar Sebastian tranquilo como Kimi Raikkonen permitia.
            A Mercedes, sob pressão, conseguiu se manter firme e coesa, e não perder o foco, a exemplo do time de Maranello. Manteve a calma quando viu que a Ferrari era superior, e trabalhou duro para conseguir compensar suas deficiências. E contou com um Lewis Hamilton afiado como nunca. Apesar de um início de temporada um pouco apático e nem tão inspirado, Lewis cresceu durante a temporada, cumprindo seu papel na pista com afinco, e sem cometer erros, mostrando que o piloto, apesar de tudo, ainda faz a diferença na F-1. O único ponto negativo foi a Mercedes sucumbir às tentações do jogo de equipe, e acabar alijando Bottas em algumas corridas, o que denigre a imagem de esportividade que o time havia conseguido construir entre 2014 e 2016, quando sua dupla de pilotos duelou com liberdade quase total na maioria das provas. Infelizmente, Bottas também acabou aceitando com muita passividade seu papel de escudeiro de Hamilton, e não se mostrou digno do carro que pilota, pois tinha a obrigação de fazer mais do que realmente fez em várias oportunidades. O fato de estar com sua posição ameaçada por Verstappen na classificação só mostra o quanto ele ficou devendo, em um ano onde, um azar ou outro à parte, como em Baku, o finlandês, visto como campeão em potencial nas temporadas em que defendeu a Williams, caiu muito no conceito de todos, torcida, e imprensa especializada.
Novamente suplantada por Mercedes e Ferrari, a Red Bull (acima) rompeu com a Renault, que até cresceu este ano, mas não tanto quanto todo mundo esperava para um time oficial de fábrica (abaixo).
 
        A Red Bull mais uma vez ficou à sombra de Mercedes e Ferrari. Apesar de possuir o melhor chassi da categoria máxima do automobilismo, mostrando novamente a invulgar competência de Adrian Newey nas pranchetas, o time dos energéticos não conseguiu superar o déficit de potência ainda visível nos propulsores da Renault, optando por cortar laços com os franceses e assumir os riscos de uso das unidades da Honda a partir do próximo ano. Contribuiu para isso várias quebras do equipamento, ao que tanto Helmut Marko quanto Christian Horner, e com aval de Max Verstappen, não pouparam críticas aos franceses, retomando o clima belicista com a marca francesa de algum tempo atrás. Mas Daniel Ricciardo resolveu não se fiar nas promessas da Honda, e cansado do apaniguamento do time a Verstappen, preferiu buscar novos caminhos, indo defender o time oficial da Renault em 2019. Curioso que foi no seu carro que surgiram a maioria das quebras no ano, e desaponta-me ver como a direção do time pareceu tremendamente contrariada quando soube que o simpático e eficiente australiano iria defender outras cores no próximo ano. Mas, o que esperar de um time que, desde que passou a vencer, adquiriu também os piores hábitos de soberba e prepotência da F-1? E, ávidos por uma nova promessa, eles apostam mundos e fundos em Verstappen, que quando está com a cabeça no lugar, mostra-se um piloto tremendamente rápido, e capaz de obter bons resultados e até de vencer corridas. Mas que ainda precisa aprender a ser um pouco mais paciente e cuidadoso em certos momentos, como demonstrou nas primeiras provas do ano, e em Interlagos. Para Ricciardo, é uma pena que seus esforços tenham sido comprometidos de forma contundente especialmente na segunda metade do ano, onde acabou ficando pelo caminho na maioria das corridas, por quebras alheias a seu controle. O australiano é um dos pilotos mais relax e simpáticos do grid, e merecia melhor sorte. Já Verstappen, apesar de ter tido um bom momento de calmaria durante o ano, perdeu boa parte da compostura com o incidente com Esteban Ocón em Interlagos, mostrando que dificilmente mudará seus hábitos, e que se precisar ser arrogante e mal educado para ser bem sucedido na F-1, que se danem os outros...
            Mas se houve um aspecto onde a F-1 foi um fiasco completo, foi na diferença de performance entre Mercedes, Ferrari e Red Bull, e todo o resto do grid, como se houvessem duas categorias competindo num só campeonato. Por melhores que tenham sido suas performances no ano, nem Hass, Force India, Renault, ou McLaren, conseguiram sequer se aproximar dos ponteiros. A McLaren, agora com um motor pelo menos não tão problemático quanto o Honda, começou até prometendo, mas infelizmente viu o outro lado da moeda, ao não produzir um carro tão eficiente como se esperava. O ano não foi o desastre do ano passado, mas também não foi a redenção que muitos esperavam, e que permitisse ao time de Woking tentar, ao menos alcançar algum pódio, e desse algum motivo de satisfação a Fernando Alonso, depois de três temporadas andando no fundo do grid.
A Williams (acima) não terá saudades da temporada de 2018, onde produziu um carro fraco, e não conseguiu encontrar um rumo para desenvolvê-lo. Já a McLaren (abaixo) foi outra decepção, por não conseguir renascer como esperava, depois de todo o trabalho para se livrar dos motores da Honda.
            O espanhol, aliás, deixa a F-1 neste final de semana. Por mais que diga estar buscando novos desafios, é nítido ver que sem um carro competitivo, aquele que é considerado o piloto mais completo do grid perdeu as esperanças de voltar a ser protagonista. Estivesse disputando pódios e vitórias, certamente Alonso ainda seguiria na categoria. Mas Fernando cavou em parte sua própria cova, e nada há para fazer a respeito. De todo modo, é uma pena que ele não possa mostrar do que é capaz frente aos demais pilotos com melhores máquinas. De um jeito ou de outro, a F-1 sentirá sua falta. Um retorno até pode ser considerado no futuro, mas sem nenhuma garantia.
            A Sauber começou o ano como candidata a lanterna do grid, mas com recursos da Alfa Romeo, e novos profissionais em sua área técnica, o time suíço não apenas escapou das últimas filas como até andou chegando ao Q3, numa grande evolução ao longo do ano, afastando os momentos negros presentes recentemente, e mostrando o talento da promessa monegasca Charles LeClerc. Contando com Kimi Raikkonen no próximo ano, e com um desenvolvimento maior proporcionado pelos novos recursos financeiros, humanos e técnicos, a escuderia tem tudo para voltar a ser uma força no bloco intermediário, e talvez até mais, na melhor das possibilidades.
            Em contrapartida, a Williams teve um ano tenebroso, onde o carro se mostrou completamente falho, e com uma dupla de pilotos que não conseguiu levar o time a lugar nenhum. Felipe Massa, agora definitivamente aposentado da F-1, certamente não teve saudades de ficar de fora ao ver a péssima temporada do time inglês, que tentará reencontrar o seu rumo em 2019, sob pena de encerrar uma das mais longevas histórias da categoria prematuramente. Para isso, precisará demonstrar uma competência e eficiência que estiveram completamente ausentes em 2018, e curiosamente, justo em um ano onde tentaram renovar as apostas de projeto do carro, depois de serem extremamente conservadores nos últimos dois anos, e com isso perderem justamente performance para os rivais, que evoluíram bem mais. Justo no ano em que apostou em novas diretrizes, uma vez que as linhas do projeto anterior já se mostravam exauridas, o tiro saiu pela culatra. Na retaguarda como piloto reserva, Robert Kubica pouco pode fazer para ajudar a dupla titular durante o ano.
            Se há algo para se envergonhar na F-1, é seu regulamento, com várias regras completamente cretinas e fora de nexo. A Force India, à beira da falência, acabou salva por um grupo de investidores capitaneados por Lawrence Stroll, o que permitiu salvar o time de fechar as portas, e garantir sua presença no grid. Mas, por ter mudado de dono, teve de assumir um novo nome, e com isso, acabou excluída da competição, perdendo todos os pontos conquistados até então, e tendo de recomeçar do zero. Felizmente, sua dupla de pilotos manteve sua pontuação, mas a rasteira promovida pelas regras esdrúxulas arriou o time do que prometia ser outra boa temporada, onde certamente estaria com o favoritismo para ser novamente a 4ª força na classificação do campeonato, em disputa com a Renault.
            Mas a escuderia sediada ao lado da pista de Silverstone continuou mostrando sua grande capacidade de fazer render seus parcos recursos, e não perdeu o foco com a transição de propriedade da equipe, conseguindo manter o nível de performance demonstrado anteriormente, a exemplo do que tem conseguido fazer nos últimos anos. Só não conseguiram mesmo é chegar mais perto dos times de ponta, mas isso não foi uma falha capital do time rosa.
            A Renault, com seu time de fábrica, também pecou neste objetivo, ainda mais tendo recursos muito superiores à Force India. A nova especificação do propulsor pareceu promissora, mas nem tanto quanto se esperava. Mesmo assim, e contando com uma dupla competente e talentosa, a diferença de resultados para a Red Bull, que usou a mesma unidade de potência, é abismal, mostrando que a fábrica francesa ainda tem muito o que crescer se quiser reocupar seu lugar de destaque na F-1. O time, entretanto, evoluiu de 2017 para cá, e apenas não avançou tanto quando se poderia esperar. Novamente, a promessa é de que no próximo ano, com os novos investimentos, tanto financeiros como técnicos e de novas contratações na fábrica em Enstone, a Renault consiga chegar mais próxima das equipes principais.
            A Hass confirmou sua grande evolução em 2018, e só não está melhor porque teve alguns desempenhos inconstantes em algumas corridas, mas também porque sua dupla de pilotos andou cometendo gafes e asneiras além da conta. Romain Grosjean passou várias corridas sem conseguir pontuar, perdendo várias oportunidades por erros e azares, e tendo até seu lugar como titular posto em dúvida, mas mesmo Kevin Magnussem, que pontuou com muito mais frequência e constância, também andou se estranhando na pista com os concorrentes, desperdiçando algumas oportunidades. E a própria Hass também teve seus erros, como nos pit stops de seus pilotos na Austrália, levando ambos ao abandono, e no erro que causou a desclassificação de Grosjean na Itália, por irregularidades em seu chassi. Em ambas as ocasiões, seus pilotos estavam andando muito bem, e acabaram alijados por motivos completamente alheios a seu controle.
            Motivo de piada entre 2015 e 2017, a Honda, agora equipando os carros da Toro Rosso, teve um ano mais calmo e tranquilo, uma vez que os objetivos do time de Faenza são bem mais modestos do que o de uma McLaren. As unidades de potência nipônicas parecem ter feito progressos substanciais, mas ainda assim apresentaram diversas quebras ao longo da temporada, de modo que, em termos de resultados, a Toro Rosso não foi muito além do que a McLaren havia conseguido em 2017. O progresso parece ter sido o suficiente para a Red Bull meter o pé na bunda da Renault, e apostar nos japoneses para os próximos anos, o que significará também o fim dos dias de tranquilidade vividos em 2018, pois as cobranças voltarão com tudo em 2019, e se as unidades japonesas ficarem devendo, melhor se prepararem para uma possível nova enxurrada de críticas, ao que os franceses da Renault certamente não sentirão nenhuma saudade.
            No que tange aos GPs, o Liberty Media parece ter planos de se livrar de algumas corridas “deficitárias” ou não tão atrativas quanto poderiam ser. Poderiam muito bem começar rifando Yas Marina, mas infelizmente os dólares dos árabes deverão continuar segurando esta prova no calendário, mesmo que nunca tenha rendido nenhuma corrida de destaque por boas disputas. E abre possibilidade para provas como a do Brasil correrem risco em futuro próximo. Ainda é cedo para podermos avaliar quais provas eles podem achar dispensáveis. Quando se pensava que as coisas poderiam melhorar neste quesito, dado os métodos de negociação de Bernie Ecclestone... Espero que não nos arrependamos no futuro próximo.
            Bem, chega de recordar o ano. Vamos direto para a pista, e encerrar a temporada... E que venha 2019, pois 2018 já deu...