Saudações
a todos. Estamos chegando ao fim do mês de novembro, e praticamente todas as
competições automobilísticas de 2018 já se encerraram. A exceção é a Formula-E,
cuja nova temporada começa em duas semanas, nas ruas de Riad, capital da Arábia
Saudita. Mas, enquanto os carros monopostos elétricos ainda não dão a largada
em seu novo campeonato, é hora de fazermos a última avaliação do ano em relação
aos acontecimentos no mundo da velocidade ocorridos neste último mês. Sim, é
hora de mais uma Cotação Automobilística, a última de 2018, no velho esquema já
conhecido de todos: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor
vermelha). Uma boa leitura a todos, e a Cotação Automobilística retorna no
final de fevereiro do ano que vem, com as avaliações dos meses de janeiro e
fevereiro de 2019, com o início das disputas do mundo do esporte a motor no
novo ano. Até lá, então...
EM ALTA:
Lewis Hamilton: O novo
pentacampeão mundial da F-1 encerrou o ano em alta, com duas vitórias para
ninguém botar defeito. Em
Interlagos Lewis correu com a cabeça, evitando riscos
desnecessários, e viu seu principal rival na corrida se complicar sozinho,
diante de seu excesso de impetuosidade e falta de paciência. E depois, mesmo
acossado por Verstappen, conseguiu tirar do carro a velocidade necessária para
conseguir cruzar em primeiro lugar, e carimbar mais uma vitória em terras
brasilis. Em Abu Dhabi,
relaxado como poucas vezes, foi logo mostrando que não daria mole aos rivais:
cravou mais uma pole-position, e depois, mesmo trocando os pneus
prematuramente, guiou com a cabeça, e conservou seu equipamento para vencer no
encerramento da temporada, coroando 2018 com 11 poles e 11 vitórias em 21
corridas. E o inglês agora vai à caça dos números até então tidos como
absolutos do alemão Michael Schumacher. Faltam 2 títulos e 18 vitórias para
igualar-se ao heptacampeão, mas com dois anos de contrato com a Mercedes, se o
time alemão mantiver sua competitividade, Hamilton caminhará firme para ser o
maior nome da história da F-1. E ele já afirmou que pretende correr pelo menos
mais uns 5 anos, então, podem esperar por novos recordes...
Sebastien Ogier: O
piloto francês teve o campeonato mais difícil dos últimos anos, mas na hora H,
conseguiu reverter as expectativas, e conquistar mais um título, o sexto
consecutivo no Mundial de Rali, e manter a coroa do principal campeonato de
provas off-road do mundo. Thierry Neuville bem que tentou, e até conseguiu
assumir por um breve momento a liderança da competição, dando a entender que o
reinado do piloto francês poderia finalmente ser interrompido, mas acabou
capitulando nas etapas finais do campeonato, permitindo a Ogier retomar o
controle da situação. E Sebastien já lança o desafio de ser o piloto a ser
batido na temporada de 2019 aos rivais, que precisarão novamente não apenas dar
tudo para tentar derrotá-lo, mas também precisarão de sorte para isso
acontecer. Ogier caminha a passos largos para repetir a façanha de seu
compatriota Sebastien Loeb, que venceu por 9 anos consecutivos o Mundial de
Rali. Faltam três títulos para igualar a marca do rival, e quem sabe, superar
seu número de conquistas. Difícil? Pode ser, mas depois do que demonstrou este
ano, conseguindo mais uma vez ser campeão, apesar da disputa mais ferrenha com
Neuville, Ogier mostra que seu reinado está longe de acabar, e no que depender
dele, vai durar ainda um longo tempo. Azar dos rivais, que falharam novamente
em tentar superá-lo. Melhor sorte no próximo ano...
Max Verstappen: O piloto
holandês da Red Bull divide opiniões por causa de seu arrojo excessivo e falta
de cuidado em diversos momentos, arrumando confusões por vezes desnecessárias
na pista, e fora dela, na F-1. Mas ninguém duvida que ele é um grande talento
que, se tiver um carro mais competitivo, disputará o título ferrenhamente. E
mesmo com um carro que, em tese não é tão competitivo quanto Mercedes e
Ferrari, o arrojado piloto holandês conseguiu deixar para trás o finlandês
Valtteri Bottas na classificação final do campeonato de 2018, relegando Bottas
a uma pouco elogiável 5ª posição nos pontos. Verstappen precisou, porém,
colocar a cabeça no lugar depois da prova de Mônaco, onde até então vinha
cometendo erros banais em todas as corridas, comprometendo resultados e
arrumando encrencas com outros pilotos. Tomando um pouco mais de cuidado, e sem
deixar de ser arrojado, ele conseguiu deixar para trás seu companheiro de
equipe Daniel Ricciardo, e parece pronto para firmar-se enfim como líder do
time dos energéticos na pista em 2019, com a saída do australiano para a Renault.
E, se ele evitar certas recaídas como o ocorrido em Interlagos, terá ainda mais
força para encarar os rivais, eliminando aquele que ainda é seu maior ponto
fraco, o excesso de impetuosidade, e a falta de paciência em alguns momentos,
características que alguns de seus rivais já conseguiram dominar melhor.
Marc Márquez: A “Formiga
Atômica” desequilibrou qualquer chance de disputa no campeonato 2018 da MotoGP,
e praticamente correu sozinho a partir de meados da temporada, enquanto seus
adversários não se entendiam na pista e com seus equipamentos. E mostrando que
ele fez a diferença, Dani Pedrosa, seu companheiro de equipe, fez uma temporada
melancólica, praticamente sem vitórias, e sem figurar entre os protagonistas do
campeonato, o que motivou sua dispensa do time oficial da Honda, que contratou
Jorge Lorenzo para seu lugar. Outro motivo para Márquez surpreender foi o
número de tombos que levou durante o ano, 23 quedas, a maioria felizmente nos
treinos, e por sorte, sem se ferir gravemente. E, mesmo assim, ele ia para as
corridas com o mesmo apetite de sempre, apenas tomando um pouco mais de cuidado
com aquele excesso de arrojo que já foi o seu principal ponto fraco há alguns
anos. Mas ele sempre disputou a vitória quando mostrou ter chance, e venceu nada
menos que 9 corridas no ano, enquanto a principal rival da equipe Honda, a
Ducati, conseguiu 7 vitórias, mas divididas entre sua dupla titular, 4 triunfos
para Andrea Dovizioso, e 3 para Jorge Lorenzo. E mesmo depois de faturar por
antecipação o título da temporada, ainda venceu na Malásia, aproveitando o azar
de Valentino Rossi. A exemplo do pentacampeonato de Lewis Hamilton na F-1,
Márquez também mostrou o mesmo empenho e domínio na sua conquista do
pentacampeonato na classe rainha do motociclismo. E ele vai querer mais em
2019...
Robert Kubica: O retorno
do piloto polonês à F-1, como piloto titular da equipe Williams, é algo a ser
celebrado como exemplo e prova de superação do piloto, após o acidente de rali
que quase custou sua vida, em 2011, e interrompeu uma carreira que tinha muito
potencial para se desenvolver. De lá para cá, Kubica precisou passar por várias
cirurgias, carrega até hoje as seqüelas do acidente em um dos braços, e
precisou se reinventar como piloto para voltar a competir, se não no alto nível
que demonstrava ser capaz antes disso, ao menos em um patamar bem aceitável. E
nos poucos testes que realizou com a Williams este ano, ainda foi capaz de
mostrar-se mais competitivo do que ambos, embora o carro pavoroso produzido
pelo time não seja bem um parâmetro 100% fiel de que ele ainda tenha todo
aquele potencial que poderia levá-lo ao título da F-1, se estivesse no carro
certo. Outro fator que pesa na comparação é que a dupla titular da Williams
neste ano não foi exatamente daquelas que empolgaram, e que também não
conseguiram mostrar a que vieram com o carro ruim que tiveram em mãos. No próximo ano,
contudo, caberá ao polonês exercer o papel de líder do time na pista,
capitaneando o jovem George Russel, outro grande talento da F-2 que ascende à
categoria máxima do automobilismo depois de conquistar o título na mesma, e
ajudar a escuderia a se recuperar o péssimo ano que teve em 2018. Talvez Kubica
não consiga mostrar mais o mesmo brilhantismo de outrora, dado o longo período
de tempo em que ficou afastado, mas merece a chance de voltar a correr, e
provar que ainda é um piloto competitivo. Foi até bom não correr como titular
este ano, porque ele pouco poderia fazer com a draga que foi o carro do time
inglês. E tomara que em 2019, a Williams consiga lhe dar um monoposto onde ele
pelo menos possa mostrar o que ainda vale como piloto de corridas. Que saiba
aproveitar a chance, e calar a boca de muitos críticos que acham que ele não
tem mais nada a oferecer ao esporte na F-1...
NA MESMA:
GP de Abu Dhabi de F-1:
Temporada sai, temporada entra, e o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi,
continua sendo um espetáculo visual, e palco de corridas desinteressantes, por
mais detalhes que possam permear o fim de semana de GP, que este ano novamente
foi mais atrativo fora da pista do que dentro dela. Até houve algumas disputas
aqui e ali, mas insuficientes para fazer o público pela TV se empolgar,
especialmente depois de uma temporada onde várias corridas também não renderam
as disputas que delas se esperavam. Some-se a isso a longa temporada, e as
principais posições na classificação do campeonato já estarem decididas, e a
sensação de todo mundo em querer terminar logo com tudo e ir embora era ainda
mais expressiva. Como os árabes devem continuar pagando rios de dinheiro pelo
direito de ter a corrida, e encerrando a competição, creio que ainda veremos a
pista de Yas Marina muitas vezes, e sempre com a esperança de que desta vez
possamos enfim assistir a uma corrida de verdade em suas estupendas instalações
e no belíssimo visual do pôr-do-sol em pleno deserto. A esperança é a última
que morre...
Andrea Dovizioso: O
piloto italiano terminou 2018 como terminou 2017, sendo vice-campeão pelo
segundo ano consecutivo. Mas, ao contrário do ano passado, quando levou a
disputa até a última etapa com Marc Márquez, desta vez o italiano acabou vendo
o rival comemorar a conquista do título antecipadamente no Japão. Com apenas 3
abandonos na temporada, contudo, faltou uma constância de melhores resultados
durante o ano para evitar que Márquez desgarrasse na dianteira, e conseguisse
faturar o título antes da etapa final. De positivo, Andrea deixou novamente seu
companheiro de equipe Jorge Lorenzo na sobra, apesar da melhora de andamento do
espanhol a meio da temporada, quando Jorge venceu 3 corridas, e parecia apto a
desafiar seu companheiro de equipe pela primazia de ser o principal rival do
piloto da Honda na luta pelo título. Apesar de balançar um pouco, Dovizioso
retomou o rumo, e reassumiu a dianteira na Ducati, mas já era tarde para tentar
reverter a assombrosa vantagem acumulada por Márquez até então. Ao menos, o
italiano foi o piloto com mais vitórias depois de Márquez – 4, e ainda teve a
primazia de vencer uma corrida completamente maluca em Valência, onde a chuva e
o piso molhado do circuito fizeram inúmeras vítimas, inclusive o novo
pentacampeão Marc Márquez, que ficou no chão, vítima das interpéries. Resta
esperar agora que Dovizioso consiga manter a performance em 2019, quando terá
novamente Márquez como rival, além de Jorge Lorenzo, caso seu ex-companheiro de
equipe se adapte à moto japonesa melhor do que se adaptou à italiana...
Transmissão da F-1 na
Globo: Certo, a primeira temporada desde 1969 sem contar com um piloto
brasileiro em nenhuma corrida até que manteve os índices de audiência na TV
aberta no Brasil. Infelizmente, o “padrão” Globo de qualidade de transmissão
também se manteve, e não foram poucas as vezes em que deixaram aquele tom
ufanista visto em anos anteriores, quando poderiam ter feito transmissões mais
sóbrias, tentando garantir a fidelização dos telespectadores que ainda agüentam
Galvão Bueno narrando as corridas, e deixando Reginaldo Leme e Luciano Burti
meio que na sobra, tendo de dançarem conforme a música do narrador. E apesar
dos novos horários de várias corridas, a emissora pouco fez para aproveitar
essa facilidade com as corridas começando um pouco mais tarde. E, no
encerramento da temporada, ainda se deu ao descaso de encerrar a transmissão
logo após a bandeirada, deixando de exibir o pódio, e a bela cena com Hamilton,
Vettel e Alonso dando cavalos-de-pau em frente a torcida em Yas Marina, quando
poderiam fazer um pequeno apanhado do que foi a temporada que consagrou
Hamilton como novo pentacampeão da F-1. E parece que não vai se esforçar para
mostrar além disso. A Globo ainda manda um repórter para todas as corridas “in
loco”, mas já deixou de mandar a equipe completa de transmissão para as
corridas, fazendo transmissão do autódromo apenas em Interlagos. A F-1 ainda dá
muito lucro para a Globo, que já acertou todas as cotas de patrocínio para a
temporada do ano que vem. Poderia mostrar um pouco mais de respeito para com o
telespectador, mas parece que isso já é pedir demais...
F-1 sem pilotos
brasileiros: Pela primeira vez desde 1969, a F-1 não contou com nenhum piloto
brasileiro no grid, em uma etapa sequer. Com a aposentadoria de Felipe Massa,
nosso país ficou órfão de pilotos na categoria máxima do automobilismo. E para
2019, a situação vai se manter, pelo menos na teoria, a não ser que ocorra um
golpe de sorte. Teremos dois pilotos em duas equipes, mas na função de pilotos
de testes, reservas, ou de desenvolvimento, como queiram chamar. Pietro
Fittipaldi ficará na retaguarda no time da Hass, enquanto Sergio Sette Camara
ocupará posição similar na McLaren. Mas eles só alinharão no grid em caso de um
desastre que impeça a participação de um dos titulares. Ambos ainda continuarão
a disputar corridas em outros certames, de acordo com suas agendas, mas
ambicionar o posto de titular, na melhor das hipóteses, somente em 2020. Essa
espera não será ruim: a Hass está se consolidando como força no pelotão
intermediário, e se continuar crescendo, Pietro pode ter chance de virar
titular com um carro competitivo onde poderá mostrar o seu talento. Já Sette
Camara poderá ver em 2019 se a McLaren irá voltar a crescer de fato, e quem
sabe em 2020 poderá ter melhores condições de mostrar o que sabe, com um carro
melhor? Stoffel Vandoorne arrasou nas categorias de base, mas neste ano acabou
queimado no time de Woking, sendo dispensado, e indo para a F-E. Uma armadilha
que é bom Sergio evitar neste momento...
Fernando Alonso: O
piloto espanhol despediu-se da F-1 em Abu Dhabi sendo protagonista de várias
homenagens, inclusive dando cavalos-de-pau na pista ao lado de Lewis Hamilton e
Sebastian Vettel diante da torcida, após a bandeirada de chegada, e sendo
cumprimentado por ambos na entrevista pós-GP comandada por David Coulthard, com
todos mostrando o grande respeito que tinham pelo asturiano, que em 2019 vai buscar
outros desafios no mundo do esporte a motor, tendo confirmada sua volta a
Indianápolis para tentar novamente a vitória nas 500 Milhas, e disputando o
restante da temporada bianual do Mundial de Endurance pelo time de fábrica da
Toyota. Infelizmente, apesar do esforço, o piloto espanhol não conseguiu se
despedir marcando pontos em sua última corrida, terminando em 11º lugar, depois
de uma corrida combativa, mas sem condições de duelar mais à frente pela falta
de competitividade do carro da McLaren. Curiosamente, a última prova onde
marcou pontos foi em Singapura, palco do escândalo do Singapuragate em 2008,
onde uma batida premeditada de Nelsinho Piquet permitiu ao espanhol, então seu
companheiro de equipe na Renault, vencer a corrida, pela estratégia de Box. Mas
sejamos francos: Vettel e Hamilton só exibiam tal respeito porque não
permitiriam a seus times contratar Alonso para ser seu companheiro de time,
pois o espanhol poderia azedar a situação de ambos em suas escuderias, e seria
um páreo duríssimo de ser derrotado... É mais fácil você demonstrar respeito
mantendo um adversário potencialmente perigoso longe se seu time...
EM BAIXA:
Valtteri Bottas: O
piloto finlandês construiu uma boa reputação como piloto com potencial para ser
campeão, se tivesse o carro certo para isso, quando competiu pela Williams, e
suplantou seus companheiros de equipe com alguma facilidade. Natural então que
Toto Wolf, que era seu agente, o tenha escolhido como substituto do
recém-aposentado Nico Rosberg no início do ano passado. E ele até que não fez
exatamente feio em seu primeiro ano na escuderia prateada, obtendo suas
primeiras poles e vitórias na F-1. Nesta temporada, contudo, com uma
concorrência que se mostrou mais acirrada na primeira metade da temporada, o
finlandês até que começou razoável, mas depois acabou suplantado por Lewis
Hamilton como não se imaginava ser possível, e foi ficando cada vez mais para
trás, culminando por ser superado por Max Verstappen na classificação do
campeonato, terminando em um pífio 5º lugar, e ficando muito a dever para seu
companheiro Hamilton, em vista do carro que dispunha. Tirando as provas de
Baku, onde deu azar de ter um pneu furado; e em Sochi, onde precisou entregar a
vitória a Lewis por ordem da equipe, em nenhum momento Bottas esteve ao nível
que dele se esperava. Garantido na Mercedes em 2019, o finlandês terá de dar
tudo de si para apagar a má impressão desta temporada, uma vez que Esteban
Ocon, que será piloto de testes e reserva do time, estará de olho em sua vaga
para 2020, e no momento atual, é muito bem cotado para assumi-la, se Valtteri
repetir a temporada pífia que teve este ano.
Equipe McLaren: O time
de Woking pode ser considerado a maior decepção da temporada, diante das
expectativas que todos tinham de que, com um motor mais confiável, poderia ao
menos marcar pontos com regularidade, e quem sabe, até voltar ao pódio. O ano
até que começou razoável, mostrando que seria de fato melhor do que em 2017.
Mas infelizmente, apesar dos esforços de sua dupla de pilotos, incluído aí
Fernando Alonso, a escuderia não conseguiu produzir um carro decente, e pior,
não soube desenvolvê-lo também, condenando seus pilotos ao fim do grid, de onde
tentaram sair do melhor jeito possível. Mas, diferente dos anos anteriores,
onde o motor capenga da Honda era o maior problema, neste ano o carro
revelou-se ruim. O desastre só não foi pior porque a Williams conseguiu cair
ainda mais nas expectativas, embora ninguém esperasse muito diante de uma dupla
de pilotos inexperiente e que ainda tinha o que provar. Para 2019, sem Alonso
em suas fileiras, e tendo outro novato de potencial, a McLaren tentará se
reerguer, mais uma vez. Conseguirá, ou irá enterrar a carreira de sua nova
dupla de pilotos, tal como fez com o belga Stoffel Vandoorne neste ano, que se
mostrou incapaz de tirar leite de pedra do carro, ao contrário do asturiano,
que levou o time literalmente nas costas?
Equipe Williams: O time
de Grove só não foi a maior decepção da temporada porque sua dupla de pilotos
já não inspirava muita confiança, ao contrário da dupla da McLaren, que contava
com Fernando Alonso, e um Vandoorne que já havia mostrado capacidade para pelo
menos andar perto do piloto espanhol. O time preferiu dispensar os préstimos de
Felipe Massa pela segunda vez, e ainda relegou Robert Kubica ao posto de piloto
de testes e de desenvolvimento, preferindo pilotos com patrocínio ao invés da
qualidade técnica. Com novas diretrizes do projeto, até se imaginava se o time
ao menos manteria sua posição no grid, estancando sua perda de performance,
vista a olhos vistos em 2017. Ocorreu o contrário: o time despencou para as
últimas posições, e sem conseguir achar um rumo para desenvolver o carro.
Felipe Massa deve ter dado graças aos céus por não ter renovado, e Robert
Kubica também deve ter agradecido não ter que guiar aquele carro nas corridas,
embora o polonês tenha andado em alguns treinos, e mostrado até mais
performance que os titulares, mas nada que fosse produzir o milagre que o time
precisava para fugir do fundo do grid, onde permaneceu até o fim da temporada,
só não passando em branco no ano graças a alguns golpes de sorte, que foram
muito escassos. Para 2019, o time tentará reencontrar o seu rumo, e com Kubica
como titular, tentando evitar que o péssimo ano de 2018 se repita novamente.
Valentino Rossi: O
“Doutor” terminou a temporada da MotoGP 2018 em 3º lugar no campeonato, mas
longe de ter conseguido disputar o título, a exemplo do ano passado, quando a
Yamaha perdeu competitividade frente a Honda e Ducati, que não recuperou durante
este ano. Apesar do esforço, o piloto italiano passou a temporada em branco, a
primeira desde sua passagem malfadada pela mesma Ducati há anos atrás. Mas o
que pesou contra Rossi neste final de temporada foram os erros que cometeu nas
duas provas finais, onde teve chance de vencer, e acabou caindo no chão,
deixando as posições até então conquistadas para os rivais. Na Malásia,
Valentino liderou com autoridade, mas caiu a poucas voltas do final, entregando
uma vitória certa para Marc Márquez. Em Valência, Rossi tinha tudo para pelo
menos garantir o 2º lugar, quando foi mais um piloto a sucumbir ao piso molhada
da pista valenciana. E, embora tenha terminado à frente de seu companheiro de
equipe Maverick Viñales, foi o espanhol que impediu que o time dos três
diapasões passasse em branco completo no ano, ao conquistar as únicas
pole-position e vitórias da marca no campeonato. Pode não ter sido muito, mas
acabaram sendo um tapa com luva de pelica no rosto do “Doutor”, que podia ter
garantido resultados importantes para a escuderia neste momento particularmente
complicado. E deixa o ano com um certo ar de desalento, onde nem mesmo o
talento e a mítica do 46 conseguiram suplantar as adversidades que se
apresentaram...
Brendon Hartley: Acabou
a aventura do neozelandês na F-1. Depois de uma temporada onde não conseguiu
mostrar os mesmos resultados apresentados por seu parceiro de equipe Pierre
Gasly, Brendon, apesar do currículo de piloto de ponta no Mundial de Endurance,
acabou rifado pela Toro Rosso para a temporada 2019, que contratou a nova
promessa Alexander Albon para ser o companheiro do russo Daniil Kvyat, que
volta ao time após ser rifado no ano passado. Infelizmente, o caso de Hartley
não é o primeiro, e decerto não será o último, de pilotos que se consagram em
outras categorias, e infelizmente acabam fracassando na categoria máxima do
automobilismo. Não é o caso de exigir de Brendon que vencesse corridas com a
Toro Rosso, mas no comparativo com Gasly, que era praticamente tão novato no
time quanto ele, o francês deu uma lavada no ex-piloto do WEC, a foi
recompensado com uma vaga de titular na Red Bull no próximo ano. Hartley tentou
se esforçar, mas infelizmente, não foi o suficiente para garantir um lugar no
time em 2019. Mas ele não precisa mendigar vaga na F-1, e apesar de sair por
baixo, pode certamente arrumar lugar melhor para competir no próprio Mundial de
Endurance, onde pode voltar a mostrar o seu talento, que não conseguiu exibir
na Toro Rosso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário