quinta-feira, 29 de outubro de 2015

ARRIBA, MÉXICO!


O Grande Prêmio do México está de volta à F-1, mas infelizmente não teremos mais a Curva Peraltada: os carros utilizarão uma chicane por dentro do estádio de baseball, como fizeram nas corridas da F-Indy original.

            E a Fórmula 1 está de volta ao México. Mais de duas décadas depois da última corrida, os mexicanos terão a chance de rever a principal categoria de monopostos do planeta. O palco é o mesmo de sempre, o velho e conhecido circuito do autódromo Hermanos Rodrigues, que sediou praticamente todas as 15 edições oficiais do Grande Prêmio do México já disputadas até hoje na história da F-1, e que será palco desta 16ª edição.
            Tudo começou em 1962, quando os mexicanos conseguiram realizar sua primeira corrida, ainda extra-campeonato, com a F-1. Naquele tempo, realizar uma corrida extra-campeonato era requisito básico para sediar um GP. A prova era usada para avaliar as capacidades dos novos circuitos de sediar uma corrida da categoria. Interlagos, primeiro palco de nosso Grande Prêmio do Brasil, também passou por esse procedimento, sediando uma etapa extra-campeonato em 1972, e em 1973 já tendo uma etapa oficial do campeonato da F-1. Com os mexicanos foi a mesma coisa. E em 1963, sediaram seu primeiro GP oficial, disputado no dia 27 de outubro, praticamente há 52 anos atrás. A primeira corrida a valer pontos para o campeonato assistiu à vitória de Jim Clark, com a Lotus, que arrasou a concorrência no circuito da Cidade do México, fazendo também a pole e a melhor volta da corrida, em 1min58s1, com a velocidade média de 152,413 Km/h. O traçado na época tinha 5 Km de extensão, e era um pouco diferente do atual, mas apenas no desenho em algumas curvas, tendo seus trechos de retas iguais aos de hoje.
            Clark foi implacável naquele GP, liderando a prova de ponta a ponta, e vencendo com uma vantagem assustadora de 1min41s1 para o segundo colocado, que era ninguém menos do que Jack Brabham, pilotando seu próprio carro. Na pista, estava o piloto Pedro Rodriguezde La Vega, representando o México no grid. Ele havia estreado justamente no GP anterior, o dos Estados Unidos, em Watkins Glen, e a prova mexicana foi sua 2ª participação em uma prova de F-1. Infelizmente, perante seu público, não teve um bom desempenho: largou em 20°, e abandonou depois de 26 voltas, com problemas na suspensão. Pedro seguiu os passos de seu irmão Ricardo Rodriguez, que estreara na F-1 em 1961, no GP da Itália, e conseguiu disputar 5 provas até o GP da Itália do ano seguinte. Sua carreira na categoria máxima do automobilismo foi breve, tendo falecido nos treinos para o GP extra-campeonato do México em 1962, quando sofreu um violento acidente por problemas de suspensão no carro que conduzia, vindo a colidir nas proteções da curva Peraltada. Sua morte, aos 20 anos de idade, causou comoção nacional no México. Considerado um futuro campeão mundial, o jovem mexicano marcou apenas 4 pontos nas poucas corridas que disputou como piloto da Ferrari. Curiosamente, na prova extra-campeonato que marcaria a entrada do México na F-1, ele conseguira uma permissão especial de Maranello para disputar a corrida pelo time privado de Rob Walker, com um carro Lotus, já que o time italiano decidira não disputar a prova. Sua felicidade por finalmente poder correr numa prova em seu país durou pouco, lamentavelmente.
            Seu irmão Pedro teve mais sorte, chegando a disputar 54 Gps de F-1, entre 1963, até o GP da França de 1971. Conquistou 2 vitórias na categoria, no GP da África do Sul de 1967, ao volante de um Cooper/Maserati; e no GP da Bélgica de 1970, com um BRM. Subiu ao pódio 7 vezes. Chegou a vencer as 24 Horas de Le Mans em 1968, além de obter 4 triunfos nas 24 Horas de Daytona, onde competiu além da F-1. Mas, assim como seu irmão Pedro, Ricardo também teve um fim trágico, ao falecer durante a disputa das 200 Milhas de Norisring, em um campeonato interseries de Nuremberg, quando seu carro colidiu com o de outro competidor que andava lento pela pista e mudava abruptamente de direção.
            Em memória aos dois melhores pilotos que seu país já produzira no mundo do automobilismo, o autódromo da Cidade do México, até então chamado de Circuito Magdalena Mixhiuca, foi renomeado para Autódromo Hermanos Rodriguez em 1973, e assim permanece até hoje. A F-1 permaneceu na cidade do México de 1963 até 1970, quando a prova saiu do calendário, tendo então o belga Jack Ickx como último vencedor, ao volante da Ferrari.
            A corrida só retornaria ao calendário da F-1 em 1986, no mesmo circuito, mas com algumas modificações em algumas curvas, o que reduziu seu traçado dos antigos 5 km para 4,421 Km. neste retorno à categoria, o circuito mexicano assistiu à primeira vitória do austríaco Gerhard Berger, a bordo da então nova escuderia Benetton (ex-Toleman), que disputava seu primeiro campeonato. O circuito permaneceria no calendário até 1992, quando as péssimas condições do asfalto da pista, que estava cheio de ondulações, e até com remendos de pau cobrindo alguns buracos, fizeram com que o circuito deixasse novamente a competição. Em seu último ano, o GP do México teve como vencedor o inglês Nigel Mansell, ao volante da Williams/Renault, que naquele tempo era o carro supremo da categoria, a exemplo da atual Mercedes. Ayrton Senna, recém-coroado tricampeão mundial de F-1 no fim do ano anterior, se via impotente diante dos carros de Frank Williams, capazes de andar 2s mais rápido que os concorrentes mais próximos por volta. Em 1991, quando os carros da Williams já começavam a impôr tal domínio, Senna, na ânsia de tentar acompanhar o ritmo, escapou na curva Peraltada e foi de encontro aos pneus, capotando com o impacto, mas sem sofrer maiores consequências. O brasileiro ainda sofreria outro acidente, em 1992, em outro trecho da pista, desta vez sofrendo alguns ferimentos na perna, em virtude um braço de suspensão que varou o cockpit e o atingiu, mas sem maiores sequelas.
            E agora, 23 anos depois, o México está de volta ao calendário. O circuito ainda é o mesmo, mas novamente ele traz mudanças, e a maior delas é a exclusão da Peraltada, para decepção dos antigos fãs que tiveram a oportunidade de ver os F-1 desafiarem a veloz curva que liga a reta oposta à reta dos boxes. No seu lugar, entra uma chicane, construída dentro de um estádio de baseball construído bem naquele setor da pista, cortando a Peraltada ao meio. Não é algo exatamente novo, feito agora: há anos atrás, quando a F-Indy original correu aqui, eles já usavam essa nova chicane, não usando mais a Peraltada tal como era antigamente. Há uma justificativa plausível, que é o fato de atualmente não existir mais a grande área de escape ao fim da curva, na entrada da grande reta dos boxes, estando hoje totalmente ocupado por arquibancadas. Na prática, a pista ficou cercada de ambos os lados, tal qual um circuito oval, que aliás, existe mesmo ali, com as demais curvas fechando o traçado logo após o complexo dos boxes e paddock. Em 1989, Michele Alboreto escapou naquele trecho com sua Tyrrel, indo acertar os pneus depois de atravessar toda a área de brita. Hoje, uma escapada daqueles o levaria a se chocar direto contra as arquibancadas.
            É bem verdade que haveria soluções de segurança que pudessem deixar a Peraltada utilizável, com os modernos softwalls usados nos circuitos ovais americanos, mas como a chicane já está lá, e já foi usada antes, acabou ficando por isso mesmo. Mas os pilotos gostaram do estádio que está ao redor desta curva, que tem o nome de "Foro Sol", e que permitirá ao público um contato bem próximo com os carros e pilotos que atravessarem aquele trecho. O pódio da corrida, aliás, num diferencial em relação aos demais circuitos do mundo, será ali naquele setor, bem próximo também do público, que poderá curtir a cerimônia de premiação com uma proximidade pouco vista em todas as pistas do calendário. Mas, como um acompanhante veterano da F-1, não posso deixar de confessar que sentirei falta da Peraltada, uma curva que era descrita como "curva de macho", uma versão bem mais rápida da Parabólica da pista de Monza, devido ao seu raio mais aberto, permitindo aos carros entrarem muito mais velozes, e quase sem tirar o pé do acelerador, praticamente. Como esquecer a manobra de Nigel Mansell, em 1990, ultrapassando Gerhard Berger por fora na Peraltada, na penúltima volta da corrida, deixando o público de cabelo em pé? Impossível. Infelizmente, são tempos que não voltam mais...
Os carros deverão atingir os 350 Km/h ou até mais na grande reta do circuito mexicano. Acima, a largada da corrida de 1989, com Ayrton Senna largando na frente.
            E, para o público mexicano, o melhor de tudo é que eles terão por quem torcer na pista: Sérgio Pérez Mendoza, piloto da Force India, é mexicano, e está eufórico para disputar o seu primeiro GP em casa. E ele não está otimista por acaso: vem de um excelente 5° lugar no GP dos Estados Unidos, no último domingo, e de um pódio (3° lugar) no GP da Rússia, além de ter sido também 5° colocado no GP da Bélgica, e pontuado bem na Itália e Cingapura, ocupando no momento a 9ª colocação no campeonato, com 64 pontos. E lembrando que a Force India tem um carro que deverá andar bem nas longas retas do circuito mexicano.
            A prova do México tem tudo para oferecer uma boa corrida, ainda mais pelo fato de que é esperado chuva para o fim de semana. E foi justamente a chuva que proporcionou ao GP dos EUA, domingo passado, oferecer a melhor corrida do campeonato até o momento. Claro que ninguém quer uma chuva torrencial como a que inviabilizou os treinos na sexta e no sábado, mas basta uma que deixe os times e pilotos perdidos com relação à estratégia de corrida, acerto do carro, e que fique meio seco/meio molhado. Eles podem odiar essa situação, mas os torcedores certamente vão adorar, como aconteceu em Austin, cuja prova foi cheia de emoções do começo ao fim. E é de provas com esse nível de disputa e emoção que a F-1 precisa para voltar a cativar os fãs do automobilismo. E quem sabe a volta da etapa mexicana não ajuda nesse sentido? Vejamos como serão os treinos livres de hoje, então. Arriba, México!


O circuito Hermanos Rodriguez tem uma particularidade interessante: é a pista de maior altitude de todo o calendário da F-1. A pista está situada a 2.200 metros acima do nível do mar, e o ar mais rarefeito influi na aerodinâmica dos carros, por oferecer um pouco menos de resistência. Nos tempos dos motores aspirados, a maior altitude da pista mexicana mexia também com a potência dos propulsores, que perdiam entre 10 a 20% da potência, dependendo do motor. É um detalhe que não prejudicará as atuais unidades motrizes da F-1, todas turboalimentadas. Mas o maior perigo que os pilotos podem sofrer no México é o famoso "Mal de Montezuma", piada relacionada à comida mexicana, fortemente temperada e picante, que costuma derrubar aqueles que têm estômagos mais sensíveis. Riccardo Patrese que o diga: em 1991, o piloto italiano passou boa parte dos treinos com o estômago embrulhado, e disseram na época que ele marcou a pole-position porque precisava ir urgentemente ao banheiro, onde precisou estar várias vezes durante o fim de semana. E dizem que foi pelo mesmo motivo que o italiano arrasou a concorrência no domingo, obtendo a primeira vitória da Williams naquela temporada, onde começaria a impôr um domínio que se estenderia pelos anos de 1992, 1993, 1996, e 1997. Outra vítima da culinária mexicana teria sido Nigel Mansell, em 1987, quando também defendia a Williams. E para piorar a situação do inglês, seu parceiro de time, o brasileiro Nélson Piquet, aproveitava a situação para infernizar ainda mais Mansell, e vivia sumindo com os rolos de papel higiênico do banheiro...


Além de assistir à primeira vitória do austríaco Gerhard Berger e da recém-fundada equipe Benetton, em 1986 (no que foi a última vitória do motor BMW turbo na F-1), o GP do México também foi palco da primeira vitória da Honda na categoria máxima do automobilismo. Foi em 1965, e o triunfo veio pelas mãos de Richie Ginther, que pilotava o carro nipônico. Foi o único bom resultado do time na temporada, que marcou apenas 11 pontos no ano, terminando o campeonato de construtores em 6° lugar, e Ginther ficando em 7° lugar na classificação de pilotos. O time japonês disputou 5 temporadas, de 1964 a 1968, e os poucos resultados fizeram com que os japoneses abandonassem a categoria, voltando apenas no início dos anos 1980, como fornecedores de motores, dando início ao seu período áureo na F-1 como parceira das equipes Williams e McLaren. Coincidentemente, a Honda hoje vive também um período de maus resultados, em nova associação com a McLaren.


O temporal que caiu em Austin no fim de semana passado atrapalhou bastante as atividades de sexta e sábado, a ponto de o treino de classificação ter sido adiado para domingo de manhã, que felizmente pôde ser realizado, e ainda assim, sem a parte do Q3, devido à forte chuva. Mas felizmente ela parou, e a corrida transcorreu sem maiores problemas, exceto os normais em virtude de uma prova em piso molhado. E tivemos um show na pista, com disputas a rodo, e com vários times e pilotos surpreendendo em diversos momentos da prova. Por fim, Lewis Hamilton ainda acabou premiado com a vitória, após a escapada de Nico Rosberg da pista a poucas voltas do final, o que foi suficiente para o piloto inglês encerrar a disputa do título e conquistar finalmente o tricampeonato mundial, o que era mesmo só questão de tempo. E Rosberg tão cedo não vai esquecer esse seu erro, onde viu chegar ao fim suas pretensões de título deste ano. E vai ter de fazer muito mais em 2016 para apagar a má impressão desta temporada...

terça-feira, 27 de outubro de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - OUTUBRO DE 2015



            Chegamos ao final do mês de outubro, e a F-1 já conhece o seu campeão do ano de 2015, e os campeonatos vão chegando às suas últimas etapas de competição com algumas delas ainda esperando para conhecer os seus campeões. E, como de praxe, é hora de mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, fazendo a tradicional avaliação do panorama do mundo do esporte a motor neste mês de outubro, no velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E em outubro tem mais edição da Cotação Automobilística, podem apostar...



EM ALTA:

Tricampeonato de Lewis Hamilton na F-1: Era só questão de tempo, ainda mais depois da vitória no GP da Rússia, onde o inglês viu o único que ainda tinha condições reais de ameaçar sua conquista, ainda que com poucas chances, Nico Rosberg, abandonar a corrida com problemas no acelerador. Se a conquista não viesse nos EUA, certamente seria no México, mas Hamilton pilotou decidido a encerrar a fatura em Austin, e viu seus esforços frutificarem ao ver Rosberg errar nas voltas finais e lhe entregar a liderança da corrida. Com 11 poles e 10 vitórias no ano, o tricampeonato para Lewis é mais do que merecido, que se torna o piloto mais vencedor da F-1 atual, com 43 vitórias. E ano que vem, certamente, ele irá em busca do 4° título, para ser de fato o "rei" da categoria máximo do automobilismo na atualidade, uma vez que Sebastian Vettel é tetracampeão. Mas, antes de pensar em 2016, ainda temos 2 provas em 2015, e podem apostar que Hamilton ainda vai querer mais vitórias para fechar de ouro o seu ano do tricampeonato.

Equipe Mercedes: O time alemão sediado em Brackley, na Inglaterra, conquistou mais um campeonato de construtores e de pilotos, e com todos os méritos. Por mais que a concorrência tenha se esforçado, especialmente a Ferrari, os carros prateados não tiveram rivais na temporada, apenas tendo alguns momentos ocasionais em que foram superados pelos rivais, mas que no cômputo geral, nunca puseram o favoritismo do time alemão realmente em dúvida. E a tendência é manterem o domínio na próxima temporada, a não ser que os rivais consigam reequilibrar o jogo, o que parece difícil no momento.

Sebastien Buemi: O piloto suíço perdeu o título da Formula-E no primeiro campeonato por apenas 1 ponto para o brasileiro Nelsinho Piquet, e resolveu começar a segunda temporada da categoria com o pé direito...no acelerador. Buemi largou na pole na etapa de Pequim no último final de semana, e venceu a corrida praticamente de ponta a ponta, sem ser ameaçado, e de quebra, ainda fez a volta mais rápida, garantindo todos os pontos extras, e saindo na frente no campeonato, com 30 pontos. Se mantiver esse nível de performance, vai ser difícil impedir o suíço de ser o favorito disparado para o título do novo campeonato da categoria de carros monopostos elétricos de competição, a menos que a concorrência se arrume melhor.

Segundo campeonato da F-E: Depois de exibir uma temporada inicial com boas corridas e uma final de disputa de título eletrizante, a F-E iniciou o seu segundo campeonato ainda melhor do que quando começou no ano passado. A prova de Pequim mostrou várias disputas entre vários pilotos, mostrando diversos duelos na pista que empolgaram o público, e confirma o seu crescimento com mais cidades interessadas em sediar uma das corridas da categoria. Mais experientes e com melhor conhecimento dos equipamentos, as escuderias mostraram, com raras exceções, disposição para lutar pelas melhores colocações na corrida inaugural, mesmo adotando agora trens de força (powertrains) diferenciados. Com mais potência disponível em suas baterias, os carros também foram mais rápidos nesta prova da nova temporada, e a adição de uma volta a mais no percurso continuou obrigando os pilotos e times a gerenciarem seu consumo de energia. E as perspectivas de novos e empolgantes duelos nas próximas etapas cresceram bastante, tendo tudo para a nova temporada ser ainda mais eletrizante do que a primeira.

Max Verstappen: O filho de Jos Verstappen, que se tornou o piloto mais jovem a chegar à F-1, e também o mais novo a conseguir pontuar na categoria, vem conseguindo mostrar que aprendeu a ser arrojado como sempre sem precisar se envolver em confusões na pista. Em Austin, o piloto da Toro Rosso chegou num espetacular 4° lugar, repetindo o seu resultado da Hungria, e chegou a 45 pontos, ocupando a 10ª posição no campeonato. Só para comparar, seu parceiro na Toro Rosso, o também talentoso Carlos Sainz Jr., tem até o momento apenas 18 pontos, sendo o 15° colocado na competição. Já são 4 corridas marcando pontos, e o jovem holandês está à frente da dupla da Lotus e de Nico Hulkemberg, da Force India. E ele promete continuar abusado na pista, para alegria dos torcedores e fãs do automobilismo...



NA MESMA:

Início brasileiro na nova temporada da F-E: A corrida inaugural da segunda temporada da F-E teve um resultado similar ao da corrida do ano passado, pelo menos no que tange aos pilotos brasileiros. Nelsinho Piquet e Bruno Senna enfrentaram problemas em seus carros e ficaram pelo meio do caminho (Piquet) ou lá para trás, sem conseguir pontuar (Senna). Já Lucas Di Grassi, a exemplo do ano passado, fez bons treinos, e mostrou uma corrida sólida, subindo novamente ao pódio da prova chinesa, e confirmando que vai tentar novamente o título da categoria. Espera-se que os pilotos brasileiros tenha melhor sorte nas próximas corridas.

Pedro Piquet na F-3 Brasil: Depois de sofrer um violento acidente numa corrida da GT3 Porsche Cup, e sair quase ileso, o mais novo filho piloto do tricampeão de F-1 Nélson Piquet mostrou que as capotagens que deu não prejudicaram sua velocidade, vencendo as duas corridas da rodada dupla disputada este mês em Curitiba, marcando mais 30 pontos, e chegando a 12 vitórias na temporada, de um total de 16 provas. Pedro tem 183 pontos, contra 99 de Matheus Iorio, o vice-líder da competição, que está numa disputa mais apertada contra Carlos Cunha e Artur Fortunato pelo vice-título. E o campeonato da F-3 Brasil ainda nem terminou e Pedro já está seguindo para a Europa a fim de acertar qual o time pelo qual irá correr na F-3 Européia em 2016. O garoto não pára...

Novela do motor na Red Bull: O time dos energéticos continua sem contrato de motor para a próxima temporada, depois da ruptura com a Renault. Nos últimos dias, falou-se em retorno da parceria com a montadora francesa, o que pode ser difícil de acontecer, uma vez que eles estão concentrados em readquirir o seu antigo time na categoria e transformá-lo novamente em equipe oficial Renault na F-1. Falou-se até mesmo nos motores da Honda, que estariam tendo seu uso vetado por Ron Dennis, da McLaren, que este ano tem a exclusividade dos propulsores nipônicos. As negociações com a Ferrari para uso das unidades italianas desandaram depois da exigências de só competir com a mesma unidade de força do time de Maranello, não aceitando unidades "desatualizadas", pelo que os italianos voltaram atrás na decisão de fornecer suas unidades. E ainda tem a ameaça de sair da categoria, e levar junto a Toro Rosso, que por sua vez, até aceitaria competir com os motores Ferrari de segunda linha. Prometia-se alguma novidade para a prova dos EUA, mas até agora, nada. E esse suspense ainda pode ir longe, pois tudo parece longe de uma definição, e olhem que até Bernie Ecclestone já começou a se mexer na área para achar uma solução...

Marcos Gomes na liderança da Stock Car: Apesar de não ter subido ao pódio nas duas provas disputadas pela Stock Car em Curitiba neste mês de outubro, Marcos Gomes ampliou sua vantagem na liderança da competição, graças à inconstância dos adversários na rodada dupla disputada na capital paranaense. Com isso, o piloto da equipe VOXX Peugeot chegou aos 220 pontos, abrindo 36 pontos de vantagem para o seu mais próximo adversário, o pentacampeão Cacá Bueno, com 184 pontos. E como atrás de Cacá a disputa anda embolada entre Thiago Camilo, Max Wilson, Ricardo Maurício, Rubens Barrichello, e Daniel Serra, a tendência é ele manter essa vantagem, ou até aumentá-la, se continuar sendo constante, como fez em Curitiba, onde finalizou as duas provas na 4ª colocação. Mas ainda tem muitos pontos em jogo, e não dá para comemorar nada antecipadamente, pois um fim de semana ruim pode jogar tudo por terra. Mas é preciso que os rivais comecem a trabalhar melhor também, se quiserem de fato disputar o título com Gomes.

Calendário da IRL 2016: Depois de algumas especulações, a Indycar anunciou oficialmente as datas de seu campeonato no próximo ano, e continuarão a ser 16 corridas, e o campeonato novamente começará em março, e terminará cedo, no dia 18 de setembro, ganhando algumas semanas a mais em relação à competição deste ano. Quem esperava por um campeonato um pouco maior, com 17 ou 18 etapas, se decepcionou, mas pelo menos haverá o retorno do oval de Phoenix à categoria, além da estréia, finalmente, da pista de Elkhart Lake na categoria, que viu pela última vez uma prova Indy em 2007, quando a F-Indy original correu por lá em seu último campeonato. E termos corrida em Boston, novidade no calendário. E, claro, o Brasil continua seguindo de fora da categoria, sem uma prova, e depois das furadas destes últimos dois anos, seria um milagre a direção da categoria voltar a pensar em correr por estas paragens...



EM BAIXA:

Nelsinho Piquet: O atual campeão da F-E iniciou a defesa de seu título na categoria dos carros elétricos com um desempenho decepcionante em Pequim, onde bateu no treino livre, e ainda amargou largar na última posição. A meio da corrida, o brasileiro chegou a entrar nos pontos, mas seu carro apresentou problemas, e Nelsinho passou a rodar cada vez mais devagar, sendo obrigado a abandonar a primeira corrida da nova temporada. Seu companheiro de equipe Oliver Turvey chegou num excelente 6° lugar, mostrando que apesar das dificuldades enfrentadas com o novo trem de força, o equipamento tem potencial, mas precisa ser melhor acertado e apresentar mais confiabilidade para voltarem a disputar as primeiras colocações, dando a Piquet a chance de lutar pelo bicampeonato.

Kimi Raikkonem: O finlandês da Ferrari não anda mesmo em um bom momento. Na prova da Rússia, tendou uma manobra arriscada sobre Valtteri Bottas e se deu mal, apesar de ainda conseguir continuar na pista, ao contrário do compatriota, que foi parar nos pneus e proferiu palavras pouco educadas a Kimi. Raikkonem acabou punido e ainda perdeu posições na largada do GP dos Estados Unidos, onde também voltou a se acidentar durante a corrida, vítima do piso molhado pela chuva que aingiu a pista estadunidense. Raikkonem ainda conseguiu voltar à pista, mas com a suspensão avariada, teve de abandonar, mais uma vez, enquanto viu o parceiro Sebastian Vettel subir ao pódio nas duas oportunidades. Se em 2014 o carro não era do seu agrado, este ano, com um monoposto concebido pelo mesmo engenheiro que criou os carros da Lotus onde competiu e brilhou em 2012 e 2013, era de se esperar um melhor rendimento de Kimi, mas parece que a situação anda mais complicada do que se imaginava. Ainda assim, Raikkonem pode se considerar com sorte, por ter sido mantido na Ferrari por mais um ano, que certamente deverá ser o seu último na categoria, se mantiver esta toada.

Decisão do título da MotoGP: O que prometia ser uma disputa emocionante do título da MotoGP, virou motivo de polêmica após a punição a Valentino Rossi pelo toque e queda de Marc Márquez no GP da Malásia, em Sepang. Considerado único culpado pelo incidente, a direção da categoria puniu o piloto italiano, que terá de largar em último na corrida final do campeonato, em Valência, em novembro. Com o pódio obtido por Jorge Lorenzo, uma posição à frente de Rossi em Sepang, a diferença do espanhol para seu parceiro na Yamaha caiu ainda mais, para apenas 7 pontos. Mas, com Valentino tendo de largar do fim do grid em Valência, só mesmo um desastre tirará o título de Lorenzo, que não perdeu tempo em acusar o parceiro de time como único culpado pelo que ocorreu em Sepang. E, como não poderia deixar de ser, o incidente contaminou o ambiente, com os chefes de Honda e Yamaha a defenderem seus respectivos pilotos, o que aconteceu também com a imprensa espanhola e italiana, bem como autoridades esportivas e governamentais de ambos os países. Uma pena que um campeonato que mostrou um grande duelo entre dois grandes pilotos tenha de terminar dessa maneira.

Transmissão da Globo na F-1: Assim como aconteceu no ano passado, a corrida dos Estados Unidos este ano foi transmitida ao vivo apenas no canal pago SporTV, uma vez que a Globo, como sempre, priorizou o futebol, e nem mesmo a perspectiva de decisão do título dignou a emissora carioca a pelo menos mandar sua equipe de narração e comentários do canal SporTV para a pista americana, tendo a narração da prova sido feita dos estúdios no Brasil, com Sérgio Mauricio, e com comentários de Reginaldo Leme e Luciano Burti. No ano passado, o canal pelo menos mandou a equipe completa a Austin para a trasmissão da prova. O procedimento se repetirá para o GP do México, no próximo final de semana. Ao menos, o SporTV transmitiu o treino de classificação na íntegra no domingo, uma vez que o mesmo fora cancelado no sábado, devido à chuva que caía no circuito estadunidense.

Kevin Magnussem: O jovem piloto dinamarquês, vendo-se sem esperanças de conseguir ser titular na McLaren a curto prazo, uma vez que o time manteve para 2016 sua atual dupla de pilotos, Jenson Button e Fernando Alonso, resolveu pedir as contas e ir tentar a sorte em outra freguesia, uma vez que quanto mais tempo permanecesse como reserva em Woking menos prestígio iria ter. O jovem Kevin agora tentará seguir sua carreira em outras categorias, uma vez que a F-1 está bem fechada no momento para o próximo ano, e sua próxima parada pode ser o Mundial de Endurance, onde já tem um teste agendado com a Porsche. Pelo visto, Kevin, mesmo mostrando ter mais capacidade e talento que o pai, também não conseguiu fincar pé na F-1. E a McLaren também não fez muito esforço em ajudá-lo a encontrar um outro lugar para correr enquanto não tivesse um lugar disponível, como fez com o dispensado Sérgio Pérez, em 2013, ajudando-o a ir para a Force India. Magnussem merecia ter tido melhor chance.

 



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

DECISÃO NOS ESTADOS UNIDOS


O Circuito das Américas, no Texas, pode ver a primeira definição de título da F-1 desde 1982 nos Estados Unidos.

            O circo da F-1 desembarcou em Austin, no Texas, no início desta semana, pronto para assistir ao que se espera ser a decisão do título da temporada 2015 de pilotos. Depois que a Mercedes confirmou o título de construtores semana retrasada em Sochi, na Rússia, nada mais natural de que encerrar a fatura com o mais do que provável tricampeonato de Lewis Hamilton, que se não vier aqui no Circuito das Américas, certamente deverá vir na etapa seguinte, na Cidade do México. Mas a situação está tão favorável ao atual campeão mundial que ele se deu ao luxo de chegar na pista no maior relaxamento e alto astral.
            E não é para menos. Com 66 pontos de vantagem para Sebastian Vettel, Hamilton comemorará a taça se marcar 9 pontos a mais do que o piloto da Ferrari. Para deixar Nico Rosberg a ver navios pelo segundo ano consecutivo, a tarefa é ainda mais fácil, bastando marcar apenas 2 pontos a mais do que seu companheiro de time. Claro que, pela prudência, Lewis não está comemorando nada antecipadamente, mas sua calma em Austin indica que ele sabe claramente que só um desastre lhe tiraria o título. Mesmo assim, faz bem em não comemorar na véspera.
            Só que a parada já começa complicada para um de seus desafiantes. Sebastian Vettel perderá 10 posições no grid para a prova de domingo. O motivo é o alemão estar utilizando seu 5° motor no ano, de um total permitido de 4, e com isso, estourando a cota. Maurizio Arrivabene, diretor da Ferrari, é mais realista ao afirmar que não havia esperanças reais de título, portanto, a luta agora é para ver se conseguem emplacar o vice-campeonato. Nico Rosberg, depois do abandono em Sochi, caiu para 3° no campeonato, estando 7 pontos atrás de Vettel, e certamente vai lutar para recuperar a posição que tem obrigação de conseguir, em um ano que foi dominado amplamente por seu time, a Mercedes. Nico afirma que só o título interessa, mas é difícil acreditar que ele mesmo creia que ainda pode virar o jogo a esta altura da competição. Mas seria ainda pior ficar atrás de Vettel na classificação, diante do carro de que dispõe. Depois de no ano passado estender a decisão do título até a última etapa, em Abu Dhabi, o alemão foi amplamente subjugado por Hamilton este ano, conseguindo apenas 3 vitórias, sendo que uma delas praticamente caiu em seu colo, em Mônaco. Se quiser terminar o ano com um pouco de amor próprio, Nico precisa garantir o vice-campeonato, resultado que seria um trunfo moral para a Ferrari no ano.
            Dependendo de como se iniciar a corrida, se Rosberg conseguir sair à frente e se mantiver firme nela, é provável que Hamilton até deixe de lutar pela vitória, para garantir os pontos do segundo lugar, a fim de não arriscar alguma manobra perigosa para assumir a liderança, caso Nico ande muito forte. Isso adiaria a decisão do título, e certamente fortaleceria o alemão da Mercedes na retomada da vice-liderança contra seu compatriota da Ferrari, mas conhecendo Hamilton, é pouco provável que isso aconteça. Com um excelente histórico nesta pista, o atual bicampeão mundial certamente vai atacar desde o início, e se sair na pole, pior ainda para os adversários, pois a tendência é ele disparar na frente.
            Para os torcedores estadunidenses, é a chance de verem a definição de um título de pilotos que ocorreu pela última vez há mais de 30 anos no país. Participando do campeonato mundial de F-1 desde a primeira temporada, em 1950, na primeira década da categoria a participação dos EUA no campeonato era "para inglês ver", com a adição das 500 Milhas de Indianápolis no calendário da F-1. Os pilotos da Indy500 não disputavam a F-1, e os pilotos desta, por sua vez, também não corriam em Indianápolis. Era uma inclusão apenas para reforçar o caráter "mundial" da F-1.
            Mas, em 1959, os Estados Unidos tiveram o seu primeiro Grande Prêmio de F-1 de verdade, disputado no circuito de Watkins Glen, e logo de cara viram a decisão do título. Bom, não foi tão difícil assim, pois era a etapa final do campeonato, e tudo tinha mesmo que se resolver ali. Mas foi por um triz que a decisão não aconteceu na etapa anterior, em Monza. Jack Brabham liderava a competição, e saiu da Itália com 8 pontos de vantagem para Tony Brooks, o segundo colocado. Na época, o vencedor levava 8 pontos, mas também havia o descarte dos piores resultados, e com 4 abandonos no ano, Brooks não tinha pontos a desconsiderar, o que não era o caso de Brabham. O australiano venceu a parada com um 4° lugar. Tony Brooks subiu ao pódio, em 3°, mas não foi o suficiente para superar Jack, que com 31 pontos válidos de um total de 34, ficou à frente dos 27 pontos de Brooks. Foi o primeiro título conquistado por Jack Brabham, que corria pela equipe Cooper.
Watkins Glen, em sua estréia como sede do GP dos EUA em 1959, assistiu à conquista do primeiro título de Jack Brabham.
            Apenas em 1970 o GP dos Estados Unidos decidiria novamente um título de pilotos na F-1. E o campeão já não estava entre nós. Jochen Rindt, piloto austríaco da equipe Lotus, faleceu durante os treinos da etapa de Monza, quando liderava o campeonato, com 45 pontos. Abalada, a escuderia de Colin Chapman retirou-se da corrida, não disputando também a etapa do Canadá. A próxima parada era novamente em Watkins Glen, nos Estados Unidos, e a Lotus estava de volta. O trunfo da escuderia inglesa era seu piloto novato, Émerson Fittipaldi, que tendo de liderar o time após a perda de seu grande ás, cumpriu a tarefa com perfeição, vencendo a prova americana, e com isso arruinando as chances do belga Jack Ickx, da Ferrari, superar o austríaco, que estava 14 pontos atrás, e com o triunfo do brasileiro, não tinha mais chances de título. Ickx venceu a corrida seguinte, terminando o ano com 40 pontos. Jochen Rindt tornou-se o primeiro e único campeão póstumo da história da F-1, com o resultado daquela vitória no GP dos EUA de 1970.
            Watkins Glen, aliás, voltaria a ser palco de uma decisão de título em 1974, e tendo novamente Émerson Fittipaldi como protagonista. O brasileiro, agora na McLaren, chegou para a prova estadunidense, que encerrava o campeonato, empatado em pontos com o suíço Clay Regazzoni, da Ferrari. Émerson foi 4° colocado e faturou o seu bicampeonato. Foi o primeiro título de um piloto brasileiro decidido no GP dos EUA.
A vitória de Émerson Fittipaldi no GP dos EUA em 1970 garantiu o título póstumo para Jochen Rindt, que havia morrido em Monza. Foi também a primeira vitória brasileira na F-1.
            Em 1977, a corrida americana, mais uma vez em Watkins Glen, viu novamente uma decisão de título. Faltando 2 corridas para encerrar o campeonato daquele ano, que ainda teria provas em Mosport, no Canadá, e em Fuji, no Japão, Niki Lauda, da Ferrari, liquidou a fatura no circuito estadunidense com um 4° lugar, chegando aos 72 pontos. O sul-africano Jody Schekter, da equipe Wolf, foi 3° e chegava a 46 pontos, sem possibilidades de alcançar Lauda, que conquistava seu 2° título e calava os críticos que o chamaram de covarde no ano anterior quando desistiu de disputar o GP do Japão devido à forte chuva no dia da corrida. Lauda ainda sofria as sequelas de seu pavoroso acidente em Nurburgring naquele ano, mas sua decisão de abandonar a corrida, e com isso perder o título para James Hunt, da McLaren, enfureceu as hostes de torcedores ferraristas.
            Em 1981, nova decisão de título nos Estados Unidos, que naquele ano sediou duas corridas, disputadas em Long Beach e Las Vegas, aquela abrindo o campeonato, esta fechando-o. E foi em Las Vegas, última corrida do ano, que outro brasileiro decidiu o título nos EUA: Nélson Piquet, da Brabham, ganhou seu primeiro campeonato com um 5° lugar na prova, desbancando o argentino Carlos Reutmann, da Williams, por apenas um ponto (50 a 49, a favor de Piquet), deixando o argentino indignado por ter sido superado por alguém que anos antes limpava o seu carro nos boxes do GP do Brasil.
Niki Lauda conquistou seu bicampeonato no GP dos EUA de 1977, calando seus críticos.
            No ano seguinte, os Estados Unidos assistiriam à última decisão de um título de pilotos da F-1 em seu país. Keke Rosberg, da Williams, chegou a Las Vegas com 42 pontos, e John Watson, da McLaren, precisava vencer para igualar o finlandês e levar o título pelo critério de desempate de mais vitórias, desde que Keke não pontuasse. Watson quase conseguiu: foi o 2° colocado, e além de não vencer a corrida, cuja vitória ficou com o impressionante novato italiano Michele Alboreto, da Tyrrel, ainda viu Rosberg terminar em 5°, faturar mais 2 pontos, e comemorar seu único título na categoria máxima do automobilismo.
A pista de Las Vegas assistiu às últimas decisões de título da F-1, em 1981 e 1982, a favor de Nélson Piquet e Keke Rosberg, respectivamente.
            De lá para cá, a corrida estadunidense foi realocada para o meio do campeonato, juntamente com a etapa do Canadá, perdendo quaisquer chances de decidir novamente um título. E, de 1992 a 1999, esteve de fora do calendário, retornando apenas no ano 2000, em um circuito misto montado dentro do autódromo de Indianápolis, e mesmo sendo uma das últimas etapas da competição naquele início dos anos 2000, não teve chance de assistir a nova definição de título. Novamente, a corrida voltaria para o meio da temporada, e tornaria a sair da competição, até retornar há 4 anos atrás, agora no seu palco atual, o Circuito das Américas, em Austin, Texas. E, estando novamente entre as últimas corridas do campeonato, voltaram a surgir as chances de assistir novamente a uma decisão de título, o que vem a acontecer enfim agora em 2015.
            O Circuito das Américas é o melhor palco do GP dos Estados Unidos para assistir novamente a uma decisão de título. As corridas na pista texana, até hoje, nunca foram muito empolgantes, mas espera-se que a prova deste ano traga uma emoção a mais pelo adicional da decisão do título. E ainda poderemos ter uma corrida bem agitada, pois a previsão é de chuva para o fim de semana, o que promete embaralhar os planos dos pilotos e escuderias. Aguardemos para ver...


A MotoGP inicia hoje os treinos para a penúltima etapa do campeonato, em Sepang, na Malásia, e como na prova da Austrália, o foco central é a disputa pelo título entre o italiano Valentino Rossi e o espanhol Jorge Lorenzo, da equipe oficial da Yamaha. Em Phillip Island, domingo passado, vimos um duelo titânico entre a dupla da Yamaha e a dupla da Honda nas primeiras colocações, e ainda a presença de Andrea Iannone, da Ducati, em pegas como há muito não se via na competição. E coube a Marc Márquez estragar os planos de Lorenzo, ao superar o compatriota na parte final da prova e vencer pela primeira vez na pista australiana. Para sorte de Lorenzo, Rossi, seu adversário na luta pelo título, bem que tentou mas não conseguiu desalojar Iannone da 3ª colocação, finalizando a prova em 4° lugar, e com isso vendo sua vantagem de 18 pontos cair para 11 pontos faltando duas corridas para encerrar o campeonato. No ano passado, Marc Márquez venceu a prova malaia, mas teve logo atrás de si a dupla da Yamaha em duelo renhido pelas demais posições do pódio, com Rossi a ficar em 2° lugar, a apenas 2s44 de distância do bicampeão da Honda. Lorenzo chegou logo atrás, a 3s5. Mais do que nunca, Lorenzo precisa continuar tirando a diferença para Rossi, assim como fez na Austrália. Para Valentino, torna-se mais crucial do que nunca terminar na frente de seu companheiro de equipe, a fim de poder dar as cartas na etapa final, em Valência. O duelo está armado, e promete deixar a torcida de cabelo em pé, a se repetir o nível de disputa visto em Phillip Island. Aliás, outra coisa que a MotoGP fez na pista australiana foi deixar os ecologistas irados: uma inocente e incauta gaivota acabou atropelada durante a parte inicial da corrida, colhida pela Ducati de Andrea Iannone, que atingiu violentamente a pobre ave, quando esta tentou levantar vôo na frente das motos que vinham em sua direção. A gaivota caiu na pista, no meio do pelotão, que infelizmente terminou o serviço iniciado involuntariamente por Iannone. Mais um pobre animal que entra para os anais das vítimas do esporte a motor...


A F-E inicia hoje suas atividades de pista em Pequim, onde amanhã será disputada a primeira corrida do segundo campeonato da categoria de carros elétricos monopostos. A pedido das escuderias, hoje haverá um treino teste de 30 minutos, que servirá para todos acertarem melhor o desenvolvimento de seus equipamentos, que terá mais potência elétrica à disposição durante as corridas, passando de 150 para 170 Kw. O incremento de potência nas baterias, que ainda são as mesmas utilizadas no primeiro campeonato, pode causar problemas de confiabilidade nas mesmas, e como não foi possível testar a nova capacidade a fundo nos dias de testes da pré-temporada realizados em Donington Park, o novo treino deverá ajudar os times a verificar melhor as virtudes e possíveis defeitos do novo limite. O novo treino também está programado para a etapa de Putrajaya, e pode ser estendido a todas as etapas restantes. A pista de Pequim, montada nas ruas do Parque Olímpico, tem 17 curvas, com um total de 3,439 Km de extensão. A corrida será disputa em 26 voltas, uma a mais do que a prova inaugural da competição no ano passado. A organização da categoria aumentou o percurso das etapas em mais uma volta de maneira a manter os pilotos focados no controle do consumo de energia de seus carros, uma vez que a maior potência de que disporão neste segundo certame poderia tirar esse desafio. Os carros, aliás, devem ser mais velozes este ano, devido ao aumento de potência. No ano passado, a volta mais rápida da corrida de Pequim foi do japonês Takuma Sato, que correu pela equipe Amlin Aguri, com o tempo de 1min45s101. A pole-position foi do francês Nicolas Prost, da e.dams, com o tempo de 1min42s2. O canal pago Fox Sports transmite o treino de classificação ao vivo, a partir das 2 horas madrugada desta sexta para sábado, e a corrida, a partir das 5:30 horas, com reprise às 10:30 horas.
O circuito de Pequim para a F-E, apesar da boa extensão, tem a pista estreita, o que dificulta as ultrapassagens durante a corrida.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ESPECIAL FORMULA-E



            Depois de apresentar um bom primeiro campeonato, a F-E dá a largada para o seu segundo campeonato neste próximo fim de semana. Portanto, é hora de ver o que a categoria apresenta para seu novo ano em um texto especial...



LIGANDO AS TOMADAS

Segunda temporada da Formula-E começa com algumas mudanças e perspectiva de crescimento.

Adriano de Avance Moreno

A F-E inicia seu segundo campeonato, mostrando que a categoria de carros monopostos elétricos veio para ficar.
            Depois de fechar seu primeiro campeonato, e mostrar a viabilidade de seu projeto de competição, a Formula-E, a categoria de competição de carros monopostos totalmente elétricos inicia neste final de semana o seu segundo campeonato, pronta para crescer ainda mais e ganhar mais respeito e fama a nível mundial.
            Neste segundo ano de disputas da categoria, foram introduzidas algumas mudanças. Os carros continuam os mesmos, produzidos pela Spark, com algumas evoluções em relação ao modelo utilizado no primeiro ano. Os pneus da Michelin também seguem os mesmos. Mas as equipes agora passam a ser construtoras, uma vez que ficará a cargo de cada uma o trabalho de produção e desenvolvimento dos "powertrains", ou trens de força, nome que designa o complexo de propulsão do carro, formado pelo motor propriamente dito, mais a transmissão, o câmbio, sistema de resfriamento e inversor.
            No primeiro ano, até por uma questão de contenção de custos e desenvolvimento inicial da tecnologia, todos os equipamentos foram padronizados, o que ajudou a dar um bom equilíbrio em algumas corridas. O passo seguinte, para este ano, foi permitir às equipes, já com conhecimento e parcerias técnicas, desenvolver os sistemas de energia e propulsão dos monopostos. O sistema de baterias, produzido pela divisão de tecnologia da equipe Williams de F-1, continuam as mesmas, agora mais potentes, com os pilotos tendo à sua disposição 170 Kw, ao invés dos 150 Kw utilizados na primeira temporada. Esse acréscimo de potência deverá tornar os carros da categoria mais rápidos em relação ao primeiro ano. Mas, para continuar dificultando a tarefa dos pilotos na pista, as provas este ano deverão ter mais uma volta de percurso em relação ao que foi disputado no primeiro ano. A intenção é continuar impondo a times e pilotos o desafio de gerenciar melhor o seu consumo de energia, que poderia ficar esquecido e até ignorado com a maior capacidade das baterias.

Lucas Di Grassi segue firme na equipe Audi ABT e continua um dos favoritos ao título.
            Nem todos os times conseguiram produzir seus trens de força, ou o fizeram a contento. Andretti e Aguri continuarão utilizando o sistema padrão produzido pela Spark, já devidamente adaptado para este segundo ano. A Dragon, por sua vez, fez um acordo com a Venturi para utilizar o seu trem de força. O incremento de potência das baterias, disponibilizando mais energia aos trens de força pode, ao invés de favorecer, complicar a performance, uma vez que a confiabilidade do sistema com os novos níveis não foi verificada a fundo. Podem ocorrer defeitos ou panes nos sistemas, a exemplo do que aconteceu em algumas corridas no primeiro ano. A maior potência disponibilizada também deverá exigir cuidados maiores com a refrigeração dos sistemas, a fim de evitar os problemas de superaquecimento que podem arruinar a corrida do piloto.
            O campeonato continua com 11 etapas, começando neste fim de semana com a prova de Pequim, e terminando no primeiro fim de semana de julho do ano que vem, com a etapa de rodada dupla no Battersea Park. Até o fechamento desta matéria, ainda não havia sido definida a prova para o dia 12 de março de 2016, mas candidatos não faltam. Cidade do México e Tóquio já estão na fila de espera para terem suas etapas, e a Suíça é outro país que pode ver uma prova muito em breve, especialmente após a lei que proíbe corridas em seu território ter aberto exceção para provas de carros elétricos. Por questões comerciais, a prova de Mônaco não será disputada neste segundo campeonato, mas deverá estar de volta no terceiro ano de competições. Em seu lugar, a categoria irá correr nas ruas de Paris, a Cidade Luz, uma das mais bonitas metrópoles do mundo.
            A fim de manter o custos os mais acessíveis possível, as etapas continuarão a ser disputadas em um único dia, com treinos livres, classificação e corrida. Para a classificação, contudo, foi feita uma mudança, com a introdução de uma terceira fase, que será a "superpole", que será disputada pelos 5 pilotos mais rápidos de cada uma das sessões de classificação, onde participam 10 pilotos cada uma. O "fanboost", eleição que dá aos 3 pilotos mais votados pelo público um "bônus" de potência para ser usado em algum momento da corrida, continua valendo neste novo ano, com a diferença de que agora a votação será encerrada apenas 6 minutos após a largada da corrida. No primeiro campeonato, a votação era encerrada antes da corrida, de modo que na largada o público já conhecia os eleitos da votação. Agora, dando o início da corrida, o público votante poderá acompanhar o seu piloto favorito e dar a ele seu voto vendo o seu início de corrida, e procurando dar a ele uma "força" para se manter bem na prova.
Bruno Senna segue defendendo a Mahindra, e espera fazer um campeonato muito melhor neste segundo ano da F-E.
            Neste segundo campeonato, a F-E deverá ter um grid mais estável. A FIA impôs no regulamento da categoria um limite de no máximo 4 mudanças de piloto por time durante o campeonato, sendo 2 por cada carro. O objetivo é que os pilotos contratados assumam com mais dedicação e seriedade sua participação no campeonato, e não fiquem correndo apenas por interesse eventual. No seu primeiro certame, vários times mudaram seus pilotos durante todo o ano. Na China Racing, por exemplo, apenas Nelsinho Piquet correu o ano todo, tendo 4 companheiros de equipe diferentes ao longo de todo o campeonato. Poucos times mantiveram sua dupla intacta durante toda a competição. No caso de precisar ser feita uma mudança de piloto por motivos de força maior, a FIA abriu exceção para que o caso seja analisado pelos organizadores, que darão o aval ou não para a mudança. A regra é benéfica no sentido de reforçar o status da categoria como um campeonato sério, de modo que os pilotos assumam comprometimento a fundo com a categoria. Para o público, é algo positivo, por manter maior familiaridade com os competidores, que não mudarão de prova a prova, como aconteceu com vários pilotos durante o certame 2014/2015. Novamente, teremos 10 escuderias e 20 pilotos na pista, lutando pelo 2° título da história da categoria. No primeiro ano, a e.dams foi campeã entre os times, com 232 pontos. Mas quem levou o título de pilotos foi a China Racing, com Nelsinho Piquet, embora tenha ficado apenas em 4° lugar no campeonato de equipes.
            E quem deve levar o título desta segunda temporada? Até o momento, não dá para saber. Com a adoção de trens de força particulares, cada time poderá ter um desempenho diferente do mostrado no campeonato passado. Em agosto, repetindo o que já fizera na pré-temporada do ano passado, os times da categoria fizeram sessões coletivas de testes no circuito inglês de Donington Park. Pelos resultados apresentados, e.dams e Audi mostraram os melhores desempenhos, e são candidatas a disputarem o título da temporada. Campeã com Nelsinho Piquet em seu primeiro ano, a equipe China enfrentou problemas com sua unidade, e não conseguiu andar tudo o que esperava.
            A esperança dos times que não andaram direito em Donington é o fato de a pista inglesa ser um circuito em autódromo, completamente diferente dos circuitos onde a categoria compete, essencialmente de rua, onde as performances podem ser diferentes. Outra esperança é que os times refinem seus ajustes e desenvolvimento do equipamento com o avançar do campeonato. No ano passado, os times levaram algumas provas para acertarem-se com seus equipamentos, o que ajudou a dar um clima mais equilibrado na competição. Alguns entraram na pista com melhor performance do que outros, mas conforme o certame progrediu, outros times melhoraram sua performance e entraram firme na luta por vitórias, e até pelo título. A própria equipe China teve um início um pouco claudicante, não conseguindo extrair toda a performance possível, mas aos poucos, acertou o rumo, e Nelsinho Piquet entrou firme na briga pelo título, ganhando o campeonato na corrida final, em Londres.
Campeão da F-1 em 1997, Jacques Villeneuve volta às pistas na categoria dos carros elétricos.
            No grid, além de Nelsinho Piquet, o atual campeão, quem vai chamar bastante atenção é o canadense Jacques Villeneuve, campeão de F-1 em 1997 pela equipe Williams, e que estreará na categoria pela escuderia Venturi, e terá como companheiro de equipe Stéphane Sarrazin. O temor, entretanto, é se Villeneuve irá competir em algo grau, ou se não vai repetir o fiasco do italiano Jarno Trulli, que no primeiro campeonato, teve um desempenho sofrível, mostrando pouca competitividade e resultados, mesmo sendo um piloto de larga experiência na F-1. Além de Jacques Villeneuve, a categoria terá como estreantes os pilotos Robin Frijns e Nathanael Berthon. Todos os demais pilotos inscritos participaram do primeiro campeonato, ainda que alguns deles tenham participado de poucas etapas.
            A categoria continuará a ter suas corridas transmitidas ao vivo pela rede Fox Sports. No Brasil, todas as corridas serão mostradas ao vivo pelo canal pago, como a prova de estréia do novo campeonato neste sábado, às 6 da manhã, pelo horário de Brasília. Apesar da repercussão do título conquistado por Nelsinho Piquet, nenhuma emissora aberta demonstrou interesse na transmissão do campeonato, que continuará restrito à TV paga em nosso país.
            Teremos 3 pilotos no grid. Além do campeão Nelson Ângelo Piquet, que continua defendendo a equipe China, e terá como companheiro Oliver Turvey, Lucas Di Grassi segue firme na equipe Audi, ao lado de Daniel ABT, e é novamente um dos favoritos na competição, ao lado do compatriota Piquet. Bruno Senna, por sua vez, aspira fazer um campeonato bem melhor do que o primeiro, mantendo seu posto na equipe Mahindra. Bruno, aliás, vai ter competição forte dentro do time: a Mahindra substituiu o indiano Karun Chandock pelo alemão Nick Heidfeld, que deve dar muito mais trabalho ao brasileiro. Com dois brasileiros cotados entre os favoritos, resta esperar que a F-E conquiste seu espaço entre os torcedores nacionais, a exemplo do que já fez em vários outros países. A categoria tem tudo para continuar crescendo e atraindo novas empresas interessadas na competição, como Renault e Audi, que incrementaram sua participação para este campeonato, através dos times e.dams e Audi ABT, só para dar o exemplo. E como o futuro dos carros deve ser mesmo elétrico, por questões ecológicas e de desenvolvimento sustentável, a F-E deve se tornar cada vez mais o caminho natural dos grupos que querem marcar presença neste segmento da indústria automotiva e de desenvolvimento tecnológico.
            Alejandro Agag, CEO da Formula-E, contudo, avisa que não se deve esperar que a categoria vire uma F-1, e que suas metas e conceito são diferentes das mostradas na categoria máxima do automobilismo. E, talvez por isso mesmo, ela seja ainda mais atrativa no momento que a F-1 para muitos. E seu segundo campeonato deverá confirmar isso ainda mais.

EQUIPES E PILOTOS DO CAMPEONATO

EQUIPE
POWERTRAIN
NUMERAÇÃO/PILOTOS
China Racing
Nextev TCR Formulae 001
1 - Nelson Angelo Piquet
88 - Oliver Turvey
e.dams
Renault Z.E.15
9 - Sébastien Buemi
8 - Nicolas Prost
Dragon Racing
Venturi VM200-FE-01
7 - Jérôme D'Ambrosio
6 - Loîc Duval
Audi Sport ABT
ABT Schaeffler FE 01
11 - Lucas di Grassi
66 - Daniel ABT
Virgin Racing
Virgin DSV-01
2 - Sam Bird
25 - Jean-Éric Vergne
Andretti
SRT01-e
28 - Simona de Silvestro
27 - Robin Frijns (*)
Aguri
SRT01-e
55 - Antônio Félix da Costa
77 - Nathanael Berthon (*)
Mahindra
Mahindra M2 ELECTRO
21 - Bruno Senna
23 - Nick Heidfeld
Venturi
Venturi VM200-FE-01
4 - Stéphane Sarrazin
12 - Jacques Villeneuve (*)
Trulli Racing
Motomatica JT-01
10 - Vitantonio Liuzzi
18 - Salvador Dúran
(*) = Estreantes na categoria.
Audi e e.dams foram os times que melhor andaram na pré-temporada.

CALENDÁRIO DA F-E 2015/2016

DATA
ETAPA - PAÍS
24.10.2015
e-Prix de Pequim - China
07.11.20915
e-Prix de Putrajaya - Malásia
19.12.2015
e-Prix de Punta Del Este - Uruguai
06.02.2016
e-Prix de Buenos Aires - Argentina
12.03.2016
Etapa a ser definida
02.04.2016
e-Prix de Long Beach - Estados Unidos
23.04.2016
e-Prix de Paris - França
21.05.2016
e-Prix de Berlin - Alemanha
04.06.2016
e-Prix de Moscou - Rússia
02.07.2016
e-Prix de Londres - Inglaterra (Prova 1)
03.07.2016
e-Prix de Londres - Inglaterra (Prova 2)

Os carros continuam iguais para todos, mas os trens de força de cada escuderia agora serão diferentes, e com maior potência para as corridas.

 
Primeiro campeão da categoria, Nelsinho Piquet vai em busca do bicampeonato pela equipe China Racing.
Toda a disputa do fim de semana da F-E continua concentrada em apenas um único dia. Objetivo é evitar que os custos subam e manter a categoria acessível.