terça-feira, 27 de outubro de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - OUTUBRO DE 2015



            Chegamos ao final do mês de outubro, e a F-1 já conhece o seu campeão do ano de 2015, e os campeonatos vão chegando às suas últimas etapas de competição com algumas delas ainda esperando para conhecer os seus campeões. E, como de praxe, é hora de mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, fazendo a tradicional avaliação do panorama do mundo do esporte a motor neste mês de outubro, no velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E em outubro tem mais edição da Cotação Automobilística, podem apostar...



EM ALTA:

Tricampeonato de Lewis Hamilton na F-1: Era só questão de tempo, ainda mais depois da vitória no GP da Rússia, onde o inglês viu o único que ainda tinha condições reais de ameaçar sua conquista, ainda que com poucas chances, Nico Rosberg, abandonar a corrida com problemas no acelerador. Se a conquista não viesse nos EUA, certamente seria no México, mas Hamilton pilotou decidido a encerrar a fatura em Austin, e viu seus esforços frutificarem ao ver Rosberg errar nas voltas finais e lhe entregar a liderança da corrida. Com 11 poles e 10 vitórias no ano, o tricampeonato para Lewis é mais do que merecido, que se torna o piloto mais vencedor da F-1 atual, com 43 vitórias. E ano que vem, certamente, ele irá em busca do 4° título, para ser de fato o "rei" da categoria máximo do automobilismo na atualidade, uma vez que Sebastian Vettel é tetracampeão. Mas, antes de pensar em 2016, ainda temos 2 provas em 2015, e podem apostar que Hamilton ainda vai querer mais vitórias para fechar de ouro o seu ano do tricampeonato.

Equipe Mercedes: O time alemão sediado em Brackley, na Inglaterra, conquistou mais um campeonato de construtores e de pilotos, e com todos os méritos. Por mais que a concorrência tenha se esforçado, especialmente a Ferrari, os carros prateados não tiveram rivais na temporada, apenas tendo alguns momentos ocasionais em que foram superados pelos rivais, mas que no cômputo geral, nunca puseram o favoritismo do time alemão realmente em dúvida. E a tendência é manterem o domínio na próxima temporada, a não ser que os rivais consigam reequilibrar o jogo, o que parece difícil no momento.

Sebastien Buemi: O piloto suíço perdeu o título da Formula-E no primeiro campeonato por apenas 1 ponto para o brasileiro Nelsinho Piquet, e resolveu começar a segunda temporada da categoria com o pé direito...no acelerador. Buemi largou na pole na etapa de Pequim no último final de semana, e venceu a corrida praticamente de ponta a ponta, sem ser ameaçado, e de quebra, ainda fez a volta mais rápida, garantindo todos os pontos extras, e saindo na frente no campeonato, com 30 pontos. Se mantiver esse nível de performance, vai ser difícil impedir o suíço de ser o favorito disparado para o título do novo campeonato da categoria de carros monopostos elétricos de competição, a menos que a concorrência se arrume melhor.

Segundo campeonato da F-E: Depois de exibir uma temporada inicial com boas corridas e uma final de disputa de título eletrizante, a F-E iniciou o seu segundo campeonato ainda melhor do que quando começou no ano passado. A prova de Pequim mostrou várias disputas entre vários pilotos, mostrando diversos duelos na pista que empolgaram o público, e confirma o seu crescimento com mais cidades interessadas em sediar uma das corridas da categoria. Mais experientes e com melhor conhecimento dos equipamentos, as escuderias mostraram, com raras exceções, disposição para lutar pelas melhores colocações na corrida inaugural, mesmo adotando agora trens de força (powertrains) diferenciados. Com mais potência disponível em suas baterias, os carros também foram mais rápidos nesta prova da nova temporada, e a adição de uma volta a mais no percurso continuou obrigando os pilotos e times a gerenciarem seu consumo de energia. E as perspectivas de novos e empolgantes duelos nas próximas etapas cresceram bastante, tendo tudo para a nova temporada ser ainda mais eletrizante do que a primeira.

Max Verstappen: O filho de Jos Verstappen, que se tornou o piloto mais jovem a chegar à F-1, e também o mais novo a conseguir pontuar na categoria, vem conseguindo mostrar que aprendeu a ser arrojado como sempre sem precisar se envolver em confusões na pista. Em Austin, o piloto da Toro Rosso chegou num espetacular 4° lugar, repetindo o seu resultado da Hungria, e chegou a 45 pontos, ocupando a 10ª posição no campeonato. Só para comparar, seu parceiro na Toro Rosso, o também talentoso Carlos Sainz Jr., tem até o momento apenas 18 pontos, sendo o 15° colocado na competição. Já são 4 corridas marcando pontos, e o jovem holandês está à frente da dupla da Lotus e de Nico Hulkemberg, da Force India. E ele promete continuar abusado na pista, para alegria dos torcedores e fãs do automobilismo...



NA MESMA:

Início brasileiro na nova temporada da F-E: A corrida inaugural da segunda temporada da F-E teve um resultado similar ao da corrida do ano passado, pelo menos no que tange aos pilotos brasileiros. Nelsinho Piquet e Bruno Senna enfrentaram problemas em seus carros e ficaram pelo meio do caminho (Piquet) ou lá para trás, sem conseguir pontuar (Senna). Já Lucas Di Grassi, a exemplo do ano passado, fez bons treinos, e mostrou uma corrida sólida, subindo novamente ao pódio da prova chinesa, e confirmando que vai tentar novamente o título da categoria. Espera-se que os pilotos brasileiros tenha melhor sorte nas próximas corridas.

Pedro Piquet na F-3 Brasil: Depois de sofrer um violento acidente numa corrida da GT3 Porsche Cup, e sair quase ileso, o mais novo filho piloto do tricampeão de F-1 Nélson Piquet mostrou que as capotagens que deu não prejudicaram sua velocidade, vencendo as duas corridas da rodada dupla disputada este mês em Curitiba, marcando mais 30 pontos, e chegando a 12 vitórias na temporada, de um total de 16 provas. Pedro tem 183 pontos, contra 99 de Matheus Iorio, o vice-líder da competição, que está numa disputa mais apertada contra Carlos Cunha e Artur Fortunato pelo vice-título. E o campeonato da F-3 Brasil ainda nem terminou e Pedro já está seguindo para a Europa a fim de acertar qual o time pelo qual irá correr na F-3 Européia em 2016. O garoto não pára...

Novela do motor na Red Bull: O time dos energéticos continua sem contrato de motor para a próxima temporada, depois da ruptura com a Renault. Nos últimos dias, falou-se em retorno da parceria com a montadora francesa, o que pode ser difícil de acontecer, uma vez que eles estão concentrados em readquirir o seu antigo time na categoria e transformá-lo novamente em equipe oficial Renault na F-1. Falou-se até mesmo nos motores da Honda, que estariam tendo seu uso vetado por Ron Dennis, da McLaren, que este ano tem a exclusividade dos propulsores nipônicos. As negociações com a Ferrari para uso das unidades italianas desandaram depois da exigências de só competir com a mesma unidade de força do time de Maranello, não aceitando unidades "desatualizadas", pelo que os italianos voltaram atrás na decisão de fornecer suas unidades. E ainda tem a ameaça de sair da categoria, e levar junto a Toro Rosso, que por sua vez, até aceitaria competir com os motores Ferrari de segunda linha. Prometia-se alguma novidade para a prova dos EUA, mas até agora, nada. E esse suspense ainda pode ir longe, pois tudo parece longe de uma definição, e olhem que até Bernie Ecclestone já começou a se mexer na área para achar uma solução...

Marcos Gomes na liderança da Stock Car: Apesar de não ter subido ao pódio nas duas provas disputadas pela Stock Car em Curitiba neste mês de outubro, Marcos Gomes ampliou sua vantagem na liderança da competição, graças à inconstância dos adversários na rodada dupla disputada na capital paranaense. Com isso, o piloto da equipe VOXX Peugeot chegou aos 220 pontos, abrindo 36 pontos de vantagem para o seu mais próximo adversário, o pentacampeão Cacá Bueno, com 184 pontos. E como atrás de Cacá a disputa anda embolada entre Thiago Camilo, Max Wilson, Ricardo Maurício, Rubens Barrichello, e Daniel Serra, a tendência é ele manter essa vantagem, ou até aumentá-la, se continuar sendo constante, como fez em Curitiba, onde finalizou as duas provas na 4ª colocação. Mas ainda tem muitos pontos em jogo, e não dá para comemorar nada antecipadamente, pois um fim de semana ruim pode jogar tudo por terra. Mas é preciso que os rivais comecem a trabalhar melhor também, se quiserem de fato disputar o título com Gomes.

Calendário da IRL 2016: Depois de algumas especulações, a Indycar anunciou oficialmente as datas de seu campeonato no próximo ano, e continuarão a ser 16 corridas, e o campeonato novamente começará em março, e terminará cedo, no dia 18 de setembro, ganhando algumas semanas a mais em relação à competição deste ano. Quem esperava por um campeonato um pouco maior, com 17 ou 18 etapas, se decepcionou, mas pelo menos haverá o retorno do oval de Phoenix à categoria, além da estréia, finalmente, da pista de Elkhart Lake na categoria, que viu pela última vez uma prova Indy em 2007, quando a F-Indy original correu por lá em seu último campeonato. E termos corrida em Boston, novidade no calendário. E, claro, o Brasil continua seguindo de fora da categoria, sem uma prova, e depois das furadas destes últimos dois anos, seria um milagre a direção da categoria voltar a pensar em correr por estas paragens...



EM BAIXA:

Nelsinho Piquet: O atual campeão da F-E iniciou a defesa de seu título na categoria dos carros elétricos com um desempenho decepcionante em Pequim, onde bateu no treino livre, e ainda amargou largar na última posição. A meio da corrida, o brasileiro chegou a entrar nos pontos, mas seu carro apresentou problemas, e Nelsinho passou a rodar cada vez mais devagar, sendo obrigado a abandonar a primeira corrida da nova temporada. Seu companheiro de equipe Oliver Turvey chegou num excelente 6° lugar, mostrando que apesar das dificuldades enfrentadas com o novo trem de força, o equipamento tem potencial, mas precisa ser melhor acertado e apresentar mais confiabilidade para voltarem a disputar as primeiras colocações, dando a Piquet a chance de lutar pelo bicampeonato.

Kimi Raikkonem: O finlandês da Ferrari não anda mesmo em um bom momento. Na prova da Rússia, tendou uma manobra arriscada sobre Valtteri Bottas e se deu mal, apesar de ainda conseguir continuar na pista, ao contrário do compatriota, que foi parar nos pneus e proferiu palavras pouco educadas a Kimi. Raikkonem acabou punido e ainda perdeu posições na largada do GP dos Estados Unidos, onde também voltou a se acidentar durante a corrida, vítima do piso molhado pela chuva que aingiu a pista estadunidense. Raikkonem ainda conseguiu voltar à pista, mas com a suspensão avariada, teve de abandonar, mais uma vez, enquanto viu o parceiro Sebastian Vettel subir ao pódio nas duas oportunidades. Se em 2014 o carro não era do seu agrado, este ano, com um monoposto concebido pelo mesmo engenheiro que criou os carros da Lotus onde competiu e brilhou em 2012 e 2013, era de se esperar um melhor rendimento de Kimi, mas parece que a situação anda mais complicada do que se imaginava. Ainda assim, Raikkonem pode se considerar com sorte, por ter sido mantido na Ferrari por mais um ano, que certamente deverá ser o seu último na categoria, se mantiver esta toada.

Decisão do título da MotoGP: O que prometia ser uma disputa emocionante do título da MotoGP, virou motivo de polêmica após a punição a Valentino Rossi pelo toque e queda de Marc Márquez no GP da Malásia, em Sepang. Considerado único culpado pelo incidente, a direção da categoria puniu o piloto italiano, que terá de largar em último na corrida final do campeonato, em Valência, em novembro. Com o pódio obtido por Jorge Lorenzo, uma posição à frente de Rossi em Sepang, a diferença do espanhol para seu parceiro na Yamaha caiu ainda mais, para apenas 7 pontos. Mas, com Valentino tendo de largar do fim do grid em Valência, só mesmo um desastre tirará o título de Lorenzo, que não perdeu tempo em acusar o parceiro de time como único culpado pelo que ocorreu em Sepang. E, como não poderia deixar de ser, o incidente contaminou o ambiente, com os chefes de Honda e Yamaha a defenderem seus respectivos pilotos, o que aconteceu também com a imprensa espanhola e italiana, bem como autoridades esportivas e governamentais de ambos os países. Uma pena que um campeonato que mostrou um grande duelo entre dois grandes pilotos tenha de terminar dessa maneira.

Transmissão da Globo na F-1: Assim como aconteceu no ano passado, a corrida dos Estados Unidos este ano foi transmitida ao vivo apenas no canal pago SporTV, uma vez que a Globo, como sempre, priorizou o futebol, e nem mesmo a perspectiva de decisão do título dignou a emissora carioca a pelo menos mandar sua equipe de narração e comentários do canal SporTV para a pista americana, tendo a narração da prova sido feita dos estúdios no Brasil, com Sérgio Mauricio, e com comentários de Reginaldo Leme e Luciano Burti. No ano passado, o canal pelo menos mandou a equipe completa a Austin para a trasmissão da prova. O procedimento se repetirá para o GP do México, no próximo final de semana. Ao menos, o SporTV transmitiu o treino de classificação na íntegra no domingo, uma vez que o mesmo fora cancelado no sábado, devido à chuva que caía no circuito estadunidense.

Kevin Magnussem: O jovem piloto dinamarquês, vendo-se sem esperanças de conseguir ser titular na McLaren a curto prazo, uma vez que o time manteve para 2016 sua atual dupla de pilotos, Jenson Button e Fernando Alonso, resolveu pedir as contas e ir tentar a sorte em outra freguesia, uma vez que quanto mais tempo permanecesse como reserva em Woking menos prestígio iria ter. O jovem Kevin agora tentará seguir sua carreira em outras categorias, uma vez que a F-1 está bem fechada no momento para o próximo ano, e sua próxima parada pode ser o Mundial de Endurance, onde já tem um teste agendado com a Porsche. Pelo visto, Kevin, mesmo mostrando ter mais capacidade e talento que o pai, também não conseguiu fincar pé na F-1. E a McLaren também não fez muito esforço em ajudá-lo a encontrar um outro lugar para correr enquanto não tivesse um lugar disponível, como fez com o dispensado Sérgio Pérez, em 2013, ajudando-o a ir para a Force India. Magnussem merecia ter tido melhor chance.

 



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