Voltando
a trazer uma de minhas antigas colunas, esta é do dia 13 de junho de 1997, e o
assunto era como os pilotos canadenses estavam dando as cartas na F-1 e na
F-Indy original, um papel que, anos antes, era desempenhado pelos pilotos
brasileiros, que naquele momento, estavam relegados a papéis secundários em
ambos os campeonatos. O domínio canadense, é verdade, foi breve: Jacques
Villeneuve conquistou o título daquele ano na F-1, mas depois disso não ganhou
mais nada na categoria máxima do automobilismo. Na F-Indy, Paul Tracy, que
parecia despontar finalmente para ganhar um título, sucumbiu na segunda metade
do campeonato, e só foi ser finalmente campeão na década seguinte, em 2003. Fiquem
agora com o texto, e uma boa leitura. Logo, logo, trago mais textos antigos
aqui...
HEGEMONIA CANADENSE
Já
vão longe os tempos em que os brasileiros dominavam as categorias de topo do
automobilismo mundial. Até o início desta década, tínhamos, só na Fórmula 1,
Ayrton Senna e Nélson Piquet lutando por vitórias a cada corrida, e até lutando
pela disputa do título. E, na até então F-Indy, Émerson Fittipaldi estava na
sua melhor fase da carreira pós-F-1. Conquistamos os Mundiais de 1987, 1988,
1990 e 1991, contando na F-1; e na F-Indy, Émerson tornou-se o primeiro piloto
estrangeiro a conquistar o título da F-Indy.
Hoje
estamos em 1997, e o panorama é bem diferente. Na F-1, desde a perda de Ayrton
Senna, nosso melhor representante foi Rubens Barrichello. Um piloto de talento,
mas que até agora não teve um carro à sua altura para brilhar de forma
permanente na categoria, tendo de se contentar, até o momento, com brilhos
momentâneos, como foi o 2º lugar em Mônaco, há um mês atrás. Já na F-CART
(atual nome da F-Indy), o número de pilotos brasileiros aumentou bastante, e
com o equilíbrio da categoria, a maior parte deles tem equipamento para vencer
corridas e disputar o título. Entretanto, até agora, eles só fazem figuração no
campeonato. São reconhecidos como excelentes pilotos e adversários de respeito,
entretanto, os astros do momento são outros pilotos de outro país.
Que
país é este? O Canadá. Só para mostrar a amplitude do domínio canadense, basta
lembrar que ambos os maiores campeonatos de monopostos do automobilismo
mundial, a F-1 e a F-CART, estão sendo liderados no atual momento por pilotos
canadenses. Paul Tracy, da equipe Penske, é o líder da classificação da F-CART;
Jacques Villeneuve, da equipe Williams, comanda a disputa pelo título na F-1.
E
na F-CART, o domínio começa a ficar evidente: além de Paul Tracy, outro
canadense, Greg Moore, desponta como potencial rival na luta pelo título,
ocupando a 3ª posição do campeonato até o momento. Paul Tracy venceu 3 provas
consecutivas: Nazareth, Brasil e Saint Louis. Greg Moore venceu as 2 corridas
seguintes: Milwaukee e Detroit. De um total de 8 provas, os canadenses venceram
5, mais da metade. Como se isso ainda não bastasse, outro canadense, Patrick
Carpentier, da equipe Bettenhausen, subiu ao pódio em Saint Louis em 2º
lugar, e é até o momento o mais forte candidato ao título de “rookie” do ano,
tal qual foi Jacques Villeneuve, Greg Moore e Paul Tracy, em seus respectivos
anos de estréia na então F-Indy.
Completando,
basta lembrar que Villeneuve foi campeão da então F-Indy em 1995, foi
vice-campeão de F-1 em 1996, e este ano, com 3 vitórias em 6 etapas disputadas
até agora, é o franco favorito ao título da categoria máxima do automobilismo.
Com a Williams, o piloto canadense já fez 5 poles só este ano. Em 1996, seu ano
de estréia, fez 3 poles, sendo que a primeira dela foi já no seu primeiro GP,
em Melbourne, na Austrália, onde liderou a maior parte da corrida, só não
vencendo por problemas de motor, terminando em 2º lugar.
É,
os tempos realmente são outros. Foi-se o tempo em que os pilotos brasileiros
dominavam, e agora a bola da vez são os canadenses, cujos torcedores estão se
fartando de ver seus representantes darem uma sova na concorrência e com sobras
até. São ciclos que sempre acontecem no automobilismo. Para a torcida
brasileira, fica a pergunta de quando isso vai acabar e nossos pilotos voltarão
a dar show em cima de toda a concorrência...
A F-1 chegou ao Canadá para disputar a sua 7ª etapa do Mundial. Como
não poderia deixar de ser, Jacques Villeneuve é o foco das atenções e o
favorito absoluto para vencer a corrida, na opinião da torcida canadense. Ano
passado foi a mesma coisa, mas Damon Hill, companheiro de equipe de Villeneuve,
resolveu estragar a festa e dominou a corrida, vencendo praticamente de ponta a
ponta. Este ano, a relação de possíveis “estraga-prazeres” é encabeçada por
Michael Schumacher, passa por Heinz-Harald Frentzen e termina nos pilotos da
Benetton e McLaren. Diferente de Barcelona, onde disse que iria correr pelos
pontos, Michael Schumacher já avisa que a Williams não terá vida fácil em
Montreal, pois vai firme atrás da vitória.
A IRL disputou sábado passado a sua primeira etapa noturna, o GP de
Longhorn, realizada no novíssimo circuito do Texas Motor Speedway, de 1,5
milhas de extensão, e formato trioval com curvas superinclinadas. O circuito
fica na localidade de Fort Worth, próximo a Dallas, no Texas, e foi inaugurado
há poucos meses. Tony Stewart largou na pole-position para as 208 voltas da
corrida de 500 Km de extensão, que começou ainda com a luz do sol. À medida que
a prova progredia, a noite foi caindo, e a pista passou a ser iluminada por um
complexo de luzes espetacular. A corrida, entretanto, teve alguns erros na
cronometragem da prova, e só depois de várias horas foi confirmada a vitória de
Arie Luyendick, a sua 2ª vitória consecutiva no campeonato. Alguns ficaram
inconformados com a decisão, como A. J. Foity, que deu até alguns socos no
piloto holandês depois disso. Os brasileiros Marco Greco e Affonso Giaffone
Neto não conseguiram completar a corrida.
Novas fofocas de bastidores agitam a F-1: Alain Prost pode ter como
dupla de pilotos para 1998 Damon Hill e Jacques Villeneuve, Pelo seu lado, a
McLaren pode ter como dupla Ralf Schumacher e Damon Hill...
Rola também a fofoca de que a Peugeot deve mesmo fornecer motores
somente à equipe Prost em 1998. Eddie Jordan, até o momento, não teria
conseguido convencer a Peugeot com as performances de sua equipe para esticar o
compromisso para o ano que vem.
Mais uma vitória brasileira no campeonato da Indy Lights. Em Detroit,
Tony Kanaan venceu com Hélio Castro Neves em 2º lugar. Helinho lidera o
campeonato da categoria com 88 pontos...
A Lola está em péssima situação. Depois de liquidar com sua equipe de
Fórmula 1, a fábrica de carros de competição agora teve de leiloar parte de seu
controle acionário. O fiasco do desempenho dos chassis para a F-CART também
contribuíram para piorar a saúde financeira da empresa...
Nenhum comentário:
Postar um comentário