quarta-feira, 1 de maio de 2019

FLYING LAPS – ABRIL DE 2019


            E já chegamos no mês de maio. Um terço de 2019 já foi embora, e todo início de cada mês é tempo da sessão Flying Laps, comentando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no mês anterior, que não puderam ser citados nas colunas semanais regulares. Portanto, curtam o texto, enfocando as provas da MotoGP, Formula-E, e Indycar, com os tradicionais comentários sobre cada uma delas. Um bom feriado para todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que vem...
 

A disputa no campeonato da MotoGP segue embalada em 2019. Marc Márquez tinha tudo para manter sua supremacia no GP dos Estados Unidos, em Austin, pista que só viu a “Formiga Atômica” vencer desde que Marc estreou na classe rainha. E tudo parecia conspirar para o piloto espanhol e atual campeão mundial reprisar mais uma vez o seu domínio na pista texana, ao marcar a pole-position e dominar a corrida com seu tradicional estilo. Márquez vinha dominando a corrida, quando na décima volta, de um total de 20, acabou caindo sozinho, e dando adeus à competição. Valentino Rossi, que vinha na segunda posição, assumiu a liderança, mas acabou não levando a vitória. Alex Rins, da Suzuki, já vinha assediando o “Doutor”, e com uma manobra precisa, conseguiu arrebatar a liderança da corrida, deixando o piloto da Yamaha para trás, depois de uma reação de Rossi, mas prontamente rechaçada pelo piloto da Suzuki. Valentino até tentou retomar a liderança, mas Alex conseguiu manter-se na dianteira, cruzando na bandeirada com uma vantagem de 0s462. O pódio foi completado por Jack Miller, da Pramac, time satélite da Ducati, que chegou imediatamente à frente do time oficial da fábrica, com Andrea Dovizioso na 4ª posição. A Honda, aliás, teve seu pior GP em muito tempo: além de Márquez abandonar por um erro de si próprio, Jorge Lorenzo continuou seu calvário na nova equipe, ao experimentar um abandono por problemas mecânicos em sua moto, em mais um fim de semana onde ficou longe da performance do companheiro de equipe. Quem também continuou tendo resultados abaixo da média foi Maverick Viñalez, que acabou punido por queimar a largada, e acabou cumprindo uma punição equivocada, o que o levou a perder ainda mais tempo, e a ter de fazer uma corrida de recuperação que acabou com quaisquer chances de um bom resultado, terminando em 11º lugar. A vitória de Rins devolveu a Suzuki ao degrau mais alto do pódio, onde esteve pela última vez no GP da Inglaterra de 2016, quando a marca japonesa venceu em Silverstone com Maverick Viñalez. A Suzuki mostra que evoluiu para este ano, e com uma Yamaha que ainda se mostra com uma performance claudicante para desafiar Honda e até mesmo a Ducati, o time dos três diapasões agora ainda precisa se ver às voltas com mais uma rival compatriota, que quer seu lugar ao sol na classe rainha do motociclismo. E pelo que vimos nas corridas até agora, já se sente no pleno direito de sonhar com tais aspirações.


Com o 4º lugar no GP dos Estados Unidos, Andrea Dovizioso assumiu a liderança do campeonato da MotoGP. O piloto da equipe de Bolonha tem 54 pontos, com Valentino Rossi como vice-líder na classificação, com 51 pontos. O triunfo em Austin catapultou Alex Rins para a 3ª posição, com 49 pontos, enquanto o abandono fez Márquez despencar da liderança para a 4ª colocação, com 45 pontos. Em 5º lugar, um pouco mais distanciado, vem Danilo Petrucci, que até o presente momento ainda não chegou a empolgar na Ducati, mas vem pontuando com certa constância, ainda que precise chegar um pouco mais à frente para o equipamento de que dispõe, anotando 30 pontos até o momento. Com o pódio de Austin, Jack Miller é o 6º colocado, colado em Petrucci na classificação, com 29 pontos. Na Yamaha, enquanto Rossi vem tirando leite de pedra da moto, Maverick Viñalez é apenas o 12º colocado, com 14 pontos, bem longe dos 51 pontos obtidos pelo “Doutor”. Mas não é o único em situação embaraçosa, bastando lembrar das posições da dupla da Honda, com Márquez em 4º, com seus 45 pontos, enquanto Jorge Lorenzo ocupa a 17ª posição, com apenas 7 pontos. O ponto positivo é que até o presente momento o campeonato não viu Márquez desgarrar como ameaçava fazer, e seus adversários ganharam um respiro para engrossar a disputa, que terá novos rounds que prometem bastante na chegada da MotoGP à Europa em breve.


A temporada da Formula-E continua pra lá de disputada. Na etapa de Roma, quem triunfou foi o neozelandês Mith Evans, que se tornou o 7º vencedor diferente no campeonato, e com o 7º time diferente a vencer, neste caso, a Jaguar, que obteve sua primeira vitória desde que estreou na competição. Evans havia largado na 2ª posição, ao lado do pole-position André Lotterer, da Techeetah, e os dois travaram uma bela luta pela liderança da corrida, com o piloto da Jaguar conseguindo finalmente dar o bote e superar Lotterer faltando cerca de 15 minutos para o fim da corrida. O alemão tentou dar o troco, inclusive com o “Modo Ataque”, mas Evans conseguiu resistir às investidas, para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Stoffel Vandoorne também fez uma boa corrida, e fechou o pódio, o primeiro da nova equipe HWA, que tinha visto seu outro piloto, Gary Paffet, ser o primeiro a abandonar a corrida. Robin Frijns acabou em 4º lugar, após uma boa disputa com Sébastien Buemi, que finalizou em 5º. Para os pilotos brasileiros, a corrida não foi das melhores. Felipe Massa abandonou por problemas no seu carro, em uma corrida onde a Venturi ficou pelo meio do caminho, com Edoardo Mortara também abandonando. Lucas Di Grassi, com um carro que não rendia o esperado, ainda deu alguma sorte, e terminou em 7º lugar, conseguindo pontos importantes para o campeonato, que com o resultado desta corrida, estava ficando cada vez mais embolado, com nada menos que 9 pilotos separados por 12 pontos. Felipe Nasr, com compromisso no IMSA Wheater Tech Sportscar, em Long Beach, foi substituído na Dragon por Maxximilian Gunther, piloto que ele havia substituído a partir da etapa do México.


Depois de 7 vencedores diferentes nas 7 primeiras corridas da atual temporada, as apostas para a etapa de Paris da F-E passaram a ser se teríamos mais um piloto vencendo na temporada, e o triunfo de mais alguma equipe. Bem, a única escuderia com um retrospecto que justificaria a aposta em engrossar a lista de vencedores do ano seria a e.dams, que já foi campeã da categoria com Sébastien Buemi. Mas não foi dessa vez que a escuderia, agora time oficial da Nissan, desencantou no ano. Mas tivemos, sim, mais um piloto vencendo na competição, e desta vez os louros da vitória foram para Robin Frijns, que também venceu pela primeira vez na F-E, e deu à Virgin sua segunda vitória na temporada, uma vez que já havia vencido com seu outro piloto, Sam Bird. O triunfo do holandês na etapa francesa o levou para a liderança da competição, com 81 pontos, e o resultado dos demais pilotos ajudou a espalhar um pouco os melhores colocados no campeonato, em uma corrida onde a F-E teve pela primeira vez a chuva caindo forte durante uma etapa, que ajudou a bagunçar a situação dos pilotos na pista, com algumas rodadas e toques. Frijns conseguiu sobreviver às confusões e venceu a corrida, depois de uma bandeira amarela e de muita briga nas voltas finais. André Lotterer, da Techeetah, foi mais uma vez ao pódio, e subiu para a vice-liderança do campeonato, com 80 pontos. O pódio foi completado por Daniel Abt, da Audi, com seu companheiro Lucas Di Grassi chegando logo atrás, em 4º lugar. Continuando a substituir Felipe Nasr na Dragon, Maxximilian Gunther foi um excelente 5º colocado, à frente de Jean-Éric Vergne. Felipe Massa teve uma prova cheia de percalços, primeiro com a chuva, com a viseira vazando água dentro, e depois ainda levando um toque na pista molhada, que o fez cair várias posições, finalizando em 9º lugar. Jerôme D’Ambrosio acabou não marcando pontos, e com isso, de líder na classificação, caiu para a 5ª posição, com seus 65 pontos. Antonio Félix da Costa foi apenas o 7º colocado, mas conseguiu se manter em 3º na classificação, com 70 pontos. Lucas Di Grassi está empatado com o português, com 70 pontos, mas classificado em 4º, por ter vencido depois de Antonio. E quem não deu sorte foi Sam Bird, que terminou em 11º, e começa a ficar para trás na pontuação, ocupando a 9ª colocação, com 54 pontos. Mas, depois do que vimos nestas oito provas, tudo pode mudar na próxima corrida, dependendo dos resultados, e não dá para fazer nenhuma previsão do panorama da competição. O campeonato segue o mais imprevisível possível, e apesar da boa colocação dos líderes atualmente nas primeiras posições da tabela, tudo pode mudar nas próximas etapas. Quem será o campeão da temporada, depois de tudo isso? Não dá para fazer a menor idéia... Todo mundo entre os 10 primeiros, em tese, pode conseguir chegar lá, na combinação de resultados... Vai ser muito interessante acompanhar essa briga...


E deu vitória de Takuma Sato na etapa do Alabama pelo campeonato da Indycar. O piloto japonês largou na pole-position na pista de Barber, e tratou de fazer bom uso da posição de honra do grid, comandando a corrida com autoridade, e não se deixando ameaçar pelos rivais. A comemoração da equipe Rahal/Letterman/Lannigan, que fez dobradinha na primeira fila só não foi completa porque Graham Rahal, o outro piloto do time, ficou pelo meio do caminho, com problemas no seu carro. Scott Dixon, que largou em 3º, terminou em 2º, marcando pontos importantes para o campeonato. Mas quem deu show foi Josef Newgarden, da Penske, que largou em 16º, e veio superando os adversários na pista, para receber a bandeirada em 4º lugar, atrás de Sebastien Bourdais, da Dale Coyne. Tony Kanaan e Matheus Leist tiveram outra corrida sofrível com o péssimo rendimento do carro da Foyt, terminando apenas em 18º (Kanaan) e 20º (Leist). Colton Herta, depois da glória da primeira vitória em Austin, foi direto ao inferno em Barber, sendo o primeiro piloto a abandonar a corrida, panorama bem distinto do vivido na corrida no Circuito das Américas. Alexander Rossi foi outro piloto que saiu do Alabama com um resultado bem aceitável, tendo terminado a corrida em 5º lugar.


Na Indycar, a opinião é de que Long Beach é a prova mais badalada da temporada, depois das 500 Milhas de Indianápolis. Mas já faz algum tempo que o circuito citadino ao sul de Los Angeles não vem proporcionando corridas que levantem o grande público presente em suas arquibancadas, e este ano a situação também não diferente. Alexander Rossi, da Andretti, largou na pole e venceu a corrida de ponta a ponta. Sem questionar o mérito da pilotagem de Rossi, mas a corrida em si foi a mais maçante da temporada até aqui, com poucas disputas e menos ultrapassagens ainda. Rossi, à exceção das relargadas, pouco foi ameaçado durante a corrida, que viu outro bom resultado de Josef Newgarden, que com o 2º lugar, abriu mais vantagem na classificação do campeonato. Scott Dixon acabou fechando o pódio, após Graham Rahal ser penalizado pela direção de prova, acusado de ter fechado o neozelandês com uma bloqueada quando disputavam posição. Rahal acabou caindo para 4º, à frente de Ryan Hunter-Reay, que finalizou em 5º. Matheus Leist, apesar de um toque na parte inicial da corrida, decorrente de um percalço com Zach Veach, fez sua melhor corrida no ano, para terminar em 15º. Tony Kanaan foi apenas o 19º, e teve uma prova mais complicada que o de costume depois de sofrer um acidente no treino de classificação, que lhe causou fortes dores no joelho e nas costas. O piloto baiano precisou passar por uma avaliação médica no domingo, e acabou liberado para participar da corrida, mas as sequelas da batida não o deixaram render o seu melhor.


Com a vitória, Alexander Rossi assumiu a 2º colocação na classificação, com 138 pontos, 5 a mais que Scott Dixon, na 3ª posição. Josef Newgarden segue em primeiro, com 166 pontos. Agora, a Indycar parte para as corridas na pista de Indianápolis, com a prova no traçado misto, e as tradicionais Indy500...



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