E já chegamos no mês de maio. Um
terço de 2019 já foi embora, e todo início de cada mês é tempo da sessão Flying
Laps, comentando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no
mês anterior, que não puderam ser citados nas colunas semanais regulares.
Portanto, curtam o texto, enfocando as provas da MotoGP, Formula-E, e Indycar,
com os tradicionais comentários sobre cada uma delas. Um bom feriado para
todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês que vem...
A disputa no campeonato da MotoGP segue
embalada em 2019. Marc Márquez tinha tudo para manter sua supremacia no GP dos
Estados Unidos, em Austin, pista que só viu a “Formiga Atômica” vencer desde
que Marc estreou na classe rainha. E tudo parecia conspirar para o piloto
espanhol e atual campeão mundial reprisar mais uma vez o seu domínio na pista
texana, ao marcar a pole-position e dominar a corrida com seu tradicional
estilo. Márquez vinha dominando a corrida, quando na décima volta, de um total
de 20, acabou caindo sozinho, e dando adeus à competição. Valentino Rossi, que
vinha na segunda posição, assumiu a liderança, mas acabou não levando a
vitória. Alex Rins, da Suzuki, já vinha assediando o “Doutor”, e com uma
manobra precisa, conseguiu arrebatar a liderança da corrida, deixando o piloto
da Yamaha para trás, depois de uma reação de Rossi, mas prontamente rechaçada
pelo piloto da Suzuki. Valentino até tentou retomar a liderança, mas Alex
conseguiu manter-se na dianteira, cruzando na bandeirada com uma vantagem de
0s462. O pódio foi completado por Jack Miller, da Pramac, time satélite da
Ducati, que chegou imediatamente à frente do time oficial da fábrica, com
Andrea Dovizioso na 4ª posição. A Honda, aliás, teve seu pior GP em muito
tempo: além de Márquez abandonar por um erro de si próprio, Jorge Lorenzo
continuou seu calvário na nova equipe, ao experimentar um abandono por
problemas mecânicos em sua moto, em mais um fim de semana onde ficou longe da
performance do companheiro de equipe. Quem também continuou tendo resultados
abaixo da média foi Maverick Viñalez, que acabou punido por queimar a largada,
e acabou cumprindo uma punição equivocada, o que o levou a perder ainda mais
tempo, e a ter de fazer uma corrida de recuperação que acabou com quaisquer
chances de um bom resultado, terminando em 11º lugar. A vitória de Rins
devolveu a Suzuki ao degrau mais alto do pódio, onde esteve pela última vez no
GP da Inglaterra de 2016, quando a marca japonesa venceu em Silverstone com Maverick
Viñalez. A Suzuki mostra que evoluiu para este ano, e com uma Yamaha que ainda
se mostra com uma performance claudicante para desafiar Honda e até mesmo a
Ducati, o time dos três diapasões agora ainda precisa se ver às voltas com mais
uma rival compatriota, que quer seu lugar ao sol na classe rainha do
motociclismo. E pelo que vimos nas corridas até agora, já se sente no pleno
direito de sonhar com tais aspirações.
Com o 4º lugar no GP dos Estados Unidos,
Andrea Dovizioso assumiu a liderança do campeonato da MotoGP. O piloto da
equipe de Bolonha tem 54 pontos, com Valentino Rossi como vice-líder na
classificação, com 51 pontos. O triunfo em Austin catapultou Alex Rins para a
3ª posição, com 49 pontos, enquanto o abandono fez Márquez despencar da liderança
para a 4ª colocação, com 45 pontos. Em 5º lugar, um pouco mais distanciado, vem
Danilo Petrucci, que até o presente momento ainda não chegou a empolgar na
Ducati, mas vem pontuando com certa constância, ainda que precise chegar um
pouco mais à frente para o equipamento de que dispõe, anotando 30 pontos até o
momento. Com o pódio de Austin, Jack Miller é o 6º colocado, colado em Petrucci
na classificação, com 29 pontos. Na Yamaha, enquanto Rossi vem tirando leite de
pedra da moto, Maverick Viñalez é apenas o 12º colocado, com 14 pontos, bem
longe dos 51 pontos obtidos pelo “Doutor”. Mas não é o único em situação
embaraçosa, bastando lembrar das posições da dupla da Honda, com Márquez em 4º,
com seus 45 pontos, enquanto Jorge Lorenzo ocupa a 17ª posição, com apenas 7
pontos. O ponto positivo é que até o presente momento o campeonato não viu
Márquez desgarrar como ameaçava fazer, e seus adversários ganharam um respiro
para engrossar a disputa, que terá novos rounds que prometem bastante na
chegada da MotoGP à Europa em breve.
A temporada da Formula-E continua pra lá
de disputada. Na etapa de Roma, quem triunfou foi o neozelandês Mith Evans, que
se tornou o 7º vencedor diferente no campeonato, e com o 7º time diferente a
vencer, neste caso, a Jaguar, que obteve sua primeira vitória desde que estreou
na competição. Evans havia largado na 2ª posição, ao lado do pole-position
André Lotterer, da Techeetah, e os dois travaram uma bela luta pela liderança
da corrida, com o piloto da Jaguar conseguindo finalmente dar o bote e superar
Lotterer faltando cerca de 15 minutos para o fim da corrida. O alemão tentou
dar o troco, inclusive com o “Modo Ataque”, mas Evans conseguiu resistir às
investidas, para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Stoffel Vandoorne
também fez uma boa corrida, e fechou o pódio, o primeiro da nova equipe HWA,
que tinha visto seu outro piloto, Gary Paffet, ser o primeiro a abandonar a
corrida. Robin Frijns acabou em 4º lugar, após uma boa disputa com Sébastien
Buemi, que finalizou em 5º. Para os pilotos brasileiros, a corrida não foi das
melhores. Felipe Massa abandonou por problemas no seu carro, em uma corrida
onde a Venturi ficou pelo meio do caminho, com Edoardo Mortara também
abandonando. Lucas Di Grassi, com um carro que não rendia o esperado, ainda deu
alguma sorte, e terminou em 7º lugar, conseguindo pontos importantes para o
campeonato, que com o resultado desta corrida, estava ficando cada vez mais
embolado, com nada menos que 9 pilotos separados por 12 pontos. Felipe Nasr,
com compromisso no IMSA Wheater Tech Sportscar, em Long Beach, foi substituído
na Dragon por Maxximilian Gunther, piloto que ele havia substituído a partir da
etapa do México.
Depois de 7 vencedores diferentes nas 7
primeiras corridas da atual temporada, as apostas para a etapa de Paris da F-E
passaram a ser se teríamos mais um piloto vencendo na temporada, e o triunfo de
mais alguma equipe. Bem, a única escuderia com um retrospecto que justificaria
a aposta em engrossar a lista de vencedores do ano seria a e.dams, que já foi
campeã da categoria com Sébastien Buemi. Mas não foi dessa vez que a escuderia,
agora time oficial da Nissan, desencantou no ano. Mas tivemos, sim, mais um
piloto vencendo na competição, e desta vez os louros da vitória foram para
Robin Frijns, que também venceu pela primeira vez na F-E, e deu à Virgin sua
segunda vitória na temporada, uma vez que já havia vencido com seu outro
piloto, Sam Bird. O triunfo do holandês na etapa francesa o levou para a
liderança da competição, com 81 pontos, e o resultado dos demais pilotos ajudou
a espalhar um pouco os melhores colocados no campeonato, em uma corrida onde a
F-E teve pela primeira vez a chuva caindo forte durante uma etapa, que ajudou a
bagunçar a situação dos pilotos na pista, com algumas rodadas e toques. Frijns
conseguiu sobreviver às confusões e venceu a corrida, depois de uma bandeira
amarela e de muita briga nas voltas finais. André Lotterer, da Techeetah, foi
mais uma vez ao pódio, e subiu para a vice-liderança do campeonato, com 80
pontos. O pódio foi completado por Daniel Abt, da Audi, com seu companheiro
Lucas Di Grassi chegando logo atrás, em 4º lugar. Continuando a substituir
Felipe Nasr na Dragon, Maxximilian Gunther foi um excelente 5º colocado, à
frente de Jean-Éric Vergne. Felipe Massa teve uma prova cheia de percalços,
primeiro com a chuva, com a viseira vazando água dentro, e depois ainda levando
um toque na pista molhada, que o fez cair várias posições, finalizando em 9º
lugar. Jerôme D’Ambrosio acabou não marcando pontos, e com isso, de líder na
classificação, caiu para a 5ª posição, com seus 65 pontos. Antonio Félix da
Costa foi apenas o 7º colocado, mas conseguiu se manter em 3º na classificação,
com 70 pontos. Lucas Di Grassi está empatado com o português, com 70 pontos,
mas classificado em 4º, por ter vencido depois de Antonio. E quem não deu sorte
foi Sam Bird, que terminou em 11º, e começa a ficar para trás na pontuação,
ocupando a 9ª colocação, com 54 pontos. Mas, depois do que vimos nestas oito
provas, tudo pode mudar na próxima corrida, dependendo dos resultados, e não dá
para fazer nenhuma previsão do panorama da competição. O campeonato segue o
mais imprevisível possível, e apesar da boa colocação dos líderes atualmente
nas primeiras posições da tabela, tudo pode mudar nas próximas etapas. Quem
será o campeão da temporada, depois de tudo isso? Não dá para fazer a menor
idéia... Todo mundo entre os 10 primeiros, em tese, pode conseguir chegar lá,
na combinação de resultados... Vai ser muito interessante acompanhar essa briga...
E deu vitória de Takuma Sato na etapa do
Alabama pelo campeonato da Indycar. O piloto japonês largou na pole-position na
pista de Barber, e tratou de fazer bom uso da posição de honra do grid,
comandando a corrida com autoridade, e não se deixando ameaçar pelos rivais. A
comemoração da equipe Rahal/Letterman/Lannigan, que fez dobradinha na primeira
fila só não foi completa porque Graham Rahal, o outro piloto do time, ficou
pelo meio do caminho, com problemas no seu carro. Scott Dixon, que largou em
3º, terminou em 2º, marcando pontos importantes para o campeonato. Mas quem deu
show foi Josef Newgarden, da Penske, que largou em 16º, e veio superando os
adversários na pista, para receber a bandeirada em 4º lugar, atrás de Sebastien
Bourdais, da Dale Coyne. Tony Kanaan e Matheus Leist tiveram outra corrida
sofrível com o péssimo rendimento do carro da Foyt, terminando apenas em 18º
(Kanaan) e 20º (Leist). Colton Herta, depois da glória da primeira vitória em
Austin, foi direto ao inferno em Barber, sendo o primeiro piloto a abandonar a
corrida, panorama bem distinto do vivido na corrida no Circuito das Américas.
Alexander Rossi foi outro piloto que saiu do Alabama com um resultado bem
aceitável, tendo terminado a corrida em 5º lugar.
Na Indycar, a opinião é de que Long
Beach é a prova mais badalada da temporada, depois das 500 Milhas de
Indianápolis. Mas já faz algum tempo que o circuito citadino ao sul de Los
Angeles não vem proporcionando corridas que levantem o grande público presente
em suas arquibancadas, e este ano a situação também não diferente. Alexander
Rossi, da Andretti, largou na pole e venceu a corrida de ponta a ponta. Sem
questionar o mérito da pilotagem de Rossi, mas a corrida em si foi a mais
maçante da temporada até aqui, com poucas disputas e menos ultrapassagens
ainda. Rossi, à exceção das relargadas, pouco foi ameaçado durante a corrida,
que viu outro bom resultado de Josef Newgarden, que com o 2º lugar, abriu mais
vantagem na classificação do campeonato. Scott Dixon acabou fechando o pódio,
após Graham Rahal ser penalizado pela direção de prova, acusado de ter fechado
o neozelandês com uma bloqueada quando disputavam posição. Rahal acabou caindo
para 4º, à frente de Ryan Hunter-Reay, que finalizou em 5º. Matheus Leist, apesar
de um toque na parte inicial da corrida, decorrente de um percalço com Zach Veach,
fez sua melhor corrida no ano, para terminar em 15º. Tony Kanaan foi apenas o
19º, e teve uma prova mais complicada que o de costume depois de sofrer um
acidente no treino de classificação, que lhe causou fortes dores no joelho e
nas costas. O piloto baiano precisou passar por uma avaliação médica no
domingo, e acabou liberado para participar da corrida, mas as sequelas da
batida não o deixaram render o seu melhor.
Com a
vitória, Alexander Rossi assumiu a 2º colocação na classificação, com 138
pontos, 5 a mais que Scott Dixon, na 3ª posição. Josef Newgarden segue em
primeiro, com 166 pontos. Agora, a Indycar parte para as corridas na pista de
Indianápolis, com a prova no traçado misto, e as tradicionais Indy500...
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