E o mês de agosto nem bem chegou e
já está indo embora, e talvez a sensação de ter passado tão rápido foram as
semanas de férias em alguns campeonatos, embora em outros os pilotos tenham
continuado a acelerar fundo. E fim de mês significa mais uma edição da Cotação
Automobilística, fazendo uma avaliação de alguns dos acontecimentos que rolaram
no mundo da velocidade neste mês, sempre com minhas devidas considerações e
comentários a respeito, que como repito sempre, fica a critério de todos os
leitores concordarem ou não com minhas posições sobre os assuntos dissertados.
Sei que não dá para agradar a todo mundo, e do mesmo modo, não dá para tratar
de todos os assuntos que tivemos nestas últimas semanas, mas espero que possam
pelo menos apreciar o texto, que segue abaixo no esquema tradicional de sempre
das avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e
EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a
próxima edição da Cotação Automobilística no mês que vem, com algumas
avaliações dos acontecimentos do mês de setembro:
EM ALTA:
Equipe
Ferrari: O time de Maranello já há algumas corridas vem demonstrando ter o
melhor carro do grid, tanto no conjunto de chassi quanto na unidade de
potência, mas devido a erros bobos e circunstâncias do momento, não estava
conseguindo capitalizar essa superioridade toda, de modo que Lewis Hamilton
assumiu a liderança da competição com uma folga até preocupante, após a etapa
da Hungria, onde se temia que, na volta das férias, a Mercedes pudesse eliminar
essa superioridade e talvez até a superasse. Bom, a prova na Bélgica mostrou
que a escuderia rossa continua na frente em performance, de modo que Sebastian
Vettel não teve dificuldades para vencer a corrida em Spa-Francorchamps e
começar a descontar a diferença para o inglês, acendendo o sinal de alerta em
Brackley. O time vermelho só não saiu mais vitorioso porque Kimi Raikkonen
acabou pegando parte do rescaldo do acidente na largada, e acabou com o carro
avariado, tendo de abandonar uma corrida onde tinha tudo para talvez até
vencer, não fosse a política tacanha da escuderia, que parte para Monza com o
entusiasmo e o otimismo em alta para vencer em grande estilo perante sua grande
torcida. Se nada de inesperado acontecer, os tifossi deverão ir à loucura no GP
da Itália deste ano... E com razões muito concretas para isso.
Alexander
Rossi: O piloto da equipe Andretti vem com tudo nesta reta final do campeonato
da Indycar para tentar conseguir o caneco de campeão. Depois de duas vitórias
incontestáveis em Mid-Ohio e Pocono, Rossi ainda conseguiu diminuir ainda mais
a vantagem do líder Scott Dixon em Gateway, chegando na frente do piloto da
Ganassi numa aposta ousada de economizar combustível nas voltas finais para
evitar ter de fazer um splash & go. Com um carro que parece bem mais
competitivo do que o do rival neozelandês, Alexander vem se mostrando uma
ameaça forte ao pentacampeonato de Dixon, que tenta resistir como pode à
aproximação do rival. Restando duas provas para encerrar a competição, em
circuitos mistos, a vantagem de Scott perante Rossi não dá tranquilidade do
líder da competição, o que motiva ainda mais o piloto da Andretti na luta pelo
título, que pode dar ao time de Michael Andretti seu primeiro campeonato deste
o título conquistado por Ryan Hunter-Reay em 2012, e romper o domínio de Penske
e Ganassi na galeria de títulos da Indycar.
Segurança
em primeiro lugar: A MotoGP chegou à pista de Silverstone para o Grande Prêmio
da Inglaterra, mas infelizmente, São Pedro também esteve presente, e a chuva
complicou a situação da competição de motos, especialmente por causa do novo
asfalto do circuito inglês, que ficou com uma série de ondulações que
acumularam água e transformaram o traçado em uma armadilha perigosa para os
competidores, onde tivemos um forte acidente que acabou por mandar um dos
pilotos da classe rainha, Tito Rabat, para o hospital com a perna fraturada
após ser atingido por um colega quando havia caído na caixa de brita. A
organização até tentou mudar os horários, para tentar fugir da chuva, mas não
teve jeito, e depois de constantes adiamentos e enrolação, após verem que não
havia condições de serem disputadas as provas, foi decidido pelo cancelamento
total da corrida, das três categorias, priorizando a segurança dos pilotos, e
uma vez que não havia como adiar a prova para o dia seguinte devido a logística
e compromissos de parte do pessoal envolvido com a realização da MotoGP. O
público ficou chateado, especialmente por esperar o dia todo pela competição,
debaixo de chuva e frio, mas felizmente prevaleceu a melhor opção, e ouvindo os
pilotos sobre as condições da pista.
Daniel
Serra: O piloto da equipe RC continua liderando o campeonato da Stock Car, e
contando com a sorte de ver seus principais adversários não conseguindo manter
a mesma consistência que ele nos resultados. Um exemplo foi na rodada dupla de
Campo Grande, onde mesmo com a desclassificação na segunda corrida, pelo fato
de seus rivais não terem tido resultados constantes, sua vantagem na
classificação, que era de 35 pontos, aumentou para 43, em virtude da mudança de
vice-líder, que era Marcos Gomes, e passou a ser Max Wilson, uma vez que o
piloto da Cimed não teve um final de semana como gostaria na capital do Mato
Grosso do Sul, e ainda acabou superado por Felipe Fraga, que teve um bom final
de semana, e está embolado atrás de Wilson na luta pela vice-liderança da
competição. Só que, enquanto Wilson, Fraga e Gomes se pegam na tabela, Daniel
Serra vai escapando na dianteira do campeonato. Ainda tem muito chão pela
frente, mas se Serra não tiver mais contratempos como o da segunda corrida de
Campo Grande, sua primeira prova sem marcar pontos no ano, vai ser difícil
impedir que ele chegue ao título da temporada, o que marcaria um bicampeonato
consecutivo, já que ele é o atual campeão da categoria, tendo vencido o certame
no ano passado. E parece que tomou gosto pela coisa, pois vem sendo um piloto
constante e bastante cerebral, e sem deixar de ser rápido, tendo vencido duas
provas este ano.
Segurança
do Halo testada: Desde sua introdução na F-1 este ano, e obrigatório para
alguns outros certames, o halo sempre foi contestado devido à maneira como a
FIA o adotou, sem maiores testes de outros dispositivos, como o aeroscreen, que
acabou descartado após crítica de Sebastian Vettel após um único teste rápido e
inconclusivo. Muitos defendiam que fossem estudadas outras possibilidades, mas
a entidade que comanda o automobilismo, numa atitude abrupta e pouco
transparente, resolveu enfiar o halo goela abaixo nas categorias, sem permitir
maiores discussões. Esteticamente feio e criticado por muitos, não há dúvidas
de que o dispositivo tem seus méritos, e ganhou muitos defensores depois do
acidente da largada do GP da Bélgica, onde o carro de Fernando Alonso,
catapultado após ser atingido por trás por Nico Hulkenberg, voou por cima do
carro de Charles LeClerc, com uma das rodas atingindo a parte frontal da peça,
de modo que muitos estão afirmando, até com algum exagero, que o jovem
monegasco foi salvo pela peça, quando se vê que a batida realmente passou perto,
mas poderia também não tê-lo atingido como se apregoam. Ainda deve se manter
parte das críticas à sua introdução, pelo modo pouco discutido como a FIA o
impôs, e não se trata de questionar a segurança, a qual deve ser sempre
prioridade, só que o halo poderia passar sem isso se fosse devidamente estudado
mais a fundo, o que deve passar a ser nos próximos anos, com a peça sendo mais
evoluída, e menos contestada. E quem sabe, fique até esteticamente mais
elegante, e tenha sua segurança melhorada, porque a grosso modo, ela ainda não
protege contra tudo, e bastará uma única falha para seus críticos caírem
matando em cima, no caso de algo dar errado. Na primeira vez que acabou
exigida, felizmente tudo deu certo, e que não seja necessário haver uma segunda
oportunidade para comprovar sua eficiência.
NA MESMA:
Mundial
de Endurance: A disputa na classe LMP1 do WEC continua sendo uma disputa apenas
a dois, da Toyota, única equipe de fábrica, contra os times independentes, que
aliado a um regulamento tendencioso, não oferece condições da marca japonesa
ser desafiada de fato na pista, correndo sozinha contra ela mesma. E isso pode
ser visto nas 6 Horas de Silverstone, onde a equipe nipônica cruzou a linha de
chegada com 4 voltas de vantagem para o competidor mais próximo, no caso, a
Rebellion, o que mostra a diferença de performance brutal entre os carros, que
em tese deveriam ter um regulamento homogêneo, já que pertencem à mesma classe,
a LMP1. Este jogo de cartas marcadas só não frutificou exatamente como o planejado
na etapa da Inglaterra porque os dois carros da Toyota apresentaram desgaste
irregular numa prancha debaixo do bólido, ocasionando a desclassificação de
ambos os carros, impedindo mais uma vitória consecutiva do bólido Nº 8, que tem
Fernando Alonso, Sébastien Buemi, e Kazuki Nakajima ao volante. E com isso, o
triunfo acabou indo para a Rebellion. Mas que ninguém se engane: a Toyota tem o
campeonato entregue para ela, pelas diferenças de performance que não são
igualadas às dos demais times como deveria ser pelo regulamento. E aos poucos,
isso já começa a minar a credibilidade da competição na LMP1. Resta saber até
quando isso vai durar...
Scott
Dixon: O piloto neozelandês vem tirando leite de pedra com o carro da Ganassi,
que quem diria, está virando time de um carro só. Com uma performance inferior
à dos carros de Will Power e Josef Newgarden, e do principal rival Alexander
Rossi, Dixon tem se valido do seu imenso talento para capitalizar todas as
oportunidades que surgem nas corridas para conseguir o melhor resultado
possível, conseguindo por vezes suplantar os rivais na maioria das
oportunidades, e mantendo uma constância impressionante. Isso explica a sua
liderança na competição, e parte das vitórias obtidas no ano, sempre
conseguindo superar os rivais, seja na estratégia, seja no braço, ou
simplesmente na sorte. Mas os rivais estão se aproximando, e a vantagem de 29
pontos na classificação, apesar de não ser desprezível, também não permite
baixar a guarda, e tudo pode acontecer nas duas etapas finais do campeonato,
ainda mais porque o encerramento, em Sonoma, terá pontuação dobrada, como vem
ocorrendo nos últimos anos. E sorte também é um fator decisivo, pois Dixon até
agora tem conseguido escapar de confusões e incidentes na pista, tendo
terminado todas as corridas e pontuado bem na grande maioria das vezes. Resta
saber se a sorte vai continuar assim, pois no que depender do neozelandês, na
pista ele costuma se garantir...
Marc
Márquez: A “Formiga Atômica” continua disparada na liderança do mundial de
MotoGP. Apesar das vitórias da Ducati nas etapas da República Tcheca e da
Áustria, o piloto da equipe oficial da Honda até aumentou a sua vantagem na
pontuação, uma vez que Valentino Rossi, o vice-líder, mesmo tentando tirar
leite de pedra de uma Yamaha que ainda não mostrou a que veio na temporada
2018, não conseguiu resultados que lhe permitissem aproximar-se do atual
campeão da categoria, muito pelo contrário, estando agora nada menos do que 59
pontos atrás. E as vitórias obtidas pela Ducati também não constituem uma
ameaça à liderança de Marc, já que tanto Dovizioso quanto Lorenzo estavam muito
atrás na pontuação, e mesmo com os bons resultados, ainda estão muito longe
para poderem desafiar o piloto da Honda pelo título, que ganhou ainda o bônus
do cancelamento da prova de Silverstone, o que tirou dos concorrentes uma
oportunidade para tentar se aproximar do espanhol, que continua correndo
sozinho na liderança da tabela do campeonato.
Brendon
Hartley: O piloto neozelandês estava sendo considerado quase carta fora do
baralho para continuar como piloto da Toro Rosso na F-1 por sua falta de
resultados, na comparação com seu companheiro de equipe Pierre Gasly. Mas com a
promoção deste para a Red Bull, e sem outros pilotos disponíveis para assumirem
como titulares do time de Faenza em 2019, a Red Bull poderá ter de manter
Hartley por falta de opções no mercado, e ainda ter de correr atrás de um
“desconhecido” para fechar a dupla titular no próximo ano. Brendon teria a seu
favor a experiência desta temporada, e do motor Honda, que poderia ser muito
útil para a escuderia disputar a competição no próximo ano. E pouparia a Red
Bull do vexame de ter que caçar pilotos no mercado, mostrando que seu programa
de formação de pilotos minguou. Campeão do Mundial de Endurance, infelizmente
até o presente momento Hartley não se encontrou na F-1, ficando muito a dever
tanto em performance quanto em resultados. Não fosse a Red Bull praticamente
ter ficado sem opções, Helmut Marko já o teria espinafrado e demitido da Toro
Rosso sem pestanejar, como já fez com muitos outros pilotos, alguns deles de
reconhecido talento hoje, mas também rifados sem dó nem piedade pelo consultor
da Red Bull. Ainda assim, nada está garantido para o neozelandês, que pode
mesmo não ter mais chances na F-1 em 2019.
Kimi
Raikkonen: As boas performances do piloto finlandês aumentaram suas chances de
continuar fazendo dupla com Sebastian Vettel na Ferrari na próxima temporada. O
alemão se dá bem com Kimi, especialmente pelo parceiro não desafiar sua posição
de primeiro piloto, lógico, mas a maior ameaça à posição de Raikkonen era
Sergio Marchionne, que era entusiasta da idéia de promover Charles LeClerc,
revelação da temporada, ao time de Maranello em 2019, o que muitos consideravam
precipitado, uma vez que o monegasco está apenas em sua primeira temporada na
F-1, e rápida ascenção à rossa poderia expô-lo demais à pressão por resultados,
defendendo estes então pelo menos mais uma temporada antes de torná-lo um
titular dos carros vermelhos. Mas, com a morte de Marchionne, a nova direção do
grupo Ferrari deve manter as posições do que está dando certo, enquanto se
ajeita no comando, e ninguém duvida que, quando está motivado, Raikkonen tem
lenha para queimar, como vem mostrando nesta temporada, só não estando melhor
na competição devido a dois abandonos que o fizeram perder boas oportunidades
de pontuar, por fatores alheios a seu controle, como na Bélgica. Assim, é bem
provável que Kimi siga, pelo menos por mais um ano, como companheiro de Vettel
na escuderia de Maranello. O anúncio deve sair no GP da Itália, palco
tradicional da escuderia para fazer seus anúncios para o ano seguinte.
EM BAIXA:
Programa
de pilotos da Red Bull: O programa mantido pela marca de bebidas energéticas
foi um dos mais badalados no início da década, apoiando vários jovens com
potencial para chegar à F-1, onde seriam aproveitados na Toro Rosso, e
posteriormente na Red Bull. Mas as cobranças por vezes exageradas, além de
critérios de promoção nem sempre objetivos e imparciais, começaram a fazer o
programa de apoio não parecer tão atrativo como antes. O estilo por vezes
“bronco” de Helmut Marko no trato com os pilotos, e o modo como alguns pilotos
foram rifados sem a menor cerimônia deixaram uma impressão ruim que está se
fazendo sentir agora, onde a Red Bull praticamente não tem pilotos prontos para
assumir a Toro Rosso na próxima temporada, e outro piloto, Carlos Sainz Jr.,
preferiu ir tentar a sorte na concorrente McLaren, mesmo com o time inglês não
indo bem em tempos recentes, do que continuar sob a batuta de Marko e Christian
Horner. Que os jovens talentos seriam cobrados, ninguém questionava, e
aceitavam as regras. Mas parece que as cobranças extrapolaram o combinado, e as
promoções que muitos esperavam viraram micos, com consequências negativas no
mercado de pilotos. No final das contas, a marca que “dava asas” mais cortou do
que deu, e hoje muitos preferem passar longe da marca dos energéticos...
Fernando
Alonso: O piloto espanhol não queria, mas sairá da F-1 pela porta dos fundos,
sem conseguir voltar novamente ao pódio, e sem conhecer novas vitórias. Devido
ao seu gênio e temperamento, Alonso colhe o que plantou na categoria máxima do
automobilismo, e mesmo sendo o melhor piloto do grid, não tinha lugar nos times
de ponta vencedores não só pelo bairrismo de quem já lá está, como no caso de
Hamilton (Mercedes) e Vettel (Ferrari), mas pelo péssimo clima de equipe que o
asturiano nunca procurou evitar fomentar em suas passagens onde quer que
fossem. Ele buscará novos caminhos em 2019, e um provável retorno à F-1
dificilmente se concretizará. E como desgraça pouca é bobagem, suas últimas
corridas na categoria máxima do automobilismo não deverão ser proveitosas, já
que a McLaren não evolui, e para variar, Alonso sofreu um forte acidente que
arruinou suas já poucas possibilidades na prova belga, quando foi acertado por
Nico Hulkenberg e voou por cima de Charles LeClerc, felizmente sem maiores
sustos. E ele ainda teve sua vitória nas 6 Horas de Silverstone, pelo Mundial
de Endurance, cassada por irregularidades nos carros da Toyota na classe LMP1,
que acabou excluída da prova. Definitivamente, este mês não foi mesmo dos
melhores para o espanhol.
Como
está fica...mas...: E a F-1 por pouco não ficou reduzida a 9 times e 18
pilotos. Com a situação financeira em estado crítico, a equipe Force India
acabou salva por um consórcio de investidores capitaneado por Lawrence Stroll.
Com dívidas saldadas, o time apresentou-se na Bélgica e sua dupla de pilotos
fez uma grande corrida, mostrando estar merecendo a chance de continuar
competindo, e ajudando a F-1 a minimizar o estrago de perder mais competidores.
Só que a F-1, por outro lado, também não ajudou tanto quanto poderia: o time,
que agora se chama Racing Point, perdeu todos os pontos conquistados até a
Hungria, por conta de ser tratado como uma equipe nova, e não terá direito às
premiações em dinheiro daqui em diante, por pelo menos mais duas temporadas,
devido às regras imbecis que a categoria máxima do automobilismo possui em seu
regulamento. E times como McLaren, Williams e Sauber não hesitaram em não dar
aval para a escuderia poder manter tais pontos, o que as beneficiou no
campeonato de construtores, mostrando que o companheirismo na F-1 é mais tênue
e influenciado por interesses mesquinhos e baixos do que se poderia esperar...
Emoção
nas corridas da F-1: Por mais que alguns digam que o campeonato da categoria
máxima do automobilismo está bem satisfatório, em virtude do duelo entre Lewis
Hamilton e Sebastian Vettel pelo título, e com algumas disputas interessantes
na pontuação no bloco intermediário, a F-1 está conseguindo se superar no
quesito monotonia nas corridas este ano, a ponto de até mesmo a corrida da
Bélgica, disputada no espetacular circuito de Spa-Francorchamps, ter sido
completamente maçante, com apenas uma ou outra disputa deposição, e nada mais.
E isso em uma pista com vários pontos de ultrapassagem. E, em virtude da
necessidade de poupar equipamento, em virtude da regra imbecil (mais uma) que
disponibiliza aos pilotos apenas 3 unidades de potência na temporada, Hamilton
desistiu de tentar lutar com Vettel pela vitória, uma vez que não tinha como
acompanha-lo sem comprometer seu equipamento. E a discrepante performance entre
as três principais equipes mostrou novamente o abismo entre elas, de modo que
até Valtteri Bottas, que largou do fundo do grid, e precisou parar no box para
trocar o bico danificado de seu carro, ainda chegou ao pelotão da frente, mesmo
atrasado, terminando em 4º. A temporada até então vinha tendo algumas boas provas
em virtude de alguns acontecimentos inesperados, mas já mostrou que, quando
nada de anormal acontece, as provas tem sido as piores possíveis em termos de
emoção. E a própria categoria parece não conseguir tomar providências para
corrigir isso...
Segurança
dos carros LMP1 no WEC com brasileiros: Primeiro, foi Pietro Fittipaldi que
bateu forte nos treinos para as 6 Horas de Spa-Francorchamps, em maio,
fraturando as duas pernas, na condução do carro da equipe Dragonspeed, e
ficando de molho praticamente três meses, até retornar oficialmente às pistas,
na corrida de Mid-Ohio da Indycar. Agora, nas 6 Horas de Silverstone, foi a vez
de Bruno Senna, da equipe Rebellion, bater forte, com o piloto fraturando o
tornozelo, e ficando de fora da corrida. Dois acidentes, um deles bem forte, e
outro nem tanto, mas que mesmo assim deixou o piloto com ferimentos. E ainda
com dois pilotos brasileiros? Os carros da classe Protótipos são descritos como
F-1 “carenados”, e em tese, muito seguros, mas os ferimentos sofridos pelos
pilotos deveriam merecer atenção para se modificarem as frentes destes bólidos,
de modo a aumentar a proteção para as penas dos pilotos. Não é por brasileiros
terem se machucado, mas isso pode ser um risco para qualquer piloto em caso de
uma batida que dê azar de pegar justo naquele ponto ou local inadequado, tanto
da pista como do carro. Pelo estardalhaço que alguns fizeram pelos acidentes
sofridos por Robert Wickens em Pocono, pela Indycar, e a carambola entre
Fernando Alonso e Charles LeClerc na Bélgica, na F-1, a direção do WEC deveria
dar uma estudada mais a fundo na situação, em busca de soluções para proteger
melhor os pilotos.
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