Trazendo novamente outra de minhas
antigas colunas, esta foi lançada em 26 de junho de 1998, e o assunto principal
era o favoritismo do italiano Alessandro Zanardi no campeonato da F-CART
daquele ano. Zanardi rumava de fato para o bicampeonato, enquanto seus rivais
se enrolavam nos mais variados problemas. Não foi tão fácil como o italiano
pensava, pois na segunda metade da temporada ele também teve alguns percalços,
mas nada que o impedisse de levar mais um título na categoria, e carimbando sua
volta para a F-1 no ano seguinte, como piloto da equipe Williams, onde infelizmente
nada deu certo para ele, tornando-se o maior fiasco de sua carreira como piloto
até então. Nas notas rápidas, algumas notícias que circulavam na F-1, sendo que
algumas delas acabaram não se concretizando, como a possível entrada da
Volkswagen na categoria máxima do automobilismo, o que não ocorreu até hoje. A
Williams ainda se aguentaria com os motores Renault rebatizados de Mecachrome
em 1999, estreando os propulsores da alemã BMW apenas em 2000. Do mesmo modo, a
BAR continuaria com os propulsores franceses, mas apenas no ano seguinte,
passando para os motores Honda também na temporada de 2000, deixando os novos
Supertec apenas com a Benetton na virada do século. Aproveitem o texto, e boa
leitura...
ZANARDI BICAMPEÃO?
Alessandro
Zanardi mostra que, além de ser um dos melhores pilotos da F-CART atualmente,
também tem uma sorte danada. Foi o que se viu domingo passado em Portland, onde
o piloto italiano averbou sua 4ª vitória em 9 provas disputadas até aqui. Para
melhorar ainda mais, Zanardi viu seus principais adversários em potencial
ficarem pelo meio do caminho ou terem problemas diversos.
Para
começar, Greg Moore regrediu como piloto em Portland. O canadense,
largando lá atrás no grid, fez um arranque kamikaze, tentando ganhar posições
na marra. Na primeira curva do circuito, local pródigo em acidentes, não foi
surpresa ver Moore perder o ponto de freada e atingir em cheio Christian
Fittipaldi, Michael Andretti, e levar seu conterrâneo Paul Tracy
junto. Fim de corrida para Moore, que agora ficou praticamente 40 pontos atrás
de Zanardi, líder absoluto do campeonato. Adrian Fernandez, em sua melhor
temporada na categoria, acabou se envolvendo em uma batida com Jimmy Vasser na
mesma curva. O piloto mexicano ficou por lá, enquanto Vasser ainda retornou à
corrida e terminou em 8º, minimizando os prejuízos. Gil de Ferran, outro
potencial candidato ao título, vinha bem na corrida, e mostrava nas voltas
finais que tinha carro para poder brigar pela vitória, apesar de inferiorizado
tecnicamente no quesito pneus. Mas na última relargada, Gil foi vítima da
barbeiragem de Bryan Herta. O brasileiro aproveitou a relargada para ultrapassar
Herta na freada da primeira curva, sempre ela, e já tinha consumado a ultrapassagem
quando o americano resolveu que a curva seria dele e entrou junto, empurrando
Gil para fora da pista de maneira suja e desleal. Com isso, o brasileiro ficou
fora da corrida, com a suspensão quebrada, e perdendo uma ótima chance de
marcar pontos. Herta continuou para terminar em 3º lugar.
Michael
Andretti, depois do acidente com Moore na largada, acabou voltando à prova, mas
com voltas de atraso, e só fez figuração na pista, perdendo a chance de marcar
pontos. Todos os que terminaram na zona de pontuação, com exceção de Jimmy
Vasser, não estão em vias de disputar o título no momento.
A
seguir, só teremos provas em pistas mistas e urbanas, descontadas as provas de
500 milhas, em
superspeedways. O tipo de circuito não quer dizer que Zanardi
será menos favorito. Para começar, a próxima etapa é em Cleveland, e Zanardi
venceu lá no ano passado. Em Toronto, o italiano também anda muito bem. Na
US500, Alessandro também foi o vencedor no ano passado. Nas demais pistas, o
panorama não tira de Zanardi o favoritismo: o italiano é o franco favorito ao
título, e embora ainda faltem 9 provas para fechar a temporada, o que significa
que ainda há muita disputa em jogo, tudo parece conspirar a favor do
bicampeonato do piloto da Chip Ganassi, um feito de enorme monta, especialmente
numa categoria que se gaba de seu equilíbrio entre os competidores e equipes.
Mas,
verdade seja dita: Zanardi é um piloto que além de muito talento está tendo
muita sorte de poder contar com um equipamento de ponta e, além de tudo, ainda
ver seus oponentes caírem pelo caminho pelos mais variados problemas. Como
costuma dizer o narrador Téo José, “segura o italiano!!!!”...
A nova equipe BAR garantiu para as temporadas de 1999 e 2000 a
utilização exclusiva dos motores Renault da Mecachrome, que se chamarão
Supertec Sport a partir do ano que vem. Com isso, tudo indica que a associação
Benetton/Volkswagen deverá iniciar-se já no próximo ano, o que deve deixar a
equipe Stewart à deriva, pois os motores Volkswagen deverão ser construídos
pela Cosworth, que foi comprada pela fábrica alemã. No caso da Williams, a
associação com a BMW deverá ser antecipada de 2000 para 1999, já que os planos
iniciais eram contar com os motores Mecachrome por dois anos.
Hoje começam os treinos oficiais para o Grande Prêmio da França de
Fórmula 1. Semana passada, todos os times estiveram presentes aqui em
Magny-Cours para testes preparativos para a etapa francesa. A McLaren andou na
frente, mas com pouca diferença para a Ferrari, que andou muito bem com os
novos compostos da Goodyear. Mas há uma diferença que deve ser observada:
semana passada as temperaturas estavam bem diferentes por estas bandas, o que
favorecia o desempenho dos pneus da Goodyear. Agora, em pleno verão, as
temperaturas já subiram bastante, e no calor, os Bridgestone deverão voltar a
mostrar maior desempenho. Os treinos de hoje já darão a resposta...
Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen voltaram a se atracar na
pista de Magny-Cours durante os testes da semana passada, só que desta vez a
coisa foi mais séria, pois Frentzen foi parar no hospital. Não foi nada grave,
felizmente, mas com atitudes como esta, Michael Schumacher dá mostras de que
quer passar por cima de tudo e de todos. Depois do que aconteceu em Montreal,
prefiro ver a McLaren ganhar tudo no campeonato a ver o bicampeão alemão ganhar
mais alguma corrida. Nem mesmo que o Mundial fique monótono o resto do ano, um
campeão precisa ter comportamento e caráter à altura...
Rubens Barrichello espera ter sorte durante o GP da França, uma vez que
sua Stewart continua apresentando problemas com os freios, o que já atrapalhou
sua atuação no GP do Canadá. Para os demais brasileiros, a situação não é muito
melhor. Pedro Paulo Diniz, da Arrows, deve sofrer com a falta de potência do
seu motor, enquanto Ricardo Rosset tentará mais uma vez concluir a corrida, a
fim de readquirir ritmo de competição.
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