Hora de trazer mais um de meus
antigos textos aqui no blog, e essa coluna foi publicada em 19 de junho de
1998. Mais de vinte anos atrás, por algumas semanas. O assunto era o campeonato
da F-CART, a Indy original, e as fofocas que circulavam sobre a dança das cadeiras
nas equipes da categoria, com muitas especulações e histórias que surgiam a
todo instante. Como de costume, nem todas se confirmaram, enquanto outras
surpresas surgiriam algum tempo depois, delineando o perfil das escuderias para
o ano de 1999. Entre as confirmações, a aposentadoria de Bobby Rahal como
piloto, passando a se concentrar apenas como dono de sua equipe. Entre as
surpresas, a ida de Alessandro Zanardi, já bicampeão da categoria, para a
equipe Williams na F-1, onde infelizmente viveria, ele e os torcedores, uma
tremenda desilusão no ano seguinte. Outra surpresa foi a aposentadoria de André
Ribeiro, que pendurou seu capacete muito cedo, para se tornar sócio de Roger Penske
em iniciativas empresariais do seu então patrão na equipe Penske no Brasil. De
quebra, alguns tópicos rápidos sobre a F-1, e alguns acontecimentos na semana.
Uma boa leitura a todos, e em breve, trago mais textos antigos por aqui, como
de costume...
DANÇA DAS CADEIRAS
A
F-CART disputa neste domingo o GP de Portland, no belo circuito de Portland
International Raceway, o primeiro circuito misto da temporada. Ano passado,
neste circuito, tivemos a chegada mais disputada da temporada, com Mark Blundell,
Gil de Ferran e Raul Boesel cruzando a linha de chegada praticamente
emparelhados. Blundell levou a melhor, e por uma fração mínima, ficou com a
vitória, deixando Gil na segunda posição e Boesel em terceiro.
Esta
etapa é considerada praticamente o meio da temporada, mais pelo tipo de
circuito que passará a predominar agora. Depois de um começo cheio de pistas
ovais, com apenas uma prova em circuito de rua (Long Beach), o campeonato entra
agora numa fase de circuitos urbanos e mistos, iniciado semana passada com a
prova de Detroit. Daqui até o fim do campeonato só haverá mais duas corridas em
pistas ovais, que são Michigan e Fontana, onde serão disputadas provas de 500
milhas.
Disputas
de pista à parte, os bastidores da categoria começam também a ferver com a
possibilidades de trocas de pilotos. Boatos e notícias não-confirmadas surgem a
todo instante. De concreto mesmo, só a aposentadoria de Bobby Rahal ao fim da
temporada, o que abre uma vaga na equipe Rahal Racing. Bryan Herta segue no
time, e entre os nomes cotados para a outra vaga está Jimmy Vasser. Mas outro
nome bem cotado é o do brasileiro Guálter Salles, especialmente depois do seu
espetacular desempenho em
Long Beach com o carro da modesta Payton/Coyne. Nem mesmo o
atual campeão e líder do campeonato, Alessandro Zanardi, está confirmado na
Ganassi para 1999. Tudo indica que tanto o italiano como Vasser, atual dupla de
pilotos do time, pode trocar de ares no próximo ano, como também pode renovar e
continuar por mais uma temporada na Chip Ganassi. O velho Chip não é conhecido
por pagar bons salários a seus pilotos, e se mantiver o pão-durismo, pode
perder a sua excelente dupla de pilotos. Fica, porém, a dúvida: a Ganassi dá a
entender que, pelo terceiro ano consecutivo, possui o melhor conjunto técnico
da F-CART. Embora ninguém garanta que o time vá ainda ter um carro tão bom em
1999, também nada confirma que os demais times vão ter carros superiores. Fica
a dúvida de ganhar menor, e continuar disputando o título com um carro
supercompetitivo, ou tentar a incerteza de recomeçar a disputa em uma nova
escuderia.
Michael
Andretti deve continuar firme na Newmann-Hass, mas Christian Fittipaldi começa
a ter sua vaga ameaçada. A equipe alega falta de resultados, o que é uma
inverdade, pois Christian tem enfrentado azares diversos e muitos deles
totalmente fora de seu controle, como as quebras em diversas etapas, ou as
trapalhadas do time. E Michael Andretti também poderia ser mais cobrado, pois
já perdeu várias chances de pontuar devido ao seu excesso de ousadia, o que
resultou em acidentes diversos e algumas vitórias em potencial que foram para o
brejo.
Na
Penske, a atual dupla Al Unser Jr. e André Ribeiro é tida como certa. E o
trabalho de desenvolvimento do chassi Penske exige a continuidade dos pilotos
para dar sentido ao desenvolvimento do projeto. Na Forsythe, Greg Moore segue
firme, mas Patrick Carpentier está ameaçado, depois de diversas provas que
foram jogadas para o ar por sua impetuosidade, como em Milwaukee. Na Green,
nada está certo entre Paul Tracy e Dario Franchiti. A PacWest deve manter os
seus pilotos, que esperam encontrar dias melhores ainda este ano, depois dos
bons momentos vividos em 1997.
Gil
de Ferran, até declaração em contrário, segue firme na Walker. Tony Kanaan e
Hélio Castro Neves também devem ficar onde estão. Já nos times menores da
categoria, a dança das cadeiras é mais agitada, podendo ocorrer trocas a
qualquer instante.
No
momento, como se pode ver, não há nada muito certo em relação às mudanças de
pilotos entre os times, mas tudo indica que mais à frente a coisa deve pegar
fogo, a se confirmarem os muitos boatos que circulam pelos bastidores...
Todos os times da Fórmula 1 estiveram presentes esta semana em
Magny-Cours, onde no próximo fim de semana disputa-se o Grande Prêmio da
França. Como não poderia deixar de ser, as McLaren andaram sempre na frente,
seguidos de perto por Michael Schumacher, que volta a declarar que pretende
vencer a prova francesa e iniciar a luta pelo tricampeonato. Depois de uma
declaração dessas, e de ver o que o piloto alemão fez em Montreal, fico
imaginando o que Schumacher será capaz de fazer para vencer a corrida...
No quesito fabricante de pneus, 1999 deverá ser território por completo
da Bridgestone na F-1, já que a Goodyear reafirmou que abandona mesmo a
categoria. Já a Michelin, ao que tudo indica, não tem planos de retornar à F-1,
pelo menos no ano que vem, mas surgem alguns boatos de que isso poderá
acontecer no ano 2000...
Jacques Villeneuve, dizem alguns boatos, estaria aprendendo a ser mais
paciente ultimamente. Depois de se debater com uma Williams menos competitiva
em diversas provas este ano, o canadense já deve ter sentido que aceitar o
desafio de pilotar para a nova equipe BAR nas próximas temporadas poderá ser
uma tremenda fria, e por causa disso, já estaria se preparando para encarar uma
entressafra de vitórias e aguardar pela nova união Williams/BMW...
Uma hora tinha de acontecer, e a F-3 inglesa finalmente conheceu um
vencedor não-brasileiro na atual temporada, em sua 9ª etapa. Desta vez, o
triunfo ficou para um britânico, Darren Manning, mas não foi muito motivo de
comemoração para os ingleses, pois Mário Haberfeld ficou em 2º lugar, enquanto
Ricardo Maurício terminou em 4º. No campeonato, Enrique Bernoldi continua o
líder disparado, só que Haberfeld agora assumiu a vice-liderança do campeonato.
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