quarta-feira, 1 de agosto de 2018

FLYING LAPS – JULHO DE 2018


            E o mês de julho de 2018 já era. Entramos no mês de agosto, onde algumas categorias, como a F-1, tiram algumas semanas de “férias”, enquanto outras continuam acelerando a pleno para seus campeonatos, aproveitando as altas temperaturas do verão europeu. Mas tivemos muita coisa para falar de algumas provas do mês de julho, e por isso mesmo, lá vamos nós para mais uma sessão Flying Laps, relatando e comentando alguns destes acontecimentos do universo do esporte a motor deste primeiro mês do segundo semestre deste ano, alguns deles ocorrendo em meio às disputas dos jogos de mais uma Copa do Mundo, que terminou com a vitória dos franceses. Portanto, uma boa leitura para todos, e no mês que vem, estarei de volta com mais uma sessão Flying Laps para todos. Até mais.


Eclipsado pelo parceiro novato sensação da temporada, o compatriota Robert Wickens, James Hinchcliffe conseguiu dar uma resposta cabal àqueles que já o apontavam como decepção na competição ao vencer a etapa de Iowa do campeonato da Indycar, e mostrar que ainda tem muito o que oferecer. Afinal, era difícil esquecer que Hinchcliffe falhou a classificação para as 500 Milhas de Indianápolis deste ano, onde nem o piloto e o time conseguiram encontrar uma solução para a falta de velocidade de seu carro no circuito da capital do Estado de Indiana. Spencer Pigot salvou um belo 2º lugar para o time de Ed Carpenter, que tradicionalmente costuma ir bem no oval de Iowa, embora Ed Carpenter tenha terminado apenas em 9º lugar. Time considerado favorito para a vitória, a Penske acabou se complicando nas estratégias, inclusive com Josef Newgarden, que tinha o 2º lugar garantido, quando uma parada desnecessária o fez cair para a 4ª posição. Will Power, que havia largado na pole, acabou perdendo posições, e foi o 6º colocado. Scott Dixon, da Ganassi, também não teve um bom dia em Iowa: ele largou em 6º, mas acabou em 12º, vendo Newgarden diminuir sua desvantagem para o neozelandês, que continuou na liderança da competição. Para a Foyt, não foi um bom domingo: Tony Kanaan foi apenas o 17º, enquanto Matheus Leist foi o primeiro a abandonar a corrida com problemas no seu carro. Ao menos a prova no oval de Iowa acabou não sendo a pasmaceira vista em Phoenix, onde a corrida virou uma procissão sem sal com poucas emoções durante a prova. Mesmo assim, o novo kit aerodinâmico certamente deverá passar por mudanças na próxima temporada para permitir que os pilotos possam ter melhores condições de disputa nas pistas ovais, e com isso, oferecer corridas mais disputadas.


A etapa seguinte do campeonato da Indycar, em Toronto, confirmou a fama da pista canadense de apresentar corridas agitadas e com muita briga. E teve muita gente também errando seus pontos de freada e estampando ou ralando seus carros nos muros do circuito montado no centro da metrópole canadense. E se deu melhor quem tratou de ficar longe das confusões e acelerar com precisão, caso de Scott Dixon, que faturou sua 3ª vitória na temporada, e com o resultado, disparou na liderança da competição, uma vez que seus principais adversários no campeonato andaram fazendo estripulias pouco recomendáveis na corrida, como Josef Newgarden, que conquistou mais uma pole-position, mas acabou batendo seu carro em uma relargada, ao pisar na parte suja da pista. Will Power, por sua vez, fazia serviço completo, ao bater o carro e ainda sofrer problemas mecânicos, e vendo mais uma corrida onde poderia conseguir um bom resultado ir para o vinagre. Quem também não teve motivos para comemorar em Toronto foi a Rahal, ao ver seus dois pilotos darem adeus à corrida por problemas diversos quase ao mesmo tempo na corrida. Chegamos a ver vários pilotos arrumando confusão quase ao mesmo tempo na pista, e com vários deles vendo suas perspectivas de bons resultados ficando a ver navios. Newgarden ainda conseguiu permanecer na corrida, assim como Power, mas ambos ficaram fora da luta pela vitória na prova. O único piloto da Penske a não se envolver em nada foi Simon Pagenaud, que vem fazendo uma temporada mediana, mas que pelo menos em Toronto aproveitou para tentar desencavar uma vitória, ao partir para cima de Dixon para parte final da corrida. Mas o neozelandês nunca esteve realmente ameaçado, e venceu com autoridade. Para delírio dos canadenses, Robert Wickens fechou o pódio na 3ª colocação, e seu compatriota James Hinchcliffe veio logo atrás, em um bom dia para a equipe Schmidt/Peterson. Charlie Kinball também conseguiu sobreviver às agruras das ruas de Toronto, e completou em 5º lugar, no melhor resultado da equipe Carlin em seu ano de estréia de temporada completa na Indycar. Quem também teve um dia para comemorar foi Tony Kanaan, em 6º, dando a seu time seu melhor resultado no ano até o presente momento. Sorte que não foi compartilhada com Matheus Leist, que acabou terminando a prova em 15º lugar. Se as corridas nas pistas ovais estão abaixo do esperado, as provas em pistas de rua estão mesmo bombando na atual temporada da Indycar, com emoções a rodo, e muita confusão e briga entre vários pilotos.


Alexander Rossi deu show na etapa de Mid-Ohio. O piloto da Andretti largou na pole-position, e conseguiu empreender uma estratégia impecável de apenas duas paradas nos boxes para surpreender os rivais e vencer a corrida, voltando à briga pelo título, até então mais centrada em Josef Newgarden como desafiante, e Scott Dixon como o grande favorito. Ambos fizeram corridas agressivas, mas terminaram em 4º e 5º lugares, mantendo uma boa distância entre si. Mas Rossi foi o grande vencedor do fim de semana, e assumiu a vice-liderança, 46 pontos atrás de Dixon, que seguem sendo firme e constante em toda a temporada. E a sorte do neozelandês é justamente a inconstância de seus rivais na classificação do campeonato. Um exemplo é Will Power, que não teve um bom resultado em Toronto, mas em Mid-Ohio conseguiu subir ao pódio, em 3º lugar. O australiano, entretanto, é o 4º colocado, com quase 90 pontos de desvantagem para Dixon. E Newgarden, por sua vez, está 60 pontos atrás do piloto da Ganassi, em um momento onde o campeonato da Indycar entra em sua reta final. Robert Wickens segue colecionando mais um bom resultado ao subir novamente ao pódio na pista do Mid-Ohio Sports Car Course, em 2º lugar. Já Simon Pagenaud continua numa temporada apagada na Penske, e é apenas o 7º colocado, já 150 pontos atrás do líder. A próxima corrida é no superoval de Pocono, em Long Pond. Depois teremos a prova de Saint Louis, em outro circuito oval, o último da temporada. Fechando a competição, vamos para as últimas provas, com a estréia de uma pista da antiga F-Indy, Portland, há muito desejada por times e pilotos, e seguimos para Infineon, em Sonoma, no encerramento da competição, onde tudo poderá acontecer, até porque o circuito da Califórnia terá pontuação dobrada, por ser a última corrida. Será que Dixon consegue se manter firme na frente até a bandeirada final? Não subestimem o neozelandês...


A corrida em Sonoma este ano marca também a despedida do circuito do calendário da Indycar. Pista de traçado interessante, mas muito travada e estreita, as corridas no Infineon Raceway já não empolgam mais o público como antigamente, e as últimas edições mostraram que a corrida não deu o lucro esperado pelos organizadores. Assim, para evitar maiores prejuízos, acertou-se a saída do circuito do campeonato da categoria, já não estando presente no futuro calendário da temporada de 2019. Mas a organização da Indycar conseguiu uma pista substituta mais do que à altura: Laguna Seca. Pista do calendário da antiga F-Indy, próxima a Monterey, na California, a pista fará o encerramento da próxima temporada da categoria, e já deixa muitos pilotos e times empolgados com a possibilidade de acelerarem novamente no circuito, e cruzar sua mais famosa curva, a do Saca-Rolhas. O contrato inicial prevê corridas pelos próximos três anos, e a etapa de 2019 está marcada para o dia 22 de setembro. A última corrida em Laguna seca foi em 2004, na antiga F-Indy, e a corrida foi vencida por Patrick Carpentier, com a extinta equipe Forsythe. Dos pilotos da Indycar atual, apenas Sébastien Bordais, Tony Kanaan, e Scott Dixon já correram na pista de Monterey, quando ainda competiam na Indy original.


Dani Pedrosa está fora da MotoGP na próxima temporada, e de qualquer outra categoria de competições. O piloto espanhol, que será substituído por seu compatriota Jorge Lorenzo na equipe oficial da Honda na classe rainha do motociclismo anunciou que irá pendurar o capacete, aos 33 anos. O piloto, após saber que não permaneceria mais no time da Honda, onde sempre competiu na MotoGP desde 2006, tentou negociar com alguns times para permanecer na competição, mas sem sucesso, resolveu que era melhor encerrar a carreira. A falta de resultados nos últimos tempos, mesmo dispondo de uma moto competitiva e campeã, aliado aos vários acidentes sofridos, sendo que alguns deles motivaram até intervenções cirúrgicas para curar as sequelas sofridas nos tombos, foram outros motivos que fizeram Dani considerar encerrar a carreira. Com 31 vitórias e 31 pole-positions, os números de Pedrosa podem parecer expressivos, mesmo após 13 anos de competições na MotoGP. Mas os melhores resultados do piloto espanhol foram três vice-campeonatos nas temporadas de 2007, 2010, e 2012. A partir de 2013, quando passou a ter o compatriota Marc Márquez como companheiro de equipe, Pedrosa foi completamente superado pelo novo colega, ficando à sua sombra. Neste período, sua melhor temporada foi justamente em 2013, quando terminou em 3º lugar, mas vendo Márquez já conquistar o título em sua temporada de estréia na classe rainha. De lá para cá, Pedrosa ainda manteve certo destaque em 2014, 2015, e 2017, mas em 2016, foi apenas o 6º colocado, e neste ano, infelizmente vem tendo um desempenho muito abaixo do esperado, sendo apenas o 12º colocado, com 49 pontos, enquanto Márquez, seu companheiro de equipe, vai em busca do pentacampeonato, sendo o grande favorito na disputa, que lidera com 165 pontos. Problemas e azares à parte, não dá para menosprezar a diferença de resultados entre os dois pilotos, e a Honda, apesar da lealdade de Dani todos estes anos, resolveu finalmente dispensar seus trabalhos. E o piloto, sentindo que não está podendo dar 100% na competição como conseguia fazer antigamente, optou pela saída. Houve uma proposta da Yamaha, mas para que Pedrosa competisse em um de seus times satélites, por pelo menos dois anos de contrato. Mas não seria uma moto vencedora, pelo que o espanhol viu que não valeria a pena. O piloto ganhou muitos cumprimentos de diversos pilotos, lamentando sua decisão de abandonar as pistas, e reverenciando-o pela esportividade demonstrada em todos estes anos na competição, e pela honestidade em reconhecer o momento de parar, algo que nem sempre é fácil para a maioria dos pilotos, especialmente aqueles que competem em carros, e não em motos.


Enquanto Dani Pedrosa está dando adeus às competições, seu companheiro de equipe na escuderia oficial da Honda segue detonando no campeonato. A “Formiga Atômica” venceu de maneira contundente as etapas de Assen, na Holanda, e Sachsenring, na Alemanha, arrebatando mais dois triunfos, e abrindo uma imensa vantagem para o vice-líder da competição, Valentino Rossi, 46 pontos atrás. O “Doutor” comanda a caçada ao piloto da Honda pela Yamaha, que teve na etapa da Alemanha um desempenho forte, conquistando o 2º e 3º lugares no pódio, mas sem terem conseguido ameaçar efetivamente a vitória de Márquez, que manteve o domínio na pista de Sachsenring pelo 5º ano consecutivo. Praticamente só dá Marc Márquez na pista desde que ele estreou na classe rainha do motociclismo. Quem também ficou para trás na luta pelo título foi Andrea Dovizioso e a Ducati, que já não parece mostrar a mesma força do início da temporada. O vice-campeão da temporada passada foi 4º na Holanda e apenas o 7º na Alemanha, chegando a 88 pontos, e vendo Márquez disparar na liderança, com praticamente o dobro de pontos. Depois de duas vitórias triunfais, onde parecia que iria desencantar de vez na competição pela Ducati, Jorge Lorenzo também caiu de produção, terminando em 7º na Holanda, e apenas 6º na Alemanha, voltando a ficar atrás do companheiro de equipe na tabela da pontuação, ainda que por pequena margem. No momento, a dupla da Ducati segue em disputa acirrada com Johann Zarco, que com 88 pontos, está praticamente empatado com Dovizioso, e logo à frente de Lorenzo.
 



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