sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

INDYCAR FIRME NO BRASIL

As próximas temporadas da Indycar estãoi garantidas com transmissão na TV aberta e fechada no Brasil.

            Hora de começar o trabalho em 2022, e o ano começa com boas notícias, pelo menos no que tange à Indycar, o campeonato de monopostos dos Estados Unidos, que de início, já está garantida a sua transmissão em território nacional pelos próximos três anos, 2022, 2023, e 2024. E agora em dose dupla, tanto na TV aberta quanto na TV fechada, além do retorno da opção do streaming para os fãs do esporte a motor.

            A Disney, que vinha negociando com a direção da Indycar, confirmou acordo de televisionamento do campeonato para toda a América Latina em TV fechada, Brasil incluído, através dos canais ESPN, onde serão exibidas todas as corridas ao vivo, inclusive os treinos, livres e de classificação de cada uma delas, ampliando de forma exponencial a transmissão da categoria por estes lados. E isso não ficará restrito apenas ao canal da TV por assinatura: as corridas do campeonato também estarão disponíveis na internet, através do sistema de streaming Star+, pertencente ao Grupo Disney. Outra boa notícia é que as corridas da Indy Lights também serão transmitidas, não ficando restritas somente à categoria principal.

            Para aqueles que não tem TV fechada, e não assinam o Star+, a Indycar continuará sendo transmitida na TV aberta. A TV Cultura renovou o contrato de transmissão da categoria, e assim, seguirá firme transmitindo o campeonato, e o melhor ainda, é que será também pelos próximos três anos, de 2022 a 2024. Teremos boas opções para acompanhar o certame norte-americano, e a torcida começa um pouco mais cedo este ano, no dia 27 de fevereiro, com a etapa inicial da competição, nas ruas de São Petesburgo, na Flórida, palco já mais do que conhecido dos fãs da categoria.

            No ano passado, com a Bandeirantes desistindo de transmitir as corridas do campeonato dos Estados Unidos, após abraçar a Fórmula 1 de volta, os fãs ficaram inseguros com a chance de não haver mais transmissão de uma categoria Indy para o Brasil, após tantos anos marcando presença nas TVs nacionais, tanto em canal aberto quanto fechado. Quase de última hora, surgiu a notícia de que a TV Cultura, emissora pública do Estado de São Paulo, iria transmitir as provas, pegando os fãs de surpresa, uma muito bem-vinda surpresa. Afinal, depois de vários anos de altos e baixos da transmissão da Indycar pelo Grupo Bandeirantes, uma casa nova poderia significar novos ares na condução da veiculação das corridas, esperança que todos tinham em relação à transmissão da F-1 em sua nova casa, depois de mais de 4 décadas sendo exibida pela Globo.

            E os fãs não se decepcionaram. Com uma transmissão simples, mas honesta, a TV Cultura soube valorizar o seu novo produto. Com uma dupla formada por Geferson Kern na narração, e Rodrigo Mattar nos comentários, a emissora mostrou uma qualidade de transmissão das provas raras vezes vista no Grupo Bandeirantes nos últimos anos. Para começo de conversa, uma exibição ao vivo das corridas, em um único canal, e não o velho esquema roleta-russa onde a Bandeirantes ora exibia uma corrida no canal aberto, ora mostrava no canal pago Bandsports, sem demonstrar muito respeito aos fãs da velocidade. Faltou ter um repórter nas corridas, mas diante das incertezas provocadas pela pandemia, e contando com recursos bem mais escassos, a TV Cultura saiu-se muito bem em sua estréia transmitindo corridas de monopostos, tendo feito também a transmissão do campeonato da Formula-E, que foi exibida pela primeira vez em TV aberta no Brasil, após anos de veiculação apenas nos canais por assinatura do Fox Sports.

Rodrigo Mattar e Geferson Kern arrebentaram nas transmissões da Indycar na TV Cultura, para alegria dos fãs da velocidade.

            Geferson Kern e Rodrigo Mattar cativaram o público com suas transmissões, e ainda foram brindados por um resultado altamente recompensador, que foi a vitória de Hélio Castro Neves nas 500 Milhas de Indianápolis em sua estréia pela equipe Meyer Shank, igualando-se aos grandes mitos da história da prova, com quatro triunfos, formada pelo trio Al Unser Sr., Rick Mears, e A. J. Foyt. E, fiel às grandes emoções da Indy500, o triunfo do piloto brasileiro só foi se confirmar nas duas últimas voltas, depois de um duelo homem a homem eletrizante com Álex Palou, da Ganassi, que viria a conquistar o título da temporada. O triunfo de Helinho fez a TV Cultura continuar transmitindo os acontecimentos de Indianápolis por quase meia hora após a bandeirada, e se não foi um estouro de audiência, tampouco foi um fracasso para os padrões da emissora paulista, que só pecou mesmo em seu trabalho de transmissão por não conseguir veicular de forma satisfatória as corridas em seu site pela internet, já que seu sinal não era captado em muitos lugares do Brasil fora das parabólicas e dos pacotes de TV por assinatura, frustrando aqueles fãs que não tinham acesso ao canal, e tentavam quebrar o galho com a veiculação das corridas no site oficial da emissora.

            Para este ano, e para felicidade dos fãs da velocidade e da Indycar, a dupla Geferson Kern/Rodrigo Mattar está mais do que confirmada para continuar brindando todos com seu bom trabalho nas transmissões das corridas. Quanto à veiculação das corridas no site da emissora, como os direitos para streaming/internet agora pertencendo ao Grupo Disney, a opção será assinar o serviço do Star+. E, diferente do ano passado, quando a TV Cultura foi o único canal a transmitir a Indycar, este ano a transmissão será em dobro, como já foi mencionado, de modo que todos podem ficar tranquilos quanto à permanência das corridas da Indycar na TV brasileira, ao menos pelas próximas três temporadas.

Triunfo de Hélio Castro Neves na Indy500 foi o ponto alto da competição para os torcedores brasileiros, com o quarto triunfo do piloto na famosa corrida.

            E pelo menos a esperança de contar com uma grade de transmissão estável, sem surpresas desagradáveis no meio do caminho, ou atitudes de desrespeito para com o fã da velocidade, que já foi muito maltratado em tempos recentes neste país para conseguir manter a sua paixão de curtir as corridas, e parecia ficar confinado à má vontade com que o Grupo Bandeirantes vinha tratando nos últimos tempos. Algo que nem mesmo a transmissão via streaming pela internet pelo serviço DAZN conseguiu solucionar, já que a plataforma transmitiu apenas duas temporadas e pulou fora, deixando os fãs sem maiores alternativas. Felizmente, tempos que ficaram para trás, com o engajamento da TV Cultura na transmissão da temporada passada, ao que agora se juntam os esforços do Grupo Disney através da ESPN e Star+.

            A temporada 2022 contará com 17 provas, começando no finalzinho de fevereiro, em São Petesburgo, com término previsto para 11 de setembro, no circuito misto de Laguna Seca, na Califórnia. Serão 5 provas em pistas ovais, outras 5 provas em pistas de rua, e 7 corridas em circuitos mistos. Entre as novidades do calendário deste ano, apenas uma rodada dupla, que será no circuito oval de Iowa; além do retorno da etapa de Toronto, que ficou de fora dos últimos dois anos, devido à pandemia da Covid-19. Aliás, com o surto desencadeado pela variante Ômicron do coronavírus, é possível que o calendário da competição sofra alterações, dependendo de como a situação da pandemia estiver pela altura do início do campeonato. O que está causando transtornos em grande escala de casos e de morte nos Estados Unidos é o alto número de pessoas não vacinadas, e que ainda não querem se vacinar contra o coronavírus, pelos motivos mais variados e até idiotas possíveis.

            Hélio Castro Neves deverá ser o nosso único representante no grid por toda a temporada, depois de cumprir seis corridas em seu novo time no ano passado, e agora voltando à condição de piloto titular da Indycar em tempo integral, depois de três anos de participação parcial defendendo a Penske no IMSA Wheather Tech Sportscar. E a Meyer Shank amplia sua atuação para competir com dois carros em tempo integral, contando agora também com o francês Simon Pagenaud, ex-Penske, que fará com o piloto brasileiro uma dupla bem afinada no novo time. Tony Kanaan deve participar das 500 Milhas de Indianápolis, e veremos se ele irá correr nas demais provas em pistas ovais. No ano passado ele substituiu Jimmie Johnson nas etapas neste tipo de pista, enquanto o multicampeão da Nascar ocupava o carro nos circuitos de rua e mistos. Com a participação de Johnson em todas as provas, a Ganassi ainda não divulgou o esquema de participação do piloto brasileiro. Já Pietro Fittipaldi, que renovou com a equipe Haas sua posição de piloto reserva e de testes da escuderia de F-1, busca uma forma de participar da categoria ainda este ano, mas precisa batalhar principalmente por patrocinadores que viabilizem o projeto de forma mais abrangente, do contrário, o máximo que ele poderá fazer serão algumas participações eventuais, que na prática não levarão a lugar nenhum.

            No terceiro ano da categoria sob a gestão de Roger Penske, o “capitão” e sua equipe trabalham para reforçar a competição. A Dallara renovou recentemente seu contrato para fornecimento de chassis, com renovação plurianual, garantindo a parceria que já dura mais de uma década com o certame norte-americano. E contatos tem sido feitos com o objetivo de atrair pelo menos mais um fornecedor de motores, para melhorar as opções das equipes, divididas há tempos entre Chevrolet e Honda. Apesar da grande capacidade empresarial de Roger Penske, nem sempre as negociações são simples de se efetivar, ainda mais quando a ordem é manter os custos de competição os mais acessíveis possível, ainda mais devido aos problemas econômicos causados pela pandemia da Covid-19. Portanto, em nome da viabilidade, vôos mais audaciosos no fortalecimento da Indycar não devem ser vistos a curto prazo, mas felizmente, a categoria já tem condições de oferecer boas corridas e disputas nos moldes atuais, e que felizmente continuarão a ser disponibilizados para os torcedores brasileiros.

            Portanto, é aguardarmos o início da temporada, daqui a pouco mais de um mês, e partirmos para mais um ano de altas emoções e disputas na competição!

 

 

O triunfo de Hélio Castro Neves na Indy500 do ano passado elevou o status do brasileiro ao dos grandes mitos vencedores da corrida, igualando-o a Rick Mears, A. J. Foyt, e Al Unser Sr. Os quatro posaram juntos para fotos do quarteto dos maiores vencedores da Brickyard Line após a prova, um momento único para o esporte, e que infelizmente, não mais se repetirá, uma vez que Al Unser Sr. veio a falecer no mês de dezembro, aos 82 anos. O ex-piloto, pai do também piloto Al Unser Jr., que também chegou a vencer em Indianápolis, lutava contra um câncer há mais de quinze anos, e infelizmente perdeu a guerra contra a doença. Al Unser Sr. venceu a corrida nas edições de 1970, 1971, 1978, e 1987, sendo que nesta última corrida ele entrou de última hora, substituindo Danny Ongais, que havia se machucado e não pôde disputar a corrida. Curiosamente, ele venceu a prova com um carro March-Cosworth que a Penske estava usando como carro de exposição. Após igualar-se a estes gigantes, Hélio agora tem a rara possibilidade de ir além das conquistas deles, já que ainda está em atividade, e pode batalhar por uma inédita quinta vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, um feito nunca alcançado até então. E se acham que o brasileiro está “velho”, basta lembrar que ele venceu ano passado, aos 45 anos, e que Al Unser Sr. obteve sua 4ª e última vitória na Indy500, em 1987, aos 47 anos, o que faz dele o vencedor da prova mais velho da história. E acreditem: Helinho vai buscar esse quinto triunfo, com a mesma determinação que o fez ser novamente vencedor mais de uma década depois do terceiro triunfo, em 2009. Não duvidem...

A.J. Foyt, Al Unser Sr., Rick Mears, e Hélio Castro Neves, o quarteto dos maiores vencedores da Indy500, ainda todos vivos por ocasião da foto, algo não mais possível de repetir hoje.

 

 

Juan Pablo Montoya confirmou novamente sua participação nas 500 Milhas de Indianápolis para este ano. O piloto colombiano, que disputou a prova no ano passado com um terceiro carro da equipe McLaren, vai repetir o esquema na edição deste ano, buscando o seu terceiro triunfo na famosa corrida, onde já venceu na edição de 2000, defendendo a Ganassi, e em 2015, com a Penske. Montoya também irá participar do GP de Indianápolis, na primeira metade do mês de maio, quando a categoria corre no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway. A McLaren estuda a introdução de um terceiro carro nas etapas finais da temporada de 2022, com vistas a competir com três carros em tempo integral na temporada de 2023. Será que isso seria uma oportunidade para Juan Pablo voltar à Indycar em tempo integral, a exemplo do que fez Hélio Castro Neves? Seria interessante vermos o colombiano de novo em ação nas corridas. Para a temporada, a McLaren mantém a dupla titular do ano passado, o mexicano Patrício O’Ward, e o sueco Felix Rosenqvist.

 

 

As equipes da F-1 começam a se mexer para as atividades de pista da temporada 2022. E a Aston Martin é, até o presente momento, a primeira escuderia a divulgar a data de lançamento de seu novo carro, o que deve acontecer no dia 10 de fevereiro. A Ferrari deve vir logo em seguida, tendo prometido apresentar seu novo carro entre os dias 16 e 18 de fevereiro. Os demais times ainda não definiram suas datas de apresentação, mas alguns, como Mercedes e McLaren, já divulgaram alguns detalhes dos novos bólidos, ajudando a atiçar a curiosidade dos fãs, já que o conceito dos novos carros, com o retorno do efeito-solo, obrigou a uma mudança completa por parte de todos os times. Some-se a isso as limitações impostas pelo teto orçamentário implantado no ano passado, e vemos que todos tiveram um desafio e tanto em 2021, tendo de manter seus trabalhos com seus carros de competição naquele ano, além de já ir projetando os bólidos desta nova temporada. Com alguns times priorizando o desenvolvimento dos carros de 2022 em detrimento dos bólidos da temporada passada, com maior ou menor intensidade, será interessante vermos quem conseguiu interpretar melhor as novas regras e conceber com maior eficiência os carros. Há quem diga que a relação de forças pode mudar radicalmente, mas é preciso um pouco de cautela, e aguardarmos os carros entrarem na pista, para vermos quem de fato fez o melhor trabalho. Mas, por enquanto, o que todos querem ver é mesmo o novo visual dos carros da categoria máxima do automobilismo o mais breve possível...

 

 

Será que vai? A imprensa alemã divulgou que Porsche e Audi estariam planejando entrar na F-1 em 2026 não apenas como fornecedoras de motores, mas também como times completos. Seria muito bom, pois a F-1 voltaria a ter 12 escuderias, com 24 carros, em lugar dos 10 times e 20 carros atuais, muito pouco para o que a F-1 diz ser. Mas, vamos devagar com o entusiasmo, porque entrar como fabricante de motores é uma coisa, e como time, outra completamente diferente. A Toyota que o diga, lembrando da empreitada da marca japonesa na primeira década deste século, quando veio com tudo para a F-1, e acabou saindo com nada, depois de alguns anos de competição...

 

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