quarta-feira, 5 de agosto de 2020

FLYING LAPS – JULHO DE 2020


            E o mês de julho já ficou para trás. Diante da loucura que estamos vivenciando no mundo atualmente, podemos dizer que sobrevivemos mais um mês, sem saber direito o que esperar pela frente, na esperança de quando poderemos voltar à normalidade de antes da pandemia da Covid-19. O mês de julho ajudou um pouco na retomada de um pouco de “normalidade”, ainda que aos trancos e barrancos, e com algumas sensações não tão agradáveis quanto gostaríamos que fossem, mas alguns campeonatos iniciaram e/ou foram retomados, e estamos tentando nos acostumar, do jeito que dá, a este panorama atual. Então, vamos lá para mais uma edição da Flying Laps, listando alguns acontecimentos ocorridos neste mês de julho no mundo da velocidade, com alguns comentários rápidos sobre cada assunto, como é de costume. Uma boa leitura a todos, e esperemos que o panorama por ocasião da próxima coluna Flying Laps, no mês que vem, possa ser bem mais animador e encorajador do que o momento atual, onde não fazemos muita idéia do que ainda vem aí pela frente, e só podemos torcer para que o pior não aconteça. Tratem de se cuidar todos, e espero que possam voltar aqui para ler meus textos ainda muitas e muitas vezes...

Mudanças no calendário da Indycar de 2020. Depois de conseguir realizar suas seis primeiras corridas, sem maiores problemas, eis que a categoria se viu forçada a cancelar duas provas da competição. Portland e Laguna Seca, duas corridas em circuitos mistos, não serão mais realizadas neste ano. O motivo é a pandemia do coronavírus, que está tendo um aumento expressivo de casos nas terras do Tio Sam, em especial na Califórnia, Estado onde está o circuito de Laguna Seca. Em Portland, além do aumento do número de casos, a cidade se vê às voltas com muitas manifestações contra o racismo, que vem ocorrendo em diversos locais dos Estados Unidos, após a morte de um negro nas mãos de um policial branco, que deflagrou inúmeros protestos não apenas nos Estados Unidos, mas em diversos locais do mundo. A fim de contornar a situação, e manter o número de corridas inalterado, a direção da Indycar já anunciou que a corrida no circuito de Mid-Ohio agora será uma rodada dupla, a exemplo do que foi realizado na pista de Road America, neste mês de julho. Haverão então duas provas na pista de Lexington, Ohio, que serão disputadas no sábado, dia 8, e domingo, dia 9. A corrida que seria disputada no circuito oval de Gateway também será transformada em rodada dupla, nos dias 29 e 30 de agosto. A segunda corrida no traçado misto de Indianápolis, que seria realizada no dia 3 de outubro, agora será também em rodada dupla, com mais uma corrida que será disputada no dia 2. Com isso, o campeonato da Indycar de 2020 manterá as 14 corridas, tendo disputado já seis provas, e restando oito a serem realizadas até o fim de outubro. Teríamos então a rodada dupla de Mid-Ohio (8 e 9 de agosto), mas, diante do aumento expressivo de casos surgidos também no Estado de Ohio, esta rodada dupla foi adiada pela direção da categoria, com sua nova data ainda a ser divulgada. Teremos então as 500 milhas de Indianápolis (23 de agosto); a rodada dupla de Gateway (29 e 30 de agosto); a nova rodada dupla do misto de Indianápolis (2 e 3 de outubro); e teremos o encerramento, por enquanto, da prova de São Petesburgo, no dia 25 de outubro. Tudo, porém, pode mudar de uma hora para outra, dependendo de como a situação da pandemia progredir, para melhor ou pior. Se a situação melhorar, quem sabe possamos até ver alguma outra corrida a mais, ainda este ano, até porque com estes cancelamentos, o mês de setembro ficou praticamente sem corridas, e muito provavelmente a rodada dupla de Mid-Ohio deverá ser realizada em algum final de semana desse mês. Há possibilidades disso acontecer, ou até mesmo isso ser realocado para outubro, quem sabe. Infelizmente, não há garantias do que pode acontecer, então, teremos de esperar pelo pior, e neste caso, se já puderem ser disputadas estas provas, poderemos nos dar por satisfeitos...


Ricardo Zonta, da RCM Motorsport, venceu a primeira corrida da rodada dupla de Goiânia, que abriu a temporada 2020 da Stock Car Brasil. O piloto largou na pole-position, e dominou a corrida quase de ponta a ponta, apesar do forte assédio de Allam Khodair, da Blau Motorsport, em alguns momentos da corrida. O pódio foi completado com Ricardo Maurício, da Eurofarma-RC. Daniel Serra finalizou em 4º lugar, seguido por Cacá Bueno. Entre os percalços observados na primeira corrida, o carro de Rafael Suzuki viu seu capô se soltar no meio da pista, obrigando o piloto a ir para os boxes. Na equipe Cavaleiro, houve um princípio de incêndio que felizmente foi debelado pela equipe, sem maiores problemas. Na segunda corrida, Rubens Barrichello partiu para o ataque logo no início, e com uma estratégia bem definida já na primeira prova, assumiu a liderança para seguir firme até o final, vencendo a prova, depois de alguns momentos onde o veterano ex-piloto da F-1 precisou se impor na disputa com outros pilotos. Nelsinho Piquet, que largara dos boxes nesta segunda corrida, teve uma excelente performance, e terminou em 2º lugar, garantindo uma dobradinha da Fulltime. Bruno Baptista, da RCM Motorport, fechou o pódio. Na estréia da Toyota na competição em 2020, a marca japonesa ficou com as duas vitórias, além da maioria das posições no pódio de ambas as corridas, tendo monopolizado o pódio da segunda corrida. Restou à Chevrolet ficar com a 2ª e 3ª posição da primeira prova.


Com o resultado da rodada dupla de Goiânia, Rubens Barrichello assumiu a liderança do campeonato 2020 da Stock Car Brasil. Rubinho havia terminado a primeira corrida na 7ª posição. Mas a liderança de Barrichello veio após a punição do piloto Ricardo Maurício na segunda corrida, onde os comissários atestaram conduta antidesportiva do piloto da Eurofarma-RC, para aplicar-lhe uma punição de 20s. Ricardo havia terminado a primeira corrida em 3º, e finalizou a segunda prova em 4º lugar, mas com a punição, caiu para a 13ª colocação. Ricardo teria 39 pontos, e seria o líder do campeonato, mas com o castigo, ficou com 30 pontos, e a 5ª colocação na tabela. O vice-líder é Daniel Serra, com 34 pontos, com Thiago Camilo em 3º, com 31 pontos. Ricardo Zonta é o 4º colocado, com 30 pontos, mas ficando à frente de Ricardo pela vitória na primeira corrida. A próxima etapa da Stock agora é a famosa Corrida do Milhão, programada para o dia 23 de agosto, no circuito de Interlagos, que já foi reaberto para atividades pelo governo do Estado de São Paulo.


E a MotoGP deu sua largada para a temporada de 2020, com uma rodada dupla no circuito de Jerez de La Fronteira, na Espanha. Seguindo rígidos protocolos sanitários, e sem público nas arquibancadas, ou presença da imprensa no autódromo, a classe rainha do motociclismo viu os primeiros duelos, com destaque para a sensação de 2019, o francês Fabio Quartararo, da equipe SRT, satélite da Yamaha. E o jovem piloto mostrou a que veio, marcando a pole-position nas duas corridas, e mais feliz ainda, vencendo ambas as corridas disputadas no circuito da Andaluzia, denominadas como Grande Prêmio da Espanha e Grande Prêmio da Andaluzia. E quem fez festa também foi a Yamaha: Maverick Viñales subiu ao pódio nas duas etapas, em 2º lugar. Valentino Rossi, depois de penar com um mau desempenho, e uma pane na sua moto na primeira corrida, recuperou-se na segunda prova, e com a moto acertada mais ao seu estilo, terminou em 3º lugar, mostrando um ânimo renovado, e confirmando que ainda tem o que mostrar na pista. O “Doutor” já indica que seguirá competindo em 2021, ocupando o lugar que atualmente é de Fabio Quartararo na equipe SRT, embora ainda não tenha havido um anúncio oficial a respeito do acordo, enquanto o jovem francês assumirá a vaga de Rossi no time de fábrica da marca dos três diapasões. Ainda é cedo para afirmar o favoritismo de Quartararo na luta pelo título da temporada, mas não se pode negar que os dois triunfos, obtidos com uma performance impecável do jovem piloto no circuito de Jerez, são um sinal bem otimista de que poderemos ver uma bela disputa pelo título este ano na classe rainha do motociclismo. Mas precisaremos aguardar pelas próximas etapas, para vermos o que acontece.


O entusiasmo com a liderança de Fabio Quartararo no Mundial de MotoGP é mais do que compreensível. O jovem piloto mostrou uma velocidade impressionante em 2019, obtendo nada menos do que 6 pole-positions, mesmo guiando para um time satélite da Yamaha, cuja equipe de pilotos titulares estava longe de conseguir disputar o título na temporada passada, devido à falta de competitividade de seu equipamento. Mas, apesar de dar show, a vitória acabava escapando por entre os dedos da nova promessa a estrela da categoria, que finalmente veio neste início de temporada, e ainda por cima, em dose dupla. Isso coloca uma pressão inédita no maior e destacado favorito da competição, o hexacampeão Marc Márquez, da equipe oficial da Honda, que não teve adversários na pista propriamente nos últimos dois anos. Para complicar a situação, a “Formiga Atômica” saiu zerada da rodada dupla de Jerez. Marc vinha mostrando seu costumeiro arranque no início da primeira corrida, vindo para cima de Quartararo, quando saiu do traçado da pista da Andaluzia. O piloto conseguiu controlar a moto e retornar à pista, perdendo várias posições, e iniciando uma recuperação furiosa, bem ao seu estilo. Mas, acabou exagerando na dose, e sofreu um acidente, caindo da moto, e dando adeus à corrida. Para piorar, o espanhol teve uma fratura no braço direito, tendo de passar por uma cirurgia para corrigir o problema. Com a diferença de poucos dias para a disputa da segunda corrida em Jerez, já se dava certo a ausência de Márquez na segunda prova. O piloto até tentou competir, obtendo o aval dos médicos, mas acabou desistindo depois de participar do último treino, vendo que não teria condições de pilotar sua moto como gostaria. Com isso, Márquez deve retornar na terceira corrida, em Brno, no GP da República Tcheca, e enfrentará o desafio de tentar se recuperar no campeonato, estando já com uma desvantagem de 50 pontos para Quartararo, com suas duas vitórias na competição. Com 11 provas ainda a serem disputadas, se não houver nenhum imprevisto, Márquez precisará mostrar toda a sua capacidade para reverter sua situação, e tentar o seu sétimo título mundial na classe rainha do motociclismo, o que deve garantir o interesse do campeonato, pois todos estarão querendo ver como o grande campeão dos últimos anos irá conseguir enfrentar a nova estrela em ascensão na MotoGP. Vale lembrar que cada vitória confere 25 pontos, mas isso não tornará o desafio do espanhol mais fácil. Preparem-se para grandes emoções na temporada das duas rodas...


Só constando: apenas três pilotos largaram na pole-position no campeonato do ano passado da MotoGP. Maverick Viñales conseguiu as únicas 3 poles para o time oficial da Yamaha, enquanto Fabio Quartararo, com o time satélite SRT, partiu 6 vezes da primeira posição do grid. Mas Marc Márquez foi o rei das poles, largando nada menos do que 10 vezes à frente de todos. Já em vitórias, Márquez foi ainda mais impressionante, com 12 triunfos no ano. Andrea Dovizioso, o vice-campeão, venceu apenas duas corridas, mesma marca alcançada por Maverick Viñales, e Alex Rins, da Suzuki. A última vitória ficou com Danilo Petrucci. Tudo isso em 19 etapas.


E a MotoGP anunciou que as etapas da Argentina, Tailândia e Malásia estão definitivamente canceladas este ano. A direção da categoria, analisando as possibilidades do momento atual em relação à pandemia do coronavírus, verificou que não haveria as condições ideais de fazer o transporte para fora da Europa ser viável. A etapa da Argentina já ficava comprometida porque era feita com logística que compartilhava os custos de transporte com a prova dos Estados Unidos, que já havia sido cancelada, e com isso, vir somente para a América do Sul ficava inviável financeiramente. Da mesma maneira, não daria suporte financeiro a viagem ao sudeste asiático. Para tentar compensar o cancelamento destas corridas, a Dorna deve anunciar em breve a realização de mais uma prova na Europa, e tudo indica que deverá ser realizada no circuito de Portimão, em Portugal, que já está confirmado para receber uma das etapas da F-1. O circuito do Algarve tem plenas condições de receber a MotoGP, e inclusive é classificado como circuito reserva da categoria. A etapa em terras lusitanas provavelmente deverá ser realizada no dia 22 de novembro. Com isso, a temporada ficaria com 14 corridas, diante das 20 que seriam disputadas inicialmente, antes do advento da pandemia da Covid-19. Confirmada essa prova, teremos então todo o campeonato da MotoGP sendo disputado este ano na Europa, exclusivamente. Diante das dificuldades que estamos vivenciando, devido à pandemia do coronavírus, só não está melhor porque algumas provas europeias poderiam ter sido realocadas, como França Holanda e Alemanha, e não canceladas, como ocorreu, mas é o que teremos para este ano. E torcer muito para o mundo voltar ao “normal” em 2021, pelo menos...

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