quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

FÓRMULA 1 2020 – OS NOVOS CARROS DA TEMPORADA


            Com os carros entrando na pista hoje, a Fórmula 1 deu sua largada oficial para a temporada de 2020. E geralmente carros novos sempre geram expectativa, não só pelo seu desempenho, mas também pelo seu visual. Nos velhos tempos, era sempre motivo de grande curiosidade esperar para ver como os carros das escuderias seriam, pelo fato de haver maior liberdade e digamos, criatividade dos projetistas, que por vezes usavam e abusavam no design dos bólidos, tentando sempre obter melhor performance, em projetos que demonstravam maior personalidade, e que permitiam aos fãs identificarem com relativa facilidade quais carros eram e de que times. Hoje em dia, entretanto, os times são bem mais conservadores no que tange ao desenho de suas criações. As altas cifras envolvidas fazem com que todos optem por caminhos mais seguros, e talvez, menos aventureiros na concepção de seus carros, tornando-os mais homogêneos e similares uns aos outros.
            Não que a inovação tenha sido tolhida por este conservadorismo. O arrojo e a evolução continuam lá, mas em detalhes mais sutis, sendo necessário prestar maior atenção para ver onde os carros diferenciam-se uns dos outros. Ainda dá para ver que alguns modelos conservam sua personalidade, inerente ao trabalho desenvolvido por sua escuderia. Mas detalhes que saltam aos olhos como antigamente, como por exemplo quando a Tyrrel lançou o primeiro carro com bico elevado, e asa dianteira em “V”, são bem mais raros. Os trabalhos hoje são muito refinados, em busca de todo e qualquer desempenho a mais, e em vários momentos, se concentram em detalhes que não são visíveis à primeira vista. Mesmo assim, se não vemos mais a exuberância de desenhos variados que os carros apresentavam no passado, ainda podemos apreciar a beleza que os novos carros sempre trazem, apesar do regulamento cada vez mais estrangulado da F-1, que inibe aventuras mais ousados por parte dos projetistas da categoria, até porque, com uma pré-temporada pífia de apenas 6 dias, não há tempo para se testar soluções mais abusadas e arrojadas além de certo ponto. Qualquer passo em falso pode significar até mesmo o comprometimento de resultados de toda a temporada, visto que efetuar mudanças no projeto pode levar de semanas e até meses, e a partir de certo momento, já fica muito mais prático centrar esforços no modelo da próxima temporada do que continuar desenvolvendo o modelo do ano atual.
            Vamos dar uma olhada rápida então nos novos modelos que a F-1 apresentou na última semana, e que entraram firme na pista de Barcelona hoje, no primeiro dia da pré-temporada 2020 da categoria máxima do automobilismo:

MERCEDES W11
O time campeão dos últimos anos poderia fazer a filosofia do “time que vence não se mexe”, mas nada de comodismo na escuderia alemã, que mostrou o carro que pode tornar Lewis Hamilton o maior vencedor da história da F-1, a se manter o nível de performance dominante visto desde 2014. O visual da pintura muda muito pouco, com alguns detalhes ali e aqui, que virou o padrão visual da escuderia que certamente vai em busca de mais títulos este ano.




FERRARI SF1000
Uma coisa que sempre irrita na Ferrari é sua inconsistência para nomear seus projetos. Já vimos as mais diversas siglas para designar seus bólidos ao longo de sua história, e este ano, ela simplesmente optou por homenagear o que será um grande feito, quando o time disputar o seu milésimo GP de F-1, marca que será alcançada no GP da França deste ano. Apesar de estar presente na F-1 desde o seu início, a escuderia de Maranello não participou de algumas corridas, ausências que foram mais frequentes nos primórdios da categoria. Mas, mais do que comemorar sua longevidade, a equipe mais tradicional da F-1 quer voltar a ser campeã. Vamos ver se vai conseguir com o seu novo carro.




RED BULL RB16
Um time que tem Adrian Newey no comando de seus projetos técnicos nunca pode ser subestimado, e o time dos energéticos entra no seu segundo ano de parceria com a Honda com as expectativas mais altas dos últimos anos, desde que conquistou seu último campeonato em 2013. Nos últimos anos, o time austríaco tem feito boas segundas metades das temporadas, mas o início da competição geralmente tem sido mais fraco, o que obriga a escuderia a correr atrás depois, tendo de recuperar um tempo perdido que dificilmente consegue. Será que este ano a escrita se quebra, e eles entram com tudo desde o início? Já em termos de pintura, a Red Bull segue o mesmo esquema praticamente há anos, com pouquíssimas mudanças no visual.




MCLAREN MCL35
O time de Woking teve uma grande evolução no ano passado, e a tendência este ano é manter sua atual posição, com vistas a diminuir sua distância para o trio formado por Mercedes/Ferrari/Red Bull. Mas a escuderia sabe que ainda tem muito trabalho pela frente, para tornar o seu carro bem mais competitivo, em relação a estes três times. Com um ambiente renovado entre sua dupla de pilotos, e uma nova organização gerencial, ver a equipe de volta às primeiras posições é o desejo de muitos fãs. Mas o time ainda corre atrás de mais patrocinadores, como se vê pelas laterais “limpas” da carenagem, que mantém o visual laranja dos últimos dois anos.




RENAULT RS20
Depois de fazer um grande investimento para tentar decolar de vez no ano passado, a Renault teve um desempenho que, se não foi catastrófico, foi extremamente decepcionante, e o time já começou dando mancada este ano ao fazer uma cerimônia de lançamento do novo carro... Sem o carro praticamente! O time francês ficou bem atrás de seu time cliente, a McLaren, em 2019, e este ano vai ter de se esforçar para não passar pela mesma situação. Ao menos, o time entrou na pista com seu carro novo, o que já não é mais do que obrigação.



ALPHA TAURI AT01
Não é por nada, mas Toro Rosso era um nome bem mais legal para o time que nasceu como Minardi, na cidade de Faenza, lá em meados dos anos 1980. Mas, tudo bem, Dietrich Mateschitz, dono da bagaça, tem o direito de nomear o time como bem entender, e a partir deste ano, o time “B” dos energéticos ganhou o nome de uma grife de roupas do conglomerado de empresas do empresário austríaco, então... E, para quem acha estranho um time de F-1 ser renomeado com o nome de uma grife de roupas, não vamos lembrar que, em 1986, a equipe Toleman, sob nova direção e propriedade, também mudou de nome, para ser conhecida pela marca da grife de seu novo dono, a Benetton. Ao menos, a nova pintura do carro ficou bem legal, e ajuda a dar uma variada no estilo de design dos carros da atual temporada.


 
RACING POINT RP20
Talvez a escuderia que mais vezes mudou de nome desde que estreou na F-1 lá em 1991 com o nome de Jordan, o time hoje de propriedade do milionário canadense Lawrence Stroll pelo menos ganhará um nome bem mais agradável no próximo ano, usando a denominação Aston Martin, marca com tradição no automobilismo. Enquanto o próximo ano não chega, pelo menos o time ganha destaque com sua pintura rosa, e o patrocínio da BWT, agora com um visual diferente do ano passado, e que certamente chama bastante a atenção.



HASS VF20
O time de Gene Hass levou um bom tombo no ano passado, errando a mão no desenvolvimento de seu projeto, que agora pretende recolocar nos eixos. O “retorno” às raízes passa também pelo visual, retomando a pintura dos primeiros anos. Resta saber se sua dupla de pilotos não vai mostrar o mesmo azar e inconstância, para não dizer barbeiragens, vistos nas últimas duas temporadas...



ALFA ROMEO C39
O time sediado na Suíça, nascido da antiga Sauber, manteve o visual de pintura do ano passado, e o carro parece bem convencional. Assumidamente uma equipe “B” da Ferrari, contudo, o desempenho não foi nada empolgante em 2019, quando o time teve um grande investimento a nível técnico e financeiro por parte de Maranello. O maior destaque da escuderia é ter Kimi Raikkonem, talvez o piloto mais descolado da F-1 atual, e último representante da “velha” guarda, tendo estreado lá em 2002, e que muitas vezes não está nem aí para as frescuras da categoria nos dias atuais...



WILLIAMSFW43
Se é verdade que pior do que 2019 o time não poderá ser, por outro lado, temos que tomar cuidado com outro ditado popular, que diz que tudo que está ruim sempre pode piorar. E isso seria temerário para um time com a tradição da Williams, o terceiro mais vitorioso nas estatísticas da F-1 até hoje, mas que não vence uma corrida desde 2012, e não conquista um título desde 1997, e que no ano passado só não passou em branco porque Robert Kubica conseguiu um ponto na corrida maluca da Alemanha. O time tem a dura missão de se reerguer. Fica a dúvida se vai conseguir, como a McLaren vem fazendo...



Então, por hoje, ficamos por aqui. Espero que possam ter apreciado o visual dos novos carros nas fotos aqui selecionadas, e vamos ver como todos eles se saem na pista. E é hora de acelerarmos fundo rumo à temporada 2020...

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