quarta-feira, 6 de novembro de 2019

FLYING LAPS – OUTUBRO DE 2019


            E já estamos no mês de novembro de 2019. Aproxima-se o fim do ano, estando em seu penúltimo mês. E lá vamos nós mais uma vez para uma nova edição da sessão Flying Laps, relatando alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos neste último mês de outubro, sempre com alguns comentários rápidos a respeito, que não puderam ser tratados nas colunas regulares. Portanto, aproveitem e curtam o texto. Uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying Laps do mês de novembro, no início de dezembro...



A Stock Car disputou neste mês de outubro a etapa de Cascavel, e Felipe Fraga aproveitou para vencer a primeira corrida do fim de semana, e tentar uma reação na classificação para buscar o título da temporada. Mas o piloto da equipe Cimed deu azar na segunda corrida, quando levou um toque, e acabou saindo da pista. Ele até conseguiu voltar, mas lá atrás, tendo que tentar uma corrida de recuperação, que no final o levou apenas ao 14º lugar. Com o resultado do fim de semana na cidade do Paraná, Fraga assumiu a 5ª posição na classificação do campeonato. Gabriel Casagrande havia largado na pole na primeira prova, e depois de um bom duelo com Fraga, terminou em 2º lugar. O pódio da primeira prova foi completado por Cacá Bueno. Daniel Serra, que luta pelo tricampeonato, foi o 4º colocado, seguido por Felipe Lapenna, e Rubens Barrichello. A primeira corrida ainda viu o acidente de Bruno Baptista, que teve um estouro de pneu que o fez perder o controle e sair da pista no Bacião, indo parar apenas na proteção de pneus. Felizmente nada de grave aconteceu com o piloto, que foi atendido enquanto o Safety Car entrava em ação na pista. Baptista não foi o único que escapou no Bacião: Max Wilson também teve um pneu estourado em seu carro e escapou da pista no mesmo ponto, mas conseguiu evitar de bater, o que não evitou que ele tivesse que abandonar a corrida. Já a segunda corrida foi mais disputada, com um duelo aberto entre Átila Abreu, Rubens Barrichello e Thiago Camilo, com Julio Campos, Ricardo Mauricio e Lucas Foresti vindo no embalo. Por fim, Átila faturou a segunda corrida, com Camilo em 2º lugar, e Rubinho fechando o pódio da segunda corrida de Cascavel. E, a exemplo de Felipe Fraga, que foi bem na primeira corrida e deu azar na segunda, Daniel Serrar também não teve o que comemorar na segunda corrida: o piloto saiu da pista em uma tentativa de ultrapassagem e foi receber a bandeirada apenas em 15º. Gabriel Casagrande também foi um pouco pior, mas ainda finalizou a corrida em 8º. Depois de subir ao pódio na primeira corrida, Cacá foi apenas o 12º na segunda prova. Max Wilson, por outro lado, que já tinha tido azar na primeira corrida, foi ainda pior na segunda, abandonando esta. No inverso, Ricardo Maurício, que foi apenas o 18º na primeira corrida, terminou a segunda em 5º lugar.


Faltando três etapas da o fim da temporada 2019 da Stock Car, a disputa pelo título promete pegar fogo. Daniel Serra e Ricardo Maurício estão empatados com 265 pontos na tabela, com Serra a ocupar a primeira posição nos critérios de desempate. Thiago Camilo vem logo atrás, com 249 pontos, e Rubens Barrichello é o 4º colocado, com 241 pontos. Com chances, ainda que menores, vem Felipe Fraga em 5º, com 225 pontos; e Júlio Campos, com 224. As etapas restantes da competição serão em Velo Citá (dia 10.11), Goiânia (24.11), e Interlagos (15.12). Alguém aí duvida que teremos fortes disputas nestas últimas corridas?


E quem achar que acordos de competição acontecem apenas na Fórmula 1, houve um rebuliço na etapa da Stock Car em Cascavel, entre os pilotos Gabriel Casagrande e Felipe Fraga. Casagrande teria acertado com Fraga um acordo de disputa na primeira corrida em que visava beneficiar Felipe na segunda corrida, de modo que ele não seria atacado na primeira. Mas, de repente, após Gabriel ter feito sua parada de box como o programado na primeira corrida, depois do período de Safety Car, acabou surpreendido ao ver Felipe Fraga na frente dele. A resposta que o piloto recebeu foi que, por causa do carro de segurança na pista, mudaram a estratégia de Fraga para a prova. Casagrande ficou bem irritado, por ter sido pego de surpresa pela mudança de estratégia, e garantiu que, dali em diante, o clima nos boxes das equipes Cimed e Crown seria pesado. Mas, se querem saber, dane-se estes acordos. Na minha opinião, piloto vai para a corrida tendo que derrotar TODOS os outros pilotos na pista. Com relação a companheiros e parceiros de time, o que tem de rolar é respeito para que ambos não se joguem fora da pista numa disputa de posição. E fora isso, é cada um por si, e deus por todos. Por mais que se diga que combinar estratégias é coisa comum hoje em dia, acho isso um mal para o automobilismo. O público quer ver disputa, não um duelo de comadres na pista. Cada um que faça a sua estratégia, e vá à luta. Acordos de estratégia entre pilotos só servem para denegrir a competição, e quando alguém “fura” o acordo, começam aqueles mimimis de falta de palavra, disputa antiética, e outros adjetivos menos educados. Cada time pode até organizar as estratégias de seus pilotos visando os melhores resultados, mas esse lance de determinar a ordem dos pilotos, em um caso praticamente clássico de ordem de equipe, para o inferno com esse tipo de idéia. Depois, quando o pessoal se perguntar porque perdem parte do público, não venham reclamar... Se bem que tem muito torcedor que está se lixando se o esporte é limpo ou não, e nesse caso, equipes e torcedores acabam se merecendo, mas o esporte a motor poderia passar sem momentos como esse...


Enquanto a Formula-E entra em contagem regressiva para o início da próxima temporada, a FIA e a direção do certame de carros elétricos já pensam mais adiante, de quando deverá ser introduzido a nova geração de carros da competição, substituída no último campeonato pelo modelo Gen2. O carro atual, que será usado ainda por três temporadas, teve como principal diferencial o novo visual, além do novo conjunto de baterias, capazes de permitir ao bólido cumprir a corrida inteira sem necessitar de uma troca de monoposto, como ocorria com os primeiros carros da categoria, onde os pilotos precisavam trocar de monoposto durante a corrida por não haver carga para toda a corrida. E para o novo Gen3, carro que a F-E deverá adotar daqui a três anos, uma das idéias ventiladas é permitir a volta dos pit stops, com a possibilidade de se fazer um carregamento rápido nos segundos de parada do bólido no box. Hoje um dos desafios é conseguir fazer a recarga das baterias com rapidez e eficiência, de modo a não se perder tanto tempo na operação. A idéia não deixa de ser interessante, como um diferencial de estratégia para os pilotos terem mais energia para utilizar durante uma corrida, em que pese o custo do tempo perdido na parada para se efetuar esse carregamento rápido, que na tecnologia atual, não conseguiria repor a carga perdida na corrida até então no pouco tempo que o carro pararia no box. Mas a direção da categoria esclarece que por enquanto, isso é apenas uma idéia que está sendo discutida entre todos os participantes da categoria. Espera-se, claro, que enquanto isso, a F-E trate de corrigir alguns defeitos que possui, e que demandam uma atitude mais urgente, a fim de incrementar a disputa, e evitar alguns problemas que tem ocorrido. Vejamos o que nos aguarda na próxima temporada...


Nos treinos da pré-temporada da Formula-E em Valência, na Espanha, a equipe Virgin dominou os dois dias de treinos, com Sam Bird sendo o mais rápido no primeiro dia, e seu companheiro Robin Frijns dando as cartas no segundo dia. Frijns terminou com o melhor tempo, 1min15s377, enquanto Bird tinha marcado 1min15s570. No primeiro dia, 14 pilotos ficaram separados por cerca de 1s. Já no segundo e último dia, 21 pilotos conseguiram se manter na diferença de 1s entre eles, o que dá a entender que o equilíbrio poderá ser grande no próximo campeonato. Mas, a máxima de treino é treino, e corrida é corrida, continua valendo, e por mais inspiradores que sejam os tempos da pré-temporada, e os desempenhos aparentemente parelhos dos times, teremos de ver como a competição vai se desenrolar na prática. Afinal, a Dragon, time que teve um desempenho ruim no último ano, até conseguiu um 5º lugar encorajador com Nico Muller no 2º dia. Quem não pode ser subestimada é a Techeetah, que tem em Jean-Éric Vergne sua principal arma para lutar por mais um título, e agora contando com o português Antonio Felix da Costa, continua um time muito forte. E a Andretti BMW, que iniciou a temporada passada vencendo, parece até decidida a reprisar o bom início de temporada, tendo marcado bons tempos. E a e.dams também está ali no meio, prometendo boas disputas. Alguns times, como as novas equipes da Porsche e da Mercedes, fazendo suas estreias oficiais na categoria, ainda não mostraram muito a que veio, mas os dois fabricantes não entrariam na competição para ficarem levando tempo de suas arquirrivais Audi e BMW. Podemos ver muita briga por aí. E logo, com a rodada dupla na Arábia Saudita, agora no mês de novembro, que abre a nova temporada. E que comecem as disputas na pista em mais um ano de competição do campeonato de carros monopostos 100% elétricos...


Dispensado pela KTM de correr as últimas etapas do campeonato deste ano da MotoGP, o francês Johann Zarco ganhou uma nova chance de continuar no grid: ele vai disputar as últimas 3 provas pela equipe LCR, time satélite da Honda, onde estará substituindo o japonês Takaaki Nakagami. O piloto japonês precisou passar por uma cirurgia para tratar de um problema no ombro, similar ao que afetou Marc Márquez na última temporada, obrigando o pentacampeão mundial a passar por uma cirurgia em dezembro de 2018 para corrigir o problema. Com contrato com a LCR para 2020, Nakagami preferiu antecipar a cirurgia e ganhar tempo extra para sua recuperação. Ele disputou a etapa do Japão, em Motegi, fazendo em casa sua despedida da atual temporada. Com isso, Zarco assumiu o seu lugar nas etapas da Austrália, Malásia, e no encerramento do ano, em Valência. Desnecessário dizer que começaram com isso a surgir boatos de que a Honda estaria avaliando o francês, com vistas a uma possível substituição de Jorge Lorenzo para a temporada do ano que vem, em que pese as negativas de que Jorge vá deixar de cumprir com o seu contrato com o time oficial da Honda na classe rainha do motociclismo. De qualquer forma, Zarco fez uma estréia discreta pelo time satélite da Honda em Phillip Island: largou em 14º, e terminou em 13º. Nada muito encorajador, ainda mais se levarmos em conta que Cal Crutchlow, o outro piloto do time, largou em 6º, e terminou no pódio, em 2º lugar. Mas também se deve salientar a diferença de comportamento entre a Honda e sua moto anterior, a KTM, e vale lembrar que a moto nipônica é meio difícil de ser domada, o que só Marc Márquez parece conseguir fazer a contento. Em termos de performance, também não se pode dizer que foi exatamente um mau começo, já que Zarco cruzou a linha de chegada cerca de 15s atrás de Crutchlow, que já conhece muito bem a moto. Fica a expectativa do que Zarco poderá demonstrar nas outras duas corridas, o que pode, no mínimo, ajuda-lo a arrumar um novo lugar para competir na próxima temporada.


Tendo assumido parceria com o time da Schmidt/Petterson para participar em tempo integral na próxima temporada da Indycar, a McLaren já está se comportando como “dona” do time, e não apenas parceira, e já tomou uma decisão que muitos acharam desrespeitosa: dispensaram James Hinchcliffe e contrataram para seu lugar Oliver Askew, que o campeão da Indy Lights este ano. O time alegou que quer pilotos jovens e com potencial para nortear sua entrada na Indycar em 2020, e o canadense, que tinha contrato válido para correr, acabou ficando a pé. Ninguém gostou da forma como James acabou substituído pela McLaren dessa maneira. O canadense é um piloto popular, e em tese, sua experiência seria muito útil para ajudar o time inglês a se firmar em seu ano de estréia no certame norte-americano. Hinchcliffe agora terá de tentar achar uma vaga em algum outro time, situação que pode ser meio difícil, mas não impossível. E fica a pergunta se a McLaren está indo pelo melhor caminho para sua participação na Indycar em 2020, ainda mais depois de não conseguir se classificar na última Indy500, onde cometeu vários erros crassos em sua preparação para a corrida, mesmo contando com Fernando Alonso...

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