quarta-feira, 20 de novembro de 2019

ESPECIAL – FÓRMULA-E 2019/2020


            Com o fim do ano se aproximando, os campeonatos automobilísticos ao redor do mundo vão encerrando suas competições, como vimos com o Mundial de Rali, a MotoGP, e até mesmo a Nascar. Mas tem uma categoria que vai dar a largada neste fim de ano, e é a Fórmula-E, o campeonato de competição de carros monopostos elétricos, já neste final de semana na Arábia Saudita. Então, eis aqui um texto especial para situar os leitores sobre o que esperar da nova temporada da categoria, que vai para seu sexto campeonato, com mais times e pilotos do que nunca. Uma boa leitura a todos...




FORMULA-E 2019/2020: DANDO A LARGADA PARA A SEXTA TEMPORADA

Competição de carros totalmente elétricos atinge seu maior número de participantes, com a entrada de novas fábricas que prometem deixar a disputa mais eletrizante do que nunca.

Adriano de Avance Moreno

A F-E está pronta para iniciar sua sexta temporada, com novos pilotos e novos times, após os testes da pré-temporada, realizados em Valência, na Espanha (acima e abaixo).
         Preparem suas tomadas! Vai começar mais uma temporada da Fórmula-E, o campeonato de carros de competição monopostos totalmente elétricos. A largada será neste final de semana, em Diriyah, nos subúrbios de Riad, capital da Arábia Saudita, em uma rodada dupla com corridas nesta sexta-feira, e no sábado, e marca a estréia da sexta temporada da categoria, que já foi considerada apenas uma aposta excêntrica, mas hoje mostra estar maior e mais forte do que nunca.
         E podemos ver isso no grid da categoria, que chega a 12 escuderias, com 24 pilotos, em um campeonato que, antes visto como refúgio para pilotos desempregados em outros certames, ganhou muito mais prestígio e respeito. Tanto que o campeão da F-2 Internacional deste ano, Nick de Vries, sem lugar para ascender à F-1, foi direto para o certame de carros elétricos, onde será um dos pilotos da nova equipe Mercedes, que estréia oficialmente nesta temporada, depois de participar do último ano como HWA, para ganhar experiência na competição.
         E a ida de De Vries para a F-E não é por acaso: a categoria já reúne vários nomes de quilate, que fizeram sua fama no automobilismo como bons pilotos, e reforçaram essa percepção ganhando brilho próprio na competição dos carros elétricos. Jean-Éric Vergne é o primeiro bicampeão da F-E, tendo vencido os dois últimos campeonatos, e é o homem a ser batido na pista, assim como seu time, a Techeetah, campeã com dois equipamentos diferentes, tendo vencido a temporada 2017/2018 com o trem de força da Renault; e a temporada 2018/2019 agora como time oficial da Citroen, posição que se mantém na nova temporada. E a Techeetah ainda reforçou seu staff com a contratação do português Antonio Félix da Costa para fazer companhia a Vergne, credenciando a escuderia a ter a dupla de pilotos mais forte de todo o grid.
O bicampeão Jean-Éric Vergne (acima) é o piloto a ser batido, assim como seu time, a Techetah, que se reforçou com a contratação de Antonio Félix da Costa (abaixo).
         Mas isso não vai intimidar a concorrência, e um deles é Lucas Di Grassi, defendendo a Audi, time que nunca pode ser considerado fora da briga. O brasileiro é um dos pilotos mais regulares da competição, e se sua escuderia acertar o passo, podem apostar que ele lutará pelo título com certeza, depois de vencer a temporada 2016/2017, em duelo ferrenho com o suíço Sébastien Buemi. Ao lado de Di Grassi, Daniel Abt tem alguns momentos de brilho, mas está em patamar inferior ao companheiro de equipe, o que não quer dizer que não pode incomodar.
         E quem pretende retornar em tempo integral às primeiras colocações é a e.dams, partindo em sua segunda temporada como time oficial da Nissan. A equipe foi campeã com Buemi na temporada 2015/2016, mas após a derrota do suíço para Lucas Di Grassi na temporada seguinte, time e piloto perderam um pouco o rumo, que só foi encontrado na última temporada, com uma evolução crescente, a ponto de Buemi conquistar o vice-campeonato, superando Lucas na etapa final da competição, e mostrando que tanto ele quanto a e.dams pretendem voltar firmes à disputa do título. Ao lado de Buemi, Oliver Rowland vai para sua segunda temporada na categoria e na escuderia, e tem tudo para andar forte, como demonstrou em algumas provas no último ano. Se tiver um pouco menos de azar, e mais consistência, pode dar trabalho aos rivais na pista.
         Outro time que geralmente costuma andar forte é a Virgin, e o time manteve sua dupla para este ano, com o inglês Sam Bird, veterano que está presente desde a primeira corrida da categoria, e o holandês Robin Frijns. Bird é, ao lado de Lucas Di Grassi, o único piloto a vencer corridas em todas as temporadas da F-E, mas no ano passado, não conseguiu manter a constância necessária para lutar pelo título, e ainda tomou um vareio de Frijns em algumas corridas, sendo que o holandês venceu duas provas, enquanto Bird apenas uma, e com isso terminou a temporada em 4º lugar, enquanto o inglês finalizou em 9º.
         Entre os times com potencial para vencer corridas, temos a Andretti e a Mahindra. O time do clã Andretti, que tem a força da BMW por trás, começou o último ano com força total, mas foi perdendo rendimento conforme a temporada avançava, e de postulante ao título, virou azarão, sem conseguir repetir as performances iniciais. Já o time indiano também iniciou o último ano credenciando-se a ser um dos candidatos ao título, mas a exemplo da escuderia dos Andretti, também perdeu força com o andamento das corridas, virando coadjuvante, e tendo trabalho até no pelotão intermediário da classificação. Na Mahindra, o belga Jerôme D’Ambrosio e o alemão Pascal Wehrlein tiveram um campeonato parelho no ano passado, e ambos podem render mais do que mostraram, se o carro ajudar.
James Calado é o reforço da Jaguar para a nova temporada da F-E.
         Jaguar e Venturi também demonstraram potencial para vencer corridas. Se não venceram mais do que esperavam, as duas equipes também não fizeram exatamente feio. A Jaguar vem crescendo de produção desde sua estréia, e tem tudo para finalmente se juntar ao pelotão da frente. Já a Venturi, por sua vez, ainda não mostrou a que veio, mas dependendo da situação, até pode surpreender. Para este ano, eles têm um novo desafio: antes produzindo seu próprio trem de força, agora eles passaram a ser clientes da Mercedes, que estréia na competição, e esperam poder gozar do conhecimento advindo da marca das três pontas em sua tecnologia para melhorar sua performance. Na Jaguar, o neozelandês Mith Evans eclipsou o brasileiro Nelsinho Piquet, que acabou dispensado, e agora terá a companhia do britânico James Calado, piloto de conhecida competência no Mundial de Endurance, ajudando a reforçar o time inglês no certame elétrico. Na Venturi, espera-se um ano de maior intimidade de Felipe Massa, enquanto Edorardo Mortara já mostrou que, se tiver carro, estará sempre no ataque aos adversários.
         Novatas na competição, Mercedes e Porsche são as novas estrelas que vieram engrossar o grid da F-E. A Porsche é totalmente virgem na categoria, enquanto a Mercedes usou a temporada passada atuando com o nome de HWA para ir pegando os trejeitos da competição. Os resultados do teste da pré-temporada podem ter deixado um pouco a desejar, mas as duas marcas não vieram para simplesmente fazer figuração na disputa. E ainda mais porque as rivais Audi e BMW já estão mais aclimatadas no certame, de modo que elas vão trabalhar duro para mostrar que podem competir com suas rivais domésticas na competição dos carros elétricos. A Mercedes terá Nick de Vries, e Stoffel Vandoorne, com o belga indo para seu segundo ano, bem mais acostumado aos carros elétricos. Na Porsche, André Lotterer, ex-Techeetach, deve liderar o time na pista, que terá também Neel Jani, egresso do Mundial de Endurance, e que já foi parceiro de Lotterer, o que garante o entrosamento da dupla de pilotos.
Campeão da F-2 Internacional, Nick de Vries não hesitou em partir para a F-E, onde defenderá o time da Mercedes, estreante na competição.
         Lanternas no último ano, a Dragon e a Nio terão de mostrar serviço para provar que podem conseguir um ano de melhores resultados. A Dragon até conseguiu algumas boas posições no teste da pré-temporada, mas testes são testes, e corridas são corridas. Na Nio, Oliver Turvey até tem conseguido um ou outro bom resultado, mas o time chinês nunca mais se acertou como fez na primeira temporada, quando foi campeão com Nelsinho Piquet, ainda com o nome de China Racing. O outro piloto do time é o chinês Ma Qing Hua, que não inspira muita confiança. A Dragon, em que pese o poderio do império Penske por trás, ainda patina na F-E, e vem com uma dupla totalmente nova para este ano, com o neozelandês Brendon Hartley e o suíço Nico Muller.
         Na sessão de testes da pré-temporada, o que vimos foi um bom potencial de equilíbrio, com cerca de 21 pilotos separados por 1s de diferença, de modo que não há como se apontar favoritos. Os times e pilotos de destaque das últimas temporadas tem tudo para se manterem entre os primeiros colocados, mas não dá para garantir que os demais times e pilotos não se intrometam na disputa pelos primeiros lugares, o que garante o potencial de boas disputas na nova temporada. Um detalhe que não permite muito estabelecer parâmetros dos testes está no fato de a pré-temporada ter sido realizada em um autódromo, enquanto as corridas são feitas em pistas de rua, e isso pode fazer muita diferença. Mesmo assim, a expectativa é de uma disputa muito boa entre os times e seus pilotos.
         Em relação às regras, depois da introdução dos novos carros na última temporada, que dispensou os pit stops para troca de carros, bem como da introdução do recurso do moto Ataque, e o estabelecimento da duração das corridas em 45 minutos + 1 volta, a direção da categoria resolveu aparar algumas arestas para o novo ano, procurando melhorar e corrigir alguns detalhes.
André Lotterer defenderá a estreante Porsche, que já defendeu no Mundial de Endurante.
         E algumas das mudanças é quando os pilotos poderão ativar o recurso do modo Ataque. Na temporada passada, os pilotos aproveitavam momentos de bandeira amarela em toda a pista para passar no trecho de ativação do recurso, de modo a garantir que não perdessem a posição na pista, uma vez que as ultrapassagens são proibidas durante a bandeira amarela. Agora eles só poderão ativar o recurso durante a prova em bandeira verde, jogando para o piloto a decisão de arriscar pegar o modo Ataque, mas também podendo comprometer sua posição na pista. Em contrapartida, os pilotos agora terão à disposição durante o modo Ataque 235 Kw de potência, contra 225 da temporada anterior. Mas esse aumento de potência também terá um custo, pois poderá consumir mais energia das baterias dos carros, podendo comprometer sua autonomia para terminar a corrida.
         E o gerenciamento de energia ganha um detalhe importante agora: a cada minuto da corrida sob bandeira amarela completa, os pilotos perderão 1 Kw de potência. Na temporada passada, todo mundo economizava energia durante a bandeira amarela na pista inteira, de modo que o gerenciamento de energia ficou meio de lado, uma vez que os pilotos sempre tinham energia de sobra até para completar as corridas. A partir deste ano, nestes momentos onde a corrida fica na bandeira amarela, os carros continuarão a perder energia, obrigado os pilotos a serem mais cuidadosos com o uso de sua carga restante, sob o perigo de ficarem a pé na pista.
A Mahindra começou bem nos últimos dois anos, mas perdeu embalo no decorrer dos campeonatos. Terá melhor sorte desta vez?
         Com os carros ficando mais rápidos, e para tentar evitar o excessivo número de acidentes provocados em algumas etapas, os organizadores planejam modificar, ou remover, algumas das chicanes das pistas da competição, de modo a evitar o estrangulamento do traçado nestes trechos, que levou muitos pilotos em disputa de posições a se tocarem nas freadas, se enroscando e chegando até a bloquear a pista por completo, obrigando por vezes a suspensão da corrida até que a pista fosse totalmente desimpedida. Isso deve melhorar a dinâmica das provas, uma vez que estes trechos mais estreitos das pistas estavam tornando a corrida muito mais difícil, dado o aumento da velocidade dos carros, que chegavam nestes trechos muito mais rápidos do que antes.
         Esses trechos demasiado estreitos prejudicaram as disputas em muitas provas, já que ultrapassar ficou extremamente difícil, e “travou” algumas corridas de pilotos que podiam ter conseguido resultados mais expressivos se pudessem ter duelado com melhores chances. Com os carros ligeiramente maiores da série Gen2, a largura da pista, que até então era vista com certa naturalidade quando usavam a primeira geração de monopostos, tornou-se um empecilho a ser analisado com cuidado para ser corrigido. E, com um pouco mais de espaço, não apenas os pilotos sairão ganhando, mas também os times, por terem uma diminuição potencial do risco de batidas, além de que as disputas podem se tornar mais efetivas, incentivando os pilotos na luta por posições. Mas a teoria é uma, e a prática, por vezes, revela-se bem diferente, então será preciso verificar se as mudanças que serão implantadas produzirão as melhoras esperadas. Com um equilíbrio de performances dos carros, o braço dos pilotos e suas capacidades de gerenciar seu consumo de energia e manter a performance em alta serão fatores mais decisivos do que nunca.
         Que venham então as disputas na pista. A Formula-E está pronta para acelerar novamente, em alta voltagem, em corridas que tem tudo para serem eletrizantes. E que vença o melhor...

DUELO ALEMÃO DE GIGANTES

         A nova temporada marca a entrada oficial de mais fábricas na competição, em especial as alemãs Porsche e Mercedes, sendo que esta última substitui a HWA, time com o qual fez participação na temporada anterior, usando trem de força da Venturi, para ir se aclimatando na categoria. Já a Porsche faz sua entrada firme na competição, e com isso, a F-E verá o duelo na pista de praticamente quatro gigantes do mercado automotivo alemão. Além da entrada das já citadas Porsche e Mercedes, Audi e BMW já estão na categoria, sendo que a Audi está presente praticamente desde a primeira temporada, primeiro em associação com a ABT, que depois se tornou time oficial da marca alemã. Já a BMW estreou oficialmente na temporada passada, unindo forças com a Andretti Autosport. Dos grandes nomes da indústria automobilística alemã, só a Volkswagen praticamente está de fora, mas se considerarmos que o grupo é dono das marcas Audi e Porsche, podemos dizer que a nata da indústria alemã de carros está presente na categoria de carros elétricos, e não é para menos.
         Com alguns países da Europa já marcando data para o fim da produção dos carros com motores a combustão, iniciou-se uma corrida tecnológica para evoluir os carros elétricos, e esta “guerra” se reflete nas pistas da categoria, que tem vários outros nomes de peso concorrendo com os alemães. Na Europa, temos o Grupo DS Citroen, que está presente na equipe Techeetah, além da Jaguar, que compete com um time próprio. A Índia continua representada pela Mahindra, enquanto a China tem a Nio no grid. Do Japão temos a Nissan, que assumiu as operações da Renault, enquanto dos Estados Unidos temos a Penske Automotive, fazendo sua participação com o time da Dragon, de propriedade de Jay Penske, filho do “capitão” Roger Penske.
A BMW estreou com vitória na temporada passada, junto ao time de Michael Andretti.
         A categoria procura manter seus custos sob controle, e com os carros sendo iguais para todos, as fábricas se concentram apenas no essencial, que é evoluir seus trens de força (powertrains), que envolvem a unidade de potência elétrica, e o sistema de câmbio, e mesmo assim, dentro dos limites de desenvolvimento permitidos pelo regulamento, de forma que as fábricas não extrapolem a boca do balão e transformem a categoria numa devoradora de dinheiro como acontece com a F-1.
         A comparação com a categoria máxima do automobilismo, contudo, é um pouco equivocada, pois as duas possuem conceitos técnicos diferentes, e em termos de importância e marketing, a F-E ainda é nanica perto do que a F-1 significa em termos comerciais. Mas não dá para negar que, no quesito participação, a F-E já dá um banho na F-1. Enquanto esta possui o engajamento de Renault, Mercedes, Honda e Ferrari, a F-E já reúne 10 marcas, sendo pelo menos 7 delas de renome mundial. Com custos menores, e com um regulamento que restringe o desenvolvimento ao equipamento de potência, aliado ao desenvolvimento dos sistemas de baterias de energia, a F-E atraiu o interesse de muitas marcas, por motivos mais do que óbvios, antevendo a disputa no mercado de carros em futuro próximo, com os atuais veículos movidos por motores a combustão sendo aposentados mais cedo ou mais tarde. A meta é desenvolver cada vez mais a tecnologia de eletrificação dos carros, tornando-a muito mais acessível e popular, uma vez que ainda é muito cara. Há também o desafio das recargas de energia, da durabilidade das baterias, além de sua autonomia. E os progressos obtidos desde a primeira temporada já se tornaram bem evidentes, e tende a ser ainda maior nos próximos anos.
         E, diferente da F-1, a competitividade também tem sido muito maior na F-E. Os carros, antes lentos, vão ficando cada vez mais rápidos, e tem sempre apresentado boas disputas e pegas muito mais empolgantes do que a F-1 no contexto geral. As vitórias estão al alcance de um número maior de equipes, e a nova temporada, pelo que se viu nos testes da pré-temporada, realizada no circuito Ricardo Tormo, em Valência, tem tudo para ser imprevisível, algo difícil de se ver na F-1 nos últimos anos. E vamos lembrar que, na última temporada, tivemos 9 pilotos diferentes vencendo corridas nas 13 etapas da competição, onde só nas etapas finais surgiram de fato os postulantes ao título, com muitos pilotos sendo cotados para a disputa até meio da temporada, embaralhando as cartas com desempenhos mais ou menos constantes. E quanto mais disputa na pista, melhor.

A SEXTA TEMPORADA, E NOVAMENTE SEM ETAPA NO BRASIL

         A sexta temporada da F-E terá um total de 14 etapas, sendo duas delas com rodadas duplas. A etapa inicial do calendário, na Arábia Saudita, tornou-se uma delas, com a primeira corrida sendo disputada já nesta sexta-feira, e a segunda corrida no sábado. Estas serão as únicas provas ainda em 2019, ficando todas as demais etapas para o próximo ano. E entra ano, sai ano, e sempre se cogita de o Brasil sediar uma etapa, mas na hora do vamos ver, nada se acerta de fato, e apesar do interesse da categoria de ter uma etapa em nosso país, neste novo ano, a única presença da F-E na América do Sul será em Santiago, no Chile, em janeiro, etapa que tem suscitado dúvidas para muitos, devido à onda de protestos que está ocorrendo no país, e que pode colocar em risco a realização da corrida, que pelo sim, pelo não, deveria ser substituída, ou até mesmo cancelada. O otimismo dos dirigentes em que tudo se resolva até lá parece um pouco demasiado, e só podemos esperar que realmente tudo termine bem, não apenas pela Formula-E em si, mas pelo próprio Chile.
         Em fevereiro chega a hora da visita da categoria à Cidade do México, onde a F-E disputa sua prova no tradicional autódromo Hermanos Rodrigues, indo em seguida para o norte da África, para a tradicional cidade de Marrakesh. No mês de março, um pulo até Sanya, na China, antes de voltar para a Europa, onde teremos no mês de abril as corridas de Roma e Paris. Em maio, de volta para o Oriente, com uma das grandes novidades da temporada, a etapa de Seul, na Coréia do Sul, partindo depois para Jakarta, na Indonésia, outra novidade do calendário.
         Ainda em junho, a F-E fará sua parada no circuito montado no velho aeroporto de Tempelhof, em Berlim, antes de partir para os Estados Unidos, para a corrida em Nova Iorque, no bairro do Brooklin. O encerramento volta a ser em Londres, na Inglaterra, em rodada dupla, e em uma nova pista, de 2,4 km de extensão, montada no Centro de Exposição ExCel, junto à área portuária da cidade, em uma pista que terá parte de seu traçado a céu aberto, e parte dele dentro da instalação do centro de exposições.

CALENDÁRIO DA TEMPORADA 2019/2020

DATA
CORRIDA
CIDADE – PAÍS
22.11.2019
ePrix de Diriyah
Diriyah - Arábia Saudita
23.11.2019
ePrix de Diriyah
Diriyah - Arábia Saudita
18.01.2020
ePrix de Santiago
Santiago – Chile
15.02.2020
ePrix da Cidade do México
Cidade do México - México
29.02.2020
ePrix de Marrakesh
Marrakesh – Marrocos
21.03.2020
ePrix de Sanya
Sanya – China
04.04.2020
ePrix de Roma
Roma – Itália
18.04.2020
ePrix de Paris
Paris – França
03.05.2020
ePrix de Seul
Seul – Coréia do Sul
06.06.2020
ePrix de Jakarta
Jakarta – indonésia
21.06.2020
ePrix de Berlim
Berlim – Alemanha
11.07.2020
ePrix de Nova Iorque
Nova Iorque – Estados Unidos
25.07.2020
ePrix de Londres
Londres – Inglaterra
26.07.2020
ePrix de Londres
Londres - Inglaterra

EQUIPES E PILOTOS

EQUIPE
TREM DE FORÇA
PILOTOS
Audi Sport ABT Schaeffler
Audi e-tron FE-06
Lucas di Grassi (11)
Daniel Abt (66)
BMW i Andretti Autosport
BMW iFE-20
Alexander Sims (27)
Maximilian Gunther (28)
DS Techeetah
DS E-Tense FE-20
Antonio Félix da Costa (13)
Jean-Éric Vergne (25)
Envision Virgin Racing
Audi e-tron FE-06
Sam Bird (2)
Robin Frijns (4)
Geox Dragon
Penske EV-4
Brendon Hartley (6)
Nico Muller (7)
Mahindra Racing
Mahindra M-6 Electro
Jerôme D’Ambrosio (64)
Pascal Wehrlein (94)
Mercedes Benz EQ
Mercedes-Benz EQ Silver Arrow 01
Stoffel Vandoorne (5)
Nick De Vries (17)
Nio 333
Nio FE-005
Oliver Turvey (3)
Ma Qing Hua (33)
Nissan e.dams
Nissan IM-02
Oliver Rownland (22)
Sébastien Buemi (23)
Panasonic Jaguar Racing
Jaguar I-Type 04
Mith Evans (20)
James Calado (51)
TAG Heuer Porsche FE Team
Porsche 99X Electric
Neel Jani (18)
André Lotterer (36)
Venturi Racing
Mercedes-Benz EQ Silver Arrow 01
Felipe Massa (19)
Edoardo Mortara (48)

O BRASIL NO GRID

Lucas Di Grassi e Felipe Massa estarão competindo nas pistas da F-E nesta nova temporada.
         O Brasil continua presente no grid da Formula-E, mais uma vez com dois representantes. Lucas Di Grassi segue firme na equipe Audi, e está presente na competição desde a primeira corrida da categoria, da qual também foi o primeiro vencedor, há alguns anos atrás. Já conquistou o título uma vez, e pela capacidade na pista, e pelo time que defende, é sempre um candidato a lutar pelo título. No ano passado, ele mesmo reconhece que tanto sua equipe como ele próprio ficaram devendo em alguns momentos, o que o impediu de lutar a fundo pelo bicampeonato, e mais uma vez, tentará chegar ao segundo campeonato nesta nova temporada, se a Audi fizer a sua parte. Na temporada passada, foram duas vitórias, tendo terminado a disputa em 3º lugar, o que confere ao brasileiro manter sua sina de estar sempre entre os três primeiros colocados em todas as temporadas da F-E.
         Já Felipe Massa parte para seu segundo ano no certame de carros elétricos, e depois de penar em algumas etapas na temporada passada, espera ter um aumento de produção, tanto na pista quanto nos boxes. A Venturi, que até a temporada passada usava seu próprio trem de força, passará a usar agora o equipamento fornecido pela Mercedes, o que se espera que permita uma melhor performance. Felipe assinou um contrato para correr em duas temporadas, de modo que, se os resultados não vierem como ele espera, o brasileiro pode até repensar se vale a pena continuar na competição. Na temporada de estréia, Massa terminou apenas em 15º, com 36 pontos marcados, tendo um 3º lugar em Mônaco como melhor resultado. Mas Felipe terminou o ano atrás de seu companheiro de equipe, Edoardo Mortara, que foi o 14º, com 52 pontos, e que até conseguiu vencer uma corrida.
         E os brasileiros poderão acompanhar toda a temporada, como de costume, através do canal por assinatura Fox Sports, que promete transmitir ao vivo todas as corridas, e também vários treinos e classificações, dependendo da programação de sua grade, sempre com alguns programas especiais para situar o fã de automobilismo a par dos acontecimentos da competição.
Lucas Di Grassi (acima) continua a defender a Audi, e deve lutar pelo título. Já Felipe Massa (abaixo) tem tudo para evoluir em seu segundo ano na competição, na equipe Venturi.

Nenhum comentário: