quarta-feira, 29 de maio de 2019

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – MAIO DE 2019


E o mês de maio já está se despedindo, e estamos prestes a começar junho, o último mês da primeira metade do ano. Isso significa que quase metade de 2019 já se foi, e todo fim de mês é hora de mais uma postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou não de acordo, apreciem e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de junho. Até lá, então...



EM ALTA:

Lewis Hamilton: O atual pentacampeão mundial ruma de forma inexorável rumo ao seu sexto título na categoria máxima do automobilismo. Batido na luta pela pole em Barcelona, Lewis foi preciso na largada para assumir a liderança, e deixar Valtteri Bottas na saudade, comandando a prova espanhola como bem quis. E o inglês arrebatou uma pole com perfeição onde a posição de honra no grid era a mais importante de todas, em Mônaco, de onde novamente largou bem para assumir a dianteira que manteria até a bandeirada, apesar de guiar a maior parte da corrida abaixo do que poderia fazer, para não desgastar demasiadamente seus compostos, mais macios do que os dos rivais que vinham logo atrás. Com 4 triunfos em 6 provas, em um campeonato onde a Mercedes está deitando e rolando até mais do que todos esperavam, Hamilton se coloca como favorito único ao título, pois ninguém acredita que seu companheiro de equipe Bottas possa de fato lutar a fundo pelo título da temporada. O finlandês pode até dificultar o trabalho do parceiro em algumas corridas, mas não o suficiente para tirar o sono de Lewis, que não só vai em busca dos recordes de Michael Schumacher, como deve superá-los, no ritmo em que vai, e com a forma atual de seu time, a Mercedes.

Simon Pagenaud: O piloto francês da equipe Penske vinha de uma temporada bem mediana em 2018, tendo ficado bem abaixo das performances exibidas por seus companheiros de equipe Josef Newgarden e Will Power, a ponto de já correrem rumores de uma possível substituição por Alexander Rossi para 2020, já que o contrato do piloto da Andretti vence ao fim deste ano. Mas eis que Simon deu a volta por cima, não apenas vencendo o GP de Indianápolis, prova disputada no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, como ainda deu o tom de que vinha muito mais, ao marcar a pole-position para as 500 Milhas de Indianápolis, a prova mais famosa da competição. E o francês teve uma performance digna de elogios, andando sempre entre os primeiros, e sabendo se defender e atacar de forma precisa nas voltas finais para rechaçar as investidas dos adversários, e vencer pela primeira vez a Indy500. De quebra, Pagenaud ainda assumiu a liderança do campeonato, superando Newgarden, que vinha com pinta de favorito para lutar pelo bicampeonato, posição que agora também pode ser aventada pelo francês. Se Simon não decair de produção nas próximas corridas, voltando ao nível discreto do ano passado, ele tem todas as chances de lutar pelo segundo título na Indycar. Inscrever o nome na galeria de vencedores da Indy500, por si só, já fez valer o ano inteiro, mas o piloto pode, e vai querer muito mais do que isso.

Marc Márquez: A “Formiga Atômica” continua em ponto de bala, comandando o campeonato da MotoGP rumo à conquista de mais um título, e mostrando que os rivais vão precisar de um milagre, ou algo próximo disso, para impedir o piloto espanhol. Fora mais duas vitórias, em Jerez de La Fronteira e Le Mans, onde praticamente ninguém conseguiu contestar a pilotagem do piloto da Honda. Aliás, atrás de Márquez a competição vem bem acirrada, com Andrea Dovizioso, Alex Rins, Valentino Rossi, e um pouco mais atrás, Jack Miller e Danilo Petrucci, que tem se engalfinhado por posições, enquanto Marc vence as corridas. E com Jorge Lorenzo negando fogo na Honda até o presente momento, e com a dupla da Yamaha tendo altos e baixos com um equipamento que não rende o suficiente, Márquez só tem que se preocupar mesmo é com Andrea Dovizioso, cuja performance vem sofrendo alguns altos e baixos, e até tem conseguido se manter próximo, mas sem tirar o sono seriamente do atual campeão da classe rainha do motociclismo. Se na F-1 Lewis Hamilton caminha a passos firmes para seu 6º título, Márquez parece vir fazendo isso de forma ainda mais contundente na MotoGP, para abocanhar também o seu 6º campeonato. Ainda há tempo dos rivais reagirem, mas a julgar pelo ritmo desse pessoal, se Marc não fizer nenhuma bobeira, ele tem tudo para comemorar mais um título, e bem em breve...

Jean-Éric Vergne: O piloto da Techeetah assumiu a dianteira do campeonato da F-E ao ser o primeiro piloto da atual temporada a repetir uma vitória, ao triunfar em Mônaco, e ainda fez uma corrida bem agressiva em Berlim, para subir ao pódio em 3º lugar, e manter a liderança recém-conquistada no certame, do qual é o atual campeão, e promete lutar a fundo para ser o primeiro bicampeão da categoria de carros de competição totalmente elétricos. Mas o francês sabe que ainda é cedo para comemorar: a vantagem para Lucas Di Grassi, o vice-líder, é de apenas 6 pontos, e com três corridas pela frente para encerrar a temporada, muita coisa ainda pode acontecer, especialmente em um ano onde por várias provas o panorama foi mudando etapa a etapa, de acordo com os resultados. Um fim de semana abaixo das expectativas, ou com algum percalço ou azar, pode fazer tudo mudar. E a F-E tem sido pródiga em corridas com alguns resultados inesperados, portanto, todo cuidado é pouco, lembrando que, no início da temporada, pela performance apresentada, a Techeetah tinha tudo para disparar na competição, mas não foi isso que acabamos vendo. Só agora, mais perto do fim da atual temporada, é que Vergne está finalmente conseguindo assumir ares de favoritismo, junto com seu colega de equipe André Lotterer, que vem um pouco atrás no campeonato, mas pode também entrar firme na briga pelo título, dependendo dos acontecimentos, e se Vergne deixar, claro...

Holanda de volta ao calendário da F-1 em 2020: O GP da Holanda, prova tradicional no calendário da F-1 por cerca de 30 temporadas, estará de volta à competição no próximo ano, e no tradicional palco das provas anteriores, o autódromo de Zandvoort. O retorno é consequência do fim dos apoios financeiros governamentais a alguns GPs, como o da Espanha, e do México, que estão proporcionando vagas para novas provas entrarem na competição, a exemplo do GP do Vietnã, que também estreará na categoria em 2020. E, sobretudo, é uma força do fenômeno Max Verstappen, novo ídolo dos holandeses, que tem se deslocado em peso para outras provas no continente europeu acompanhar o seu mais novo representante no mundo do esporte a motor, onde já é um dos grandes destaques. Fica a expectativa, contudo, se a pista de Zandvoort, que precisará passar por obras de adequação para receber a F-1, poderá proporcionar uma boa corrida, pois o traçado atual da pista é muito travado e estreito, bem diferente do traçado original usado até 1985, que proporcionava altas velocidades, mas que atualmente, pelo novo design, tem tudo para ser mais travado até do que Hungaroring. Que o digam alguns pilotos da F-1 que já tiveram oportunidade de correr lá em outras categorias menos velozes que a F-1, e disseram que a pista praticamente não tinha pontos favoráveis de ultrapassagens. O retorno da Holanda é algo a se comemorar, mas se for para termos outra corrida estilo “procissão” e sem chances de ultrapassagens decentes, será um contraponto muito ruim para um país que durante muitos anos esteve presente no calendário, e há muito merecia retornar...



NA MESMA:

Charles LeClerc: O piloto monegasco pode estar começando a ver que pilotar para o time dos sonhos da F-1, a Ferrari, pode ser na verdade uma tremenda ferrada. Em Barcelona, o time demorou para coordenar direito a estratégia de corrida de seus pilotos, e Charles, pra variar, acabou sendo o mais prejudicado, ficando sem chances de discutir o pódio na prova catalã. E em Mônaco, onde era o centro das atenções por correr em casa, acabou vendo suas chances na corrida irem para o brejo por erro tático do time, que não o mandou de volta à pista no Q1, quando o próprio LeClerc via que seu tempo não o garantiria no Q2. Acabou caindo no Q1, e largando em 15°, ainda mais numa pista sem chances efetivas de ultrapassagem como é Monte Carlo, não havia outro jeito senão arriscar e acelerar, e o piloto até que conseguiu algumas ultrapassagens interessantes, mas ao tentar o mesmo sobre Nico Hulkenberg, as coisas deram errado, e um pneu furado praticamente acabou com as esperanças de Charles obter um bom resultado no principado. E não adianta criticar o piloto por ser abusado e tentar arriscar além da conta: como as provas em Mônaco costumam ser “procissões” onde ninguém consegue passar ninguém, só lhe restava mesmo partir para o tudo ou nada, depois da palhaçada que sofreu por causa do time. Infelizmente, não deu certo, e começam a surgir alguns rumores até de que LeClerc poderia pensar em sair do time italiano, se as coisas continuarem nessa toada, onde o time não apenas vem errando várias vezes com o piloto, como em outros momentos, impedindo-o de competir livremente, para proteger Sebastian Vettel.

Campeonato da F-1 2019: A temporada deste ano da categoria máxima do automobilismo infelizmente não está dando maiores expectativas com relação à qualidade das corridas. A etapa da Espanha, em Barcelona, mais uma vez foi uma prova de arranque decidida na largada, com muito poucas emoções em termos de disputa de posições, mesmo no pelotão intermediário, mantendo a tradição de provas chatas no circuito da Catalunha, onde os times testam sempre na pré-temporada, e isso acaba se traduzindo em um conhecimento tão grande da pista que praticamente elimina quaisquer chances de surpresas na corrida. E Mônaco, infelizmente, só sobrevive mesmo pelo charme e tradição, porque na pista, quase ninguém consegue passar ninguém, como mostrou o duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, mesmo que Charles LeClerc tenha até conseguido dar um certo ânimo com sua recuperação nas voltas iniciais da prova, com um arrojo e agressividade que cobraram o seu preço, quando uma das manobras deu errado, e dali em diante com a prova monegasca virando sua tradicional “procissão” nas ruas do Principado. E Lewis Hamilton começando a virar candidato quase único ao título não ajuda muito a empolgar o fã da velocidade que quer disputas e duelos na pista. O jeito é esperar que a situação tenha alguma mudança nas próximas corridas, nem que seja um maior duelo no pelotão intermediário, que é o que resta de emoção para tentar salvar a temporada da F-1, porque o duelo contra as Mercedes já está perdido...

Hélio Castro Neves nas provas de Indianápolis: Pelo segundo ano consecutivo, Hélio Castro Neves disputou apenas as corridas de Indianápolis e a Indy500, depois que Roger Penske remanejou o brasileiro para competir no campeonato do IMSA Wheater Tech Sportscars. O sonho de Hélio, assim como de Roger, é a conquista de uma 4ª vitória, que colocaria o brasileiro ao lado dos gigantes da história da Indy500 que venceram em 4 oportunidades a mítica corrida, como Rick Mears, Al Unser, e A. J. Foyt. E, pelo segundo ano consecutivo, as esperanças de Helinho não se confirmaram. Mesmo tendo um carro bem rápido e competitivo, o brasileiro não deu sorte novamente este ano. Se em 2018 Hélio se acidentou, pego de surpresa pelo comportamento arredio do no chassi utilizado pela categoria (o que também pegou alguns outros pilotos na prova), este ano tudo foi arruinado por um toque do brasileiro no carro de James Davison nos boxes, quando o piloto da Dale Coyne errou a parada no seu box, e numa freada brusca, acabou sendo atingido pelo carro do brasileiro, que vinha entrando no pit line. E Hélio acabou levando a pior: além de ter trocar o bico do seu carro, ainda foi considerado culpado pela batida, e levou uma punição que o obrigou a uma passagem pelos box que o fez perder 2 voltas em relação aos líderes, sem chance de se recuperar na prova. Melhor sorte em 2020. Já vão 10 anos do último triunfo de Hélio na Brickyard. E a torcida por um novo triunfo do “Homem-Aranha” não é pouca em Indianápolis, sem falar que, obtendo a 4ª vitória, quem sabe o objetivo não seria obter uma 5ª, e estabelecer um novo recorde para a história da Indy500?

Sebastian Vettel: O tetracampeão mundial continua sem convencer na atual temporada da F-1. Apesar de ter conseguido um 2º lugar na etapa de Mônaco, o resultado foi mais devido á punição de Max Verstappen do que ao mérito do piloto alemão, que se deixou superar pelo jovem e atrevido holandês no treino de classificação, em uma pista onde a Red Bull costuma ir bem. Mas Vettel também ficou devendo em performance na Espanha, onde as demoras da Ferrari na estratégia para seus pilotos acabou complicando suas chances, mas Sebastian não conseguiu mostrar uma performance de forma a minimizar as escolhas feitas pelo time. Parece que Vettel ainda não recuperou a confiança total em sua tocada, e ainda por cima, anda desconcentrado pela pressão que sofre do jovem Charles LeClerc como companheiro de equipe, o que teria motivado sua batida nos pneus no terceiro treino livre em Monte Carlo, quando o monegasco alcançou o melhor tempo da sessão. Com contrato válido para 2020, Vettel em tese está garantido na Ferrari até o final do ano que vem, mas já começaram a surgir alguns boatos afirmando que o alemão poderia pendurar o capacete ao fim da atual temporada, motivado pela falta de perspectivas de lutar pelo título com a Ferrari. Seria uma perda para a F-1, mas mais um prego no caixão da reputação de Vettel, se lembrarmos de como ele pulou fora da Red Bull após ser superado por Daniel Ricciardo em 2014, buscando refúgio na Ferrari. Vettel tem tudo para pelo menos recuperar a auto estima na Ferrari, com ou sem as trapalhadas do time. Depende só dele.

Equipe Yamaha na MotoGP: O time dos três diapasões mostra que deve ficar novamente de fora da luta pelo título na classe rainha do motociclismo na atual temporada da MotoGP. Valentino Rossi até tem tirado leite de pedra e obtido alguns resultados razoáveis, mas tem se revelado incapaz de duelar pelas vitórias nas etapas da competição, afirmando que está faltando potência às motos da escuderia. Já Maverick Viñales tem pego a peça de “cavalo paraguaio” de treinos, uma vez que o espanhol até tem se classificado bem, mas quase sempre perde várias posições na largada, sendo obrigado a tentar fazer uma corrida de recuperação. E a marca japonesa mostra que está inferior em termos de competitividade não apenas em relação à arquirrival Honda, mas também face à Ducati, e dependendo do momento, até mesmo em relação à Suzuki. Com Rossi dando tudo de si, mas não conseguindo driblar certas limitações do equipamento, e Viñales tendo uma temporada de mais baixos que altos, as chances da Yamaha não são nada boas com relação a tentar disputar o título, ainda mais com Marc Márquez mostrando estar em ponto de bala, como sempre. Será que ainda veremos Rossi disputar e levar um 8º título na MotoGP? O “Doutor” mostra que ainda está rendendo muito, mas sem um equipamento à altura, fica bem complicado...



EM BAIXA:

Superbike Brasil: O campeonato de Superbike Brasil está em um momento bem complicado. A categoria viu outro piloto morrer em suas provas neste último domingo, com o falecimento de Danilo Berto após um acidente na pista de Interlagos, aumentando para 4 o número de competidores que perderam a vida no autódromo paulistano nos últimos três anos, um número que pode ser considerado muito alto para uma categoria, e um circuito. E, querendo melhores condições de segurança para a competição, Honda, Yamaha e Kawasaki decidiram suspender sua participação no campeonato, até que a organização coloque ordem na casa, o que terá sérias consequências para a competição. E urge apresentar providências a respeito, para dar satisfações sobre as condições de competição dos pilotos, lembrando que em abril último, outro piloto, Mauricio Paludete, já havia falecido também em Interlagos, vítima de outro acidente em outra etapa da Superbike Brasil. Vale mencionar que o autódromo paulistano é considerado ainda inseguro para competições de motociclismo, e infelizmente, os fatos de 4 mortes em 3 anos no circuito mais do que corroboram para tal avaliação. O esporte a motor nacional já não anda muito bem, sobrevivendo como pode no cenário de instabilidade econômica, e não precisa de tragédias como essa para complicar ainda mais a situação.

Equipe Ferrari: O time de Maranello parece mais perdido que cego em tiroteio na atual temporada de F-1. A escuderia antecipou algumas atualizações para a pista do Azerbaijão procurando minimizar a desvantagem para a Mercedes, mas a grande esperança era mesmo o grande pacote de atualizações previsto para a etapa da Espanha, no mesmo circuito onde, na pré-temporada, a escuderia italiana deixou todos empolgados com a possibilidade de a hegemonia da Mercedes ser finalmente desafiada, e quem sabe, encerrada, com a Ferrari a lutar mais forte do que nunca pelo título. Mas o que se viu foi uma escuderia que, além de não conseguir diminuir sua desvantagem, ainda se perdeu nas estratégias de corrida. E nem mesmo em Mônaco, onde em tese as chances de um melhor resultado poderiam ser maiores, a rossa conseguiu se acertar, chegando ao cúmulo de humilhar Charles LeClerc com um erro crasso na classificação que deixou o monegasco fora já no Q1 do treino classificatório. E já começaram algumas trocas entre os staffs da escuderia, denotando que a cobrança pela falta de performance do projeto de 2019 já começou, o que pode levar a algumas reestruturações dentro do time, que se vê mais numa luta renhida com a Red Bull, que começa a ameaçar cada vez mais, do que em tentar desafiar a Mercedes, que venceu todas as corridas na temporada até agora, e dá pinta de que pode repetir a dose em todas as demais provas da temporada.

Transmissão da Globo das corridas de F-1: Sempre dizem que não há nada que não esteja tão ruim que não possa piorar, certo? Bem, em se tratando das transmissões da Globo na categoria máxima do automobilismo, eis que a emissora carioca resolveu inovar na sua forma de transmitir as corridas, mas que se por um lado tornou a cobertura mais ampla, por outro, especialmente para quem vê as provas apenas pela TV aberta, acabou ficando pior do que já era. Com a decisão de dividir a transmissão das provas entre a emissora de sinal aberto, e a internet, através do site do Globoesporte.com, a Globo deu mais um tiro no pé. Se por um lado está oferecendo um material bem interessante do que acontece antes da largada, com um início de até uma hora antes, cortar a cerimônia do pódio após a bandeirada, para deixar isso apenas na transmissão de internet deixou muita gente furiosa, pois tal cerimônia é parte da prova, e com o seu encerramento, aí sim poderia até se concentrar em mostrar mais do pós-corrida pela internet. A Globo, que já não manda uma equipe de transmissão completa para as corridas há alguns anos, preferindo mandar apenas uma equipe de reportagem, erra no timing e abusa da paciência dos fãs, especialmente aqueles que não tem outra opção de acompanhar as corridas que não seja pela emissora brasileira. Fazer uma transmissão picada e misturada com dois meios de comunicação pode parecer interessante, mas a Globo preferiu o caminho que lhe é mais cômodo, sem se esforçar em realmente oferecer uma transmissão melhor. Desse jeito, melhor levar as corridas em definitivo para o SporTV, e fazer lá uma transmissão mais decente, na opinião de muitos. E chego a concordar com eles...

Punições na Stock Car: A maior categoria automobilística do Brasil comemorou 40 anos no início de 2019, e isso não é pouca coisa, lembrando que muitos certames mundo afora não tem tantos anos de existência para se vangloriar assim. Mas o campeonato que deveria coroar estas 4 décadas de existência está vendo várias punições que tem deixado até mesmo a Vicar horrorizada com a situação, uma vez que o cumprimento do regulamento fica a cargo da CBA, e a Vicar tem considerado que nunca o tratamento da CBA para com a Stock foi tão amador, jogando na entidade que comanda o automobilismo nacional toda a responsabilidade pelas punições que cassaram a vitória de Ricardo Zonta no Velocitá, e mais recentemente, de Thiago Camilo. Afinal, a CBA desclassificou Zonta da corrida que venceu, mas sem dar satisfações oficiais do motivo da punição, o que deixou a direção da Stock Car numa saia justa com os torcedores. Já não é a primeira vez que a categoria tem punições questionáveis, seja pela regra, seja pelo modo como a aplicam. E Cacá Bueno já disse cobras e lagartos sobre isso tempos atrás, quando foi claramente prejudicado, no que chamou de “perseguição” à sua pessoa. Carlos Col deu uma entrevista esta semana, e chamou até o presidente da CBA de amador, mostrando irritação com as atitudes da entidade, que podem comprometer a imagem de seriedade que a Vicar tenta construir para a Stock. Realmente, o Brasil está mesmo lascado com o pessoal da CBA, e isso já não é de hoje. A exemplo de outras entidades que comandam esportes neste país, a CBA precisa passar por uma limpa e um expurgo completo, para se eliminar um bando de cretinos e imbecis que de positivo nada fazem realmente pelo esporte nacional...

Tentativa de Fernando Alonso de competir na Indy500 2019: Se a primeira incursão de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2017, foi cercada de pompa e expectativa, com o espanhol sendo um dos destaques da corrida, que chegou até a liderar, a nova investida da McLaren e do piloto agora em 2019 foi um fracasso monumental. Menos pelo equipamento em si, e mais pelo péssimo gerenciamento do projeto, que fez a McLaren tentar um vôo bem mais solo do que o de 2017, com um chassi e motor completamente novos, e associado a um time sem tradição ou expectativa de bom desempenho na corrida centenária do Indianapolis Motor Speedway. Foram vários erros na preparação, e muito pouca disposição em corrigi-los, de modo que quando Alonso foi para a pista, não havia muito o que o talento do espanhol pudesse fazer para compensar. Bem que o asturiano tentou, mas seus tempos não foram suficientes para lhe garantir um lugar entre os 33 carros que largariam na corrida. Ao menos, tiveram a decência de não “comprar” um lugar para Alonso competir entre os carros que se classificaram para a prova, procedimento que já ocorreu várias vezes em sua longa história. Mas, mesmo que tivesse conseguido um lugar no grid, pela performance, ou melhor, falta de performance, Alonso não passaria de um coadjuvante na edição 2019 da Indy500, sem chance alguma de lutar pela vitória, o seu grande objetivo de alcançar a Tríplice Coroa do Automobilismo. O jeito é tentar de novo no ano que vem, usando os acontecimentos deste ano como lição para que não se cometam os mesmos equívocos...

 



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