sexta-feira, 13 de maio de 2016

ESPERANÇAS DE BARCELONA


As escuderias da F-1 terão várias novidades em seus carros para o GP da Espanha, na pista de Barcelona. Mas a Mercedes segue sendo a favorita destacada.

            Cá estamos na Europa para o início da fase do Velho Continente do Mundial de F-1, e como já virou praxe nos últimos anos, Barcelona é a primeira parada, no circuito da Catalunha. Para as expectativas do campeonato, a pergunta é: Lewis Hamilton vai começar a reagir, ou Nico Rosberg vai se distanciar ainda mais no campeonato? Com 43 pontos de vantagem, o piloto alemão da Mercedes só não pode deitar e rolar porque o menor descuido pode inverter a situação no campeonato, em que pese hoje isso exigir pelo menos duas provas com um desastre total para Nico com tudo dando certo para Lewis.
            Mas todo mundo também quer saber como o novo "queridinho" da Red Bull, Max Verstappen, vai se sair pilotando pela primeira vez um carro de ponta. O piloto holandês foi promovido para o time matriz, com Daniil Kvyat sendo "rebaixado" para o seu lugar na Toro Rosso, depois dos percalços na prova da Rússia, há duas semanas. E, demonstrando falta de sensibilidade, a FIA ainda escalou os dois pilotos para as coletivas de imprensa ontem aqui no paddock, onde era nítido ver que Kvyat não estava com a menor disposição de ter toda essa atenção voltada para si, em um momento onde ele precisa de um pouco de paz e tranquilidade para acertar o seu rumo, de volta ao time "B" dos energéticos. O jovem russo vai precisar colocar a cabeça no lugar se quiser dar a volta por cima, mas muitos já dão Daniil como em situação de aviso prévio para 2017, e isso certamente não vai ajudar muito em sua paz de espírito.
            Por outro lado, é nítido como Verstappen está animado com a chance que normalmente teria no próximo ano, mas viu chegar antes do tempo. O jovem holandês tem mostrado talento e velocidade na Toro Rosso, mas também já andou mostrando ter uns chiliques que ninguém anda gostando, especialmente na Austrália, onde disparou farpas contra seu parceiro de time, Carlos Sainz Jr. Todo mundo quer ver o que Max vai render com um carro de ponta à sua disposição. Há quem diga que isso pode tumultuar o ambiente na Red Bull, pois Daniel Ricciardo vai ser o alvo direto de Max, que precisará ser superado a todo custo, se quiser manter sua fama de prodígio conquistada desde sua estréia na F-1 no ano passado. Mas a euforia por querer mostrar serviço também pode ser perigosa, o que resultaria em possíveis acidentes na competição. Exagero? Talvez, mas pelo sim, pelo não, quem for largar ao lado de Verstappen no domingo terá de tomar alguns cuidados a mais, para se prevenirem da impetuosidade do piloto. Isso, claro, se forem cautelosos... Tem aqueles que não irão dar mole na dividida de curva, para não abrir espaço e não acostumarem mal o piloto, que já anda meio que se achando no ambiente da categoria.
            Com relação à corrida em si, a pista de Barcelona infelizmente tem mostrado uma das provas mais maçantes dos últimos tempos. Como os testes da pré-temporada são normalmente realizados aqui, todos os times já entram na pista com mais dados do que em qualquer circuito, o que tira parte das surpresas que todos podem encontrar. E isso e traduz em provas sem muitas disputas. A variedade de curvas desta pista colocam à prova o equilíbrio e estabilidade dos carros. Quem anda bem aqui provavelmente anda bem em todos os circuitos. Por outro lado, a pista também coloca à prova a qualidade dos projetos das escuderias, de modo que aqueles monopostos que não andarem bem, terão graves problemas no restante do campeonato.
            Neste ponto, a Mercedes é candidata mais do que natural à primeira fila, lembrando que o time alemão não mostrou toda a sua força nos dias da pré-temporada, quando testaram por aqui. Em compensação, a Red Bull, cujo modelo RB12 mostrou ser excelente em equilíbrio, tem tudo para conseguir incomodar os ponteiros, a exemplo do que fez na China. Para a Ferrari, ainda em busca de um triunfo na temporada, resta saber se o SF-16H terá mesmo condições de desafiar o modelo W07 da Mercedes, o que até agora não conseguiu demonstrar, o que já vem causando uma certa impaciência na direção da Ferrari.
            Barcelona também costuma ser a pista onde a grande maioria das equipes coloca os primeiros grandes upgrades em seus carros. Todos os dados acumulados das primeiras corridas do ano já foram exaustivamente analisados nas sedes, que providenciam as evoluções dos modelos. E esta semana terá um atrativo adicional, com dois dias de testes que serão realizados após o GP, portanto, vários dispositivos novos foram trazidos para este circuito. Hoje, nos treinos livres, já deveremos ver parte destas novidades. Mas há quem não terá essa chance. A Sauber já anunciou que não teria atualizações no seu monoposto, razão pela qual nem irá participar dos dois dias de testes durante a semana. A situação do time suíço, infelizmente, não é das melhores, tanto em competitividade, quanto em termo financeiros.
            E quem vencerá a corrida domingo? Muito provavelmente, pelo favoritismo, um dos pilotos da Mercedes, o que irá acabar com quase uma década em que Barcelona, apesar das provas em sal que tem apresentado, teve sempre pilotos diferentes vencendo. Em 2007, o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, venceu a corrida, que em 2008 veria o triunfo de Kimi Raikkonem. Em 2009, Jenson Button, com a surpreendente Brawn, cruzaria a linha de chegada em primeir lugar. No ano seguinte, com a Red Bull se impondo como novo time de ponta da categoria, a vitória ficou com Mark Webber, com o time dos energéticos repetindo a dose em 2011, agora com Sebastian Vettel. Em 2012, a surpresa foi a vitória de Pastor Maldonado, com a Williams, com o venezuelano também largando da pole-position, no que foi a última vitória do time de Frank Williams na F-1 até hoje. O ano de 2013 veria o triunfo de Fernando Alonso, pela Ferrari. No ano seguinte, com o início da era de supremacia da Mercedes, Lewis Hamilton venceu a corrida, que no ano passado teve o triunfo de Nico Rosberg. O último a vencer mais de uma vez esta corrida foi Fernando Alonso, que triunfou em 2006, quando competia pela Renault, no ano de seu bicampeonato. Antes disso, em 2005, a vitória foi de Kimi Raikkonem, então defendendo a McLaren.
            A esperança é que a nova regra que permite maior variedade de estratégia dos compostos de pneus ajude a movimentar a corrida, proporcionando mais duelos do que normalmente este GP tem apresentado. Até o ano passado, devido ao imenso conhecimento que os times possuem do circuito, não havia surpresas com relação às estratégias adotadas pelos pilotos, com todo mundo quase sempre apostando igual nos momentos de parada. Este ano, com mais uma opção a ser disponibilizada, quem sabe as coisas mudem. Tem funcionado até aqui na temporada, com exceção da corrida na Rússia, por ter tido apenas uma parada de praxe para a grande maioria dos pilotos, mas que pode voltar a apimentar a prova aqui em Barcelona, mesmo com o grande conhecimento que pilotos e times têm da pista. Tomara que ajude a termos boas brigas e duelos no domingo.


A Indycar prepara-se para disputar as provas de Indianápolis, e hoje teremos o treino de classificação que definirá o grid para o GP de Indianápolis, prova que será disputada amanhã no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, que foi criado para as corridas da F-1 e mais recentemente era usado também para a MotoGP. No ano passado, a corrida foi vencida por Will Power, e a Penske é novamenteo time favorito para discutir a vitória na prova, apesar do bom treino de Scott Dixon, da Ganassi, nesta quinta-feira. Será a 3ª edição da corrida, criada em 2014 a fim de aumentar o interesse dos fãs pelas 500 Milhas de Indianápolis, uma vez que a prova no traçado misto passou a ser anunciada como "prévia" da corrida mais importante do calendário. Em 2014, a corrida foi vencida pelo francês Simon Pagenaud, na época competindo pela equipe de Sam Schmidt. No ano passado, vitória da Penske, com Will Power. Para os brasileiros, a melhor posição foi o 3° lugar de Hélio Castro Neves na prova de 2014. Na semana que vem, todos os pilotos e equipes iniciarão os treinos visando as 500 Milhas de Indianápolis, marcada para 29 de maio, e que marcará a 100ª realização da corrida no famoso circuito oval.
O Grande Prêmio de Indianápolis abre as atividades do mês de maio no famoso autódromo da capital do Estado de Indiana.


A F-3 Européia disputa neste fim de semana a prova em um dos circuitos mais difíceis e tradicionais, Pau, na França. O traçado urbano de aproximadamente 2,8 Km de extensão é considerado um dos mais difíceis pelo pessoal das categorias que correm por lá, sendo uma pista de difícil ultrapassagem e com boas chances de o pessoal se envolver em fortes acidentes. A prova, curiosamente, teria a participação, pela equipe Carlin, de Nelsinho Piquet, que já disputou a prova nos tempos da GP2 na década passada. Mas a FIA, numa decisão duvidosa, vetou a participação do piloto brasileiro, justificando que sua participação "desvirtua" o foco da categoria, que é ser uma competição de acesso à F-1. Até certo ponto, o raciocínio é válido, mas por outro lado, eles acabam se dando o direito de proibir um piloto de competir, o que acho uma picaretagem e falta de caráter, pois isso só deveria ser feito se o piloto em si não fosse qualificado, ou estivesse suspenso de suas atividades profissionais, o que não é o caso de Nelsinho, que inclusive é o atual campeão da F-E, uma competição chancelada pela FIA. E a Carlin tinha interesse em contar com a participação do brasileiro, que aliás, traria destaque à competição no fim de semana, por ser um nome de respeito, com passagem pela F-1 (ainda que tenha participado daquela presepada de Cingapura em 2008), e de sucesso na F-E (mesmo que atualmente esteja indo mal no atual campeonato), além de já ter competido em provas da Endurance, Nascar, Truck Series, entre outros certames. Pelo visto, a FIA não se embanana apenas quando precisa decidir alguma coisa sobre a F-1...


Nos últimos dias, mais uma vez veio à tona o assunto sobre as condições do heptacampeão mundial de F-1 Michael Schumacher, que sofreu um acidente em dezembro de 2013, batendo a cabeça numa pedra em uma estação de esqui, e que desde então "sumiu" do mundo, envolto em uma blindagem absurdamente controlada por sua família, que lançou uma cruzada contra o mundo inteiro na tentativa de desestimular notícias sobre o real estado do ex-piloto. Um médico que teria operado Schumacher alegou que sua vida estaria "nas últimas", e aos poucos, a discussão sobre as reais condições de Michael voltou a aflorar entre os fãs mundo afora. E a família, claro, chama de irresponsável qualquer um que noticie algo sobre Schumacher, segundo eles, lançando boatos infundados e sem nenhum respaldo da sua família. Concordo que, sem uma notícia "oficial" por parte da família, pode ser leviano apontar como Michael estaria nos dias de hoje. Por outro lado, a maneira como eles se fecharam para o mundo, quando o assunto é como o ex-piloto se encontra, é excessivamente centralizador e obsessivo, ameaçando qualquer um que publique algo se processo na justiça, e com pesadas multas. Por mais que a família tenha todo o direito a manter sua privacidade, o que acho mais do que justo, este tipo de comportamento, conforme já falei, infelizmente suscita também a ação de "aventureiros" que querem dar um furo noticioso, e tem gente neste mundo bem maluca para fazer algo assim. Mas lamento dizer que, no atual estado da situação, pelas poucas informações que todos dispõem sobre a recuperação do heptacampeão, que sua situação realmente não é das melhores, pelo simples fato de que em teoria, como alguém com sequelas cerebrais de vulto estaria vivendo depois de quase dois anos e meio nestas condições. Estaria Michael de fato "vivo"? Ou sua vida hoje resume-se a um inválido preso em uma cadeira de rodas ou a algum sistema de suporte vital, sem ter talvez consciência de quem é...? De fato, o dilema continua, e a sua família, certamente, é quem mais deve sofrer de vê-lo em sua real condição atual, seja lá qual for, que possa ser de um arremedo de pessoa. E, novamente, volto a frisar que, bastaria eles darem informações confiáveis sobre a situação, para desestimular os caçadores de notícias sobre a situação do ex-piloto. Uma hora, infelizmente, essa situação terá de acabar, e ela será unicamente para anunciar o seu falecimento. Quando ou como isso irá acontecer, desconheço completamente. Mas, novamente, me pergunto: essa blindagem toda que a família faz está valendo a pena? Tanto esforço para preservar a imagem que todos conhecem de Michael Schumacher é louvável, mas uma hora a realidade terá de se impor, e a vida segue. Michael não precisa ser exibido como uma fatalidade, mas novamente, seus milhões de fãs pelo mundo inteiro mereciam ao menos saber algo mais preciso sobre sua condição. E haveria meios de a família fazer isso sem transformar a situação em um "circo", que no fundo é o que todos não querem que aconteça, além de ser extremamente desagradável e desnecessário.


A direção da F-E confirmou o cancelamento da corrida de Moscou, marcada para o mês de junho, e que seria a penúltima prova do campeonato, antes da rodada dupla final em Londres, no início de julho. Com isso, restam agora apenas 3 corridas para encerrar a competição, que além das duas provas na capital britânica, terá também a prova de Berlin, marcada para o dia 21 deste mês de maio. Em virtude do tempo exíguo, a direção da categoria de carros elétricos informou não ser possível providenciar nenhuma prova substituta. Resta saber agora se a corrida russa retornará no próximo ano. Se a saída for definitiva, já existem vários candidatos a receber uma prova da categoria, o que deve facilitar a montagem do calendário para a próxima temporada.

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