quarta-feira, 2 de setembro de 2015

FLYING LAPS - AGOSTO DE 2015



            O mês de agosto pode ter sido de férias em sua maior parte para a turma da F-1, mas o mundo da velocidade continuou acelerando fundo, e como de costume, houve os acontecimentos que não puderam ser comentados nas colunas regulares do mês, mas que agora são reunidos nesta edição da Flying Laps, trazendo algumas considerações em notas breves sobre um pouco do que rolou em outros certames do mundo do esporte a motor neste mês de agosto. Portanto, boa leitura a todos, e no mês que vem, teremos muito mais por aqui...


A etapa da Stock Car no início do mês de agosto, no autódromo de Curitiba, foi das mais agitadas. Com a punição imposta pela CBA, Cacá Bueno não participou da rodada dupla disputada na capital paranaense, e muito provavelmente se livrou de uma tremenda encrenca, quando a primeira prova teve um acidente monstruoso na reta dos boxes, causado pelo carro de Thiago Camilo, que vinha lento, e tentava seguir na pista. Com a disputa do pelotão vindo logo atrás de si, o carro de Camilo foi atingido violentamente por Rafael Matos, que não conseguiu desviar, e originou uma reação em cadeia atingindo outros pilotos, como Felipe Fraga, Felipe Lapenna, e Luciano Burti. Os carros ficaram parcialmente destruídos, e Camilo e Fraga precisaram ser levados para o hospital, enquanto a corrida era paralisada. Com quase 1 hora de paralisação, a prova recomeçou, agora dividida a corrida em duas partes. A primeira até o acidente e a segunda, que teria 25 voltas ou 36 minutos, mais uma volta. A vitória ficou com Marcos Gomes, seguido de Allam Khodair e Daniel Serra. A segunda corrida, mais tranquila, teve vitória de Sergio Jimenez, com Julio Campos e Diego Nunes fechado o pódio. Mas o assunto mais falado foi mesmo da primeira corrida, com direito até a invasão da pista por crianças, que determinaram a entrada do Safety Car para garantir a segurança e providenciar sua retirada. E olhe que Cacá Bueno foi punido por chamar o pessoal da CBA de "imbecis"... pior ainda é a CBA declarar que não puniria o piloto como acabou acontecendo por ele tê-los chamado de imbecis...hipocrisia pura...


Se Thiago Camilo foi ao inferno em Curitiba, ele praticamente foi ao céu em Goiânia, etapa seguinte do campeonato da Stock, e palco da prova mais importante da temporada, a Corrida do Milhão. Mesmo com o pé inchado, Camilo deu um show: largou em 12° e ganhou praticamente metade das posições à sua frente logo no arranque da largada e primeira volta. E ele continuou acelerando, apesar da dor no pé machucado, e que estava sem tomar os analgésicos para não ter problemas de sono, e também de doping. O único golpe de sorte foram os problemas que fizeram Ricardo Maurício abandonar, o que o levou para a liderança da corrida, que manteve até a bandeirada final. Daniel Serra cruzou logo atrás, em 2° lugar, e Ricardo Zonta fechou o pódio com a 3ª colocação. Foi a terceira vitória de Thiago Camilo na Prova do Milhão, tendo vencido as edições de 2011 e 2012. A adrenalina da competição e da vitória foi tanta que o piloto até esqueceu a dor no pé lesionado, que certamente voltou com tudo pouco tempo depois. Mas valeu todo o esforço que o piloto fez para disputar a corrida. Uma performance para ninguém botar defeito, sem dúvida alguma.


A última etapa da Stock Car neste mês de agosto foi disputada no circuito paranense de Cascavel, e a primeira corrida foi vencida por Valdeno Brito. Ricardo Zonta subiu novamente ao pódio, em 2°, à frente de Allam Khodair, mais uma vez no pódio. Já na segunda prova do fim de semana, o triunfo ficou para Thiago Camilo, que festejou mais uma vitória na competição. Valdeno Brito e Ricardo Maurício completaram o pódio. Com o resultado das provas de agosto, Marcos Gomes é o líder do campeonato, com 182 pontos. Cacá Bueno, apesar de ter ficado de fora da etapa de Curitiba, é o segundo colocado, com 151 pontos, seguido de Daniel Serra, com 133 pontos. Com as duas vitórias, Thiago Camilo assumiu a 5ª colocação, com 120 pontos, logo atrás de Julio Campos, com 121. Rubens Barrichello, atual campeão da categoria, é o 6° colocado, com 115 pontos.


Depois da vitória na Alemanha, Marc Márquez chegou a Indianápolis decidido a efetivar sua recuperação no campeonato da MotoGP. E o atual bicampeão da categoria não deixou por menos: largou na pole-position e venceu a prova disputada no circuito misto do famoso autódromo da capital do Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Mas foi uma vitória bem suada, pois Jorge Lorenzo fez uma largada perfeita, assumindo a ponta no início da corrida e fazendo o possível para ir embora. Mas Márquez tratou de recuperar o prejuízo, e retomou a liderança da corrida na 25ª volta, mas não conseguiu descolar-se do piloto da Yamaha, que esteve na sua cola o tempo todo, até a bandeirada final, terminando em 2° lugar. Valentino Rossi, na outra Yamaha, precisou fazer uma corrida de recuperação: largou em 8°, e foi subindo posições, até estacionar na 3ª colocação. O "Doutor" não estava em condições de aproximar-se da dupla que duelava na liderança, e ainda tinha atrás de si Daniel Pedrosa, que ficou com o italiano em sua alça de mira, tentando o bote para assumir sua posição. Mas Rossi defendeu-se muito bem, e Pedrosa teve de amargar o 4° lugar, enquanto via seu companheiro de equipe Marc Márquez vencer pela 3ª vez na atual temporada, empatando em número de vitórias no ano com Valentino Rossi, até então.


Após a etapa de Indianápolis, a MotoGP rumou para a República Tcheca, onde disputou a prova seguinte, no circuito de Brno. Desta vez, Jorge Lorenzo não deu chances à concorrência, e tratou logo de conquistar a pole-position para a corrida. Mas o perigo estava logo à espreita: Marc Márquez era o segundo no grid, e Valentino Rossi, o 3°. Lorenzo não deu chance para o azar e largou bem, enquanto Rossi perdia algumas posições e ficava trancado atrás de Andrea Dovizioso em disputa por posição. Márquez, por sua vez, tentava acompanhar o ritmo de Lorenzo, mas diferentemente do ocorrido em Indianápolis, desta vez o ritmo do piloto da Yamaha estava insuperável, e só restava mesmo se acomodar na 2ª posição. Nem mesmo quando Valentino Rossi reocupou a 3ª posição ele conseguiu se aproximar mais. Com isso, Lorenzo conquistou sua 5ª vitória no ano, e com o terceiro lugar de Rossi, empatou em número de pontos com o italiano. Mas, por ter 5 vitórias contra apenas 3 de Rossi, na prática Jorge Lorenzo assumia ali a liderança do campeonato, que esteve sempre com Valentino desde o início do ano. Márquez, em 2° lugar, pelo menos cumpriu sua meta de continuar escalando o pelotão. Atrás de Rossi, havia uma boa briga pela 4ª posição, que acabou com Andrea Ianonne, em uma corrida sólida pela Ducati, que teve também Andrea Dovizioso em 5° lugar. A 4ª posição foi de Daniel Pedrosa, com a outra moto oficial da Honda.


Com a perda da liderança, Valentino Rossi só tinha uma opção para a corrida da Inglaterra, em Silverstone: vencer ou vencer, e mostrar que não contava apenas com sua impressionante constância no campeonato, tendo subido sempre ao pódio em todas as etapas da competição neste ano. O fim de semana começou bem, mas os rivais começaram melhor, com Marc Márquez a conquistar mais uma pole na pista inglesa, secundado por Jorge Lorenzo, cada vez mais ávido em despachar os concorrentes na luta pelo tricampeonato da MotoGP. Dani Pedrosa mostrou a boa forma da Honda, e conquistou a 3ª posição no grid, logo à frente de Rossi, que pelo menos largaria logo na abertura da 2ª fila, e não mais atrás, como vinha acontecendo nas últimas etapas. Mas o domingo apresentou uma surpresa para os competidores: a chuva resolveu se fazer presente em Silverstone, o que motivou o adiamento da largada em virtude do piso molhado, e todos os competidores trocaram para as motos com pneus de chuva, quando a corrida foi declarada sob chuva. Com todos os competidores com suas motos preparadas para chuva, a largada foi dada com cerca de meia hora de atraso, e Lorenzo pulou para a ponta, assumindo a liderança já na freada da curva Copse. Márquez era superado por Paul Spargaró, enquanto Dani Pedrosa caia algumas posições. Na pista molhada, Valentino Rossi partiu para o ataque, e logo assumiu a 2ª colocação, deixando apenas Lorenzo à sua frente. E o espanhol foi presa fácil para o italiano, que tomou a dianteira da corrida para não a perder mais. Pior: Lorenzo começou a perder posições, chegando a ocupar o 6° lugar, superado pela dupla da Ducati e por Dani Pedrosa. Na liderança, contudo, Rossi tinha Marc Márquez em seus calcanhares, e mesmo fazendo volta mais rápida após volta mais rápida, o piloto da Honda não deixava o "Doutor" escapulir. Mas, na 12ª volta, o forte ritmo sob chuva foi demais para Márquez, que caiu sozinho e deu adeus à disputa. Atrás, Danilo Petrucci, da Pramac, em grande dia, superava Andrea Dovizioso e chegou em 2° lugar, atrás de Valentino. Dovizioso comemorou também o 3° lugar, seguido de Jorge Lorenzo, que conseguiu recuperar algumas posições. Dani Pedrosa foi o 5° colocado. Com o resultado de Silverstone, Valentino Rossi retomou a liderança da competição, com 236 pontos, 12 a mais do que Jorge Lorenzo, com 224. Marc Márquez é o terceiro colocado, com 159 pontos. Andrea Ianonne é o 4° colocado, com 150, seguido por seu colega de time Andrea Dovizioso, com 120 pontos. A próxima etapa da competição é no dia 13 de setembro, com o Grande Prêmio de San Marino, na pista de Misano, na Itália.


Na disputa da F-3 Brasil, Pedro Piquet teve um mês de agosto simplesmente perfeito: o filho mais novo do tricampeão Nélson Piquet simplesmente arrasou a concorrência, ao vencer as 4 provas das rodadas duplas disputadas em Curitiba e Cascavel. Mas o massacre não fica apenas nisso: desde a 2° corrida no autódromo de Velocitá, Pedro Piquet já acumula 7 vitórias consecutivas de um total de 8 triunfos no campeonato. E, de 10 corridas disputadas até agora, apenas a 1ª prova no Velocitá, bem como a 2ª corrida na primeira rodada disputada em Curitiba no início do campeonato tiveram vitória de outros pilotos, no caso, Rodrigo Baptista e Matheus Iorio, respectivamente. Pedro Piquet caminha a passos largos para o bicampeonato na categoria, liderando a competição com 123 pontos, enquanto o 2° colocado, Matheus Iorio, tem apenas 77 pontos, seguido por Carlos Cunha, com 62 pontos. A seguir vem Rodrigo Baptista e Artur Fortunato, ambos com 60 pontos. O campeonato ainda tem 3 rodadas duplas, com um total de 6 corridas, mas Pedro Piquet deve fechar a conquista do título com grande antecedência. Quem pode segurar o garoto?
 



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