quarta-feira, 1 de outubro de 2014

FLYING LAPS - SETEMBRO DE 2014



            Já entramos na reta final de 2014. Estamos no mês de outubro, mas nem por isso as atividades do mundo da velocidade desaceleram. E cá estou eu novamente com a sessão Flying Laps, trazendo alguns rápidos tópicos de alguns momentos do universo do esporte a motor ocorridas no mês de setembro, com alguns comentários pessoais. Boa leitura a todos, e até a sessão Flying Laps do mês que vem...


No retorno do Mundial de Endurance, a Audi voltou a vencer nas 6 Horas do Circuito das Américas, disputado no autódromo de Austin, no Texas. A Toyota havia feito a pole e dominava a parte inicial da corrida, mas uma forte chuva acabou fazendo água nos planos da escuderia japonesa, que viu seus dois carros rodarem na pista molhada, perdendo a dianteira para os rivais da marca das quatro argolas. A chuva, aliás, foi tão forte que motivou uma interrupção da corrida, durante quase uma hora. Quando a prova recomeçou, a Audi manteve a dianteira, e apesar de uma recuperação da Toyota na parte final, os nipônicos tiveram de se contentar com o 3° lugar na etapa, com o carro n° 8, pilotado pelo trio Anthony Davidson, Nicolas Lapierre e Sébastien Buemi. A vitória da Audi ficou com o carro n° 2, com o trio André Lotterer, Benoît Tréluyer e Marcel Fässler. Em segundo lugar, ficou o carro n° 1, com os pilotos Tom Kristensen, Loïc Duval e o brasileiro Lucas Di Grassi, que chegaram com quase 1 minuto de desvantagem para o carro vencedor. O campeonato chegou à sua metade com duas vitórias da Toyota e duas da Audi nas 4 etapas disputadas até aqui. A Porshe, que retornou este ano oficialmente às competições de Endurance, ainda segue sem vencer, mas promete redobrar seus esforços. Na etapa de Austin, seus dois carros ficaram em 4° e 5° lugares, com desvantagem de 1 e 2 voltas para o carro vencedor. A próxima etapa é dia 12 de outubro, no Japão, com as 6 Horas de Fuji, circuito de propriedade da Toyota, que mais do que nunca, vai querer dar o troco em seu quintal, contra os carros da Audi.


Para o campeonato da Indy Racing League em 2015, a Penske vai vir com tudo: se este ano eles tiveram 3 carros durante todo o campeonato, e conseguiram fazer seus pilotos terminarem entre os 4 primeiros colocados, além de novamente voltarem a ser campeões, com Will Power, para a próxima temporada, Roger Penske vai alinhar 4 carros durante todo o certame. E para isso, contratou o maior destaque da categoria nos dois últimos anos, o francês Simon Pagenaud, que corria pela equipe de Sam Schmidt, e que foi 3° colocado em 2013, e 5° colocado neste ano. O piloto estava sendo a grande vedete do mercado de pilotos da categoria, e a exemplo do que aconteceu no ano passado, quando a Penske surpreendeu com a contratação de Juan Pablo Montoya, agora eles surpreenderam novamente com a aquisição do francês, pois ninguém esperava que a Penske resolvesse alinhar 4 carros. O trio atual, composto pelo novo campeão Will Power, o brasileiro Hélio Castro Neves (vice-campeão), e Juan Pablo Montoya, segue firme no time, e em termos de talento, quem fica mais próxima é a Ganassi, com Scott Dixon e Tony Kanaan. Agora com 4 carros, Roger Penske iguala seu time ao de Michael Andretti, que há anos compete com 4 pilotos em tempo integral. Os rivais que se preparem, pois se Pagenaud conseguiu surpreender na Schmidt, poderá fazer muito mais em um time com a estrutura da Penske. E o francês também pode dar uma tremenda balançada no trio de pilotos atuais. O ano de 2015 promete bons duelos...


Na MotoGP, a Yamaha teve o seu melhor resultado do ano na etapa de San Marino. Disputada no circuito de Misano, na Itália, a etapa viu o primeiro erro crasso de Marc Márquez na atual temporada. O campeão acabou levando um tombo quando perseguia o italiano Valentino Rossi na disputa pela liderança da corrida, e deu adeus ali às suas esperanças de um bom resultado. O espanhol ainda conseguiu voltar à corrida, terminando a etapa em um distante 15° lugar. Valentino Rossi, que largada na 3ª posição, foi à caça da liderança desde o primeiro momento, e com a Yamaha apresentando um desempenho mais próximo das Honda, o italiano travou um bom duelo com o parceiro Jorge Lorenzo, que saiu na pole. Endiabrado como nos seus bons tempos, o "Doutor" assumiu a dianteira, com Márquez no seu encalço. Tudo parecia caminhar para o mesmo panorama da temporada, onde o atual campeão assumiria a liderança e iria embora. Mas desta vez as coisas não correram como o esperado. Com a queda, a única ameaça à vitória da Yamaha era Dani Pedrosa, mas o piloto não conseguiu tomar a dianteira em nenhum momento, e a marca rival pode comemorar a dobradinha no pódio, com a vitória de Rossi e o 2° lugar de Lorenzo. Foi a primeira vitória de Valentino desde o GP da Holanda no ano passado, em Assen.


Se Valentino Rossi comemorou como nunca seu triunfo em Misano, a situação foi bem menos agradável na etapa seguinte, em Aragón, na Espanha. A chuva que caiu antes da corrida contribuiu para bagunçar a situação dos favoritos da MotoGP, e mesmo com a prova iniciando com pista seca, alguns pontos de água, e a ameaça constante do retorno da chuva deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha. Apesar de largarem na frente, a dupla da Honda acabou surpreendida por Andrea Iannone, da Ducati, que assumiu a liderança logo no início da corrida. Mas o piloto da Ducati não ficou muito na liderança: acabou saindo da pista e proporcionou o primeiro forte acidente do dia, com sua moto capotando várias vezes, felizmente sem ele. Quem caiu a seguir foi Valentino Rossi, que por pouco também não levou a pior com a moto quase caindo em cima do italiano. Com os pingos de chuva retornando, os pilotos ficaram na dúvida sobre permanecer na pista ou ir aos boxes trocar de moto. E eis que a dupla da Honda acabou pagando o preço pela ousadia, ao caírem ambos devido ao piso que ia ficando cada vez mais molhado. Tanto Dani Pedrosa quanto Marc Márquez conseguiram voltar para a pista e enfim ir aos boxes efetuar a troca de moto, mas as chances de vitória já eram. Dos grandes nomes, apenas Jorge Lorenzo conseguiu se manter firme na pista, e fez sua troca de moto sem nenhum problema, seguindo firme para sua primeira vitória no ano, encerrando um jejum incômodo que vinha desde o ano passado. A disputa dos demais lugares do pódio foi eletrizante, com Aleix Spargaro e Carl Crutchlow literalmente ralando suas motos uma na outra em plena linha de chegada, com Aleix faturando a 2ª colocação. Com 75 pontos de vantagem na classificação, Márquez pode faturar o bicampeonato na próxima etapa do campeonato, que será dia 12 de outubro, no traçado misto do complexo de Motegi, no Japão. Com a etapa nipônica, restam apenas 4 corridas, seguindo Phillip Island, Sepang, e Valência. Bastar Marc manter seus 75 pontos de vantagem que já poderá comemorar o bi na categoria rainha do motociclismo, pois mesmo que fosse igualado nos pontos, o número de vitórias lhe daria o desempate. Ao que parece, a concorrência terá mesmo é que esperar 2015, pois a esta altura do campeonato, mesmo Márquez tendo seus primeiros azares no ano, já é tarde demais para reverter o panorama...


E ainda não será em 2015 que o Brasil voltará a sediar uma etapa da MotoGP. No último dia 26, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) divulgou o calendário da categoria para o próximo ano, e a única etapa em solo sul-americano continuará sendo a da Argentina, no circuito de Termas de Río Hondo. O campeonato continuará com 18 etapas, com início no Catar, no dia 29 de março, e término no circuito Ricardo Tormo, em Valência, no dia 8 de novembro. Certo, é um calendário provisório, mas conhecendo a maneira como as coisas são feitas no Brasil, não há nenhuma esperança de nosso país voltar a sediar uma etapa, pelo menos em 2015. Resta saber se em 2016 as chances serão melhores...


E a F-3 Brasileira de 2014 já tem o seu campeão. Pedro Piquet, com nada menos do que 9 vitórias em 12 etapas, já faturou matematicamente o título, com duas rodadas duplas de antecipação. Resta esperar que ele tenha melhor gerenciamento de sua carreira que a do irmão Nélson Ângelo...

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