EM ALTA:
Kimmi
Raikkonem: O piloto finlandês abriu a temporada com uma vitória e performance
convincentes no GP da Austrália, quando todo mundo estava mais atento às
equipes Red Bull e Ferrari, e ao potencial duelo Sebastian Vettel X Fernando
Alonso. Com uma pilotagem precisa, e ajudando o carro a conservar seus pneus,
Raikkonem largou na frente no campeonato, e se não teve um bom desempenho na
Malásia, onde sofreu uma punição imbecil, ainda conseguiu ficar firme nos
pontos, depois de uma corrida onde travou alguns bons pegas. Não dá para dizer
ainda se o finlandês é candidato firme ao título, mas já deu o aviso de que
está à espreita, e pode fazer algumas gracinhas em cima dos concorrentes...
Pneus
da Pirelli: A fabricante italiana mudou novamente a concepção de seus pneus
para a temporada 2013, e como já havia acontecido no ano passado, os times da
F-1 estão tentando descobrir até onde podem ir com os novos compostos, uma vez
que a pré-temporada foi das menos produtivas dos últimos tempos, pelo menos no
que tange aos pneus. Já tivemos resultados distintos na Austrália e na Malásia,
mas ainda é cedo para dizer até onde as escuderias continuarão tendo de
descobrir como obter o maior rendimento dos pneus italianos. Em 2012, isso levou
praticamente meia temporada, o que fez com que tivéssemos 7 vencedores
diferentes nas 7 primeiras corridas. Será que este ano vai ser preciso tanto
tempo assim? O campeonato já começou com algumas performances interessantes,
mas não dá para afirmar se elas continuarão surgindo nas próximas corridas.
Pode até não surgir novas surpresas, mas no ano passado, também foi assim, de
esperar que na corrida seguinte tudo voltaria ao “normal”, e então...
Adrian
Sutil: O piloto alemão ganhou a disputa pela vaga na Force Índia e retornou ao
seu velho time, onde havia competido até 2011. E logo na primeira corrida
mostrou a que veio, chegando até a liderar a prova da Austrália, apostando numa
estratégia de pneus diferente dos líderes. Mostrou confiança e consistência,
levando todos a esquecerem que o piloto passou 2012 desempregado, sem competir.
Só não terminou no pódio, ou perto dele, porque seu carro praticamente não se
entendeu com os pneus supermacios, utilizados na parte final da corrida,
fazendo-o despencar na classificação, mas ainda chegando melhor que seu
companheiro de equipe Paul Di Resta, que já viu que terá novamente muito
trabalho com seu antigo companheiro de time, agora de volta à ativa...
Equipe
Andretti: Campeã no ano passado com Ryan Hunter-Reay, a Andretti Autosport já
mostrou que vai querer novamente o título da IRL este ano. Mas, se o atual
campeão teve uma performance modesta na abertura da temporada, em São
Petesburgo, na Flórida, e acabou abandonando com problemas no seu carro, seu
companheiro de equipe James Hinchcliffe mostrou que também quer sonhar alto, e
fez uma corrida forte, aproveitando o único vacilo de Hélio Castro Neves para
assumir a liderança e conquistar sua primeira vitória na competição. Para
melhorar o astral, Marco Andretti terminou em 3º lugar, mostrando que também
quer colocar as manguinhas de fora, e demonstrar que não está ali somente por
ser filho do dono da escuderia. Ernesto Viso, o novo contratado do time, fez
uma estréia modesta, mas firme no novo time, terminando em 7º lugar. Roger
Penske e seus comandados que se preparem para encarar o desafio...
Felipe
Nasr: O piloto brasileiro entrou em seu segunda ano no campeonato da GP2
visando apenas conquistar o título e nada abaixo disso. E começou bem o ano,
obtendo um 4° lugar na primeira corrida disputada em Sepang, e terminando em 2°
lugar na segunda prova do fim de semana. Com uma vitória e um terceiro lugar, o
monegasco Stefano Coletti lidera o campeonato com 35 pontos, seguido de Fabio
Leimer, com 26 pontos. Nasr é o 3° colocado, com 25 pontos. Felipe tem planos
de subir para a F-1 em 2014, e para isso, conquistar o título da GP2 é
essencial, e vem seguindo à risca o planejamento da carreira, de iniciar o
primeiro ano em um certame para aprender, e disputar o título no segundo ano.
E, competindo novamente pela Carlin, time com o qual foi campeão na F-3
Inglesa, Felipe está confiante em repetir a parceria vitoriosa agora na GP2.
Nasr vem fazendo um bom planejamento de sua carreira, com bons patrocinadores o
apoiando, e tem tudo para chegar ao título da categoria logo abaixo da F-1.
Chegar à categoria máxima do automobilismo, entretanto, poderá ser mais
complicado do que se imagina, mas Felipe está confiante em superar todos os
obstáculos.
NA MESMA:
Ross
Brawn: Nos seus tempos de comandante tático da Ferrari, não foram poucas as
vezes em que partiram dele as famosas “ordens de equipe” para os pilotos do
time manterem posições, impedindo que pudéssemos ver alguns duelos que seriam
muito bem-vindos. Agora na Mercedes, Brawn mostrou que continua o mesmo, e ao
negar “permissão” para Nico Rosberg ultrapassar Lewis Hamilton no final da
corrida malaia, privou o piloto alemão, que trouxe os melhores resultados ao
time nos últimos 3 anos, de subir ao pódio, num final de prova onde seu ritmo
era muito melhor do que o de Hamilton. Rosberg merecia mais consideração por
parte de Brawn, mas como já se viu em outras ocasiões, o inglês não se comove
por quase nada. Só que na Ferrari Ross tinha a concordância de Jean Todt, e
agora na Mercedes, Niki Lauda e Toto Wolf já deram declarações contrárias às
atitudes de Brawn. Na época da Ferrari, ele e o time davam “uma banana” para os
críticos de suas atitudes. Fará o mesmo agora? Pela sua expressão, parece que
sim...
Dario
Franchiti: O piloto escocês, tetracampeão da Indy Racing League, parece que não
consegue se entender direito com o novo chassi DW12 da Dallara. Desde que o
novo carro estreou na categoria, no ano passado, Dario não tem conseguido
demonstrar a mesma performance que exibia quando foi campeão por 3 anos
consecutivos. Em 2012, o escocês foi apenas o 7° colocado no campeonato, tendo
vencido apenas a Indy500, o sonho de qualquer piloto, claro, mas vendo seu
companheiro de equipe Scott Dixon lutando pelo título até a parte final do campeonato.
E, neste início de temporada, Franchiti ainda abandonou a prova de São
Petesburgo devido a um erro de amador: acertou o muro logo após fazer um pit
stop e acelerar demais antes da hora com os pneus ainda frios. E ainda viu o
companheiro Dixon terminar a prova em 5° lugar e sair na frente na disputa
interna da Ganassi. E, fora das pistas, o escocês ainda se separou de sua
esposa, a atriz Ashley Judd, com quem era casado. Franchiti não começou bem o
ano mesmo...
Calendário
da F-1 2013: Não deu mesmo para arrumar uma corrida substituta para o futuro GP
de Nova Jérsei, adiado para 2014. Não foi por falta de candidatos, mas por
falta de vontade política e excesso de ganância financeira por parte de Bernie
Ecclestone, além de picuinhas pessoais que inviabilizaram a efetivação de uma
corrida substituta. A categoria só não perde tanto porque, mesmo assim, o
calendário ainda terá 19 corridas, número considerado mais do que suficiente na
opinião das escuderias e pilotos. Mas ver a F-1 continuar correndo em lugares
como o Bahrein, enquanto pistas como Portimão e Zeltweg ficam de fora ainda
mostra como Bernie Ecclestone e a própria F-1 colocam o dinheiro acima de tudo
e de todos...
Stock
Car: o campeonato da Stock Car nacional iniciou o ano com um novo formato de
transmissão que a restringe à TV por assinatura, ficando apenas 3 corridas para
serem exibidas na TV aberta. Se por um lado a cobertura no SporTV tem potencial
para ser mais completa do que na TV Globo, por outro lado, a exposição é bem
mais restrita, por ser em canal de TV paga, ainda um produto caro no Brasil.
Mas, ao invés de melhorar, a categoria inventa algumas coisas imbecis, como a
nova janela de reabastecimento “obrigatória” dentro de um número estipulado de
voltas de cada corrida, proibindo equipes e pilotos de adotarem estratégias
mais diferenciadas de reabastecimento, alegando que este procedimento causa
“confusão” nos torcedores, que não enxergariam a verdadeira dinâmica das
corridas. Usar tal justificativa é simplesmente chamar os torcedores de burros
e idiotas, e isso só ajuda a comprovar que a categoria, por mais forte que se
apregoe, não vai tão bem como se autoafirma. E vale lembrar que a Stock começou
o ano sem um patrocinador-chefe do campeonato, que até o ano passado era a
Caixa Econômica Federal, que resolveu puxar o carro por não sentir firmeza no
trato profissional do campeonato, entre outros motivos.
Robert
Kubica: O piloto polonês, que por pouco não perdeu a vida há dois anos num
violento acidente em uma prova de rali, mais uma vez escapou da morte, ao
sofrer um novo acidente quando liderava o Rali das Ilhas Canárias, prova válida
pelo Campeonato Europeu de Rali. Kubica, que liderava com folga de mais de um
minuto para o segundo colocado. O polonês bateu em um trecho da pista onde errou
uma freada a atingiu o guard-rail com certa violência. Danos apenas materiais
no carro, felizmente, e Kubica saiu ileso. Mas do outro lado do guard-rail
estava um penhasco, e se tivesse batido com mais força, poderia até ter
despencado com carro e tudo, e muito provavelmente não teria tanto sorte de
escapar inteiro. Kubica pode ter paixão pelos ralis, mas depois de passar perto
de um potencial acidente fatal pela segunda vez, deveria tomar mais cuidado com
sua paixão pela modalidade. E ainda se fala que no ano que vem ele poderia
tentar voltar à F-1. Espera-se que pelo menos continue inteiro para continuar
pensando firme nisso...
EM BAIXA:
Equipe
Williams: o time do velho Frank mostrou em 2012 ter mais carro que piloto, e
apesar de ter conseguido vencer o GP da Espanha, no restante da temporada, a
escuderia viu seu principal piloto mais se meter em confusões do que pontuando,
enquanto Bruno Senna não conseguia largar em boas posições e ter sempre de
remar em recuperações nas corridas. Para este ano, a expectativa era o time
continuar tendo um desempenho em evolução. Ao que parece, tudo saiu pela
culatra, pelo menos nas corridas iniciais, onde o que se viu foi o novo FW35
mostrar um desempenho sofrível, a ponto de Maldonado chegar a classificar o
carro de “inguiável”. Pelo visto, o corpo técnico de Grove parece ter errado
feio novamente na concepção do novo carro, que se não melhorar rapidinho, pode
ser engolido até mesmo pela briga entre Marussia e Caterham. E, só para
complicar as coisas, Maldonado simplesmente abandonou as duas provas iniciais
por erros de pilotagem. Frank Williams vai ter novamente um ano daqueles...
Disputas
na F-1: Ordens de equipe estão virando uma praga na F-1, onde se disputa mais
nos boxes do que na pista, o que não deveria acontecer. Os exemplos dados na
Malásia, onde Red Bull e Mercedes simplesmente ditaram o que deveria ter
acontecido, com resultados opostos em cada time, só contribuem cada vez mais
para o descrédito da categoria máxima do automobilismo, e que depois não venha
perguntar porque os fãs vem diminuindo... Quem curte corridas quer ver briga na
pista, com o melhor piloto, ou o mais rápido, vencendo a parada, e não
simplesmente tendo de obedecer a uma ordem cretina de manter posições quando
pode fazer muito mais do que aquilo. E disputa na pista não significa
simplesmente bater no adversário em cada ultrapassagem: pode-se perfeitamente
ganhar uma posição em disputa honesta e mano-a-mano. É isso que os fãs querem
ver, e não simplesmente obediência a hierarquias que muitas vezes não se
justificam, que deveriam se limitar a privilégios salariais e uma ou outra
vantagem, que deveria ser fora da pista. Mas, enquanto a audiência da F-1 não
levar um baque, dificilmente a categoria irá tomar jeito e mudar seus péssimos
hábitos...
Equipe
Red Bull: O time das bebidas energéticas, desde que estreou na F-1, sempre se
caracterizou por trazer um ar fresco à categoria, mostrando que dava para ser
bem sucedido sem sacrificar a esportividade e a competitividade, mesmo que isso
trouxesse a perda de alguns resultados. O maior temor, contudo, era se o time
austríaco não seria “contaminado” pelo ambiente cada vez mais espúrio e
corporativo que anda impregnando os times da categoria. Infelizmente, pelo que
vimos na Malásia, até a Red Bull acabou rendendo-se aos maus hábitos que
permeiam a F-1 atualmente. Sebastian Vettel mandou as ordens às favas e partiu
para vencer a corrida, após um duelo que foi no mínimo desleal com Mark Webber,
por este ter reduzido a potência de seu motor como ordenado pelo time. Teria
sido muito mais honesta a equipe se dissesse que seus pilotos poderiam duelar à
vontade desde que fossem responsáveis e cuidadosos, e aí sim que vencesse o
melhor. Mas o time quis resguardar o resultado, e nessa atitude, mostrou que já
pegou o jeito “ruim” que times como Ferrari disseminaram na mentalidade da
categoria, que passou a ver como “normal” esse tipo de atitude. A mancha na
reputação da Red Bull está criada, e vai demorar um tempo até que consigam se
livrar da mácula. Seria exagerado dizer que a F-1 corrompe a tudo e a todos,
mas é o que parece que acabou acontecendo com a Red Bull...
Equipe
McLaren: O time de Woking errou a mão na concepção do novo MP4/28, e tanto na
Austrália quanto na Malásia, seus pilotos tiveram que lutar muito apenas para
conseguir pontuar, quando o esperado era que pudessem pelo menos disputar o
pódio. Com a esperada boa performance entre Ferrari e Red Bull, e a confirmação
de evolução da Mercedes e Lótus, foi inesperado ver Jenson Button e Sérgio
Pérez terem até mesmo dificuldade para competir até com a Force Índia. Lutar
pelo título pode parecer agora uma ilusão, mas o time inglês sabe recuperar-se
de maus inícios de temporada, e dar a volta por cima. O problema é quanto tempo
isto vai demorar, e a cada corrida perdida, terão menos tempo para conseguir
reverter a desvantagem. Na Malásia, o desempenho do carro parece ter sido
melhor, mas ainda é preciso melhorar muito para que a situação possa ser
realmente melhorada, pois naquela prova, nomes de peso como Fernando Alonso, e
Adrian Sutil e Paul Di Resta tiveram abandonos demonstrando mais capacidade de
andamento do que os carros prateados.
Bia
Figueiredo: a piloto brasileira conseguiu firmar um acordo à última hora com a
modesta equipe Dale Coyne, e estando garantida para apenas 3 provas no
campeonato, e necessitando conseguir mais patrocínio para poder disputar
efetivamente todo o restante do campeonato, infelizmente teve uma estréia com o
pé esquerdo no campeonato da IRL 2013. Bia largou na última posição e em nenhum
momento praticamente teve ritmo para disputar posições de forma séria, e acabou
abandonando com problemas no carro. A garota foi diplomática e educada,
afirmando que a corrida teve seu lado positivo para aprender mais sobre o
carro, e que isso será positivo para as provas de São Paulo e Indianápolis, mas
vai ter de suar muito o macacão para mudar o panorama de seu lado do Box. Por
ser um time pequeno, a Dale Coyne não tem condições de dar dois carros iguais a
seus pilotos, e infelizmente, Bia está no lado mais fraco da disputa: seu carro
apresentou diversos problemas no fim de semana, e nunca apresentou performance
à altura, enquanto o outro piloto do time, Justin Wilson, com um equipamento
melhor trabalhado, ficou em 9º lugar. Bia sabe que a parada é dura, e que vai
ter de batalhar muito, mas infelizmente, o horizonte não parece nada promissor,
e com isso, vai complicando suas chances de permanecer na categoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário