Vai
começar mais um campeonato mundial de Fórmula 1, e como de costume, trago hoje
uma matéria especial sobre o que esperar da competição. Uma boa leitura a
todos, e que venha o sinal verde...
FÓRMULA 1 2013: ANO DE
TRANSIÇÃO COM EXPECTATIVAS
Último ano dos atuais
motores atmosféricos e manutenção das regras técnicas deve promover um bom
equilíbrio nas disputas.
Adriano de Avance
Moreno
Todos esperam que 2013 repita 2012, ou seja até melhor... |
Vai
começar mais um campeonato mundial de Fórmula 1, e as expectativas são as
melhores possíveis. Depois de um campeonato como o de 2012, onde tivemos uma
primeira metade da competição com 7 pilotos diferentes vencendo as 7 primeiras
provas, todos esperam que este ano o panorama seja similar. O maior incentivo é
o fato de o regulamento técnico ter permanecido praticamente o mesmo, com
apenas algumas mudanças pontuais. E, com o novo regulamento técnico que será
aplicado em 2014, quando também teremos os novos motores turbo na categoria, a
maioria dos times optou por desenvolver o que já tinha, guardando recursos para
as modificações substanciais que enfrentarão no ano que vem. Este ano marcará a
despedida dos atuais motores aspirados da F-1, que depois de 24 anos, voltará a
usar unidades turbo. Como o desenvolvimento dos motores está congelado, as
unidades deste ano são praticamente os mesmos modelos que já são usados nos
últimos campeonatos.
Nas
poucas mudanças técnicas para este campeonato, o uso da asa móvel traseira, o
DRS, ficará agora limitado no treino classificatório também ao mesmo trecho
onde será utilizado na corrida. Isso deve permitir aos carros exibirem um
desempenho mais realista no treino de classificação, pois no ano passado, com
os carros podendo usar o sistema em toda a pista, alguns times davam impressões
erradas do que poderiam render nas corridas. E a FIA fechou ainda mais o cerco
ao uso dos gases dos escapamentos para gerar efeito aerodinâmico, impondo
regras mais estritas da saída dos escapamentos, que terão de ser livres, para
cima, e sem nenhum tipo de peça que permita “canalizar” a saída dos gases para
os difusores traseiros. Isso já motivou queixas da FIA contra a Williams e a
Caterham, por apresentarem apêndices nos escapes que foram considerados
irregulares pela entidade, e que tiveram de ser eliminados. Ambos os times já
cumpriram as ordens e se apresentam em Melbourne com os escapes regularizados.
Sistemas duplos de DRS também foram proibidos pelo regulamento.
A
FIA também marcou cerco em torno dos mapeamentos dos motores, depois de ver o
artifício de alguns times mudarem a forma como seus propulsores se mantinham
acelerados mesmo nas freadas, a fim de manterem os fluxos dos gases dos
escapamentos. Nos testes da pré-temporada, já houve quem tentasse efetuar
manobra parecida, com a finalidade de ganhar performance, mas a entidade
novamente “podou” as asas de quem tentava tirar vantagem deste recurso.
O
campeonato deste ano já começou desfalcado: a corrida de New Jersey, que
deveria estrear este ano, foi adiada para 2014, devido a problemas de obtenção
dos patrocínios necessários para pagar os custos da nova prova nos Estados
Unidos. Negociações foram feitas para se achar uma prova substituta, mas por
picuinhas e outros problemas de ordem financeira, não foi possível conseguir
outro GP, e o campeonato terá mesmo “apenas” 19 corridas. E por pouco não ficou
com 18: o GP da Alemanha foi salvo por um acordo emergencial tocado por Bernie
Ecclestone com Nurburgring, cujo grupo proprietário entrou em concordata no ano
passado. A corrida alemã de 2013 está garantida, mas fica na dúvida se irá se
manter em 2014. Começando neste final de semana, o campeonato se encerrará
novamente no Brasil, no dia 24 de novembro, com a tradicional parada no mês de
agosto para as férias de equipes no verão europeu. E, ao contrário do que
ocorreu em 2012, este ano não haverá nenhuma sessão de treinos coletivos no
meio da temporada. Todos os times concordaram em não haver mais testes
coletivos durante o campeonato de 2013.
Vejamos
então agora o que esperar dos times este ano...
QUEM DEVE ANDAR NA
FRENTE...
Red Bull pronta para tentar mais um título. |
Pelo
que se viu nos testes, não é possível afirmar exatamente quem está melhor do
que os outros, mas é inegável que a Red Bull começa o ano, se não dominando,
apresentando um carro potencialmente mais estável e equilibrado do que os
concorrentes. Assim como tem feito nos últimos anos, a equipe austríaca não foi
de mostrar tudo o que é capaz nos testes da pré-temporada, o que não significa
que esteja exatamente acima dos concorrentes. É uma das favoritas, e tendo um carro
que é a evolução do chassi campeão de 2012, obra de Adrian Newey, o que por si
só já faz do time um dos potenciais vencedores de corridas. Mas o time entrará
na pista do Albert Park com um pé atrás, por não ter conseguido obter todos os
dados que precisava para compreender o funcionamento dos novos pneus da
Pirelli, e isso pode dar alguma complicação inicial. Mas mesmo que o time não
esteja com toda esta força, tem plenas condições de reagir durante o
campeonato, como fez no ano passado. Sebastian Vettel corre agora em busca do
tetracampeonato, e não pode ser subestimado. Mark Webber, novamente, promete
entrar na briga pelo título, mas ele sempre prometeu isso nos últimos anos, e
com exceção de 2010, nunca conseguiu entrar na reta final no meio da briga pelo
campeonato.
Sérgio Pérez se diz pronto para vencer na McLaren. |
Na
McLaren, o novo MP4/28 tem toda pinta de ser o carro mais bonito do plantel de
2013, e conseguiu andar bem nos testes. A equipe, contudo, não prefere fazer
grandes promessas para o início de campeonato, garantindo que a meta é lutar por
pontos. Um sinal de que o novo carro ainda tem muito o que melhorar? Pode ser.
Mas o principal desafio do time será ver se seu novo contratado, Sérgio Pérez,
irá render no time de Woking o que mostrou na escuderia de Peter Sauber. Desde
que foi anunciado sua contratação pela McLaren, Perez passou o resto do ano em
branco, sem marcar mais pontos. Passado o período de deslumbramento, o mexicano
terá agora a missão de ser rápido sem cometer erros. O time confia na liderança
de Jenson Button para entrar na briga pelo título, e o inglês, campeão em 2009,
terá de trabalhar dobrado se o novo carro de fato não for competitivo como se
espera. Mas não se pode descartar a McLaren da briga. Se o time não se perder
no desenvolvimento do novo carro, como aconteceu a meio da temporada do ano
passado, tem tudo para incomodar e até vencer a competição.
Ferrari F138 pode ser a arma decisiva de Fernando Alonso. |
Quem
começa 2013 muito melhor do que em 2012 é a Ferrari. O novo modelo F138 mostrou
que, se não é o melhor carro, tem uma base muito boa, e sem apresentar as
instabilidades e problemas exibidos no início do campeonato do ano passado,
quando chegou a condenar sua dupla de pilotos a disputas no pelotão
intermediário. A Ferrari mostrou grande capacidade técnica ao transformar o
malfadado F2012 em um carro que levou a disputa do título até a etapa final, no
Brasil, em boa parte graças ao talento de Fernando Alonso na pista, mas a base
ruim do projeto comprometeu a evolução na reta final do certame. Dispondo agora
de uma base muito melhor, e com um potencial de desenvolvimento muito mais
abrangente, Maranello espera começar a competição muito melhor preparada,
pronta para lutar por vitórias desde a primeira corrida. Se isso acontecer,
Alonso tem tudo para ser o mais temível adversário de todos na pista.
A Lotus quer subir ainda mais este ano. |
A
Lótus vem em ascenção. O
novo carro mostrou-se rápido, e apesar de alguns problemas de confiabilidade,
deixou todos animados na escuderia, que conquistou uma vitória em 2012, e
promete vôos mais ousados neste ano. Kimmi Raikkonem, se não perder a
motivação, é um candidato natural às vitórias, se confirmarem a velocidade e
potencial do novo chassi. Quanto a Romain Grossjean, se o franco-suíço
conseguir passar as primeiras voltas das corridas sem se meter em confusões, já
será uma grande ajuda ao time. E aos demais pilotos do grid também, que no ano
passado sempre ficaram com a pulga atrás da orelha quando largavam próximos
dele, e com razão em seus temores. Mas o time foi advertido pela FIA quando
ainda tentava usar o recurso de mudança de mapeamento dos motores da Renault,
agora para ganhar desempenho nas curvas, e depois disso o desempenho do carro
aparentemente caiu. Nada que a escuderia não consiga recuperar, espera-se, pois
se estavam contando com o recurso para lutar mais à frente, podem ter perdido o
trunfo.
Mercedes: reestruturação no time e contratação de Lewis Hamilton para encontrar o rumo das vitórias |
A
Mercedes é o time que mais se renovou para 2013. Além da contratação de Lewis
Hamilton, a escuderia alemã trocou parte de seu staff de comando, e boa parte
da área técnica, para produzir o novo modelo W04, que nos últimos dois dias de
testes averbou os melhores tempos nos testes realizados na pista de Barcelona.
O feedback de Hamilton, comparando os setores do carro onde ele ficava a dever
ao modelo de seu antigo time, a McLaren, foi crucial para a escuderia focar
seus esforços onde poderia evoluir seu monoposto. E a sede de vitórias do
inglês certamente contagiou a todos em Brackley, e na própria direção da
escuderia. É cedo para dizer que a Mercedes vai, enfim, desencantar na F-1,
onde não conseguiu ainda ter como time próprio o mesmo brilho que teve como
fornecedora de motores. Em 2012, o time de Stuttgart também deu pinta de
começar bem o ano, e até venceu sua primeira corrida, na China. Mas no restante
do ano a equipe se perdeu completamente no desenvolvimento do carro, chegando
ao ponto de ficar difícil até mesmo pontuar. Pode-se afirmar que a Mercedes não
deve disputar o título, mas conseguir vitórias não seria uma meta por demais
ousada.
O time alemão
começou os testes meio capengando na fiabilidade, mas já nos últimos dias,
pareceu ter solucionado o problema, e foi a escuderia que mais rodou na
pré-temporada, em que pese o ceticismo de todos com relação ao real potencial
da Mercedes. Hamilton pelo menos já admitiu que não faz milagres, e tendo os
pés no chão, poderá mostrar o caminho das pedras para a vitória em seu novo
time. Nico Rosberg, que havia conseguido se sobrepor a um Michael Schumacher
depois de sua primeira aposentadoria, vai ter trabalho para domar seu novo
companheiro de equipe, tido como provavelmente o piloto mais rápido da F-1
atual, capaz de andar mais do que o carro pode oferecer. Se perder o duelo, a
carreira de Nico no time alemão pode estar em xeque, pois apesar de ter obtido
os melhores resultados da escuderia nos últimos 3 anos, também não foi capaz de
brilhar por lá. Se o time entrar mesmo na briga este ano por vitórias,
precisará mais do que nunca estar preparado para aproveitar a oportunidade, a
fim de alavancar sua carreira, que parece ter ficado estagnada nos últimos
tempos. Hamilton, por sua vez, já é um nome consagrado, e vai querer mostrar
mais serviço do que nunca, a fim de justificar sua mudança de time. O duelo
promete no time alemão.
A LUTA NO MEIO DO GRID...
Sauber confiante em manter-se líder do bloco intermediário. |
No
pelotão intermediário, a Sauber tem tudo para continuar a boa fase demonstrada
em 2012. A presença do jovem Estéban Gutiérrez garantiu a continuidade do
polpudo patrocínio das empresas de Carlos Slim, do México. A estabilidade
financeira deu tranqüilidade ao time suíço para melhorar os pontos que já eram
fortes no seu projeto do ano passado, e corrigir os pontos fracos do monoposto.
Nico Hulkenberg mostrou em 2012 que seu ano parado não prejudicou sua
performance, e está pronto para liderar a Sauber na luta por melhores
resultados, consolidando o time no bloco intermediário, e quem sabe, até
importunar as equipes mais fortes. Pontuar com regularidade é a meta, e quem
sabe, beliscar pódios durante o campeonato, como já conseguiu no ano passado. A
única dúvida é o quanto Gutiérrez poderá render em seu ano de estréia como
titular. O jovem mexicano já mostrou velocidade nos testes, veremos agora se
terá constância durante as corridas.
A Force India trouxe Adrian Sutil de volta. |
A
Force India inicia 2013 tentando não ser levada para o buraco que está tragando
seus proprietários. Sustentada na maior parte dos últimos anos pelo patrocínio
de empresas de seu proprietárioVijay Mallya, o conglomerado do milionário
indiano está indo à bancarrota, e com isso, a verba dos patrocínios decaiu
bastante, a ponto de Mallya ter vendido parte do controle acionário da
escuderia para o grupo Sahara. Só que agora este grupo também está enrolado com
algumas manobras financeiras, estando na mira do fisco indiano, o que pôs em
xeque também a fluxo de dinheiro destinado à manutenção do time. Embora a
escuderia ainda esteja relativamente sadia, o futuro que se aproxima não é dos
melhores, e mais do que nunca, atrair novos patrocinadores será essencial,
razão pela qual o time precisa fazer um bom campeonato, tencionando pelo menos
despojar a Sauber do posto de melhor time logo após as grandes equipes. Para
isso, a Force India apostou no seguro, promovendo a volta de Adrian Sutil à
escuderia, apesar do melhor aporte financeiro de Jules Bianchi. O italiano
seria uma incógnita em termos de performance, que precisaria ser descoberta
durante o ano, enquanto Sutil é íntimo de todos no time, e este sabe o que o
alemão pode render na pista. Felizmente, Adrian também traz alguns patrocínios
pessoais, que se não são tão bons quanto os de Bianchi, não são também
desprezíveis. Completando o pacote, Paul Di Resta garante um bom desconto na
conta a pagar dos motores Mercedes, mas o escocês ainda precisa mostrar a que
veio na F-1, tendo sido superado até agora por seu antigo parceiro Nico
Hulkenberg, e também por Adrian Sutil.
Williams: tentando voltar a ser grande. |
A
Williams entra pelo segundo ano consecutivo com um racha nas opiniões dos seus
integrantes sobre o que seria melhor para o time no campeonato. Se no ano
passado, a maioria do corpo técnico preferia que Rubens Barrichello fosse
mantido no time pela sua experiência e capacidade, e foi voto vencido por
Adrian Parr, que preferiu os patrocínios trazidos por Bruno Senna; agora o
mesmo corpo técnico tinha confiança, até com o aval de Frank Williams, que
Bruno poderia render mais em seu segundo ano no time. Mas prevaleceu a posição
de Toto Wolf, que efetivou seu piloto Valtteri Bottas como titular, antes de se
mandar para dirigir a equipe da Mercedes. Bottas causou boa impressão ano
passado nos treinos em que participou, mas treino é treino, e corrida é
corrida: o jovem finlandês vai precisar agora provar que merece mesmo estar na
F-1, e a escuderia precisa mostrar constância de resultados. No ano passado, a
afobação de Pastor Maldonado custou ao time tantos ou até mais pontos do que o
venezuelano ganhou ao vencer o GP da Espanha, no que foi o único bom momento da
Williams em todo o ano. Maldonado, se conseguir conter seu ímpeto, ficar longe
de confusões, e mantiver sua velocidade, tem tudo para elevar o patamar da
Williams, que luta para sair da rabeira da classificação dos construtores,
tendo no ano passado ficado à frente apenas da Toro Rosso, descontando os times
nanicos da categoria. Muito pouco para o potencial demonstrado pelo carro de
2012. Este ano, o novo FW35 deu mostras de ser bem competitivo, talvez até mais
do que o modelo do ano passado. Fica a dúvida se os pilotos de Frank Williams
conseguirão aproveitar integralmente todo o potencial do novo carro. Em 2012,
isso não foi feito a contento. Será que agora vai? A Williams merece melhores
dias pela sua história na F-1, mas no que depender de suas últimas decisões
operacionais, fica a dúvida se a torcida vale a pena...
A dupla da Toro Rosso...Sorriam enquanto podem... |
Na
Toro Rosso, a dupla da escuderia que se cuide: 2013 será a última chance de
Jean-Éric Vergne e Daniel Ricciardo, se Helmut Marko continuar com sua
costumeira falta de paciência e exigências descabidas. Marko quer descobrir um
novo Vettel o mais rápido possível, e na briga no time satélite da Red Bull,
não vai pegar bem achar uma nova dupla de pilotos equivalentes. Ricciardo e
Vergne podem até serem pilotos de nível, mas a menos que um deles massacre o
companheiro, não vai servir para agradar a Marko, que declarou que só quem
vencesse na Toro Rosso seria “promovido” ao time principal. Como a divisão
lotada em Faenza não tem um carro que lhe permita sequer chegar perto do pódio,
o máximo que seus pilotos podem almejar é pelo menos pontuar regularmente. Se
conseguirem isso, ótimo, mas pelo sim pelo não, é bom que ambos comecem a fazer
contatos para prosseguirem suas carreiras em outro time, pois confiar no humor
de Helmut Marko é perigoso. Basta lembrar de como Jaime Alguersuari e Sebastiem
Buemi foram despedidos sumariamente após o fim do campeonato em 2011, quando já
não tinham como buscar opções no mercado de pilotos, o que muitos consideraram
um desrespeito para com os pilotos. No ano passado, ambos revezaram boas
performances, com cada um exibindo qualidades e defeitos diferentes, mas
apresentando um nível de capacidade equiparado, sem que um deles conseguisse
sobrepujar o outro. Infelizmente, isso não é o que a Red Bull, ou mais
precisamente Helmut Marko procura.
E, NA RABEIRA...
Caterham: Novos pilotos para tentar melhorar... |
No
fim do pelotão, a briga continua com os times “nanicos” da categoria, que viram
a Hispania naufragar, e a disputa agora restrita apenas a Caterham e Marussia.
Pelo que se viu nos testes, ambos continuam mostrando ritmo incapaz de se
mostrarem rivais dos demais times “veteranos”, e irão disputar unicamente para
ver quem não vai ficar na “lanterna” do campeonato. Tanto Marussia quanto
Caterham estram em 2013 com duplas totalmente novas de pilotos, e por enquanto,
a sensação é de que a briga entre os dois times deverá ser ainda mais ferrenha.
Desde que estreou na categoria há 3 anos, a escuderia de Tony Fernandes sempre
mostrou ser a mais promissora dos novos times aceitos na F-1, enquanto os
demais deixavam a desejar, fosse no quesito técnico, fosse no planejamento de
competição e organização. Mas este ano, a Marussia parece vir com chances de
abalar a primazia da Caterham, que terá de suar para não ficar em último lugar.
Marussia: tentando escapar da lanterna do grid... |
A
Caterham tem pelo menos a vantagem de possuir um orçamento mais robusto do que
o da Marussia, além de contar com o motor Renault, o mesmo da Red Bull,
enquanto os anglo-russos são a única escuderia que ainda utiliza os motores da
Cosworth, que se não são uma porcaria, também não ajudam a fazer milagres em um
time de baixo orçamento e conjunto técnico limitado. A briga entre as duas
equipes deve ser boa, especialmente para ver quem ficará na 10ª posição dos
construtores, última colocação entre os times que recebem ajuda de custo da FOM
para seus transportes fora do continente europeu, o que é uma ajuda tremenda
levando-se em conta que mais da metade das corridas está fora da Europa.
PNEUS: O DRAMA DAS EQUIPES
E PILOTOS
Pneu, ó pneu meu, por que te comportas assim...? |
Assim
como no ano passado, as escuderias e os pilotos deverão enfrentar problemas
para acertar a melhor estratégia de uso dos compostos da Pirelli neste
campeonato. Em 2012, os times penaram para conseguir entender como usar da
melhor forma possível os diferentes compostos fornecidos pela fábrica italiana,
e em conseqüência disso, a primeira metade do campeonato foi pródiga e alguns
resultados inesperados, a ponto de vermos 7 pilotos diferentes a vencer
corridas nas 7 primeiras provas da competição, o que garantiu muita emoção na
primeira metade do campeonato.
Para
este ano, a Pirelli modificou a fórmula de seus compostos. Atendendo a uma
solicitação das escuderias, os novos pneus de 2013 chegam mais rapidamente à
temperatura ideal de funcionamento, um item que estava penalizando alguns times
em 2012, por demorarem demasiado a conseguirem aquecer devidamente os pneus. Os
novos pneus já demonstraram nos testes que chegam mais rapidamente à
temperatura ideal de performance, mas também se mostraram menos duráveis.
Novamente, a equação “performance X durabilidade” dos compostos volta a
confundir equipes, engenheiros e pilotos, e quem souber resolver mais
rapidamente esta equação deverá sair na frente no campeonato.
O
problema é que os testes da pré-temporada não deram pistas suficientes de como
resolver o problema. Na sessão realizada na pista de Jerez de La Fronteira , o asfalto
abrasivo do circuito da Andaluzia não fornece parâmetros que sirvam de modelo
ideal para as pistas que serão utilizadas no campeonato. Nas duas sessões
seguintes, efetuadas em Barcelona, na Catalunha, os times tiveram as
interpéries e as baixas temperaturas como adversários. Na maior parte dos dias,
o frio ainda se fez presente, o que fez com que os compostos apresentassem
problemas de durabilidade. A Pirelli entendeu que os resultados preocupantes se
deram mais em virtude das baixas temperaturas, que fizeram os compostos
apresentarem um desgaste anormal, uma vez que os pneus foram projetados para
renderem em altas temperaturas ambientes, como é o caso das duas primeiras
etapas do campeonato, em especial na Malásia, sob o forte calor da região. Em
alguns dias, a chuva esteve presente, o que atrapalhou a programação dos times,
que tiveram de se contentar em explorar as opções dos pneus de chuva,
intermediária e forte. Apenas nos dois últimos dias a temperatura em Barcelona
esteve um pouco mais alta, mas ainda bem abaixo do que as escuderias
encontraram durante os GPs do ano. Todos os times presentes tentaram andar o
máximo possível nestes dois últimos dias, a fim de colher mais dados
pertinentes ao comportamento dos pneus. Mas mesmo assim, as escuderias não solucionaram
todas as dúvidas sobre o desempenho dos pneus.
Apenas
nesta sexta-feira, com os primeiros treinos livres no Albert Park, os times
terão condições ideais de verificar como os compostos 2013 da Pirelli se
comportarão. Espera-se ver todos os carros na pista durante o maior tempo
possível nos dois treinos livres, com todos os pilotos, a fim de se tirar o
atraso do jeito como der, mas já se especula que a corrida poderá trazer
algumas surpresas, tanto pelo comportamento de alguns chassis, como pelo modo
de condução de alguns pilotos, o que pode influenciar no desempenho dos pneus,
que podem durar mais ou não. O fato de os times estarem partindo para o fim de
semana de GP inicial sem terem idéia de como os pneus irão se comportar já dá
uma expectativa de boas surpresas e de alguns imprevistos na corrida, e para o
público, é o melhor cenário possível. No ano passado, foi preciso meia
temporada para os times entenderem melhor os pneus e seu comportamento. Será
que isso vai se repetir este ano? As escuderias e pilotos esperam que não;
torcida e imprensa já torcem pelo contrário.
BRASIL: UM ÚNICO PILOTO
ESTE ANO
Felipe Massa terá ano decisivo para mostrar se continua na F-1 em 2014... |
Pela
primeira vez em 35 anos, o Brasil terá apenas um representante no campeonato de
F-1. Felipe Massa, na Ferrari, terá a dura tarefa de representar nosso país no
certame. A última vez que o Brasil teve apenas um piloto no grid em início de
campeonato foi em 1978, quando nosso único piloto na competição era Émerson
Fittipaldi, defendendo seu time Copersucar. Verdade que naquele mesmo ano, por
volta do GP da Alemanha, Nélson Piquet, a bordo de um modesto Ensign, entraria
no campeonato, ainda apenas como figurante, mas já não deixando apenas para
Émerson a dura tarefa de levar nossa bandeira na competição.
Teríamos
dois pilotos este ano, mas antes mesmo do início do campeonato, os
patrocinadores de Luiz Razia falharam, e o piloto baiano, que disputaria o
campeonato pela Marussia, foi demitido para dar lugar a Jules Bianchi, que
trouxe dinheiro mais certo para o time. Razia não conseguiria fazer nada muito
digno de atenção na pequena escuderia, pelo menos nada que fosse satisfazer o
torcedor nacional, para quem qualquer brasileiro na F-1 tem que pelo menos
disputar o título e vencer corridas, caso contrário, está fadado a ser tachado
de fracassado e perdedor.
Por
esse aspecto, Felipe Massa já não vai ter vida fácil este ano. O piloto de
Botucatu ganhou uma renovação considerada por muitos até inesperada no ano
passado, em virtude de seu fraco início de campeonato. Na segunda metade,
voltou a pilotar com a garra que muitos julgavam perdida, e terminou o ano com
o astral em alta, e mostrando ser merecedor de sua nova chance este ano. O
principal desafio de Massa, contudo, é já se lançar para 2014. Por mais que
afirme que seu foco é no campeonato de 2013, é inegável dizer que o resultado
de um será a conseqüência do outro: um bom campeonato em 2013, com resultados
firmes e convincentes, deverá relançar o nome de Felipe no mercado da
categoria, e com apenas este ano de contrato, 2014 vira um ponto de interrogação
sobre onde Massa irá estar no próximo ano. Continuará na Ferrari, ou tentará a
sorte em outro time?
Um
bom campeonato para Felipe passa pelo desafio de andar bem na Ferrari sem
incomodar Fernando Alonso, líder inconteste da escuderia. Pela política de
apoiar apenas um piloto, a Ferrari cobra empenho de Massa, mas ao mesmo tempo
Felipe não poderá se tornar um problema para o piloto espanhol, que costuma se
desestabilizar quando sofre competição interna no mesmo time. A única solução
possível para Massa é Alonso andar muito bem, para no caso do brasileiro estar
em ponto de bala, situar-se logo atrás do asturiano, pronto para agarrar
quaisquer oportunidades que surgirem quando este enfrentar algum percalço. Nos
3 anos de convívio com Alonso, poucas vezes Felipe se mostrou à altura para
desempenhar com eficiência este papel, muito pelo contrário: teve mais da
metade deste período com performances muito inferiores, que colocaram até mesmo
em dúvida sua permanência na categoria. Mais pela falta de opções do que de
resultados propriamente, Massa teve seu contrato renovado. Agora é hora de
continuar mostrando que a aposta foi merecida, e se Fernando conseguir se impor
no campeonato, Felipe deverá estar logo atrás do companheiro de equipe,
cumprindo sua função de escudeiro, mas principalmente, precisando superar os
concorrentes diretos de Alonso para não apenas ajudar o companheiro e o time,
mas também mostrar do que é capaz.
Para
o torcedor brasileiro, isso significa que só em algum golpe de sorte Felipe
poderá vencer alguma corrida, e menos ainda disputar o título. Apenas se Alonso
tiver algum problema Massa terá total liberdade para competir e vencer. E é
importante que a Ferrari tenha um bom carro desde o início, pois no caso de o
monoposto se mostrar inferior aos concorrentes, o brasileiro não tem conseguido
mostrar resultados com a mesma eficiência que Alonso, que costumeiramente
consegue levar o carro nas costas. Mesmo que faça um bom campeonato, o futuro
de Felipe na F-1 em 2014 ainda é incerto: a Ferrari irá manter o brasileiro, ou
irá preferir trocar de piloto? Como no próximo ano teremos uma mudança técnica
radical com a adoção dos novos motores turbo, que irão exigir mudanças também
na concepção dos carros, poderá ser muito útil manter a atual dupla de pilotos,
para efeito de comparação de resultados e desenvolvimento do carro, e nesse
caso, Felipe teria muito boas chances de seguir em Maranello. E ainda é
muito cedo para afirmar que Massa teria opções em outros times, pelo menos os
de ponta: a McLaren já está fechada com sua dupla atual; a Red Bull, mesmo que
Webber saia, tem mais possibilidade de promover um de seus pilotos da Toro
Rosso; a Mercedes não deverá trocar sua dupla; e a Lótus, até prova em
contrário, deverá continuar com seus pilotos também. Restariam opções nos times
médios, então, o que já seria um retrocesso em termos de performance.
Pela
postura que demonstrou na segunda metade do ano passado, Felipe está com
motivação e confiança renovadas, e isso já é muito importante para começar 2013
em um patamar muito superior ao que apresentava no ano passado. Serão trunfos
essenciais para o brasileiro voltar a se mostrar como um dos protagonistas da
categoria, e como tal, garantir sua vaga para o ano que vem. Mas já fica o
aviso: o torcedor brasileiro terá que se contentar com Massa no máximo vencendo
uma ou outra corrida, e nada mais do que isso, pois a Ferrari, por mais que
afirme que dará atenções iguais para seus pilotos, continua centrada em Fernando Alonso , o
que não impede que Felipe faça um ótimo campeonato. Depende dele conseguir
atingir essa meta. E o tempo de Massa será curto: em julho, o time italiano
deve começar a traçar suas diretrizes para 2014. Se até lá Felipe tiver
mostrado o que pode fazer, terá certamente garantido seu lugar no time por mais
um ano...ou não.
CALENDÁRIO DA FÓRMULA 1
2013
DATA
|
GRANDE
PRÊMIO
|
CIRCUITO
|
17.03
|
Grande Prêmio da Austrália
|
Melbourne
|
24.03
|
Grande Prêmio da Malásia
|
Kuala Lumpur
|
14.04
|
Grande Prêmio da China
|
Shanghai
|
21.04
|
Grande Prêmio do Bahrein
|
Sakhir
|
12.05
|
Grande Prêmio da Espanha
|
Barcelona
|
26.05
|
Grande Prêmio de Mônaco
|
Monte Carlo
|
09.06
|
Grande Prêmio do Canadá
|
Montreal
|
30.06
|
Grande Prêmio da Inglaterra
|
Silverstone
|
07.07
|
Grande Prêmio da Alemanha
|
Nurburgring
|
28.07
|
Grande Prêmio da Hungria
|
Budapeste
|
25.08
|
Grande Prêmio da Bélgica
|
Spa-Francorchamps
|
08.09
|
Grande Prêmio da Itália
|
Monza
|
22.09
|
Grande Prêmio de Cingapura
|
Cingapura
|
06.10
|
Grande Prêmio da Coréia do Sul
|
Yeongam
|
13.10
|
Grande Prêmio do Japão
|
Suzuka
|
27.10
|
Grande Prêmio da Índia
|
Nova Delhi
|
03.11
|
Grande Prêmio de Abu Dhabi
|
Yas Marina
|
17.11
|
Grande Prêmio do Estados Unidos
|
Austin
|
24.11
|
Grande Prêmio do Brasil
|
Interlagos
|
PILOTOS E EQUIPES DO
CAMPEONATO 2013
EQUIPE
|
MODELO
|
MOTOR
|
PILOTOS
|
Red Bull
|
RB09
|
Renault RS27-2013 V-8
|
Sebastian Vettel
Mark Webber
|
Ferrari
|
F138
|
Ferrari 056 V-8
|
Fernando Alonso
Felipe Massa
|
McLaren
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MP4/28
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Mercedes-Benz FO 108F V-8
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Jenson Button
Sérgio Pérez
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Lotus
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E21
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Renault RS27-2013 V-8
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Kimmi Raikkonem
Romain Grossjean
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Mercedes
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W04
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Mercedes-Benz FO 108F V-8
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Nico Rosberg
Lewis Hamilton
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Sauber
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C32
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Ferrari 056 V-8
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Nico Hulkenberg
Esteban Gutiérrez
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Force Índia
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VJM06
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Mercedes-Benz FO 108F V-8
|
Adrian Sutil
Paul Di Resta
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Williams
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FW35
|
Renault RS27-2013 V-8
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Pastor Maldonado
Valtteri Bottas
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Toro Rosso
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STR08
|
Ferrari 056 V-8
|
Jean-Éric Vergne
Daniel Ricciardo
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Caterham
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CT03
|
Renault RS27-2013 V-8
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Charles Pic
Giedo van Der Garde
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Marussia
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MR02
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Cosworth CA2013K V-8
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Jules Bianchi
Max Chilton
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