quarta-feira, 30 de maio de 2012

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – MAIO DE 2012


            Mais um mês se vai, e aqui estamos novamente com a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, dando uma avaliada e analisada no que aconteceu no esporte a motor nos últimos 30 dias. E vamos às classificações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até o mês que vem, quando teremos mais uma edição da cotação automobilística...



EM ALTA:

Campeonato 2012 da Fórmula 1: Ninguém pode reclamar da disputa da F-1 este ano: ao fim do GP de Mônaco, tivemos 6 pilotos diferentes vencendo as 6 primeiras corridas do atual campeonato. E olha que ainda tempos mais pilotos como prováveis potenciais vencedores de corridas no atual campeonato, que está se mostrando mais equilibrado e concorrido do que todos imaginavam. Está todo mundo embolado, e detalhes podem fazer toda a diferença. Quem errar menos deve levar o título de 2012, mas como num passe de mágica, depois de 6 provas de um total esperado de 20, não dá para fazer nenhuma previsão de quem será o campeão da temporada. A performance de times e pilotos está variando de prova a prova, de modo que nem as escuderias conseguem prever direito como a situação do campeonato pode se desenhar. Para os fãs das corridas, é o máximo, e a emoção só tende a aumentar ainda mais, até porque a próxima corrida é no Canadá, em uma pista onde tradicionalmente já acontecem provas que costumam fugir da rotina geral, como se viu no ano passado, onde a chuva embaralhou pilotos e times. Será que veremos o 7° vencedor diferente em 7 corridas? O atual campeonato já conseguiu bater o recorde da história, enfileirando 6 em 6. Se encaixar 7 em 7, vai ser ainda melhor. E viva o atual campeonato...

Fernando Alonso: o bicampeão espanhol está conseguindo proezas no campeonato deste ano da F-1. Sem dispor de um carro vencedor, está aproveitando todas as oportunidades que aparecem para pontuar bem, e graças ao equilíbrio inesperado da competição, voltou à liderança do campeonato após a corrida de Mônaco. É cedo e até prematuro dizer que o espanhol é o mais cotado para faturar o título, uma vez que o carro da Ferrari, se melhorou bem, ainda não é a maravilha que o asturiano gostaria que fosse, para lhe dar plenas condições de vencer corridas. Mas marcando pontos com constância e regularidade, Alonso espera poder repetir o feito de Keke Rosberg, campeão em 1982 com apenas 1 vitória, mas que conseguiu aproveitar as oportunidades para chegar lá, enquanto a concorrência se digladiava entre si, especialmente os pilotos da Ferrari, que tinha tudo para levar o título com facilidade naquele ano.

Equipe Red Bull: o time das bebidas energéticas mostra que, se não tem mais um carro dominador como no ano passado, está sabendo manter-se competitiva, ainda mais no disputado campeonato deste ano, e tornou-se o primeiro time a repetir vitória em 2012, com o triunfo de Mark Webber em Mônaco. Com uma estratégia caprichada, conseguiu ainda colocar Sebastian Vettel entre os primeiros na prova monegasca, depois de uma classificação mediana do bicampeão alemão. O time está dando mostras de saber utilizar os recursos que tem à disposição para começar a ter alguma ascendência na disputa do certame de 2012, onde qualquer detalhe e ponto a mais podem fazer a diferença...

Dario Franchiti: o atual campeão da Indy Racing League pode não estar fazendo o seu melhor campeonato dos últimos tempos, mas conseguiu vencer pela terceira vez as 500 Milhas de Indianápolis, tornando-se o maior vencedor da prova atualmente, ao lado de Hélio Castro Neves, e faturou cerca de US$ 2,5 milhões pelo triunfo no circuito oval mais famoso do mundo. E, para muitos, vencer na Indy500 é até mais significativo do que ganhar o título da categoria IRL. Mas o campeonato ainda tem muitas etapas pela frente, e Dario pretende fazer da vitória em Indiana o seu verdadeiro “recomeço” de campeonato para a luta pelo título deste ano...

Casey Stoner: Atual campeão da MotoGP, o australiano está firme na luta pelo título da categoria este ano, e embora tenha perdido a prova em Le Mans para o rival Jorge Lorenzo, tem motivação extra para encerrar o ano com mais um caneco: Stoner anunciou que estará aposentando o capacete ao final da atual temporada. Segundo ele, a MotoGP atualmente não é mais a categoria que ele se apaixonou anos atrás, e criticou várias posturas adotadas recentemente pela Dorna, que administra e promove o campeonato. Sobre o que fará da vida depois disso, nem mesmo Casey sabe dizer o que fará, pois é ainda muito jovem, e muito provavelmente tentará seguir em algum outro certame. Alguns apostam que ele deve disputar a V-8 Supercars australiana, onde já fez um teste e gostou do carro, mas ele prefere não prometer nada. Se para muitos Stoner está cometendo um erro, abandonando uma carreira vitoriosa ainda no auge, pelo contrário, deve-se admirar sua postura e franqueza nas razões de por que está deixando a MotoGP. Mais do que tudo, Stoner é uma pessoa, e se a categoria já não o empolga, muito pelo contrário, o decepciona, Le tem todo o direito de pular fora, ao contrário de muitos pilotos que fingem gostar de muita coisa, quando na verdade estão se lixando para tudo. Para seus fãs, Stoner está sendo honesto, e se ele diz que vai parar por isso e aquilo, e estiver sendo sincero sobre a situação, seus fãs precisarão compreender, e respeitar sua decisão. E há vida em muitos outros lugares no mundo das corridas, e nada impede que ele siga carreira em outro certame.




NA MESMA:

Pastor Maldonado: O piloto venezuelano assombrou a todos na F-1 na etapa de Barcelona, largando na pole-position após uma exibição espetacular nos treinos, e teve uma postura impecável na corrida, sabendo conservar o equipamento e dominando a prova espanhola, e conseguindo tirar a Williams de um jejum de vitórias que vinha desde 2004. Isso encheu o piloto de moral na equipe, ainda mais para a prova de Mônaco, onde Maldonado já havia dado show no ano passado com aquele carro medonho que o time havia produzido em 2011. Mas eis que no Principado Pastor voltou a aprontar das suas, dando uma fechada em Sérgio Perez, e tomando uma punição de 10 posições a menos no grid. Largando lá atrás, aproveitou para trocar o câmbio, e todos esperavam até uma prova de recuperação do venezuelano. Infelizmente, a corrida dele em Mônaco este ano foi bem curta, se enroscando logo na saída e praticamente abandonando a prova logo na primeira volta. Se Maldonado mostrou em Barcelona que pode ser uma das estrelas da categoria, em Mônaco, fez valer o apelido jocoso de “Maldanado” que alguns lhe impuseram. E as batidas com o carro infelizmente custam caro, e isso certamente é prejudicial para as finanças de seu time.

Michael Schumacher: O heptacampeão alemão não conseguiu mostrar a que veio desde que cancelou sua aposentadoria como piloto. Com um carro mais competitivo este ano, Michael até tem ensaiado voltar aos bons tempos, mas vem encontrando um enguiço atrás do outro, quando não comete erros bizarros. Em Barcelona, errou feio a freada numa disputa de posição do Bruno Senna no fim da reta dos boxes e atingiu em cheio o carro do brasileiro, a quem tachou de “idiota”. Dispondo de pneus novos contra os velhos de Bruno, Michael só precisava ser um pouco mais paciente para superar Bruno. Isso lhe valeu uma punição de perder 5 posições no grid em Mônaco, e no circuito citadino monegasco, isso praticamente arruinou suas chances de, enfim, voltar a vencer: ele fez a pole em uma performance como a dos bons tempos, mas teve de largar em 6°, onde ficou entalado no decorrer da prova, ainda tendo sorte no toque que sofreu com Romain Grossjean logo na largada, que tirou o franco-suíço de combate. E, num circuito onde o talento dos pilotos costuma se sobressair, nem assim Schumacher conseguiu se recuperar, e amargou mais um abandono, faltando 14 voltas para encerrar a corrida, devido a um problema na bomba de óleo. Pior ainda, foi ver Nico Rosberg terminar em 2°, posição em que largou, e se distanciar ainda mais no campeonato, com 59 pontos, contra apenas 2 de si próprio. A Mercedes desconversa quando o assunto é a renovação do contrato de Michael, que vence ao fim desta temporada...

Rede Globo: A emissora “oficial” da F-1 no Brasil resolveu investir mais na sua exploração da categoria máxima do automobilismo: iniciou em Mônaco uma transmissão com mais 20 minutos de duração, no sábado, e mais 20 minutos, no domingo, mostrando os preparativos da corrida, com matérias e reportagens feitas pela sua equipe presente na prova. Se ainda não é a maravilha de transmissões como as da BBC, que começam e terminam praticamente 1 hora após o início e fim das corridas, já é um avanço, e talvez a emissora tenha se convencido de que vale a pena investir no fã que curte verdadeiramente as corridas, numa forma de fidelizar a audiência, e não ficar fazendo apenas oba-oba em cima de nossos representantes na categoria, que infelizmente, não poderão repetir os anos gloriosos das eras Fittipaldi-Piquet-Senna. Capacidade para isso a Globo tem de sobra, vamos ver se terá a vontade necessária para levar o projeto adiante e melhorar de vez as transmissões, algo que muitos fãs cobram há anos.

Takuma Sato: o intrépido piloto japonês que há alguns anos atrás deixou saudades na F-1 pela postura atrevida e decidida como batalhava por posições mostrou que continua acelerando forte na IRL, e infelizmente, ainda exagera um pouco na dose. Na volta final da Indy500 deste ano, Sato foi com tudo para cima de Dario Franchiti, na disputa pela vitória da prova mais famosa do automobilismo americano. O atual campeão da categoria não deu mole para Takuma, e com os dois a não aliviarem no acelerador, acabou sobrando para o piloto japonês, que rodou e acertou o muro do circuito oval, felizmente sem sofrer ferimentos. Numa hora dessas, fica-se sempre na dúvida se vale a pena arriscar tudo pela vitória ou garantir a posição. E não se pode dizer que haja uma resposta “certa” ou “errada”, depende de como alguém encara a situação. Takuma vem fazendo um campeonato bom este ano, obtendo resultados que poucos esperavam em um time que já teve dias muito melhores na categoria, mas precisa acertar um pouco a dosagem do pé direito para não jogar resultados potenciais demais pela janela.

Novo circuito em Deodoro: Entra conversa e sai conversa, e a situação do prometido “novo” autódromo fluminense, que substituirá a pista de Jacarepaguá, há alguns anos alijada por políticos cretinos do COB e seus “capangas”, permanece ainda indefinida. A novidade na conversa é que o governo federal promete assumir a obra, e a licitação deve sair ainda este ano. Como este “desgoverno” é uma maravilha de competência para tocar obras, saber que ainda não há nenhum projeto pronto para o novo autódromo não chega a ser surpresa alguma, e para variar, parece que agora, a questão de licenças ambientais prometem esquentar a discussão sobre o assunto, pois a área onde deve ser construído o completo automobilístico ficaria em área de preservação ambiental. Esse assunto ainda vai muuuito longe, e enquanto isso, Jacarepaguá, que já foi nosso princpal autódromo, padece em quase ruínas no Rio de Janeiro, vítima de políticos inescrupulosos que não estão nem aí para as coisas sérias deste país...




EM BAIXA:

Jenson Button: o campeão de 2009 começou o ano em alta, vencendo na Austrália, e dando a pinta de que poderia conduzir a McLaren ao título este ano, mas nas últimas corridas, Jenson não tem conseguido se encontrar com o carro, está deixando de marcar pontos importantes, e tem sido superado por Lewis Hamilton, ficando para trás na classificação. Especialista em administrar situações complicadas, Button também não fica muito à vontade quando as coisas não dão certo, e num momento onde seu time precisaria dele mais do que nunca, o piloto inglês parece estar mais perdido que cego em tiroteio. Para sua sorte, o campeonato está tão equilibrado que bastará alguns bons resultados para voltar ao páreo, mas o problema é que não há nenhuma garantia de que isso vá acontecer. E enquanto não consegue dar uma reviravolta na situação, Jenson vai virando coadjuvante momentâneo no campeonato.

Equipe McLaren: o time inglês mostrou boa forma na corrida inaugural, dando a sensação de que poderia ser a escuderia a ser batida no campeonato de 2012. As corridas seguintes, contudo, desmentiram o fato, para felicidade da torcida da categoria, que não está conseguindo ver um time dominar, como aconteceu no ano passado. Mas a McLaren parece estar caindo pelas tabelas, sem conseguir reencontrar a forma demonstrada em Melbourne. Pior do que isso, é que aparentemente não há nada de errado com os carros, e isso está deixando o time confuso, sem saber exatamente o que precisa ser melhorado. Lewis Hamilton, quem diria, é o melhor piloto do time, fazendo uso da constância e regularidade para marcar pontos importantes nas corridas, e com isso manter-se na disputa pelo título, mas Button vem tendo desempenhos pra lá de apagados nas últimas corridas, e para piorar, a escuderia não parece estar mais em condições de vencer provas, tendo sido superada até pela Ferrari, que tinha o carro mais problemático entre os times de ponta. Ou o time inglês reencontra o rumo, ou vai ficar como coadjuvante na disputa pelo título. E, para melhorar o astral da escuderia, Hamilton já fala que poderia procurar “novos ares” em breve...

Bruno Senna: Algumas provas sem pontuar, enquanto via o companheiro Maldonado vencer a corrida espanhola de forma até surpreendente deixaram o brasileiro Bruno Senna em baixa no time de Frank Williams. Não que ele esteja fazendo exatamente feio na equipe, mas por parte da torcida, as cobranças ficam ainda maiores, pois se Maldonado conseguiu vencer um GP, teoricamente o brasileiro tem de mostrar serviço parecido, ou no mínimo, próximo, e até agora, se levarmos em conta as qualificações de Bruno, em condições normais, ele tem sido praticamente quase sempre mais lento que o venezuelano. Bruno consegue compensar parcialmente nas corridas, onde quase sempre consegue trazer o carro inteiro para os boxes após a prova, salvo exceções, e ele próprio admite que precisa ser mais arrojado nas qualificações para que possa traçar estratégias de corrida melhores. O 10° lugar em Mônaco, enquanto via Maldonado abandonar logo de cara com mais um acidente, ajuda a livrar um pouco da pressão sob Bruno, mas ele precisa melhorar sua performance. O ponto positivo do jovem Senna é que sua vaga é totalmente garantida até o fim do campeonato, graças ao patrocínios que traz ao time, o que espanta as especulações mais pessimistas de que seria substituído por Valtteri Bottas ainda nesta temporada. Mas Bruno tem de começar a traçar sua estratégia para permanecer na categoria em 2013, mesmo que não seja na Williams, e para isso, precisa conseguir mais resultados. Nem é preciso dizer que a categoria ainda mais impaciente do que nunca ultimamente...

Motores Lótus na IRL: Desde que anunciou seus projetos de investir de maneira mais abrangente no automobilismo mundial, o Grupo Lótus imaginava ressuscitar a mítica que o nome já teve um dia no automobilismo. Mas, pelo que se vê este ano, tem tudo para se tornar um dos maiores micos da área, e a última palahçada aconteceu durante a Indy500: Simona di Silvestro e Jean Alesi, cujos carros eram equipados com os propulsores da empresa malaia, foram “retirados” da prova devido à falta de ritmo, pois andavam tão lentos que poderiam causar um acidente quando fossem ultrapassados. Nem é preciso dizer que as reações de ambos não foram das melhores, e depois dessa, ninguém vai querer ver motores da marca em competições nem pintados na categoria...

Luciano do Valle narrando corridas: Por piores que sejam os críticos com relação às narrações de F-1 feitas por Galvão Bueno na TV Globo, está virando unanimidade quase nacional que Luciano do Valle está se tornando um desastre ao microfone nos últimos tempos quando o assunto é corrida. O veterano locutor brindou a todos com sua participação na cobertura da Indy500 com um festival de gafes e nomes errados, precisando ser várias vezes corrigido por Felipe Giaffone, que tentava administrar a situação. Téo José, que narrou a corrida por muitos anos desde 1993, quando a F-Indy original passou a ser transmitida por outro canal, é o nome favorito dos torcedores para asumir o microfone, mas infelizmente a TV Bandeirantes mostra que não sabe ouvir os anseios de seu público. E olha que nem mencionei que, terminada a prova, a emissora paulista cortou a imagem quase imediatamente para entrar com o futebol, num tremendo desrespeito (mais um) com o torcedor da velocidade...

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