sexta-feira, 16 de abril de 2021

O RETORNO DE MARC MÁRQUEZ

A fera está de volta! Marc Márquez retorna à MotoGP na etapa de Portugal. Mas como estará o seu rugido?

             Fãs da classe rainha do motociclismo, comemorem! A “Formiga Atômica” está pronta para voltar ao campeonato da MotoGP, na etapa que será disputada no belo circuito de Portimão, na região do Algarve, em Portugal, onde teremos a terceira etapa da temporada 2021. Depois de ter ficado de fora de praticamente toda a temporada do ano passado, enfim Marc Márquez voltará a acelerar na pista sua RC213V. E garante que não vai quer criar expectativas para esta prova de retorno à competição, cujo objetivo é se sentir bem de novo com sua moto.

Não é para menos: o piloto sofreu um acidente na corrida de estréia da temporada passada, em Jerez de La Fronteira, quebrando o braço direito. Operado, tentou voltar à competição em menos de uma semana, mas não conseguiu encarar as dores e o esforço físico. Embora não tenha participado da segunda corrida, porém, continuou efetuando exercícios intensivos, o que levou ao stress a placa de titânio implantada em seu braço para auxiliar na sua recuperação, danificando-a, e precisando de uma segunda cirurgia no membro. Acontece que a recuperação do osso não estava satisfatória, de modo que o piloto espanhol precisou passar por uma terceira cirurgia, no fim do ano passado, onde se comprovou ainda uma infecção decorrente da cirurgia anterior, o que forçou Márquez a ter de fazer mais um período de descanso, a fim de efetivamente se recuperar da lesão sofrida, já que precisou até mesmo de um enxerto ósseo no braço faturado para resolver a situação.

Passando a ouvir os médicos, Marc até poderia ter tentado retornar na rodada dupla disputada em Loasil, no Qatar, que abriu a temporada da MotoGP 2021, mas preferiu não correr mais riscos, e postergou sua volta para esta etapa em Portugal. As semanas adicionais de descanso foram bem aproveitadas, com o piloto aproveitando para fazer alguns testes, após liberado pelos médicos, para comprovar sua recuperação. E, enfim, recebeu a aprovação médica para voltar definitivamente às pistas da MotoGP em Portimão.

            As férias “forçadas” parecem ter feito Márquez enfim dar ouvidos à razão, entendendo que de vez em quando, é preciso ter paciência, e não querer apressar as coisas. Pela lesão sofrida em Jerez, que levou à necessidade da primeira cirurgia, querer correr logo no fim de semana seguinte já foi um risco enorme, que só não foi pior porque, ao tentar andar com a moto no último treino, o piloto não conseguiu suportar o esforço físico. Mesmo assim, continuou carregando nos exercícios, com o objetivo de voltar na corrida seguinte, e o exagero deu no que deu. Desde que chegou à MotoGP, o estilo impetuoso de Marc Márquez já o havia feito sofrer vários tombos, sendo que em alguns deles, até precisou de cirurgia para fazer algumas correções, mas até então, nada exatamente muito grave, de modo que ele continuava forçando sempre seus limites. Só que em determinado momento, a sorte de não sofrer lesões significativas nestes acidentes poderia acabar, e sofrer algo bem ruim. Marc ainda deu sorte de não acontecer nada realmente muito grave, mas a situação se complicou por achar que podia ir mais rápido que o próprio corpo, só por querer, e ele agora parece compreender isso, já que, na pior das hipóteses, as complicações de sua lesão poderiam até obriga-lo a encerrar sua carreira de competição. Como ele declarou, “O que eu aprendi com esta lesão é fácil: nós temos muitas corridas pela frente na vida, mas só temos um corpo. Às vezes, você precisa de um descanso. Eu cometi um erro, reconheço que errei.”

Três cirurgias, e vários meses de molho em recuperação. Márquez precisou cair na real sobre sua condição física.

    Erro admitido, é hora de ver agora como Márquez estará em seu retorno. A Honda ficou extremamente exposta sem seu melhor piloto, e precisou trabalhar para deixar seu equipamento mais dócil e neutro, de modo que seus outros pilotos pudessem conseguir apresentar resultados com uma moto de temperamento difícil e arisca. Como Márquez, com seu imenso talento, conseguia superar estas dificuldades, a marca japonesa praticamente negligenciou as opiniões e solicitações de seus outros pilotos, já que Márquez ganhava tudo. Só que, sem ele, a Honda foi parar na segunda metade do grid, e precisou encarar esta realidade. O trabalho feito no desenvolvimento da moto para este ano até melhorou um pouco a RC213V, mas a concorrência também evoluiu, de modo que as motos da marca japonesa, tanto do time oficial quanto da satélite LCR, não passaram de meras coadjuvantes nas disputas na rodada dupla de Losail.

Para alguns, assim que Márquez subir na moto a Honda voltará às primeiras posições e voltará a lutar pelas vitórias e pelo título. Devagar com o andor. É verdade que Marc sempre voltou em ponto de bala de suas convalescências, para desespero de seus rivais, mas a situação agora é bem diferente: ele nunca ficou tanto tempo sem competir, e mesmo tendo treinado no último mês com uma moto similar ao seu equipamento de competição, uma coisa é acelerar para readquirir ritmo e velocidade, mas na hora de pisar fundo no acelerador, vai ser preciso um trabalho mais sutil, para descobrir onde estão seus limites atuais, e trabalhar para voltar ao nível de antes. Por isso mesmo, o hexacampeão prefere não fazer promessas quanto à sua performance em Portimão. Além de ser um circuito novo para ele na MotoGP, ele próprio quer descobrir como está sua forma, de maneira que vai tentar se reaclimatar nesta corrida de retorno. Se conseguir os resultados que muitos esperam, ótimo, mas se ver que ainda não está no ponto, os fãs precisarão ter um pouco de paciência para ver o campeão voltar ao seu conhecido estilo demolidor de concorrentes.

A bela pista de Portimão recebe a MotoGP neste final de semana.

            E quanto à disputa pelo título, ele inicia a temporada 40 pontos atrás de Johaan Zarco, o líder. Uma diferença considerável, mas que ele poderá reverter, se voltar a fazer o que sempre fez até agora em sua carreira. Afinal, ainda teremos 17 corridas no campeonato, e tudo pode acontecer. Mas é preciso ver também como está a concorrência, que depois de redescobrir como ser protagonista na ausência do hexacampeão em 2020, pode não se contentar mais em ficar à sombra da “Formiga Atômica”, e dificultar sobremaneira um retorno triunfal do piloto, que poderá ter de duelar de forma bem mais dura e acirrada com outros times e pilotos, que podem estar mais competitivos do que ele imagina. Se ele conseguir mais uma vez tirar da sua moto o que só ele era capaz de fazer, os rivais podem ter razões para voltarem a se preocupar com Marc Márquez na pista. Mas se os concorrentes continuarem fortes, o espanhol vai precisar suar o macacão para voltar a impor respeito na pista. O que irá acontecer, afinal? O retorno de um Marc Márquez avassalador, ou uma volta mais gradual, até que o hexacampeão volte a mostrar toda a sua força?

            A resposta pode vir a partir deste final de semana... Ou talvez tenhamos de esperar a próxima corrida para um diagnóstico mais preciso. Vamos conferir...

 

Hora da Indycar acelerar novamente no Alabama.

 

A Indycar dá a largada para a temporada 2021 neste final de semana. O palco é o Barber Motorsport Park, no Estado do Alabama. Com 15 curvas, o circuito tem uma extensão total de 3,83 Km, e costuma ser de difícil ultrapassagem. A Indycar corre na pista desde 2010, tendo como primeiro vencedor o brasileiro Hélio Castro Neves, com a Penske. Esta prova, contudo, não contará com a presença do brasileiro, que estreará na temporada apenas nas 500 Milhas de Indianápolis, com o time da Meyer Shank. Hélio ainda vai disputar as etapas de Nashville, Laguna Seca, Portland, a segunda corrida no misto de Indianápolis, e a etapa de encerramento da temporada, em Long Beach. Pietro Fittipaldi e Tony Kanaan, nossos outros representantes no grid nesta temporada, irão participar apenas das corridas em ovais. A TV Cultura, nova casa da Indycar no Brasil, transmitirá a corrida ao vivo no domingo, a partir das 16:30 Hrs., com narração de Gefferson Kern, e comentários de Rodrigo Mattar.

 

 

A direção da Indycar aproveitou para anunciar que, durante os testes coletivos realizado na pista oval de Indianápolis na semana passada, aproveitou para vacinar a maior parte de seus profissionais e pilotos contra a Covid-19, tendo alcançado uma taxa de 90% de imunização. A categoria ainda pretende reforçar a imunização de seu pessoal nas etapas do Texas e do GP de Indianápolis, em maio, para chegar à Indy500 com o pessoal 100% imunizado contra o coronavírus, e proporcionar maior segurança a todos os envolvidos na competição. A vacinação segue acelerada nos Estados Unidos, que devem conseguir imunizar a maior parte da população adulta do país até o mês de julho, um grande contraste com outros países, onde a imunização segue lenta, em parte pela falta de vacinas em quantidade para acelerar os trabalhos, o que não é o caso dos Estados Unidos, que garantiram já no ano passado elevado número de doses das vacinas de seus principais laboratórios, quando ainda estavam em desenvolvimento e testagem, e agora estão colhendo os frutos de sua previdência.

 

 

Entre os destaques da corrida de estréia da temporada da Indycar 2021, teremos as estreias de Romain Grosjean, pela Dale Coyne; e de Jimmie Johnson, pela Ganassi. O piloto francês encerrou sua passagem pela F-1, depois de sofrer um pavoroso acidente na corrida do Bahrein, onde seu carro inclusive pegou fogo após bater com violência contra o guard-rail ainda no início da prova barenita. Felizmente, o piloto escapou sem maiores ferimentos, e agora, busca iniciar uma nova fase de sua carreira profissional na categoria norte-americana de monopostos. Grosjean, contudo, não disputará as corridas em ovais, pelo menos nessa temporada, etapas onde será substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi, coincidentemente o piloto que substituiu Grosjean nas duas corridas finais da temporada do ano passado na F-1, por ser piloto reserva da Haas, função que ainda irá exercer este ano. Já Jimmie Johnson é uma novidade inusitada na categoria, uma vez que o piloto é um dos maiores nomes da história recente da Nascar, a Stock Car dos Estados Unidos, onde competiu pela primeira vez em 2001, passando a disputar o campeonato de forma integral em 2002. De lá para cá, foram cerca de 651 corridas, só na Cup Series, conquistando 83 vitórias e sete títulos. Aos 45 anos, ele vai competir pela Ganassi nos circuitos mistos e urbanos, sendo substituído pelo brasileiro Tony Kanaan nas provas em ovais. Johnson ainda admite que precisa aprender muito em sua nova competição, e por isso mesmo, seus resultados iniciais, apesar de defender a Ganassi, ainda precisarão ser relativizados, já que a condução na Nascar é diferente dos monopostos da Indycar. O piloto, entretanto, ainda não fez um adeus definitivo à sua velha categoria, podendo competir em algumas provas esporádicas ao longo do ano, quando a agenda com a Indycar não coincidir com a da Stock norte-americana.

 

O Circuito de Ímola sedia a segunda corrida da F-1 em 2021.

 

E a F-1 está pronta para a disputa de seu segundo GP da temporada, a prova da Emilia-Romagna, no circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola. O circuito, que já sediou o GP de San Marino do início dos anos 1980 até meados da década retrasada, voltou ao calendário no ano passado, como uma das provas arranjadas para substituir os GPs cancelados na temporada de 2020 devido à pandemia. Com o cancelamento da etapa do Vietnã por problemas junto aos organizadores locais, a corrida ganhou chance de permanecer no calendário. Com um tipo de traçado diferente do circuito do Bahrein, que abriu a temporada, a expectativa é ver como se dará o duelo entre Mercedes e Red Bull na pista, especialmente entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. Os dois times com certeza entrarão na pista prontos para um novo duelo, com a Red Bull, e principalmente Verstappen, decididos a não cometer os mesmos erros da primeira corrida, que permitiram a Hamilton e à Mercedes, com a ajuda de uma boa estratégia, vencer a corrida, contando também com a polêmica ultrapassagem fora dos limites de pista feita pelo holandês no duelo com Hamilton. E a Mercedes terá conseguido ajustar melhor o seu modelo W12, a fim de conseguir competir em melhor forma contra a Red Bull? Certamente os engenheiros em Brackley trabalharam duro para solucionar o comportamento instável da traseira do carro alemão, e melhorar sua performance, mas a Red Bull também não ficou parada, e com certeza promete vir ainda mais forte para o circuito italiano, cujo traçado tende a privilegiar carros com boa aerodinâmica, o que sugere um favorecimento ao time da Red Bull. O duelo está aberto entre os dois times, e se já é previsível que teremos outro embate entre Hamilton e Verstappen, fica a dúvida se Valtteri Bottas e Sergio Perez, os segundos pilotos de ambos os times, também medirão forças na pista. Na corrida barenita, um problema no carro do mexicano quase o tirou da corrida, mas o obrigou a largar do box, e fazer uma corrida de recuperação, impedindo-o de se intrometer na luta pelas primeiras colocações. Perez terminou em 5º lugar, e ganhou elogios da escuderia, que admitiu os erros cometidos na classificação com Sergio, e viu seu forte ritmo de recuperação na prova, apesar dos problemas. Vejamos como as coisas se desenvolverão em Ímola.

 

 

Devido ao funeral do Príncipe Phillip, marido da Rainha Elizabeth da Inglaterra, que faleceu há poucos dias, aos 99 anos, o horário dos treinos livres e da classificação no GP da Emilia-Romagna sofreram alterações. Os treinos livres de hoje ocorrerão às 6:00 Hrs. (primeiro treino), e às 09:30 Hrs. (segundo treino). Já amanhã, sábado, o terceiro treino livre será às 6:00 Hrs., e o treino de classificação ocorrerà às 09:00 Hrs. A corrida continuará no horário previamente anunciado, às 10:00 Hrs. de domingo. Vale lembrar que os treinos livres serão exibidos no canal pago Bandsports. O treino de classificação será exibido no canal aberto da Bandeirantes para São Paulo, e no Bandsports no restante do país. A corrida será exibida ao vivo pela Bandeirantes no domingo, no canal aberto, com a transmissão começando às 09:30 Hrs., meia hora antes da largada da corrida em Ímola. A emissora deve transmitir ainda cerca de meia hora de pós-corrida, já que a prova deve ter cerca de 1h30min de duração aproximadamente, e a programação da emissora prevê começar o programa Show do Esporte somente às 12:00 Hrs. Não vai ser tanto tempo de programação como foi feito no Bahrein, obviamente, mas não será um tempo desprezível, se lembrarmos como a Globo vinha fazendo nos últimos anos. Devido à boa audiência do treino de classificação, o grupo Bandeirantes resolveu transmitir o treino classificatório em sinal aberto em São Paulo, o que deixou certo inconformismo no restante do país, que terá de ver o treino somente pelo Bandsports. A emissora também prometeu tentar resolver o problema do sinal não estar sendo disponibilizado no canal aberto da Bandeirantes captado pelas parabólicas, o que não foi possível de ser feito na primeira corrida por detalhes contratuais. Aos poucos, o Grupo Bandeirantes vai acertando seu procedimento de transmissão da categoria. Cabe ao público prestigiar a atitude da emissora, no que merecer elogios, e criticar de forma educada e fundamentada, o que precisar ser criticado. Vamos ver como eles como será o resultado, conforme avançar as corridas da temporada, em sua nova emissora...

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