quarta-feira, 6 de maio de 2020

FLYING LAPS – ABRIL DE 2020


            E o mês de abril já se foi, e com ele, ainda estamos com um grande panorama de incerteza sobre boa parte do mundo, ainda preocupado com a pandemia do coronavírus covid-19 que fez o mundo entrar em parafuso, com várias consequências, entre elas, a paralisação de todos os campeonatos do mundo do esporte a motor, que ainda tentam salvar alguma coisa em relação ao restante de 2020, com possibilidade de algumas disputas serem retomadas em junho, ou julho, dependendo de como a situação progredir até lá. Enquanto aguardamos melhores notícias, vamos recordar nesta sessão Flying Laps alguns acontecimentos do mundo da velocidade que tivemos neste mês de abril, com alguns comentários rápidos, como é de praxe, e tentar aventar o que poderemos ter em breve, ou não. Uma boa leitura para todos, e mais uma vez, esperemos ter notícias muito melhores até a próxima sessão, no mês que vem, com a possibilidade do mundo entrar nos eixos novamente, e deixarmos este momento cheio de incertezas para trás, com um eventual retorno às atividades que tanto prezamos... Até breve, então...



Com a situação na Europa ainda incerta, em razão da pandemia da Covid-19, em que pese alguns lugares parecerem ter passado pelo pico de casos da doença, o mundo do esporte a motor segue em compasso de espera, sem saber o que realmente poderá ser realizado neste ano de 2020. E a MotoGP vai vendo todo o seu primeiro semestre do ano literalmente ir pelo ralo, assim como diversas outras categorias esportivas mundo afora. E, neste mês de abril, foi confirmado de uma só vez o cancelamento das etapas da Holanda, Alemanha, e Finlândia, deixando a competição com menos 3 provas a serem realizadas ainda neste ano. A etapa da Holanda estava formalmente adiada para o segundo semestre, em virtude do governo holandês ter decretado a proibição de eventos até meados do mês de agosto, mas a direção do autódromo de Assen, onde a corrida era disputada, aceitou com naturalidade que a corrida não fosse realizada em 2020, fato inédito na competição do mundial de motovelocidade, cuja etapa esteve presente em todos os calendários da competição, desde o seu início. A etapa da Finlândia nunca esteve exatamente pronta para voltar ao calendário da competição este ano, pelo que o cancelamento não foi exatamente uma surpresa. E a etapa da Alemanha acabou ficando também para 2021. A Dorna ainda tem intenção de conseguir realizar o campeonato da MotoGP`este ano, trabalhando com a hipótese de serem realizadas 10 ou 12 provas. Com o anúncio do cancelamento das etapas da Holanda, Alemanha e Finlândia, a MotoGP já tem quatro provas oficialmente canceladas este ano, junto com a etapa do Catar, que abriria a competição, mas que só pôde ser realizada pelas categorias da Moto3 e Moto2, que já se encontravam no país do Oriente Médio. Assim como a F-1, a MotoGP também está vendo a possibilidade de se realizar rodadas duplas em alguns circuitos, a fim de conseguir viabilizar mais corridas para o campeonato, muito provavelmente na Europa. Só a Espanha teria 4 etapas em seu território, nas pistas de Jerez de La Fronteira, Barcelona, Aragón, e Valência. A Itália, por sua vez, teria as provas nas pistas de Mugello e Misano. Os dois países, entretanto, foram dos mais afetados pela pandemia da Covid-19, com um alto número de mortes por causa da doença, e apesar da expectativa de parte da quarentena poder ser flexibilizada nas próximas semanas, dependendo da estabilização do número de vítimas, o governo dos dois países ainda não estabeleceu maiores detalhes do que poderá ser ou não liberado. Por garantia, a Dorna preferiu não se manifestar sobre como poderá ser o calendário da competição, ou do que restar dela em 2020, até ter maiores certezas de que o pior da crise já passou. Ainda é cedo para especular quando a competição poderá ser iniciada, mas a exemplo da F-1, o mês de julho é visto como data provável, ou talvez o início de agosto. Aguardemos maiores informações.


Enquanto a MotoGP não entra na pista, alguns times se movimentam já pensando no futuro próximo. E um deles foi a Suzuki, que anunciou neste mês de abril a renovação de sua dupla de pilotos titulares pelos próximos dois anos, até o fim da temporada de 2022. Alex Rins e Joan Mir seguirão defendendo o time japonês, que tem como objetivo derrotar suas rivais compatriotas na classe rainha do motociclismo. Rins se mostrou muito satisfeito com a renovação, pois acredita no potencial da Suzuki, e ao manter a atual dupla de pilotos, a escuderia quer ter tranquilidade para crescer. Adiantar a escolha dos pilotos do próximo ano faz parte da estratégia, assim como a rival Yamaha procurou garantir sua dupla para 2021, com Maverick Vinales e Fabio Quartararo. E foi também uma maneira da Suzuki garantir seus pilotos, uma vez que a Ducati anda com intenção de renovar sua dupla de pilotos, sendo que o time de Bolonha tem sido muito cobiçado nos últimos anos, por ter sido o maior rival da Honda e de Marc Márquez na pista. Andrea Dovizioso, vice-campeão nos últimos anos, porém, pode ter chegado ao seu limite na equipe italiana, que já estaria procurando alguém que não fique apenas no vice-campeonato, e que também estaria procurando por alguém que traga mais resultados que Danilo Petrucci. A dupla titular da equipe italiana tem seus contratos se encerrando ao fim da temporada de 2020, e com as corridas suspensas, ainda não se falou em renovação por parte da direção do time. Rins, que fez uma excelente temporada no ano passado, era um piloto que sem dúvida interessaria à Ducati, mas que agora se encontra indisponível. E Mir, apesar de sua estréia na competição em 2019, mereceu a confiança do time para seguir por lá pelos próximos dois anos.


A Stock Car Brasil anunciou o seu calendário para a disputa da temporada de 2020, depois de ter praticamente as primeiras quatro provas adiadas, em virtude da pandemia da Covid-19. De acordo com Carlos Col, a competição deverá ter início no dia 28 de junho, no circuito de Velo Cittá, em São Paulo. Estão previstas dali em diante as corridas no calendário original, a seguir: 19/07 – Santa Cruz do Sul; 23/08 – Interlagos (SP) (Corrida do Milhão); 13/09 – Londrina (PR); 18/10 – Cascavel (PR); 08/11 – Etapa a ser confirmada; 22/11 – Goiânia (GO); e 13/12 – Interlagos (SP) (Super Final). A Corrida de Duplas, que deveria marcar o início da competição em Goiânia, no dia 29 de março, assim como as etapas de Velopark (12.04), Londrina (17.05), e Interlagos (31.05), que não puderam ser realizadas, serão “absorvidas” dentro dos oito fins de semana restantes, com provas realizadas aos sábados, em corrida única, que terá o seu grid de largada definido pelos treinos livres. As corridas de domingo permanecem, com a ordem de largada da corrida 1 definida pelo resultado da prova do dia anterior. A idéia é manter o calendário com 12 etapas, mesmo que não sejam disputadas nos circuitos previamente planejados. Com oito finais de semana, em pelo menos metade deles, a idéia é disputar uma outra corrida no sábado, como reposição das quatro provas adiadas marcadas até o fim de maio. Col declarou que a idéia ainda está sendo viabilizada, e tratada junto à TV Globo, para acertar como será a transmissão destas corridas. Não deixa de ser uma idéia interessante para se tentar manter o número de corridas do campeonato. Vejamos se tudo correrá bem, e como será o panorama nacional até o final do mês de junho, para que possamos ver o principal campeonato automobilístico do Brasil enfim acelerar fundo na pista.


A Indycar deve colocar seu campeonato em andamento no mês de junho, de acordo com as últimas informações disponíveis. A direção da categoria, contudo, cancelou a rodada dupla que seria feita em Detroit, no último fim de semana de maio, e trabalha agora com a perspectiva de iniciar a disputa no dia 6 de junho, com a prova do Texas, em Forth Worth. Possivelmente teremos 15 corridas, o que deve ser um número de etapas bastante satisfatório para equipes, pilotos, e torcedores. A fim de aumentar o número de provas, a direção da Indycar resolveu transformar a etapa de Iowa, outra pista oval, em uma rodada dupla, a ser disputada no mesmo final de semana. Outra novidade é a disputa de mais uma corrida no circuito misto do Indianapolis Motor Speedway, assim como termos também uma rodada dupla em Laguna Seca, na Califórnia. A etapa de São Petesburgo ainda segue em vistas de ser disputada, mas até o presente momento, não foi anunciada uma data para esta corrida. A intenção da Indycar é tentar manter o calendário a partir da prova do Texas o mais fiel possível ao calendário anunciado no início do ano. Dessa forma, temos as seguintes datas e provas: 06.06 – Texas; 21.06 - Road America; 27.06 – Richmond; 04.07 - GP de Indianápolis (Prova 1); 12.07 – Toronto; 17.07 – Iowa; 18.07 – Iowa; 09.08 - Mid-Ohio; 23.08 - 500 Milhas de Indianápolis; 30.08 – Gateway; 13.09 – Portland; 19.09 - Laguna Seca; 20.09 - Laguna Seca; 03.10 - GP de Indianápolis (Prova 2); São Petesburgo (sem data até o momento). Muitos se perguntam como as corridas serão realizadas, e se a situação nos Estados Unidos até lá permitirá que as provas sejam realizadas com segurança suficiente para prevenir maiores contaminações da Covid-19, uma vez que o país hoje é o mais afetado pela pandemia, com mais de 70 mil mortos contabilizados, em mais de um milhão de casos. A expectativa de flexibilizar a quarentena em alguns Estados, cuja decisão está nas mãos dos governadores, deve dar maiores indícios se será relativamente seguro dar início às competições, mesmo com a possibilidade de correrem sem público nas arquibancadas, o que deve ser feito nas primeiras corridas.


Mas, para quem acha que a decisão da Indycar pode ser arriscada, achando que seria melhor adiar por mais algumas semanas, e tentar iniciar as disputas apenas em julho, quando possivelmente as condições de segurança sejam melhores, o que dizer da Nascar, que anunciou o retorno às competições já para o próximo dia 17 de maio? A direção da Stock Car dos Estados Unidos programou nada menos do que sete provas em um espaço de 10 dias, que serão realizadas nos circuitos de Darlington e Charlotte. Cada um destes eventos será realizado em apenas um dia, e todos os participantes deverão estar com equipamentos de proteção individual, exigidos durante toda a duração dos eventos, que serão realizados sem a presença de público, com portões fechados. Todos que entrarem no circuito terão de passar por exames de saúde obrigatórios, e os protocolos de distanciamento social continuarão sendo seguidos. Também haverá limites no número de pessoas que serão permitidas dentro do local a qualquer momento. Estão programadas etapas das divisões Cup, Xfinity, e Truck da Nascar, nas seguintes datas: Pista de Darlington: 17.05 – Cup; 19.05 – Xfinity; 20.05 – Cup. Pista de Charlotte: 24.05 – Cup (Charlotte 600); 25.05 – Xfinity; 26.05 – Truck; e 27.05 – Cup. A Nascar manteve a realização da Charlotte 600 em sua data original, 24 de maio, mesma data inicial das 500 Milhas de Indianápolis. As duas pistas ficam localizadas nos Estados da Carolina do Sul (Darlington) e Carolina do Norte (Charlotte). A direção da Nascar garante que serão seguidos os mais rígidos protocolos de segurança, para poderem voltar a oferecer ao público amante da velocidade a emoção das disputas das corridas da categoria. Pelo visto, apesar da situação, a direção da Nascar está bem confiante em poder realizar as corridas, apesar do cenário da pandemia, que é bom esclarecer, não está afetando os Estados Unidos de forma igual, havendo lugares, como Nova Iorque, onde houve muitos casos de infectados e mortos, enquanto em outros lugares a situação não foi tão catastrófica quando se divulga. Mesmo assim, é preciso cautela e prudência para se retornar às competições automotivas, em um momento onde alguns Estados estão prestes a promover flexibilização em suas quarentenas, a fim de reativar a economia, e tentar salvar empregos. É preciso cuidado neste momento, mas por outro lado, também é complicado falar disso lembrando que mais de 25 milhões de empregos já foram perdidos no país, praticamente mais empregos do que os que foram criados na última década, e que não serão recuperados tão rapidamente quanto se acredita ser possível. É preciso dar os passos iniciais, com todo o cuidado, para se tentar restabelecer um pouco a normalidade da rotina do dia-a-dia, com os cuidados que forem possíveis para não termos um recrudescimento da situação, como muitos fazem questão de alertar.


Cancelado este ano, diante da pandemia da Covid-19, o ePrix de Roma, prova do campeonato da Formula-E, que deveria ter sido disputado no dia 4 de abril, garantiu pelo menos sua permanência no calendário da categoria de competição de carros monopostos totalmente elétricos até 2025. O anúncio da renovação do contrato de realização da corrida, contudo, ainda deverá ser confirmado e oficializado. A F-E, assim como todas as categorias de competição, também teve de suspender o andamento de seu campeonato pela disseminação do coronavírus principalmente na Europa, onde iria disputar parte de suas provas após a etapa do México, última corrida disputa, no mês de março. A direção da categoria ainda vê a possibilidade de realizar algumas etapas, a fim de poder encerrar o atual campeonato, com prazo limite até o mês de setembro.

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