sexta-feira, 17 de junho de 2016

24 HORAS DE EMOÇÕES

O Circuito de Le Sarthe está pronto para uma das provas mais importantes do mundo do esporte a motor: é hora das 24 Horas de Le Mans.
Este é um dos finais de semana mais esperados durante o ano todo pelos fãs do esporte a motor. Neste sábado teremos a largada para a maior corrida do mundo, as 24 Horas de Le Mans, no belo circuito de Sarthe, em Le Mans. Serão nada menos do que 60 carros na pista, com cerca de 180 pilotos, batalhando pela vitória numa das mais importantes e tradicionais corridas do mundo inteiro, e que chega este ano à sua 84ª edição, disputada desde 1923, e tendo ficado de fora do calendário das competições em 1936, devido a uma greve de trabalhadores que inviabilizou a prova, e de 1940 a 1948, em virtude da 2ª Guerra Mundial, mas firme no calendário das competições automobilísticas desde 1949.
            Desde o início da semana, Le Mans respira o ar das 24 Horas, com um grande público que deverá lotar as arquibancadas neste circuito em seus 13,629 Km de extensão e 38 curvas. No ano passado, a Porsche arrasou a concorrência aqui com o tempo de 3min16s887, obtido por Neel Jani ao volante do modelo 919 Hybrid. A vitória coube a outro carro da equipe alemã, que foi conduzido por Nico Hülkenberg, Earl Bamber, e Nick Tandy, que chegaram na frente após 395 voltas e 5.383,45 kms percorridos durante as 24 horas da prova. Foi o novo recorde de percurso da prova, que até então era de 394 voltas, com 5.332,97 Kms percorridos pelo trio Jan Lammers, Johnny Dumfries e Andy Wallace, em 1988, ao volante de um Jaguar XJR-9LM.
            Para a torcida brasileira, teremos vários pilotos na corrida, e com boas chances de vitória em suas respectivas categorias. Na principal delas, a LMP1, Lucas Di Grassi estará novamente ao volante do carro N° 8 da Audi para tentar a primeira vitória brasileira em Le Mans. O piloto brasileiro foi o mais rápido no teste preparativo para a corrida, realizado há algumas semanas, conseguindo superar o duo de carros da Porsche e seu carro parceiro de equipe, com o tempo de 3min21s375, bem acima da pole-position do ano passado. Lucas também vem de um bom momento, tendo vencido a última prova do Mundial de Endurance, na Bélgica, obtendo assim sua primeira vitória na categoria. Mas a parada promete ser dura, e não se pode ignorar o poderio da Porsche, que tem claramente o carro mais rápido da competição. Ainda na categoria protótipos LMP1, teremos a presença de Nelsinho Piquet ao volante do carro N° 12 da Rebellion, esperando obter o melhor resultado possível para sua escuderia. No combinado do teste livre, o carro do brasileiro ficou com o 8° melhor tempo, cerca de 5s75 atrás do tempo obtido por Lucas Di Grassi.
Os carros da categoria LMP1 são as grandes estrelas da Endurance, e a Porsche larga na primeira fila. 
            Na categoria LMP2, contaremos com a presença de Luís Felipe “Pipo” Derani, pela Extreme Speed Motorsports no carro N° 31, guiando o modelo Ligier JS P2/Nissan. Bruno Senna também estará em ação, pelo time RGR Sport By Morand, pilotando o mesmo modelo de Derani. Também competindo com o mesmo modelo (à exceção do motor) teremos a equipe Michael Shank Racing, que promoverá finalmente a estréia de Oswaldo Negri Junior, que tem uma carreira sólida no automobilismo de endurance norte-americano, nas 24 Horas de Le Mans. E também teremos representante na categoria LMGTE-Pro, com Fernando Rees defendendo mais uma vez a equipe oficial da Aston Martin, ao volante do modelo Vantage V8 GTE. Não teremos brasileiros na categoria LMGTE-Am.
            Como de costume, teremos um plantel bem recheado, com vários vários pilotos que já passaram pela F-1, entre outras categorias. Entre os estreantes de peso, está Scott Dixon, que competirá pelo time da Ford em parceria com a Chip Ganassi, que também terá Sébastien Bourdais, marcando o retorno do francês a Sarthe, onde competiu pela última vez em 2011. Na lista dos ex-F-1, além dos brasileiros Lucas Di Grassi, Nelsinho Piquet e Bruno Senna, temos também Giancarlo Fisichella, Pedro Lamy, Jan Magnussen, Nick Heidfeld, Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima, Kamui Kobayashi, Anthony Davidson, Shinji Nakano, entre outros. E teremos também uma mulher, Cristina Nielsen, que correrá pelo time Formula Racing, na categoria LMGTE-Am.
            Fica a dúvida de quem será o vencedor da edição deste ano. Se no ano passado a Porsche atropelou a concorrência, desfilando sua grande velocidade na imensa reta Mulsanne, este ano os atuais vencedores ainda não os favoritos, mas a Audi parece ter conseguido diminuir um pouco a desvantagem que apresentou no ano passado, podendo oferecer uma disputa mais acirrada para seus rivais compatriotas. E não se pode menosprezar a Toyota, cujo modelo TS050 ainda não mostrou tudo o seu potencial nas duas primeiras corridas do Mundial de Endurance, dando a sensação de que parece precisar de um pouco mais de desenvolvimento para fazer frente aos modelos 919 e R18 das escuderias germânicas, mas que pode surpreender aqui em Sarthe. Por mudanças de regras, procurando conter custos, as duas escuderias alemãs não terão carros extras na edição deste ano. No ano passado, Audi e Porsche competiam com 3 carros, sendo o terceiro montado especialmente para esta corrida. E foi o carro “extra” que venceu a prova. Uma pena que seus pilotos não possam defender o título da corrida neste ano, mas mesmo que houvesse o terceiro carro, Nico Hulkenberg não poderia estar presente, uma vez que a F-1 corre neste fim de semana em Baku, no Azerbaijão, prova que estréia no calendário da competição, marcada para o mesmo fim de semana das 24 Horas.
            E como treino livre é treino livre, na hora da classificação é que o real potencial dos carros vêm à tona, e para não deixar dúvidas nos rivais, achando que podem bagunçar sua condição de favoritos, a Porsche começou arrebentando no primeiro treino de classificação para o grid, colocando seus dois carros na primeira fila provisória até então naquele momento, largando praticamente 1s para a rival mais próxima, a Toyota, e deixando a Audi a praticamente 2s7 de distância. Pior para a Rebellion, que ficou quase 7s pra trás. E isso só na classe LMP1, a principal da categoria protótipos, e grande estrela do Mundial de Endurance. Mas é bom lembrar que o WEC é na prática quatro corridas em uma, e em aqui Le Mans, pela extensão dos mais de 13 Km de pista, isso fica ainda mais nítido na diferença de performance nas classes. Por exemplo, na classe LMP2, para os protótipos de equipes não-construtoras, o mais veloz foi quase 17s mais lento que o primeiro Porsche da LMP1. Se acharam isso muito, as categorias GTE ficam ainda mais distantes: cerca de 31s5 na GTE-Pro; e 37s na GTE-Am.
            E esses foram um comparativo apenas dos tempos da primeira sessão de classificação. Em Le Mans, são três treinos de formação para o grid de largada, um na quarta-feira, e dois na quinta-feira anterior à corrida. Antes, na quarta-feira, houve um treino livre com 4 horas de duração, a partir das 16 horas. E outro detalhe interessante: as sessões de classificação estão sendo disputadas à noite: a de quarta-feira começou a partir das 22 horas, indo até a meia-noite. Nesta quinta, a primeira sessão de classificação (2° treino), começou às 19 horas, finalizando às 21 horas, com a terceira e derradeira sessão tendo início às 22 horas e fechando novamente à meia-noite. Os tempos são combinados, e temos o grid de largada das 24 Horas.
Nada menos do que 60 carros, com 180 pilotos, estarão na pista lutando pela vitória nas 24 Horas de Le Mans.
            Infelizmente, quem esperava ver a briga pelas posições do grid no segundo e terceiro treino de classificação, levou um banho de água fria, literalmente. São Pedro desceu sobre Le Mans, e se no segundo treino a chuva ainda foi razoável, a ponto de impedir a melhora substancial dos tempos e alterações significativas nas posições determinadas no primeiro treino, para a terceira sessão o céu literalmente desabou sobre a pista de Sarthe, a ponto de até o Safety Car rodar na pista encharcada, eliminando de vez qualquer resultado positivo. Assim, a Porsche largará na primeira fila, com a Toyota ocupando a segunda fila, e a Audi na terceira. Mas é bom todo mundo vestir suas galochas: a previsão do tempo para a primeira metade da corrida prevê a presença da chuva, e na pista molhada, muitas surpresas podem acontecer. A emoção, que normalmente é garantida nesta prova, vai ter um incremento e tanto com a presença de São Pedro, podem apostar.
            Um dos destaques a ser mencionado da prova neste ano é a equipe da “Garage 56”, ou o “Carro Inovador”, que nos último anos foi ocupado pelo modelo Delta Wing. Este ano, a vaga será ocupada pela equipe SRT41 by OAK Racing, que terá como grande destaque um piloto que perdeu parte de seus membros superiores e os inferiores. Sim, o francês Fréderic Sausset irá disputar as 24 Horas conduzindo um carro adaptado para suas próteses, ao lado de seus compatriotas Christophe Tinseau e de Jean-Bernard Bouvet, que já correram em Le Mans. Sausset disputou o campeonato VdeV Proto, certame europeu de Endurance existente na França. O Automobile Club de l’Ouest, organizador das 24 Horas, aceitou a sua inscrição, e ele pilotará um protótipo LMP2 Morgan, construído pela Onroak Automotive e adaptado às suas necessidades, o que tornará sua participação na corrida um grande desafio de superação. E não será apenas por isso: em alguns treinos, Sausset conseguiu andar até melhor do que alguns pilotos, o que demonstra que o piloto não é apenas um sonhador romântico, mas um sujeito muito determinado. A torcida acompanhará o seu desempenho com bastante atenção.
            Para os torcedores brasileiros, o canal pago Fox Sports 2 transmitirá nada menos do que 8 horas da corrida ao vivo. A transmissão começará neste sábado às 9:30 da manhã, pelo horário de Brasília, e irá até as 16 horas, retornando no domingo pela manhã para a transmissão das últimas duas horas. Podem se preparar, porque emoção não vai faltar nessa corrida. Afinal, são as 24 Horas de Le Mans, e essa corrida nunca pode ser encarada da mesma maneira que as demais provas do mundo da velocidade...


A Fórmula 1 inicia hoje os treinos para a mais nova pista do calendário: Baku, capital do Azerbaijão, que sediará o Grande Prêmio da Europa, prova que estava ausente do calendário desde que Valência deixou de sediar a corrida, em 2013. A pista tem cerca de 20 curvas, com um traçado de 6 quilômetros, projetada por Hermann Tilke, e em sentido anti-horário. A corrida será disputada em 51 voltas. Estima-se que a pista possa se tornar o circuito de rua mais rápido já utilizado pela F-1. Há um bom trecho de reta que vai da saída da curva 16 até o final da reta dos boxes, com leves curvas que não serão obstáculos para os pilotos descerem o pé no fundo do acelerador, totalizando praticamente 2 quilômetros de extensão. Apenas metade das curvas do traçado é realmente fechada, e nas demais, várias são apenas uma leve mudança de direção. Isso indica que, como no Canadá, os motores serão bem exigidos na pista, a ponto de a Red Bull, que estreou uma nova versão da unidade motriz da Renault em Mônaco, já se manifestar de forma pessimista quanto às suas chances nessa corrida, estimando um déficit de performance de 1s só no longo trecho de reta. Blefe, ou realidade? No Canadá, a Red Bull, especialmente com Max Verstappen, fez bonito na corrida, chegando em 4° lugar. Não é recomendável subestimar o time dos energéticos, por mais que os indícios digam que eles estarão fora da briga pela vitória. Mas há um trecho de pista que destoa do resto do circuito em termos de largura, com meros 7 metros, entre as curvas 8 e 9, passando ao lado de uma velha torre na cidade antiga, construída no Século XII, onde os carros terão de passar bem devagar, devido à curva fechada e sem visão da saída, e morro acima. Espero que não haja enroscos por ali, porque o traçado ficará completamente bloqueado. Vamos ver no que vai dar quando os pilotos chegarem por lá com tudo em alta velocidade...
Baku, a bela capital do Azerbaijão, recebe a F-1 neste fim de semana, em um circuito de rua que promete arrepiar na velocidade de seu traçado.


A Ferrari conseguiu se impor à Red Bull no GP do Canadá, domingo passado, mas acabou sendo superada por Lewis Hamilton, que conseguiu manter seus pneus em bom estado para conseguir fazer a prova inteira com um único pit stop e seguir firme até a bandeirada. E Nico Rosberg teve sua segunda prova consecutiva com problemas, levando a pior na tentativa de dividir com Hamilton a freada da segunda curva logo após a largada e caindo várias posições, tendo de fazer uma corrida de recuperação, que só não foi melhor devido a um pneu furado e a um Max Verstappen endiabrado na disputa de posição pelo 4° posto nas voltas finais. O retrospecto para o alemão, que após a corrida da Rússia abria 43 pontos na classificação para o atual tricampeão e companheiro de equipe na Mercedes, sofreu uma queda das mais bruscas, estando agora apenas 9 pontos à frente. E muitos já estimam que, domingo, após a bandeirada, essa diferença pode não apenas diminuir ainda mais como até se inverter, dependendo do que acontecer. Até agora não vimos em 2016 um duelo homem a homem direto entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, pois em todas as corridas, um deles enfrentou problemas ou complicações, enquanto o outro superava as dificuldades ou conseguia passar longe de todos os problemas. Será que a corrida em Baku trará o primeiro duelo direto entre ambos na pista? A conferir...



Felipe Nasr e Felipe Massa tiveram um dia para esquecer em Montreal. Enquanto o brasileiro da Williams teve uma pane no sistema de resfriamento e abandonou, Nasr levou um toque de Kevin Magnussen logo no início da corrida, o que o fez rodar e perder bastante tempo para se recolocar na corrida, perdendo mais um duelo para seu companheiro de equipe Marcus Ericsson. O sueco terminou em 15°, enquanto Nasr foi o 18°. Já Massa, que vinha à frente de Valtteri Bottas no campeonato, foi superando pelo finlandês, que fez uma excelente corrida e chegou ao pódio em 3° lugar, aproveitando das trocas de pneus a mais feitas por Max Verstappen e Nico Rosberg. Bottas agora é o 7° na classificação, com 44 pontos, seguido por Massa, em 8°, com 37 pontos. A Williams terá uma boa oportunidade em Baku para voltar a ter um bom desempenho, graças às grandes retas da pista do Azerbaijão, mas a julgar pelo que vi em Montreal, nem isso parece servir mais de trunfo para a equipe inglesa. Já o time suíço, com um carro sem desenvolvimento e com sua situação financeira complicada, precisará torcer para não ser superada pela Manor, que parece cada vez mais capaz de deixar a Sauber para trás...

Nenhum comentário: