quarta-feira, 25 de novembro de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - NOVEMBRO DE 2015



            Chegamos ao final do mês de novembro, e o ano de 2015 já está chegando ao seu fim, assim como os campeonatos vão se encerrando, conhecendo os seus campeões da temporada. Então, como de costume, é hora de soltar uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, fazendo a tradicional avaliação do panorama do mundo do esporte a motor neste mês de novembro, no velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Será a última cotação deste ano, e a seção voltará somente em fevereiro de 2016. Portanto, uma boa leitura para todos...



EM ALTA:

Domínio da Mercedes na F-1: O time alemão continua firme e imbatível na pista, conquistando dobradinhas nas etapas do México e do Brasil, sem dar chance aos adversários, especialmente a Ferrari, de sonhar com alto melhor do que o 3° lugar no pódio. Nico Rosberg fez a pole e venceu com autoridade ambas as corridas, enquanto o novo tricampeão mundial Lewis Hamilton foi o 2° colocado com larga folga para o resto dos concorrentes. Os rivais que comecem a trabalhar duro para tentar impedir novo domínio em 2016, porque os carros prateados tem tudo para dominar mais um ano na categoria...

Lucas Di Grassi: O piloto brasileiro da equipe Audi ABT venceu a segunda prova da nova temporada da F-E e assumiu a liderança do campeonato. Lucas já havia sido 2° colocado na etapa de Pequim, e em Putrajaya, aproveitou-se dos problemas dos adversários para vencer sua segunda corrida e liderar a competição, estando na posição certa para aproveitar as oportunidades que surgiram quando os carros da favorita e.dams apresentarem problemas. Mas Di Grassi sabe que o campeonato ainda está somente no início, e o caminho até o encerramento vai ser árduo e complicado, pois o time francês ainda tem sobras de performance para todos os demais. No momento, é apostar na constância e fiabilidade para contrabalançar o favoritismo dos rivais.

Porsche campeã no WEC: A Porsche conquistou os títulos de construtores e de pilotos no Mundial de Endurance, com mais uma vitória, na etapa de encerramento do campeonato, na Bahrein, e fecha o ano com 6 vitórias e 8 etapas. A Audi, vencedora das duas primeiras corridas, teve de se render à força dos seus irmãos alemães, e ficou com o vice-campeonato de construtores e de pilotos. E o trio Mark Webber, Timo Bernhard e Brendon Hartley ficou com o título de pilotos, coroando o retorno da marca alemã às provas de endurance, onde voltou no ano passado. os rivais que se preparem para tentar destroná-la em 2016, o que não vai ser fácil.

Sébastien Ogier: O piloto francês encerrou o campeonato Mundial de Rali de 2015 com mais uma vitória, somando 8 triunfos na temporada, e fechando a competição com praticamente 80 pontos de vantagem para o companheiro de equipe na Volkswagen, o finlandês Jari-Matti Latvala, que venceu apenas 3 etapas no ano, e ficou zerado na pontuação em outras 3, enquanto Ogier só deixou de pontuar em apenas uma. Os rivais agora que se preparem para tentar destronar Ogier e a Volkswagen no próximo ano, porque em 2015 fracassaram de longe...

Jorge Lorenzo: Suspeitas de conchavos à parte com Marc Márquez, que tingiu de suspeitas a decisão do título da MotoGP em Valência, Lorenzo conquistou o seu tricampeonato com méritos, vencendo 7 provas no ano, e conseguindo reverter a expectativa no momento decisivo. Em Valência, largou na pole e liderou firme a corrida inteira, fazendo por merecer a conquista do campeonato de 2015. Uma pena que acabará carregando a suspeita se foi ou não beneficiado por uma "acomodação" de Marc Márquez para prejudicar Valentino Rossi, algo que não merecia, pois é um dos grandes nomes da categoria, e campeão. E vai querer mais em 2016, os rivais que se preparem. Especialmente a equipe da Yamaha, que terá de administrar o ego de sua dupla de pilotos.



NA MESMA:

Crise na equipe Lotus de F-1: A escuderia negra e dourada continua vivendo seu calvário financeiro de fim de temporada, tendo enfrentado novamente percalços em Interlagos por pagamentos pendentes a fim de poder ocupar o seu espaço nos boxes e paddock do circuito paulista. Sem melhorias nos carros, a performance despencou, e o time só conseguiu parcos pontos nas últimas corridas. De positivo, somente o fato de que a Renault já teria concretizado o acordo para recompra do time, garantindo sua permanência na categoria em 2016. Mas o acordo ainda estaria por ser finalizado, e enquanto isso não acontece, a única boa notícia é o fato de ter apenas mais uma corrida para disputar este ano. Só que a escuderia ainda corre o perigo potencial de cair mais uma posição no campeonato de construtores, pois está apenas 9 pontos à frente da Toro Rosso, que vem tendo desempenhos muito melhores nas últimas corridas, tendo marcado mais pontos que o time inglês. E uma posição a menos é dinheiro a menos na premiação da FOM, que certamente poderá fazer falta, já que mesmo com o retorno da Renault como proprietária oficial, o time não deve exatamente nadar em dinheiro...

Percalços dos pilotos brasileiros no GP do Brasil: A corrida da casa nunca foi exatamente fácil para nossos pilotos. Que o diga Rubens Barrichello, que aqui teve uma de suas mais altas taxas de maus resultados de sua extensa carreira na F-1. E a prova deste ano foi particularmente complicada para Felipe Nasr e Felipe Massa. Enquanto o piloto da Sauber já previa um desempenho fraco pela falta de competitividade de seu carro na pista paulistana, o piloto da Williams não conseguiu se entender com o acerto de seu carro durante todo o fim de semana. Nasr até conseguiu começar bem a corrida, mas ao longo da corrida seu carro foi perdendo rendimento, e ele acabou ficando fora da zona de pontos. Massa, por sua vez, teve sorte pior: acabou desclassificado por divergências na medição de temperatura de um de seus pneus, que foi considerada fora das especificações, o que jogou por terra o seu 8° lugar. Melhor sorte em 2016, porque 2015 foi mesmo para esquecer...

Equipe Andretti na Indy Racing League: O time de Michael Andretti manterá a maioria de sua formação de pilotos para a próxima temporada da categoria. Ryan Hunter-Reay, Marco Andretti, e Calos Munõz ficam firmes na escuderia para 2016. Já o quarto carro da escuderia ainda não foi fechado, tendo sido pilotado pelo espanhol Oriol Servia em várias etapas do ano. Andretti, Penske e Ganassi continuarão sendo os maiores times no grid, alinhando quatro carros cada um, o que já garante praticamente quase metade do grid da categoria.

Brasileiros na Indy Racing League 2016: Por mais um ano, o Brasil continuará tendo dois pilotos na categoria de monopostos dos Estados Unidos. Hélio Castro Neves segue firme na Penske, ainda sem pretensões de aposentadoria, enquanto Tony Kanaan teve seu contrato renovado com a Chip Ganassi, e irá para sua 3° temporada na escuderia que foi campeã este ano com o neozelandês Scott Dixon. Helinho, por sua vez, já é o piloto recordista de permanência no time de Roger Penske, indo para sua 17ª temporada na escuderia, onde estreou no ano 2000, ao lado do compatriota Gil de Ferran. E, por enquanto, não há perspectivas de termos mais representantes brasileiros no grid a curto prazo.

Novela do motor da Rd Bull/Toro Rosso para 2016: Até o fechamento deste texto, ainda não havia sido anunciado o futuro das equipes de bebidas energéticas para a próxima temporada da F-1 no que tange aos motores que irão utilizar. Tudo indica que deverão continuar com os propulsores da Renault, que seriam comprados e feita preparação e desenvolvimento independente através da Ilmor, segundo comentários que surgiram nas últimas semanas. Essa informação, contudo, ainda não foi confirmada, e embora tenham aumentado as certezas de que ambos os times estarão no campeonato, tanto que a Red Bull terá patrocínio confirmado da TAG-Heuer em 2016, falta um pronunciamento oficial que deixe tudo preto no branco sobre a situação de ambas as equipes. A expectativa é que isso seja feito em Abu Dhabi, na prova que encerra o campeonato deste ano.



EM BAIXA:

Emoção nas provas da F-1: A categoria máxima do automobilismo voltou ao México depois de mais de 20 anos de ausência, e apesar da empolgação com que foi recebida pelos torcedores mexicanos, a corrida não foi das mais empolgantes, apresentando duelos apenas pontuais. A situação se repetiu no Brasil, onde faltou emoção e sobrou acomodação durante a prova, que teve como consequência o seu menor índice de audiência de que há notícia. E tanto as pistas do México quanto a do Brasil são circuitos à moda antiga, onde deveria ser mais fácil haver disputas de posição, o que não se viu nas corridas deste ano. A categoria precisa repensar algumas de suas regras e conceitos para permitir que as corridas voltem a ser mais disputadas.

Fiabilidade dos motores Honda na McLaren: Jenson Button e Fernando Alonso não veem a hora de acabar o ano, porque resultados mesmo só em 2016, e olhe lá se a Honda conseguir evoluir a contento sua unidade de potência, porque o que se viu esse ano foi de dar pena, ainda mais para uma associação que foi tão vitoriosa há mais de 25 anos atrás. Em Interlagos, Alonso teve de usar seu 12° motor na temporada, acumulando mais uma punição e largando em último, sendo que no México mal conseguiu dar 1 volta na corrida. Levando-se em conta que o limite de unidades por piloto era de 4, dá para ver a quantas andou a fiabilidade dos propulsores nipônicos em sua volta à F-1. E o pior de tudo é que a performance do mesmo, se evoluiu, quase não conseguir ser notada. Os japoneses terão obrigação de mostrar resultados em 2016, para não passar vergonha ainda maior. A Renault está aí de exemplo, só para lembrar que, mesmo com este ano de experiência, nada garante que na próxima temporada os resultados sejam melhores...

Finanças da equipe McLaren: Como tudo que está ruim teoricamente não tem como piorar, eis que o time de Woking recebe outras más notícias, além da falta de resultados na pista. Dois de seus patrocinadores pularão fora ao encerrar da temporada, em Abu Dhabi. A marca de bebidas Johnnie Walker, e a TAG-Heuer, passarão a concentrar suas verbas publicitárias na F-1 em outras paragens a partir de 2016. A Walker irá para a Force India, engrossando o patrocínio que já tem no time indiano, enquanto a marca de relógios estampará os carros da Red Bull. Serão duas baixas no já combalido caixa financeir da McLaren, que anda na corda bamba nas duas últimas temporadas, e promete ficar ainda mais escasso para o próximo ano, até porque a premiação da McLaren pela FOM vai cair consideravelmente este ano, uma vez que o time é o penúltimo na tabela. Arrumar patrocinador para o ano que vem vai ser complicado, até porque Ron Dennis, diretor da escuderia, continua cobrando valores de time de ponta para quem quiser investir no time, e os resultados não estão à altura no momento.

Decisão da MotoGP 2015: A corrida final da temporada da classe rainha do motocilismo em Valência mostrou um show de recuperação de Valentino Rossi, largando do fundo do grid, mas na frente, a condução impecável de Jorge Lorenzo acabou com os sonhos do italiano de conquistar mais um título, vencendo a 7ª corrida no ano. Mas ficou a dúvida se Marc Márquez, que chegou em 2° lugar, fez tudo o que podia para realmente vencer a etapa da Comunidade Valenciana, dando suspeita de que ele não teria se esforçado realmente para que Lorenzo vencesse e Rossi perdesse o título. Como nada poderá ser provado, o campeonato da MotoGP, que foi emocionante durante todo o ano, termina com essa suspeita que, mesmo que seja totalmente inverídica, vai assombrar e manchar a temporada em seu histórico, pelas dúvidas que suscita.

Demissão de Chico Rosa da Administração de Interlagos: A SPTuris, empresa que administra o autódromo de Interlagos, a título de "corte de despesas", demitiu Chico Rosa, que dedicou praticamente 4 décadas de serviços na administraçao do autódromo paulistano, que pertence à Prefeitura Municipal. Depois, quando se fala que em muitas empresas públicas neste país quem é competente entra pelo cano, tem gente que fica brava, mas a demissão do velho Chico foi de uma insensibilidade e incompetência atroz, pois se tem alguém que deu sua vida por Interlagos, é ele, e não um punhado de burrocratas indicados por políticos da prefeitura. Como consequência, Chico pela primeira vez em muito tempo não esteve presente em Interlagos para acompanhar o GP do Brasil, e numa amostra ainda maior de insensibilidade e falta de gratidão pelos serviços prestados, não vi notícia de que alguém, empresa ou autoridade participante dos eventos do GP, tenha lhe dado credencial para circular pelo autódromo. Depois, quando falo que o Brasil é dose e está dando nojo ultimamente, é me segurar para não falar palavrão aos montes, que muita gente está merecendo levar...

 



Nenhum comentário: