sexta-feira, 14 de novembro de 2014

QUAL A NOVIDADE?



Esboço do prometido novo autódromo do Rio de Janeiro, em Deodoro. E que não deverá passar disso...apenas um esboço, e nada mais...

            Esta semana, logo após a disputa do Grande Prêmio do Brasil, surgiu a notícia de que a licitação para as obras de reforma do autódromo de Brasília, com vistas a receber a etapa de estréia do campeonato 2015 da Indy Racing League, foi suspensa. O motivo? Falhas no processo, para não mencionar que o projeto tinha vários dados e levantamento de preços não detalhados. E estas falhas poderiam elevar os preços das reformas, estimadas em R$ 250 milhões, para mais de R$ 300 milhões, conforme matéria veiculada no site Grande Prêmio (www.grandepremio.uol.com.br). Portanto, com as bolas fora do projeto, a empresa responsável pelas obras, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil - Novacap, suspendeu o acordo, e agora, será necessário fazer uma nova licitação, e como a burocracia brasileira adora criar empecilhos e/ou atrasar cronogramas, isso já coloca em risco a realização da corrida brasileira do certame Indy, que iria abrir o calendário 2015 da IRL no dia 8 de março.
            Seria um mico e tanto, depois do cancelamento da corrida neste ano, pela tirada de corpo fora da Bandeirantes, quando a corrida começava a conquistar o público brasileiro. A quebra de contrato, inclusive com a emissora querendo pular fora das transmissões da categoria, levaram a direção da Indycar a mover um processo por quebra de contrato, e só depois de muita conversa se colocou panos quentes na situação, com a Bandeirantes continuando a transmitir a categoria, e ainda viabilizar novamente uma etapa brasileira, que foi anunciada com pompa para ser realizada na capital federal, no autódromo Nélson Piquet. Mas todos sabiam que o estado do autódromo, quase de abandono, exigiria reformas extensas para deixá-lo preparado para receber os monopostos da categoria americana. Claro, prometeram que todas as reformas seriam feitas.
            Como já não dava tempo de reformar todo o autódromo, que iria durar muito tempo, o plano era dividir as reformas em duas fases, procurando deixar pronto apenas o que fosse necessário para viabilizar a realização da corrida, como recapeamento da pista, e reforma completa das áreas de escape, procurando dar toda a segurança necessária para a competição. O restante do autódromo seria recuperado depois, com um cronograma de obras que só terminaria para a corrida Indy de 2016. Claro que, na teoria, tudo parece lindo. Mas, quem disse que no Brasil as coisas andam direito? Na verdade, devemos ficar surpresos é quando tudo é feito da maneira correta, do jeito que as coisas são feitas em nosso país...
            Com praticamente 4 meses até a corrida, as perspectivas de que mesmo as poucas reformas projetadas para dar um suporte mínimo à realização do GP possam ser concluídas a tempo são pessimistas. Além do tempo que uma nova licitação deve gastar para ser feita, e o atraso que isso pode provocar nas obras, como bem lembrou o jornalista Flávio Gomes, o Distrito Federal estará empossando novo governo em janeiro, e nada garante que o novo governador eleito, Rodrigo Rollemberg, que substituirá Agnelo Queiroz, mantenha a mesma fidelidade ao projeto, ainda mais se levarmos em conta que um dos temas de campanha abordados foi o grande déficit de mais de R$ 2 bilhões nas contas públicas, ao qual Queiroz diz não existir, e que entregará o cargo com um grande superávit a Rollelberg. Conversa fiada de políticos à parte, se o buraco nas contas for grande, a tentação de cortar gastos pode acabar comprometendo as obras de reforma, e por tabela, a corrida. O jeito seria, quem sabe, fazer a prova nas ruas da capital, mas será que alguém pensou em um plano B para a situação? De acordo com Mark Milles, diretor da Indycar, quando o anúncio da corrida foi feito, não há plano B algum, e que sabia que os trabalhos de adequação do autódromo seriam extensos e árduos, mas confiava na capacidade de tudo ser feito a tempo.
            Fosse o Brasil um país sério, com certeza se conseguiria acertar tudo o que fosse necessário, e até mais. Infelizmente, não é o caso, e temos o exemplo dos estádios da Copa do Mundo para ilustrar. Ficaram prontos? Ficaram, no talo, em vários lugares, mas levando-se em conta que nosso país teve 7 anos para se preparar para o evento, quando se vê a lista de obras que ficaram pelo caminho, e o que ficou "meio pronto", realmente é para se perder a fé em qualquer promessa de autoridade pública...
            Daí então, não venham se surpreender se a etapa brasileira for cancelada. Aliás, a MotoGP, que ensaiava um retorno ao Brasil, pulou fora justamente por causa das incertezas relativas justamente às reformas necessárias para que a pista estivesse apta a sediar uma etapa da categoria. FIM e Dorna resolveram não pagar para ver, e posso dizer que não se arrependeram nem um pouco. Não sei se a Indycar terá a mesma sorte... E pena dos fãs brasileiros que curtem automobilismo, que merecem melhor sorte para terem a chance de assistirem a mais competições internacionais por aqui.
Autódromo de Brasília: obras para receber a IRL em março tiveram a licitação suspensa. A corrida pode ir para o brejo...
            E essa não foi a única "bomba" a circular na imprensa. O jornal "O Povo", do Rio de Janeiro, noticiou essa semana que os planos de construção do novo autódromo carioca, na região de Deodoro, estão cancelados. Quem tirou o time de campo foi o governo federal, até que a pendenga jurídica arrumada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro na justiça estadual seja resolvida. Antiga área de testes do exército brasileiro, a região é considerada local de proteção ambiental, na opinião do MP, e com isso, eles obtiveram uma liminar em janeiro do ano passado, o que suspendeu todos os trâmites que ocorriam no sentido de viabilizar o novo autódromo da capital fluminense. Para que os trabalhos fossem retomados, seria necessário obter um novo Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), emitido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O governo federal tentou cassar a liminar, mas quebrou a cara, e ainda por cima, ainda gastou esforços para que o caso fosse mudado para a justiça federal, acreditando que teria menos problemas que na justiça estadual, mas até agora não conseguiu absolutamente nada de produtivo. O caso segue "emperrado", e sabe-se lá quando andará novamente, se formos nos basear nas experiências prévias deste tipo de situação em nosso país.
            Cansado da demora da situação, o Ministério dos Esportes, que coordenava os trabalhos, suspendeu tudo. Com a enrolação da justiça, nesse ponto não dá para criticá-los, afinal, a demora poderia fazer perder praticamente tudo o que fosse feito, e de dinheiro gasto à toa no governo federal, certamente não precisamos de mais desperdício, apesar de que se formos listar todas as bobagens que o governo faz, gastaríamos a vida inteira nisso.
            Interessa saber mesmo é o balanço da situação: a construção do novo autódromo era a condição "obrigatória" para a desativação completa do autódromo de Jacarepaguá. O circuito há havia sido mutilado para as obras os Jogos Pan-Americanos na década passada, onde resolveram construir parte das instalações justo em cima de uma das curvas do circuito. O resto do traçado, ainda ileso, exceção ao circuito oval, ainda sediou algumas corridas, mas todo mundo sabia que era questão de tempo até acabarem de vez com a pista. Depois que surgiu a "promessa" de um novo autódromo, todo modernoso e dotado das mais avançadas instalações e tudo o mais, assim como os mais recentes autódromos visitados pela F-1 nos últimos anos, arrefeceu-se a pouca oposição que já existia ao projeto, e Jacarepaguá foi definitivamente para o vinagre. A "indignação" da CBA - Confederação Brasileira de Automobilismo, com a "demora" e "descaso" da justiça, é conversa para boi dormir. A entidade não fez praticamente nada para salvar o autódromo. Venceram os políticos e a cartolagem esportiva, um bando de cretinos da pior espécie, e que mereciam ser fuzilados em praça pública, se este fosse de fato um país sério. Como não é...
            O prefeito do Rio já tirou o corpo fora há tempos. E como o enguiço passou a ser federal, e com a situação em parafuso que nosso país está, especialmente em se tratando do atual desgoverno, que continua dizendo que não há "nada de errado" com o Brasil, podem esquecer qualquer perspectiva de a cidade do Rio de Janeiro voltar a ter um autódromo. E quem argumenta que se os russos conseguiram fazer uma pista no seu Parque Olímpico, em Sochi, o Brasil também poderia fazer o mesmo, desculpe dizer, mas os interesses são distintos. Os russos, apesar dos pesares, fizeram um planejamento mais cuidadoso com suas instalações em Sochi, e foram criativos e inteligentes ao conceberem a idéia de fazer o seu circuito de F-1 nas ruas do parque olímpico. Aqui no Brasil, infelizmente, o que moveu a destruição de Jacarepaguá foram os especuladores imobiliários, que junto com a politicagem e a cartolagem, que certamente devem ter recebido sua gorda cota de propinas, pretendem fazer daquela área um conjunto de condomínios privados, ou pelo menos, de gente muito endinheirada, ou similar. Encaixar uma pista de corridas ali poderia muito bem ser feito, exceto por um único detalhe: eles não tem interesse, e nem querem isso.
            Acusar os pilotos é besteira. Eles até protestaram, mas o que poderiam de fato fazer? Desistir de correr? E seus times, abandonar sua atividade de vida? O povo, infelizmente, também tem parte da culpa, uma vez que há muito tempo os torcedores se mobilizam mais para coisas inúteis e cretinas - como brigas de torcidas rivais nos dias de jogos de futebol, onde acontecem até de matarem alguém, do que se mobilizarem por algo realmente útil e correto. E isso infelizmente vale para boa parte da sociedade como um todo. Fiquei com alguma esperança quando eclodiram as manifestações do meio do ano passado, mas logo se viu que aquilo era fogo de palha, não indo a lugar nenhum.
            Se este fosse um país sério, Jacarepaguá ainda estaria lá, com a CBA exercendo seu dever como deveria ser, defendendo o autódromo até o cumprimento da criação da nova pista, até o ponto de fazer os patifes que se dizem "defensores" do esporte desistirem da parada, ou eles mesmos, em parceria com a iniciativa privada, lançar a construção de uma nova pista, sem as frescuras do poder público. Lamentavelmente, e isso ficou ainda mais claro nestas últimas eleições, onde se viu uma campanha de extrema baixaria promovida justamente pelo partido que diz "defender" os trabalhadores, mas na verdade defende mesmo só a corrupção e a picaretagem, e que mesmo assim acabou reeleito para a presidência, mesmo com todos os exemplos de patifaria que pipocam a todo mundo. Boa parte do povo brasileiro merece mesmo os políticos que elegem. Uma pena que boa parte do povo tenha que arcar com as consequências destas escolhas pra lá de questionáveis.
            Resumindo, qual a novidade nisso tudo? Parece mesmo que não conhecemos o país onde temos de viver... E cada vez mais perco as esperanças do Brasil tomar jeito...


Lendas Brasileiras do Automobilismo: cada fascículo trará uma miniatura, além de muitas informações e curiosidades sobre nossos pilotos na F-1.
Colecionadores de automobilismo, preparem os bolsos: a editora Eaglemoss, especializada em coleções, está lançando a série "Lendas Brasileiras do Automobilismo", uma coleção composta de 60 fascículos que trará todos os grandes nomes nacionais das pistas que competiram na Fórmula 1, dos anos 1950 até os dias atuais. E cada edição trará também uma miniatura de um carro de competição, na escala 1:43, pilotado pelo piloto em destaque em cada edição. A distribuição em bancas começa em dezembro, mas no site da editora, no endereço http://www.lendasf1.com.br, é possível já fazer pré-assinaturas da coleção, com direito a descontos e brindes promocionais. A coleção deverá durar 2 anos, e quem optar por assinar por este período integral terá opção de pagar tudo em 12 parcelas de R$ 209,25, preço já com 10% de desconto sobre as 60 edições avulsas. Há também a opção de assinar por um ano, adquirindo 30 edições, pelo preço de R$ 131,24, com desconto de 5% sobre os exemplares avulsos. Quem comprar por assinatura ganhará de brinde um pôster exclusivo com os maiores pilotos brasileiros que já passaram pela F-1 (Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet, Ayrton Senna, Rubens Barrichello, e Felipe Massa), uma caixa para arquivar os fascículos, além de um kit com 3 fotos de Ayrton Senna. Quem assinar o pacote completo de dois anos ainda ganhará um brinde adicional: uma miniatura, escala 1:43, de um caminhão de transporte da McLaren. Cada fascículo trará várias informações e curiosidades de corridas e do campeonato do ano do carro em questão que virá na edição. As primeiras 4 edições da coleção já tiveram seus modelos divulgados: a edição de estréia trará o McLaren MP4/4, com o qual Ayrton Senna foi campeão em 1988; a segunda edição trará o Lotus 99T, com o qual Ayrton disputou sua última temporada no time fundado por Colin Chapman, em 1987; a edição 3 terá o McLaren MP4/6, com o qual Senna foi tricampeão em 1991. A edição 4 trará o lendário Lotus 72D, com o qual o Brasil conquistou pela primeira vez um título na F-1, com Émerson Fittipaldi, em 1972.
É hora de reservar uma boa grana para adquirir toda essa coleção, que tem tudo para trazer aos fãs verdadeiras relíquias do mundo da velocidade, ilustrando a saga de nossos pilotos na categoria máxima do automobilismo. E será uma coleção bem mais prática do que a da PlanetadeAgostini, que no ano passado lançou uma coleção para se montar o modelo McLaren MP4/4, com cerca de 90 fascículos, com cada edição trazendo novas peças para a montagem do carro, que deve estar sendo um verdadeiro teste de paciência para os fãs do tricampeão Ayrton Senna, e qualquer outro fã de automobilismo que tenha aceitado o desafio de colecionar a série e montar o carro. Sem falar também que a coleção da Eaglemoss será bem mais em conta, além de que os fascículos certamente trarão muitas informações interessantes para os fãs.

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