terça-feira, 18 de novembro de 2014

ARQUIVO PISTA & BOX - MARÇO DE 1997 - 21.03.1997



            Voltando a trazer minhas colunas antigas na seção Arquivo, trago hoje a coluna lançada em 21 de março de 1997. O assunto era a volta da McLaren ao topo do pódio, após 3 longos anos de jejum da escuderia, que tinha vencido pela última vez na despedida de Ayrton Senna do time, ao fim de 1993. A McLaren estreava também o seu novo visual prateado, em substituição à pintura vermelha e branca da Marlboro que era usada desde os tempos de Émerson Fittipaldi, em 1974. Foi um recomeço para o time, que no ano seguinte voltaria efetivamente a disputar o titulo, resgatando todo o protagonismo que havia tido nos anos 1980 e início da década de 1990. Fiquem agora com o texto, e boa leitura. Logo, logo, trago mais textos antigos...


MCLAREN, O REGRESSO

            Demorou, mas depois de 3 anos sem vitórias, a McLaren enfim retornou ao degrau mais alto do pódio na Fórmula 1. Curiosamente, o retorno da McLaren ao círculo dos vencedores se deu no mesmo GP onde a escuderia conquistou, em 1993, sua última vitória na categoria até então. No Grande Prêmio da Austrália daquele ano, disputado na época em Adelaide, Ayrton Senna conquistou a 104ª e até o início do campeonato deste ano última vitória da McLaren na F-1. Coincidentemente, foi também a última vitória de Ayrton Senna, a sua 41ª. E semana retrasada, também no Grande Prêmio da Austrália, vimos novamente a McLaren vencer de novo uma corrida da categoria, agora no circuito de Melbourne, e pelas mãos do piloto escocês David Couthard.
            Durante este longo período afastada das vitórias, temeu-se pela possibilidade de a McLaren sofrer um decadência parecida com a sofrida pela Lótus, que começou a entrar em crise a partir da temporada de 1988, e terminou com o encerramento de suas atividades em fins de 1994, pondo fim a uma das mais carismáticas e vitoriosas escuderias que já participaram da F-1.
            Ron Dennis, diretor da McLaren, sempre mostrou um exemplar gerenciamento da escuderia. Foi ele quem, no início da década de 1980, transformou totalmente a velha McLaren, até então de propriedade de Teddy Meyer, na nova McLaren International. Junto com John Barnard, Ron Dennis conduziu a escuderia para o seu primeiro período de supremacia nos anos 1980, tendo como pilotos Niki Lauda e Alain Prost, conquistando 3 títulos de pilotos consecutivos. Tal supremacia só foi abalada momentaneamente pela Williams, que em meados de 1986 e durante toda a temporada de 1987. Mas a partir de 1988, a McLaren voltou a impor total domínio na F-1 até 1991, quando novamente a Williams iniciou seu retorno ao topo com força total.
            A partir de 1992, a McLaren começou a decair, deu uma nova retomada de fôlego em 1993, mas seu maior trunfo até então, Ayrton Senna, deixou a escuderia em fins de 1993 para ingressar na Williams em 1994. Além disso tudo, a McLaren perdeu também a Honda, sua grande força motriz no campo dos motores, o qual sem dúvida foi tão sentido quanto a perda de Ayrton Senna. A temporada 93 foi feita como equipe cliente da Ford, e mesmo obtendo resultados até melhores do que a Benetton, equipe oficial da fábrica, a McLaren não conseguiu melhor tratamento para 94. Foi então que a escuderia conseguiu um acordo com a Peugeot, que estava fazendo sua estréia na F-1.
            A temporada de 94 até que foi muito boa, considerando-se o fato dos motores Peugeot serem estreantes na categoria. A McLaren terminou o campeonato de construtores na 4ª posição, com 42 pontos, e vários pódios de seus dois pilotos, Mika Hakkinen e Martin Brundle, mas nenhuma vitória ou pole-position. Apesar do bom desempenho da Peugeot em sua temporada de estréia, Ron Dennis resolveu rescindir o contrato, e acertou com a Mercedes-Benz, que estava se desvinculando da equipe Sauber, para ser o novo time de fábrica da marca alemã em 1995.
            Só que a temporada de 95 foi pior que a de 94. Se em 94 o chassi MP4/9 tinha dado mostras de ser competitivo mesmo com o motor francês estreante, em 95 o chassi MP4/10 revelou um péssimo monoposto, sem boas qualidades, sendo que até Nigel Mansell declarou que o carro era totalmente instável. Os problemas que surgiram com o modelo 95 foram vários. Nigel Mansell precisou de um cockpit remodelado, pois não conseguia caber direito no carro. Com muito trabalho, a escuderia lançou o MP4/10B a meio da temporada, mas os problemas persistiram. Foi lançada até uma terceira versão, o MP4/10C, ao fim da temporada européia, mas os ganhos foram insignificantes em comparação com o volume de trabalho realizado. A equipe só conseguiu 30 pontos, mostrando nítida regressão em relação aos anos anteriores, apesar de ainda ter conseguido alguns pódios.
            Entrando na temporada de 1996, tudo indicava que a McLaren teria, enfim, condições de evoluir, pois pela primeira vez em várias temporadas, teria uma base firme e contínua para trabalhar. Tendo como pilotos Mika Hakkinen e David Couthard, a McLaren teve um inicio de ano meio problemático, dando a impressão de que os problemas de 1995 continuavam sem solução, mas com o decorrer da fase européia do campeonato, a McLaren começou a dar mostras de reação, conseguindo até liderar, ainda que esporadicamente, algumas corridas. Tanto Hakkinen quanto Couthard demonstraram muita garra em diversas provas, à medida que o novo MP4/11 progredia em conjunto com o motor Mercedes V-10. O único inconveniente foi uma certa instabilidade nas performances: em algumas pistas a McLaren parecia estar ao nível das melhores equipes, enquanto em outras, tinha um desempenho bem mais modesto, disputando colocações no meio do grid.
            Mas o balanço geral do ano foi positivo. Novamente 4ª colocada no campeonato de construtores, a escuderia acumulou 49 pontos contra os míseros 30 de 1995. A equipe, porém, sofreu um novo golpe: perdeu o patrocínio milionário da Marlboro, que desistiu de investir na escuderia inglesa e preferiu centrar seus esforços na Ferrari. Ron Dennis, porém, conseguiu arrumar um substituto à altura e assinou um novo contrato de patrocínio com a West.
            Chegamos então à temporada de 1997. A McLaren, apesar dos últimos anos terem sido de vacas magras para a escuderia, ainda apresenta a melhor estrutura entre todos os times de ponta da F-1. E o poderio técnico de Woking já se fez notar no programa de testes da pré-temporada, onde a escuderia realizou treinos em todas as pistas possíveis para dar o melhor nível de desenvolvimento ao novíssimo MP4/12. Os resultados foram muito bons e a prova pode ser conferida em Melbourne. Todavia, é certo afirmar que a McLaren ainda está um pouco abaixo da Williams, mas já consegue fazer frente à Benetton e à Ferrari. A expectativa agora é que, com o desenrolar do campeonato, o time inglês continue crescendo para que se torne novamente aquela superequipe do início da década, com força para disputar o campeonato tanto com a Williams quanto com a Benetton e a Ferrari, e até superá-las com certa folga, como costumava fazer...


A equipe Newmann-Hass vai encontrar muitas dificuldades na tentativa de repetir em Surfer’s Paradise o seu extraordinário desempenho de Homestead, na etapa inaugural do campeonato 97 da F-CART. Nos testes do circuito de Firebird, no Arizona, semana passada, o câmbio do chassi Swift apresentou inúmeras quebras, assim como os motores Ford. A fábrica ainda está testando novos desenhos do câmbio para tentar conseguir maior fiabilidade da peça. Novos testes no circuito misto de Sebring, na Flórida, estão programados antes do embarque para a Austrália.


A Lola parece ter detectado o seu principal problema do chassi T9700 para o campeonato da F-CART: a falta de rigidez da peça que segura o motor ao chassi. Segundo os testes realizados, a força do motor está provocando torção nos suportes dos propulsores, e com isso, tirando toda a estabilidade dos carros em curva. A fábrica está reforçando as peças para tentar recuperar a competitividade de seus times no campeonato da F-CART.
 

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