quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

HAVOC SERIES – A TEMPORADA DE 1986 – PARTE III

Nélson Piquet começou o ano de 1986 na frente, mas dali em diante, no resto da primeira metade da temporada, as coisas passaram a não andar tão bem para o piloto brasileiro na Williams.

            E cá estamos de novo com este projeto especial trazendo para todos as corridas da temporada de 1986 na íntegra, tanto quanto possível, onde tivemos uma bela luta pelo campeonato entre a dupla da equipe Williams, Nigel Mansell e Nélson Piquet, na época o melhor time da competição, além do então campeão Alain Prost, da McLaren, e Ayrton Senna, da Lotus. Em uma época onde os carros tinham mais problemas de fiabilidade do que nos dias atuais, mesmo a Williams sendo o time mais forte da competição, acabou vendo Prost e Senna incomodarem o suficiente para não brigarem de forma isolada pelo título de pilotos. Já vimos nas primeiras postagens desta série as primeiras quatro provas daquele ano, e ao fim da etapa de Mônaco, era Alain Prost quem assumia a liderança do campeonato, mostrando que a McLaren, em suas mãos, poderia brigar pelo título aproveitando as oportunidades que surgiam. Da mesma forma, Senna também aproveitava as chances perdidas pelos rivais para se manter firme na briga, mostrando sua capacidade, e devolvendo ao time fundado por Colin Chapman um pouco de seus momentos de glória do passado. Mas a dupla da Williams não podia ser subestimada. Nigel Mansell surpreendia como novo piloto de ponta na competição, e a grosso modo, tinha etapas em que parecia absolutamente imbatível.

Piquet, em que pese ter iniciado a temporada com uma vitória convincente no Brasil, levou várias provas para se dar conta de que a Williams estava jogando contra ele, e favorecendo Mansell, ao contrário das condições prometidas por Frank Williams quando da contratação do brasileiro. Mas Frank, ainda em recuperação de um violento acidente de carro que o deixou tetraplégico, não tinha como comandar o time, e Nélson, obviamente, não iria tirar satisfações a respeito disso, tendo que trabalhar por sua conta para reverter, dentro do próprio time, esse favorecimento que ia ficando cada vez mais descarado. Em uma época onde a tecnologia, apesar de avançada, não podia ser comparada com os dias atuais, um piloto extremamente capaz como Piquet tinha seus lances para reverter essa situação, mas mesmo assim, não era tarefa fácil, e o brasileiro passou praticamente a primeira metade daquela temporada de favorito a azarão na luta pelo título entre os principais pilotos.

As duas corridas que trago nesta postagem mostram como Piquet parecia perder terreno nesta briga dentro do time de Didicot. Na primeira corrida, estamos em Spa-Francorchamps, palco tradicional do GP da Bélgica, e Nélson, apesar de ter feito a pole-position, e até começar bem a prova belga, não teve o que comemorar, já que abandonou com problemas no turbo do motor. Nigel Mansell venceu a corrida, mas o Brasil teve o que comemorar, com o segundo lugar de Ayrton Senna, que àquele momento, retomava a liderança do campeonato, com 25 pontos, superando Prost, que fora apenas o 6º colocado, com 23 pontos. Mansell, com o triunfo, passava Piquet na classificação, assumindo o 3º lugar, com 18 pontos, contra os 15 do bicampeão. Aqui não consegui um vídeo da prova belga em português, mas para quebrar o galho, segue um vídeo com um resumo da corrida e algumas imagens, postadas no You Tube pelo usuário AUTOMOBILISMO BRASIL:

 

https://www.youtube.com/watch?v=51KuU6GquLM

 

A corrida seguinte seria em Montreal, no Canadá, no tradicional circuito Gilles Villeneuve. Nesta prova, Mansell fez a pole, e praticamente ganhou sua segunda corrida consecutiva no ano, já se lançando como candidato ao título da temporada. Piquet, por sua vez, foi apenas o 3º colocado, um resultado que não era de todo ruim, se levarmos em consideração o que havia acontecido na etapa anterior, mas que deixava Mansell abrir vantagem sobre ele na guerra interna da escuderia inglesa, com Nigel colocando 8 pontos de vantagem sobre Nélson. Com um excelente segundo lugar, Alain Prost voltava a liderar o campeonato com 29 pontos, com uma vantagem de apenas dois pontos para Mansell, que empatava em pontos com Senna, mas ficava à frente do brasileiro da Lotus por ter duas vitórias na temporada contra uma de Ayrton. A temporada, com seis provas, mostrava-se bem equilibrada entre este quarteto de pilotos, que já se destacava dos demais competidores. Keke Rosberg, por exemplo, era o 5º colocado, mas com apenas 14 pontos, e até ali, nenhuma atuação de destaque que o credenciasse a se meter na briga pelo título, tendo apenas o 2º lugar em Mônaco como resultado positivo em 1986. Confiram o vídeo da corrida completa no link abaixo, postado no You Tube pelo usuário MrViniciusF1 1995:

 

https://www.youtube.com/watch?v=GM0lQmslHkE

 

Em tempo: esta corrida em 1986 foi a última vez que a pista de Montreal usou na F-1 os antigos boxes, que ficavam logo após a curva do hairpin. Em 1988, quando a F-1 voltou à pista canadense, foram inaugurados os novos boxes e paddock, mais à frente no circuito, no local onde se encontram até hoje, com estruturas muito melhores e amplas em relação ao que era usado até então, com um esquema muito precário para uso dos times naquele outro setor da pista, onde antigamente também era dada a largada, como podem ver logo no início do vídeo da corrida no link acima, podendo reconhecer como era o trecho original do circuito onde hoje está o paddock e o novo complexo dos boxes.

 

E por hoje é só, pessoal. Mas logo virão mais postagens com mais corridas da temporada de 1986 para todos poderem curtir e recordar aquela época. Um bom divertimento a todos.

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