Depois de um longo e tenebroso
inverno, eis que a Cotação Automobilística está de volta, com o início das
competições dos campeonatos de 2020, que haviam sido adiados em março, devido à
pandemia do coronavírus, que virou o mundo de cabeça para baixo, e ainda está
causando uma dor de cabeça dos diabos, com consequências que ainda não
conseguimos mensurar com exatidão. O esquema continua o sendo o de sempre: Em
Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro
laranja), com minhas avaliações e alguns comentários a respeito da situação
citada). Já estamos encerrando o mês de julho, e prestes a entrar em agosto, já
o segundo mês do segundo semestre de 2020, um ano que certamente não deixará
saudades para muitos, diante do momento excepcional que vivemos, e que continua
a impactar a vida de todos no planeta. E, que aos trancos e barrancos, tenta
tentam seguir com a vida adiante, como for possível. Então, aproveitem o texto,
e tenham uma boa leitura. E espero que, na próxima Cotação Automobilística, no
final de agosto, possamos ter um panorama mais animador e otimista para esse
momento excepcional que estamos atravessando.
EM ALTA:
Scott
Dixon: O neozelandês mostra porque é o maior nome da Indycar na atualidade.
Combinando estratégia, visão de corrida, condução veloz, e ao mesmo tempo,
sabendo poupar seu carro, Scott venceu as três primeiras corridas do campeonato
2020 da categoria de monopostos dos Estados Unidos, e mesmo tendo um desempenho
mais fraco nas etapas seguintes, conseguiu empreender boas corridas, e
manter-se na liderança da competição com uma vantagem de pontos expressiva. Com
quase metade das corridas programadas já disputada, ainda é muito cedo para afirmar
que o hexacampeonato está garantido, pois os rivais potenciais estão tentando
acertar seus rumos e ir à caça do piloto da Ganassi, mas Dixon vem conseguindo
fazer uma temporada sem erros, e aproveitando com maestria todas as
oportunidades na pista que surgiram até aqui. Com uma pilotagem precisa, ele
tem se garantido, mesmo quando a performance do carro indica que não dá para
lutar pelas primeiras colocações, surpreendendo quem espera por um resultado
abaixo do esperado. Os rivais já viram que não podem subestimar o neozelandês,
e além de melhorar seus resultados, precisarão torcer por um azar de Dixon, se
quiserem ter melhores chances de lutar pelo título. E Scott está determinado a
não baixar a guarda nesta luta, para azar de seus concorrentes.
Lewis
Hamilton: O hexacampeão pode ter começado a temporada com um resultado um pouco
abaixo do esperado na primeira corrida na Áustria, mas tirou o atraso nas duas
etapas seguintes, e já assumiu a liderança do campeonato, e o favoritismo
destacado para o título, com chances imensas de não só igualar o
heptacampeonato de Michael Schumacher, como de superar o número de vitórias do
alemão como maior vencedor da história da F-1. Concentrado, e determinado,
Lewis mostra que vai ser difícil batê-lo, mais uma vez, e tem conseguido
extrair do novo modelo W11 todo o potencial que o carro demonstra. Na segunda
prova na Áustria, fez uma volta de classificação na chuva fenomenal, deixando
até mesmo Max Verstappen para trás com imensa facilidade, comprovando porque
ele pode vir a ser considerado o maior piloto da história da F-1, por mais que
seus críticos diminuam seus feitos, atribuindo seus méritos unicamente ao
excelente carro que possui. Valtteri Bottas que o diga, tendo sido superado com
alguma facilidade nas duas provas seguintes, depois de vencer a primeira
corrida.
Equipe
Mercedes na F-1: O time prateado caminha para fazer história com o maior
período de hegemonia de uma escuderia na história da F-1, deixando para trás
até mesmo os anos de domínio da Ferrari com Michael Schumacher. A escuderia
capitaneada por Toto Wolf mostra que, apesar do sucesso obtido na nova era
híbrida turbo desde 2014, não tem descansado sobre seus louros, e está sempre
evoluindo, e mantendo um grau de excelência ímpar. Mesmo nos momentos de
competição mais acirrada vivenciados em 2017 e 2018, a escuderia alemã tem se
mantido coesa, e sem perder o foco, mesmo quando tem perdido alguns integrantes
de seu corpo técnico, ou efetuando alguma mudança de posto de algum de seus
quadros, de modo que nem parece que a equipe mexe em algo em seu vitorioso
grupo de profissionais. E mais difícil do que chegar ao topo, é permanecer
nele, contrariando as expectativas de ter enfim uma concorrência mais efetiva a
cada temporada. Em 2019, o time praticamente “matou” a concorrência na primeira
metade da temporada, de modo que não se abalou quando os rivais acertaram
melhor o passo na segunda metade, garantindo ambos os títulos de pilotos e construtores
sem percalços. E neste ano, ao contrário do que muitos novamente esperavam, o
time germânico parece mais forte do que nunca, para azar dos rivais que tinham
alguma esperança de conseguir desafiar Lewis Hamilton e Valtteri Bottas na
pista. E, com os carros deste ano a serem utilizados também em 2021, isso quer
dizer que o domínio da Mercedes deve prosseguir até o fim do próximo ano, no
mínimo, perfazendo uma supremacia de nada menos que oito temporadas
consecutivas, recorde absoluto na história da F-1, se ele não se mantiver em
2022, quando entra o novo regulamento técnico da categoria, o que já causa
calafrios nas expectativas dos rivais...
Fabio
Quartararo: A sensação da MotoGP de 2019 começou a temporada de 2020 da melhor
forma possível, largando e chegando na frente nas primeiras corridas. Já
confirmado para defender o time oficial de fábrica da Yamaha em 2021, Fabio
simplesmente deixou os pilotos do time oficial comendo poeira na rodada dupla
que abriu o certame da classe rainha do motociclismo na pista de Jerez de La
Fronteira. Marcou a pole-position nas duas provas, e obteve duas vitórias
contundentes. Por mais que a segunda vitória tenha sido um pouco facilitada
pela ausência de Marc Márquez, vale lembrar que o hexacampeão deu luta ao novo
jovem leão da categoria na primeira prova, e Quartararo conseguiu se portar bem
na pista. Com pelo menos onze corridas ainda pela frente na temporada de tempos
anormais deste ano, ainda é cedo para dizer que Fabio assume ares de
favoritismo, mas a pontuação perfeita obtida na pista da Andaluzia já obrigam
os rivais, especialmente Márquez, a terem de correr atrás do prejuízo. Se a
nova estrela da categoria já mostrou sua velocidade, vamos ver como irá se sair
quando tiver de defender sua posição na pista quando os rivais apertarem o
ritmo. Se ele se mostrar concentrado, e sabendo administrar os resultados
quando necessário, vai ser difícil de ser batido. E isso significa que
poderemos ver alguns duelos bem empolgantes nas próximas provas, dos candidatos
a tentar destronar Quartararo da liderança da competição. Conseguirão brecar o
jovem piloto francês?
Lando
Norris: O piloto da McLaren mostrou um excelente desempenho nas provas
disputadas na Áustria, conseguindo inclusive seu primeiro pódio na F-1, e
justificando a confiança do time em sua capacidade de pilotagem, algo que só
não foi melhor visto em 2019 diante de quebras que afligiram o jovem piloto
inglês em seu ano de estréia. Mostrando capacidade para acelerar fundo, e sem
ter um comportamento “estrela”, Norris tem tudo para ser um dos novos ases da
F-1 no futuro próximo, ao lado dos também jovens ases Max Verstappen e Charles
LeClerc. O piloto pode não ter tido um desempenho brilhante na Hungria, mas não
se deixou abalar com isso, reconhecendo que ficou devendo na pista magiar,
entendendo as dificuldades enfrentadas, e não se esquivando de aceitar que o
desempenho ficou aquém do esperado. Em 2021, tendo Daniel Ricciardo como
companheiro de equipe, terá muito a aprender com o australiano, e formarem uma
dupla que certamente estará entre as mais descontraídas da categoria, pelo seu
modo de agir e encarar os desafios na pista, o que poderá ser uma excelente
oportunidade para Lando crescer ainda mais como piloto, em uma McLaren que tem
tudo para crescer ainda mais, na busca para voltar a ser um time vencedor na
F-1.
NA MESMA:
Max
Verstappen: O piloto holandês prometia ser o maior adversário de Lewis Hamilton
na temporada de 2020, mas a performance da equipe Red Bull até aqui, se não
frustrou, certamente decepcionou o piloto, que já amargou um abandono por
problemas mecânicos, e ainda cometeu um erro bisonho que quase o tirou da etapa
da Hungria, ao bater seu carro quando ia para o grid de largada. Max conseguiu
fazer uma boa corrida, mas só conseguiu chegar em segundo lugar pelo circuito
húngaro ser muito ruim para ultrapassagens, pois do contrário, poderia ter sido
superado por ambas as Mercedes, a exemplo do que aconteceu na segunda corrida
da Áustria. O piloto tem reclamado do comportamento do carro, muito mais nervoso
do que o esperado, e já andou também reclamando da falta de velocidade – e
potência, nas retas. Confiando que a Red Bull teria um carro em condições bem
mais competitivas, Max tinha esperança de poder desafiar os pilotos da Mercedes
em melhores condições este ano, mas já notou que, dependendo da situação, pode
ter problemas até mesmo com a Racing Point, e na pior das hipóteses, até com a
McLaren, que podem complicar a vida do holandês em algumas corridas. Pelo
visto, ainda não será desta vez que ele poderá almejar disputar o título da
F-1, como tanto sonha.
Equipe
Williams: O time de Sir Frank Williams teve sua pior temporada de que há
memória em 2019, e para 2020, a única opção era tentar reencontrar o rumo, até
porque as finanças do time sofreram um duro golpe com a saída de
patrocinadores, e ainda por cima, o time foi literalmente colocado à venda. Se
os testes da pré-temporada ao menos indicaram que o novo carro deste ano era
melhor que o do ano passado, a dúvida era saber se haviam conseguido recuperar
alguma performance, ou apenas conseguiram evitar de cair mais para trás. Depois
de três corridas, o que podemos ver é que, em volta rápida, o novo carro é até
melhor, e com um piloto de talento, como George Russel, pode até chegar ao Q2
com alguma facilidade. Porém, o ritmo de corrida continua fraco, e a situação
só não é pior do que em 2019 porque Hass e Alfa Romeo também decaíram muito
este ano. Mesmo assim, estes dois times já conseguiram aproveitar as
oportunidades, e marcar seus pontos, que poderão ser bem raros este ano, mas
deixam a equipe de Grove novamente na incômoda situação de última colocada no
campeonato, até o presente momento o único time sem marcar pontos na
competição, algo que poderá continuar sendo extremamente difícil de conseguir.
E outra temporada na última posição poderá significar maiores dificuldades de
permanecer na F-1, e também de atrair possíveis compradores interessados em
adquirir o time. O time ainda está no buraco, e ele não parece menor do que o
do ano passado, apenas menos feio. Vai ser outra temporada bem complicada para
seus pilotos.
Valtteri
Bottas: O piloto finlandês prometeu mais uma vez que iria se preparar como
nunca para a temporada de 2020, e lutar com afinco pelo título. E ele, mais uma
vez, começou bem, largando na pole na primeira prova da Áustria, e vencendo a
corrida de ponta a ponta. Porém, depois disso, nas duas provas seguintes, além
de ter largado atrás de Lewis Hamilton, Valtteri perdeu posições nas duas
largadas, tendo de recuperar terreno, e travar duelos com Max Verstappen para
fazer a dobradinha com seu companheiro de time. Ele conseguiu na Áustria, mas
fracassou na Hungria, o que já o fez perder a liderança do campeonato para
Hamilton. Dada a superioridade que o modelo W11 da Mercedes tem demonstrado, se
Bottas quiser mesmo disputar o título, precisará se aplicar a fundo para
repetir nas próximas provas o desempenho perfeito que demonstrou na corrida de
estréia do campeonato, ou do contrário, verá Lewis partindo de mala e cuia
novamente com facilidade para mais uma conquista do título da F-1. O único
consolo de Valtteri é que a Mercedes deve renovar seu contrato para 2021,
sabendo que continuará dominando a categoria no próximo ano, e que não seria
bom alterar sua dupla de pilotos no momento. Mesmo assim, o finlandês precisa
mostrar serviço, até para continuar a convencer Toto Wolf de que merece seguir
na escuderia alemã...
Tony
Kanaan em sua temporada de despedida da Indycar: Sem melhores perspectivas, eis
que Tony Kanaan resolveu se despedir das categorias Indy, após mais de duas
décadas competindo nestes certames, onde estreou no final dos anos 1990. Sem
ter conseguido patrocínio para disputar toda a temporada, o piloto brasileiro
teve de optar para pelo menos conseguir correr nas etapas em pistas ovais, onde
poderia ter alguma chance de obter um resultado menos ruim, visto que a equipe
Foyt continua a ser uma das mais fracas do grid da Indycar, mesmo nesta
temporada. E Tony tem se aplicado para, ao menos, fazer o melhor que pode com
um carro que só ajudou a enterrar sua carreira na categoria nos últimos dois
anos, além de deixar o compatriota Matheus Leist fora da competição. Mesmo
assim, tem sido difícil conseguir terminar as corridas dentro dos dez primeiros
colocados, como vimos no Texas, e em Iowa. O carro do time do campeão A. J.
Foyt não vai permitir uma despedida mais digna ao brasileiro, que já foi
campeão da Indy Racing League em 2004, pelo que tem demonstrado até aqui. Resta
a esperança de um brilho melhor nas 500 Milhas de Indianápolis, onde a Foyt
concentrará esforços para obter um melhor resultado na prova mais famosa dos
Estados Unidos, e esperar que, ao contrário do que vimos nos últimos dois anos,
os esforços de Tony sejam melhor recompensados.
Equipe
Renault na F-1: O time francês ficou devendo na temporada do ano passado, onde
perdeu a disputa pela posição de melhor “do resto” do grid para sua própria
cliente, McLaren, e ambicionava ao menos dar o troco este ano, até porque para
2021, perderá o time de Woking, que já acertou para voltar a usar as unidades
de potência da Mercedes. Mas a equipe nem começou a competição, e já teve outra
má notícia: Daniel Ricciardo, seu principal piloto, acertou para defender a
McLaren no próximo ano, mostrando desconfiança no projeto da Renault em tentar
voltar a vencer na F-1. Como desgraça pouca é bobagem, o time confirmou, depois
dos resultados da pré-temporada, que está atrás da Racing Point, e também da
McLaren, o que torna mais difícil sua meta de ser novamente a 4ª força no grid.
O único ponto positivo, e ainda assim dependendo do ponto de vista, é o retorno
de Fernando Alonso à escuderia em 2021. Mas pairam dúvidas se isso será mais
positivo do que negativo, pelo histórico que o espanhol tem de tornar o
ambiente nos boxes mais turbulentos quando os resultados não aparecem. Como em
2021 ainda serão utilizados os carros deste ano, ao menos Alonso já chegará ao
time sabendo o que o espera, e pelo menos, estará ciente de que muito trabalho
será necessário para fazer o time evoluir, em especial para 2022. Resta esperar
que Fernando ainda esteja em ponto de bala em sua performance ao volante de um
carro de corrida, para pelo menos mostrar à F-1 do que ainda é capaz de fazer,
lembrando porque foi bicampeão mundial da categoria.
EM BAIXA:
Equipe
Ferrari: O time de Maranello iniciou a temporada 2020 comprovando os receios da
pré-temporada. O novo modelo SF-1000 não tem velocidade em reta, e isso não foi
compensado por maior estabilidade nas curvas, ponto fraco do projeto do ano
passado, cuja grande vantagem era a velocidade em reta, aliada à potência do
propulsor, que atraiu suspeitas de estar burlando o regulamento. O time não foi
punido por estas irregularidades, mas obviamente, teve de se comprometer a não
repetir o ardil na unidade de potência de 2020. Como resultado, os pilotos
reclamam de falta de potência, enquanto o desempenho do carro deixou os pilotos
sem perspectivas de lutarem pelo título da temporada de 2020, e também da de
2021, já que o projeto não terá como ser alterado substancialmente para
corrigir o problema. Em performance bruta, a Ferrari parece estar atrás não
apenas de Mercedes e Red Bull, mas também da Racing Point, e até da McLaren,
sendo então a 5ª força no grid. Como desgraça pouca é bobagem, Sebastian Vettel
e Charles LeClerc também já começaram a sofrer seus percalços na pista. Vettel
rodou na primeira corrida na Áustria e comprometeu sua performance, mas LeClerc
fez lambança ainda pior na segunda corrida e acabou tirando tanto ele quanto
Sebastian da prova. Já na Hungria, se Vettel ainda conseguiu fazer uma corrida
razoável, o time errou na estratégia de pneu com Charles, deixando o monegasco
fora da zona de pontos. A escuderia rossa já iniciou algumas mudanças internas
para tentar achar um meio de coordenar melhor seus esforços internos, mas a
sempre impaciente torcida e imprensa italiana já começaram a cobrar melhores
resultados. Não vai ser um ano muito entusiasmante para a Ferrari, muito pelo
contrário...
Corridas
da F-1 na América em 2020: Diante da pandemia da Covid-19, que anda
descontrolada nos Estados Unidos e no Brasil, não podia dar outra. As corridas
do calendário deste ano da F-1 que seriam realizadas no continente americano
foram para o brejo. Com o risco de segurança sanitária, ainda teria todo o
complexo sistema de logística que teria de ser feito para o transporte do
pessoal e dos equipamentos das equipes, um gasto que já é alto em tempos
normais, mas que diante deste momento excepcional, em que foi preciso
racionalizar os custos ao máximo, já que as corridas estão sendo feitas sem
público, foi necessário deixar de fora. O Canadá, único país onde as condições
da pandemia estão mais ou menos sob controle, acabou sofrendo as consequências,
e todo mundo ficará de fora. A situação do Brasil é a mais complicada, pois o
contrato do GP do Brasil terminava este ano, e com o cancelamento, será preciso
sua renovação para que tenhamos uma corrida de F-1 aqui em 2021, algo que ainda
está em negociação com o grupo Liberty Media. As corridas do México e Canadá
retornam no próximo ano, enquanto a etapa dos Estados Unidos ainda tem alguns
percalços a serem resolvidos para ser confirmada na próxima temporada. Em todo
caso, é a primeira vez que a F-1 ficará sem ter nenhuma corrida fazendo parte
de seu calendário em uma temporada, desde que o campeonato começou, em 1950.
Equipe
Hass: O time de Gene Hass não fez uma boa temporada em 2019, e esperava-se que
pudesse corrigir o projeto de seu carro para 2020, e tentar voltar a lutar por
posições melhores no segundo pelotão da F-1. Infelizmente, o time parece ter
descido ainda mais a ladeira, não tendo conseguido melhorar seu bólido, e ainda
por cima também acabar vitimado pelo desempenho menor da nova unidade de
potência da Ferrari. Como desgraça pouca é bobagem, seus pilotos ainda sofreram
com problemas de freios na Áustria, comprometendo as poucas chances de fazer
uma corrida mais razoável. Mas a temporada vai ser difícil, e até mesmo quando
conseguiram dar o pulo do gato na estratégia, como vimos na Hungria, a falta de
ritmo de corrida do bólido mostra que até mesmo pontuar vai ser complicado,
frente à melhor forma dos outros times, à exceção de Alfa Romeo e Williams. E
já começaram as especulações sobre os pilotos que o time poderá ter em 2021,
dando a entender que Kevin Magnussem e Romain Grosjean terão de ficar espertos
para não ficarem a pé no próximo ano, em que pese os boatos que começam a
questionar se a própria Hass vai se manter na categoria em 2021, se tiver outra
temporada sem resultados que justifiquem os gastos que Gene Hass tem feito para
competir na F-1 até agora. Na pior das hipóteses, podemos ficar com um time a
menos na categoria, apesar da implantação do teto de gastos a partir do próximo
ano...
Bia
Figueiredo: A piloto Bia não vem tendo o ano que gostaria. Seu nome acabou
ligado a um escândalo de corrupção na área da saúde do Rio de Janeiro, com
acusação de desvio de aproximadamente R$ 10 milhões em um esquema que teria
participação do marido e do sogro da piloto. Enquanto as investigações
prosseguem sobre o caso, Bia acabou por deletar seus perfis nas redes sociais,
e acabou dispensada da equipe Ipiranga Racing, até que tudo seja esclarecido,
de acordo com a empresa, que já é patrocinadora de longa data de Bia. De
qualquer forma, a piloto já havia se afastado da competição por estar grávida,
mas esse caso acaba prejudicando seus planos iniciais de retorno às corridas,
além de prejudicar sua reputação, enquanto os fatos não são apurados e
esclarecidos. Segundo o Ministério Público, uma verba da Saúde do Estado do Rio
de Janeiro encaminhada a uma empresa onde o marido e sogro de Bia eram
proprietários, teria sido desviada para uma empresa da piloto, que segundo as
investigações, seria uma empresa de fachada, sem existência real. Outros
pagamentos teriam sido feitos para apoio à carreira de Bia na Stock Car, e até
no pagamento do casamento dela, ocorrido em 2016. Vai ser complicado resolver
essa situação, que pode arruinar a carreira de Bia no automobilismo, se comprovarem
que infelizmente ela esteve envolvida nessa situação.
Disputa
Rio-São Paulo pelo Grande Prêmio do Brasil de F-1: Com o contrato atual da F-1
para o GP do Brasil encerrando-se este ano, as tratativas para um novo acordo
continuam seguindo em frente, e certamente sofreram um revés com o cancelamento
da prova brasileira, diante das dificuldades oriundas da pandemia do
coronavírus, que inviabilizou as corridas da categoria máxima do automobilismo
no continente americano. Infelizmente, algo que a pandemia não freou foi a
disputa com o Rio de Janeiro para sediar o GP de F-1 em 2021, continuando a
discussão de que a capital carioca terá um novo e moderno autódromo para
receber a corrida, no já conhecido caso de Deodoro, que até agora, não deu em
nada, além dos tradicionais bate-bocas e promessas de toda ordem dos políticos,
e empresas supostamente envolvidas na promoção da corrida no novo circuito que
ainda nem sequer começou a ser construído. Como um empreendimento desse porte
não ficaria pronto em menos de dois anos, é completamente inconcebível que
ainda fiquem apregoando essa disputa pueril e descabida a respeito da
realização do GP no próximo ano. Fariam muito melhor se concentrassem os
esforços em primeiro construir o autódromo, e depois tentar negociar para
realizar a corrida de F-1, além da já “prometida” etapa da MotoGP que seria
realizada em 2022. Nota-se que nem mesmo em um período de pandemia, nosso país
consegue reunir um mínimo de seriedade para tratar deste assunto da maneira
como se deveria, muito pelo contrário, continuamos reféns de oportunistas e interessados
com objetivos inconfessáveis se aproveitando para iludir as esperanças dos fãs
do esporte que realmente gostariam de ver esse novo autódromo ser viabilizado e
que pudéssemos ter mais competições internacionais por aqui... Vai mal o nosso
país...
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