quarta-feira, 29 de julho de 2020

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JUNHO/JULHO DE 2020


            Depois de um longo e tenebroso inverno, eis que a Cotação Automobilística está de volta, com o início das competições dos campeonatos de 2020, que haviam sido adiados em março, devido à pandemia do coronavírus, que virou o mundo de cabeça para baixo, e ainda está causando uma dor de cabeça dos diabos, com consequências que ainda não conseguimos mensurar com exatidão. O esquema continua o sendo o de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja), com minhas avaliações e alguns comentários a respeito da situação citada). Já estamos encerrando o mês de julho, e prestes a entrar em agosto, já o segundo mês do segundo semestre de 2020, um ano que certamente não deixará saudades para muitos, diante do momento excepcional que vivemos, e que continua a impactar a vida de todos no planeta. E, que aos trancos e barrancos, tenta tentam seguir com a vida adiante, como for possível. Então, aproveitem o texto, e tenham uma boa leitura. E espero que, na próxima Cotação Automobilística, no final de agosto, possamos ter um panorama mais animador e otimista para esse momento excepcional que estamos atravessando.



EM ALTA:

Scott Dixon: O neozelandês mostra porque é o maior nome da Indycar na atualidade. Combinando estratégia, visão de corrida, condução veloz, e ao mesmo tempo, sabendo poupar seu carro, Scott venceu as três primeiras corridas do campeonato 2020 da categoria de monopostos dos Estados Unidos, e mesmo tendo um desempenho mais fraco nas etapas seguintes, conseguiu empreender boas corridas, e manter-se na liderança da competição com uma vantagem de pontos expressiva. Com quase metade das corridas programadas já disputada, ainda é muito cedo para afirmar que o hexacampeonato está garantido, pois os rivais potenciais estão tentando acertar seus rumos e ir à caça do piloto da Ganassi, mas Dixon vem conseguindo fazer uma temporada sem erros, e aproveitando com maestria todas as oportunidades na pista que surgiram até aqui. Com uma pilotagem precisa, ele tem se garantido, mesmo quando a performance do carro indica que não dá para lutar pelas primeiras colocações, surpreendendo quem espera por um resultado abaixo do esperado. Os rivais já viram que não podem subestimar o neozelandês, e além de melhorar seus resultados, precisarão torcer por um azar de Dixon, se quiserem ter melhores chances de lutar pelo título. E Scott está determinado a não baixar a guarda nesta luta, para azar de seus concorrentes.

Lewis Hamilton: O hexacampeão pode ter começado a temporada com um resultado um pouco abaixo do esperado na primeira corrida na Áustria, mas tirou o atraso nas duas etapas seguintes, e já assumiu a liderança do campeonato, e o favoritismo destacado para o título, com chances imensas de não só igualar o heptacampeonato de Michael Schumacher, como de superar o número de vitórias do alemão como maior vencedor da história da F-1. Concentrado, e determinado, Lewis mostra que vai ser difícil batê-lo, mais uma vez, e tem conseguido extrair do novo modelo W11 todo o potencial que o carro demonstra. Na segunda prova na Áustria, fez uma volta de classificação na chuva fenomenal, deixando até mesmo Max Verstappen para trás com imensa facilidade, comprovando porque ele pode vir a ser considerado o maior piloto da história da F-1, por mais que seus críticos diminuam seus feitos, atribuindo seus méritos unicamente ao excelente carro que possui. Valtteri Bottas que o diga, tendo sido superado com alguma facilidade nas duas provas seguintes, depois de vencer a primeira corrida.

Equipe Mercedes na F-1: O time prateado caminha para fazer história com o maior período de hegemonia de uma escuderia na história da F-1, deixando para trás até mesmo os anos de domínio da Ferrari com Michael Schumacher. A escuderia capitaneada por Toto Wolf mostra que, apesar do sucesso obtido na nova era híbrida turbo desde 2014, não tem descansado sobre seus louros, e está sempre evoluindo, e mantendo um grau de excelência ímpar. Mesmo nos momentos de competição mais acirrada vivenciados em 2017 e 2018, a escuderia alemã tem se mantido coesa, e sem perder o foco, mesmo quando tem perdido alguns integrantes de seu corpo técnico, ou efetuando alguma mudança de posto de algum de seus quadros, de modo que nem parece que a equipe mexe em algo em seu vitorioso grupo de profissionais. E mais difícil do que chegar ao topo, é permanecer nele, contrariando as expectativas de ter enfim uma concorrência mais efetiva a cada temporada. Em 2019, o time praticamente “matou” a concorrência na primeira metade da temporada, de modo que não se abalou quando os rivais acertaram melhor o passo na segunda metade, garantindo ambos os títulos de pilotos e construtores sem percalços. E neste ano, ao contrário do que muitos novamente esperavam, o time germânico parece mais forte do que nunca, para azar dos rivais que tinham alguma esperança de conseguir desafiar Lewis Hamilton e Valtteri Bottas na pista. E, com os carros deste ano a serem utilizados também em 2021, isso quer dizer que o domínio da Mercedes deve prosseguir até o fim do próximo ano, no mínimo, perfazendo uma supremacia de nada menos que oito temporadas consecutivas, recorde absoluto na história da F-1, se ele não se mantiver em 2022, quando entra o novo regulamento técnico da categoria, o que já causa calafrios nas expectativas dos rivais...

Fabio Quartararo: A sensação da MotoGP de 2019 começou a temporada de 2020 da melhor forma possível, largando e chegando na frente nas primeiras corridas. Já confirmado para defender o time oficial de fábrica da Yamaha em 2021, Fabio simplesmente deixou os pilotos do time oficial comendo poeira na rodada dupla que abriu o certame da classe rainha do motociclismo na pista de Jerez de La Fronteira. Marcou a pole-position nas duas provas, e obteve duas vitórias contundentes. Por mais que a segunda vitória tenha sido um pouco facilitada pela ausência de Marc Márquez, vale lembrar que o hexacampeão deu luta ao novo jovem leão da categoria na primeira prova, e Quartararo conseguiu se portar bem na pista. Com pelo menos onze corridas ainda pela frente na temporada de tempos anormais deste ano, ainda é cedo para dizer que Fabio assume ares de favoritismo, mas a pontuação perfeita obtida na pista da Andaluzia já obrigam os rivais, especialmente Márquez, a terem de correr atrás do prejuízo. Se a nova estrela da categoria já mostrou sua velocidade, vamos ver como irá se sair quando tiver de defender sua posição na pista quando os rivais apertarem o ritmo. Se ele se mostrar concentrado, e sabendo administrar os resultados quando necessário, vai ser difícil de ser batido. E isso significa que poderemos ver alguns duelos bem empolgantes nas próximas provas, dos candidatos a tentar destronar Quartararo da liderança da competição. Conseguirão brecar o jovem piloto francês?

Lando Norris: O piloto da McLaren mostrou um excelente desempenho nas provas disputadas na Áustria, conseguindo inclusive seu primeiro pódio na F-1, e justificando a confiança do time em sua capacidade de pilotagem, algo que só não foi melhor visto em 2019 diante de quebras que afligiram o jovem piloto inglês em seu ano de estréia. Mostrando capacidade para acelerar fundo, e sem ter um comportamento “estrela”, Norris tem tudo para ser um dos novos ases da F-1 no futuro próximo, ao lado dos também jovens ases Max Verstappen e Charles LeClerc. O piloto pode não ter tido um desempenho brilhante na Hungria, mas não se deixou abalar com isso, reconhecendo que ficou devendo na pista magiar, entendendo as dificuldades enfrentadas, e não se esquivando de aceitar que o desempenho ficou aquém do esperado. Em 2021, tendo Daniel Ricciardo como companheiro de equipe, terá muito a aprender com o australiano, e formarem uma dupla que certamente estará entre as mais descontraídas da categoria, pelo seu modo de agir e encarar os desafios na pista, o que poderá ser uma excelente oportunidade para Lando crescer ainda mais como piloto, em uma McLaren que tem tudo para crescer ainda mais, na busca para voltar a ser um time vencedor na F-1.



NA MESMA:

Max Verstappen: O piloto holandês prometia ser o maior adversário de Lewis Hamilton na temporada de 2020, mas a performance da equipe Red Bull até aqui, se não frustrou, certamente decepcionou o piloto, que já amargou um abandono por problemas mecânicos, e ainda cometeu um erro bisonho que quase o tirou da etapa da Hungria, ao bater seu carro quando ia para o grid de largada. Max conseguiu fazer uma boa corrida, mas só conseguiu chegar em segundo lugar pelo circuito húngaro ser muito ruim para ultrapassagens, pois do contrário, poderia ter sido superado por ambas as Mercedes, a exemplo do que aconteceu na segunda corrida da Áustria. O piloto tem reclamado do comportamento do carro, muito mais nervoso do que o esperado, e já andou também reclamando da falta de velocidade – e potência, nas retas. Confiando que a Red Bull teria um carro em condições bem mais competitivas, Max tinha esperança de poder desafiar os pilotos da Mercedes em melhores condições este ano, mas já notou que, dependendo da situação, pode ter problemas até mesmo com a Racing Point, e na pior das hipóteses, até com a McLaren, que podem complicar a vida do holandês em algumas corridas. Pelo visto, ainda não será desta vez que ele poderá almejar disputar o título da F-1, como tanto sonha.

Equipe Williams: O time de Sir Frank Williams teve sua pior temporada de que há memória em 2019, e para 2020, a única opção era tentar reencontrar o rumo, até porque as finanças do time sofreram um duro golpe com a saída de patrocinadores, e ainda por cima, o time foi literalmente colocado à venda. Se os testes da pré-temporada ao menos indicaram que o novo carro deste ano era melhor que o do ano passado, a dúvida era saber se haviam conseguido recuperar alguma performance, ou apenas conseguiram evitar de cair mais para trás. Depois de três corridas, o que podemos ver é que, em volta rápida, o novo carro é até melhor, e com um piloto de talento, como George Russel, pode até chegar ao Q2 com alguma facilidade. Porém, o ritmo de corrida continua fraco, e a situação só não é pior do que em 2019 porque Hass e Alfa Romeo também decaíram muito este ano. Mesmo assim, estes dois times já conseguiram aproveitar as oportunidades, e marcar seus pontos, que poderão ser bem raros este ano, mas deixam a equipe de Grove novamente na incômoda situação de última colocada no campeonato, até o presente momento o único time sem marcar pontos na competição, algo que poderá continuar sendo extremamente difícil de conseguir. E outra temporada na última posição poderá significar maiores dificuldades de permanecer na F-1, e também de atrair possíveis compradores interessados em adquirir o time. O time ainda está no buraco, e ele não parece menor do que o do ano passado, apenas menos feio. Vai ser outra temporada bem complicada para seus pilotos.

Valtteri Bottas: O piloto finlandês prometeu mais uma vez que iria se preparar como nunca para a temporada de 2020, e lutar com afinco pelo título. E ele, mais uma vez, começou bem, largando na pole na primeira prova da Áustria, e vencendo a corrida de ponta a ponta. Porém, depois disso, nas duas provas seguintes, além de ter largado atrás de Lewis Hamilton, Valtteri perdeu posições nas duas largadas, tendo de recuperar terreno, e travar duelos com Max Verstappen para fazer a dobradinha com seu companheiro de time. Ele conseguiu na Áustria, mas fracassou na Hungria, o que já o fez perder a liderança do campeonato para Hamilton. Dada a superioridade que o modelo W11 da Mercedes tem demonstrado, se Bottas quiser mesmo disputar o título, precisará se aplicar a fundo para repetir nas próximas provas o desempenho perfeito que demonstrou na corrida de estréia do campeonato, ou do contrário, verá Lewis partindo de mala e cuia novamente com facilidade para mais uma conquista do título da F-1. O único consolo de Valtteri é que a Mercedes deve renovar seu contrato para 2021, sabendo que continuará dominando a categoria no próximo ano, e que não seria bom alterar sua dupla de pilotos no momento. Mesmo assim, o finlandês precisa mostrar serviço, até para continuar a convencer Toto Wolf de que merece seguir na escuderia alemã...

Tony Kanaan em sua temporada de despedida da Indycar: Sem melhores perspectivas, eis que Tony Kanaan resolveu se despedir das categorias Indy, após mais de duas décadas competindo nestes certames, onde estreou no final dos anos 1990. Sem ter conseguido patrocínio para disputar toda a temporada, o piloto brasileiro teve de optar para pelo menos conseguir correr nas etapas em pistas ovais, onde poderia ter alguma chance de obter um resultado menos ruim, visto que a equipe Foyt continua a ser uma das mais fracas do grid da Indycar, mesmo nesta temporada. E Tony tem se aplicado para, ao menos, fazer o melhor que pode com um carro que só ajudou a enterrar sua carreira na categoria nos últimos dois anos, além de deixar o compatriota Matheus Leist fora da competição. Mesmo assim, tem sido difícil conseguir terminar as corridas dentro dos dez primeiros colocados, como vimos no Texas, e em Iowa. O carro do time do campeão A. J. Foyt não vai permitir uma despedida mais digna ao brasileiro, que já foi campeão da Indy Racing League em 2004, pelo que tem demonstrado até aqui. Resta a esperança de um brilho melhor nas 500 Milhas de Indianápolis, onde a Foyt concentrará esforços para obter um melhor resultado na prova mais famosa dos Estados Unidos, e esperar que, ao contrário do que vimos nos últimos dois anos, os esforços de Tony sejam melhor recompensados.

Equipe Renault na F-1: O time francês ficou devendo na temporada do ano passado, onde perdeu a disputa pela posição de melhor “do resto” do grid para sua própria cliente, McLaren, e ambicionava ao menos dar o troco este ano, até porque para 2021, perderá o time de Woking, que já acertou para voltar a usar as unidades de potência da Mercedes. Mas a equipe nem começou a competição, e já teve outra má notícia: Daniel Ricciardo, seu principal piloto, acertou para defender a McLaren no próximo ano, mostrando desconfiança no projeto da Renault em tentar voltar a vencer na F-1. Como desgraça pouca é bobagem, o time confirmou, depois dos resultados da pré-temporada, que está atrás da Racing Point, e também da McLaren, o que torna mais difícil sua meta de ser novamente a 4ª força no grid. O único ponto positivo, e ainda assim dependendo do ponto de vista, é o retorno de Fernando Alonso à escuderia em 2021. Mas pairam dúvidas se isso será mais positivo do que negativo, pelo histórico que o espanhol tem de tornar o ambiente nos boxes mais turbulentos quando os resultados não aparecem. Como em 2021 ainda serão utilizados os carros deste ano, ao menos Alonso já chegará ao time sabendo o que o espera, e pelo menos, estará ciente de que muito trabalho será necessário para fazer o time evoluir, em especial para 2022. Resta esperar que Fernando ainda esteja em ponto de bala em sua performance ao volante de um carro de corrida, para pelo menos mostrar à F-1 do que ainda é capaz de fazer, lembrando porque foi bicampeão mundial da categoria.



EM BAIXA:

Equipe Ferrari: O time de Maranello iniciou a temporada 2020 comprovando os receios da pré-temporada. O novo modelo SF-1000 não tem velocidade em reta, e isso não foi compensado por maior estabilidade nas curvas, ponto fraco do projeto do ano passado, cuja grande vantagem era a velocidade em reta, aliada à potência do propulsor, que atraiu suspeitas de estar burlando o regulamento. O time não foi punido por estas irregularidades, mas obviamente, teve de se comprometer a não repetir o ardil na unidade de potência de 2020. Como resultado, os pilotos reclamam de falta de potência, enquanto o desempenho do carro deixou os pilotos sem perspectivas de lutarem pelo título da temporada de 2020, e também da de 2021, já que o projeto não terá como ser alterado substancialmente para corrigir o problema. Em performance bruta, a Ferrari parece estar atrás não apenas de Mercedes e Red Bull, mas também da Racing Point, e até da McLaren, sendo então a 5ª força no grid. Como desgraça pouca é bobagem, Sebastian Vettel e Charles LeClerc também já começaram a sofrer seus percalços na pista. Vettel rodou na primeira corrida na Áustria e comprometeu sua performance, mas LeClerc fez lambança ainda pior na segunda corrida e acabou tirando tanto ele quanto Sebastian da prova. Já na Hungria, se Vettel ainda conseguiu fazer uma corrida razoável, o time errou na estratégia de pneu com Charles, deixando o monegasco fora da zona de pontos. A escuderia rossa já iniciou algumas mudanças internas para tentar achar um meio de coordenar melhor seus esforços internos, mas a sempre impaciente torcida e imprensa italiana já começaram a cobrar melhores resultados. Não vai ser um ano muito entusiasmante para a Ferrari, muito pelo contrário...

Corridas da F-1 na América em 2020: Diante da pandemia da Covid-19, que anda descontrolada nos Estados Unidos e no Brasil, não podia dar outra. As corridas do calendário deste ano da F-1 que seriam realizadas no continente americano foram para o brejo. Com o risco de segurança sanitária, ainda teria todo o complexo sistema de logística que teria de ser feito para o transporte do pessoal e dos equipamentos das equipes, um gasto que já é alto em tempos normais, mas que diante deste momento excepcional, em que foi preciso racionalizar os custos ao máximo, já que as corridas estão sendo feitas sem público, foi necessário deixar de fora. O Canadá, único país onde as condições da pandemia estão mais ou menos sob controle, acabou sofrendo as consequências, e todo mundo ficará de fora. A situação do Brasil é a mais complicada, pois o contrato do GP do Brasil terminava este ano, e com o cancelamento, será preciso sua renovação para que tenhamos uma corrida de F-1 aqui em 2021, algo que ainda está em negociação com o grupo Liberty Media. As corridas do México e Canadá retornam no próximo ano, enquanto a etapa dos Estados Unidos ainda tem alguns percalços a serem resolvidos para ser confirmada na próxima temporada. Em todo caso, é a primeira vez que a F-1 ficará sem ter nenhuma corrida fazendo parte de seu calendário em uma temporada, desde que o campeonato começou, em 1950.

Equipe Hass: O time de Gene Hass não fez uma boa temporada em 2019, e esperava-se que pudesse corrigir o projeto de seu carro para 2020, e tentar voltar a lutar por posições melhores no segundo pelotão da F-1. Infelizmente, o time parece ter descido ainda mais a ladeira, não tendo conseguido melhorar seu bólido, e ainda por cima também acabar vitimado pelo desempenho menor da nova unidade de potência da Ferrari. Como desgraça pouca é bobagem, seus pilotos ainda sofreram com problemas de freios na Áustria, comprometendo as poucas chances de fazer uma corrida mais razoável. Mas a temporada vai ser difícil, e até mesmo quando conseguiram dar o pulo do gato na estratégia, como vimos na Hungria, a falta de ritmo de corrida do bólido mostra que até mesmo pontuar vai ser complicado, frente à melhor forma dos outros times, à exceção de Alfa Romeo e Williams. E já começaram as especulações sobre os pilotos que o time poderá ter em 2021, dando a entender que Kevin Magnussem e Romain Grosjean terão de ficar espertos para não ficarem a pé no próximo ano, em que pese os boatos que começam a questionar se a própria Hass vai se manter na categoria em 2021, se tiver outra temporada sem resultados que justifiquem os gastos que Gene Hass tem feito para competir na F-1 até agora. Na pior das hipóteses, podemos ficar com um time a menos na categoria, apesar da implantação do teto de gastos a partir do próximo ano...

Bia Figueiredo: A piloto Bia não vem tendo o ano que gostaria. Seu nome acabou ligado a um escândalo de corrupção na área da saúde do Rio de Janeiro, com acusação de desvio de aproximadamente R$ 10 milhões em um esquema que teria participação do marido e do sogro da piloto. Enquanto as investigações prosseguem sobre o caso, Bia acabou por deletar seus perfis nas redes sociais, e acabou dispensada da equipe Ipiranga Racing, até que tudo seja esclarecido, de acordo com a empresa, que já é patrocinadora de longa data de Bia. De qualquer forma, a piloto já havia se afastado da competição por estar grávida, mas esse caso acaba prejudicando seus planos iniciais de retorno às corridas, além de prejudicar sua reputação, enquanto os fatos não são apurados e esclarecidos. Segundo o Ministério Público, uma verba da Saúde do Estado do Rio de Janeiro encaminhada a uma empresa onde o marido e sogro de Bia eram proprietários, teria sido desviada para uma empresa da piloto, que segundo as investigações, seria uma empresa de fachada, sem existência real. Outros pagamentos teriam sido feitos para apoio à carreira de Bia na Stock Car, e até no pagamento do casamento dela, ocorrido em 2016. Vai ser complicado resolver essa situação, que pode arruinar a carreira de Bia no automobilismo, se comprovarem que infelizmente ela esteve envolvida nessa situação.

Disputa Rio-São Paulo pelo Grande Prêmio do Brasil de F-1: Com o contrato atual da F-1 para o GP do Brasil encerrando-se este ano, as tratativas para um novo acordo continuam seguindo em frente, e certamente sofreram um revés com o cancelamento da prova brasileira, diante das dificuldades oriundas da pandemia do coronavírus, que inviabilizou as corridas da categoria máxima do automobilismo no continente americano. Infelizmente, algo que a pandemia não freou foi a disputa com o Rio de Janeiro para sediar o GP de F-1 em 2021, continuando a discussão de que a capital carioca terá um novo e moderno autódromo para receber a corrida, no já conhecido caso de Deodoro, que até agora, não deu em nada, além dos tradicionais bate-bocas e promessas de toda ordem dos políticos, e empresas supostamente envolvidas na promoção da corrida no novo circuito que ainda nem sequer começou a ser construído. Como um empreendimento desse porte não ficaria pronto em menos de dois anos, é completamente inconcebível que ainda fiquem apregoando essa disputa pueril e descabida a respeito da realização do GP no próximo ano. Fariam muito melhor se concentrassem os esforços em primeiro construir o autódromo, e depois tentar negociar para realizar a corrida de F-1, além da já “prometida” etapa da MotoGP que seria realizada em 2022. Nota-se que nem mesmo em um período de pandemia, nosso país consegue reunir um mínimo de seriedade para tratar deste assunto da maneira como se deveria, muito pelo contrário, continuamos reféns de oportunistas e interessados com objetivos inconfessáveis se aproveitando para iludir as esperanças dos fãs do esporte que realmente gostariam de ver esse novo autódromo ser viabilizado e que pudéssemos ter mais competições internacionais por aqui... Vai mal o nosso país...


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