quarta-feira, 15 de julho de 2020

ESPECIAL – MOTOGP 2020


            E chegou a hora da MotoGP acelerar fundo, dando a largada de seu campeonato, adiado até aqui diante da pandemia do coronavírus, que ainda é um pesadelo para o mundo inteiro. E, para deixar o pessoal um pouco mais inteirado do que aconteceu, e esperar desta temporada, tem um pequeno texto para falar sobre isso. Aos poucos, o mundo do esporte a motor vai se reassentando, meio aos trancos e barrancos, mas é o que dá para fazer neste momento complicado, e que ainda vai demorar a voltar à normalidade. Uma boa leitura a todos, e preparem-se para as fortes emoções que só a disputa nas duas rodas é capaz de proporcionar...

MOTOGP 2020

Abalada pela pandemia do coronavírus, o principal campeonato de motociclismo do mundo também teve de redefinir seu campeonato e seus protocolos para conseguir disputar a temporada de 2020.

Adriano de Avance Moreno

A pista de Jerez de La Fronteira, na Espanha, abre o campeonato da classe rainha do motociclismo de 2020 com uma rodada dupla, abrigando o Grande Prêmio da Espanha e o Grande Prêmio da Andaluzia.
            Assim como aconteceu com as demais categorias do mundo do esporte a motor, a MotoGP também teve sua competição em 2020 afetada pela pandemia do coronavírus Covid-19, que acabou postergando o início daquela que prometia ser a maior temporada do mundial de motovelocidade desde sua criação, há décadas atrás. A etapa do Qatar até aconteceu, mas disputada apenas pelas categorias Moto2 e Moto3, cujas equipes já se encontravam no país do Oriente Médio, onde fizeram testes da pré-temporada. A classe rainha também havia passado por lá antes, mas como todos retornaram às suas bases para os últimos ajustes nos equipamentos, não tiveram como retornar a Losail, uma vez que o governo do país, já assustado com a pandemia que se espalhava pelo mundo, passou a exigir quarentena obrigatória de todos que viessem do exterior, impossibilitando que os times da MotoGP disputassem a corrida, que acabou cancelada.
            De lá para cá, muita indefinição, ainda mais porque, neste meio tempo, a Europa havia se tornado o epicentro da pandemia, com milhares de casos surgindo, e inúmeras mortes. Fechamentos e isolamentos rígidos foram estabelecidos, tentando conter o avanço da doença, que depois de dois meses, começou a retroceder lentamente, a ponto de permitir que fossem feitos planejamentos para tentar retomar as competições, o que irá ocorrer agora em julho. Várias provas, contudo, acabaram canceladas este ano, entre elas a da Holanda, em Assen, uma das provas mais icônicas do calendário. Com as corridas na Ásia e na Oceania também sendo canceladas, a Dorna, em conjunto com a FIM, teve de se valer da opção de rodadas duplas para formar um novo campeonato, até o presente momento, com etapas apenas na Europa, conseguindo reunir 13 provas, o que já daria para validar integralmente a competição de 2020. Mas, dependendo de como estiver a situação do mundo mais próxima do fim do ano, é possível que mais algumas provas possam ser confirmadas, o que só deverá ocorrer mais adiante.
            Como não poderia deixar de ser, a MotoGP retorna em clima de rígidos protocolos sanitários, a exemplo do que foi feito na Fórmula 1 na Áustria. Testes de todos os presentes no autódromo, limitação de profissionais no paddock, distanciamento social, além de portões fechados, sem público. Este será o novo “normal” da MotoGp 2020 no princípio. Mais adiante, dependendo das condições, as limitações possam ser afrouxadas, com a presença de algum público, e de mais pessoas no paddock, mas tudo ainda será analisado adequadamente, dependendo dos acontecimentos das primeiras corridas. Embora a situação da pandemia esteja razoavelmente controlada no Velho Continente, ninguém quer dar um passo em falso, e comprometer os esforços feitos até aqui para minimizar o número de casos e de mortes decorrentes da Covid-19, cujo vírus continua presente por aí, com o epicentro da pandemia agora nas Américas, em especial nos Estados Unidos e no Brasil.
A pista de Aragón, também na Espanha, será outro circuito a sediar duas etapas da MotoGP este ano, em virtude da pandemia da Covid-19.
            A opção pelas provas na Europa, a exemplo da F-1, é cortar despesas, já que as fábricas possuem suas sedes no Velho Continente, fora a questão de cortar custos, já que as receitas de todos os times ficaram impactadas pela suspensão das atividades do campeonato desde março para cá. A logística entre os países europeus é bem mais simples, mesmo com os protocolos sanitários exigidos, enquanto corridas fora do continente demandariam gastos maiores, e entraves com burocracia que não estão simples no momento, com vários países ainda com suas fronteiras fechadas, e sem permissão de entrada, exceto em casos específicos. Por isso, o certame dará sua largada em Jerez de La Fronteira, que abrirá o campeonato neste próximo dia 19 de julho, com o Grande Prêmio da Espanha, e no domingo seguinte, teremos o Grande Prêmio da Andaluzia, no mesmo circuito, na segunda prova da rodada dupla de início da temporada no circuito.
            A exemplo do que fizeram na F-1, a pista de Zeltweg, na Áustria, também sediará duas provas, com o GP da Áustria e o GP da Estíria. Misano, Aragón e Valência serão os outros circuitos que sediarão rodadas duplas, enquanto Brno, na República Tcheca, Barcelona, e Le Mans, conseguiram manter suas provas para a temporada de 2020. Outras provas que poderão ser adicionadas ao calendário, dependendo dos acontecimentos nas próximas semanas, poderão ser a Malásia e Tailândia. Argentina e Estados Unidos também se encontravam na mesma posição, com esta última já sendo descartada na semana passada, uma vez que nos EUA, apesar de já estarmos vendo as retomadas das competições automobilísticas, os números de casos da Covid-19 têm aumentado vertiginosamente nos últimos dias, o que foi determinante para inviabilizar qualquer possibilidade da etapa ser disputada este ano. O cancelamento da etapa dos Estados Unidos, por outro lado, pode levar ao cancelamento da etapa argentina, já que os custos de viagem não compensariam para apenas uma corrida nas Américas, o que era minimizado com a realização da corrida em Austin. Sobrariam então as provas da Tailândia e da Malásia, que poderiam ser feitas em uma viagem só para o Extremo Oriente, já que os países são próximos.
            Visando diminuir os custos das escuderias, a direção da MotoGP optou por cancelar o desenvolvimento dos motores e da aerodinâmica das motos das equipes participantes, não apenas na classe rainha, mas também nas categorias Moto2 e Moto3. Como os equipamentos já foram homologados, todos os times não poderão mais promover desenvolvimentos livremente em suas máquinas. Somente em 2021 os times poderão voltar ao desenvolvimento normal permitido pelo regulamento. Tal medida visou preservar o equilíbrio financeiro das equipes na competição, uma vez que os recursos oriundos dos contratos de realização das corridas não poderão mais ser contabilizados, com as provas sendo disputadas a portões fechados.
A Honda terá os irmãos Marc e Álex Márquez nesta temporada (acima). A "Formiga Atômica" (abaixo) parte para a meta de igualar o heptacampeonato de Valentino Rossi na classe rainha do motociclismo.
            Nos últimos anos, apesar de Marc Márquez ter conquistado o título com relativa facilidade, a MotoGP tem mostrado excelentes disputas, com algumas vitórias sendo decididas na última volta, e até na última curva dos circuitos, alegrando os fãs do esporte a motor que querem ver bons pegas e duelos. E a perspectiva é de que, apesar dos pesares, poderemos ver novamente boas provas neste ano, o que deve amenizar as frustrações que a pandemia vem causando no mundo inteiro, com o público ávido por alguma distração, e por emoções que ficaram escassas com as medidas de isolamento social implantadas para tentar deter a disseminação da Covid-19.
            Como não poderia deixar de ser, Marc Márquez é o grande favorito para o título, mais uma vez, defendendo o time oficial da Honda. A novidade é a presença de seu irmão caçula Álex Márquez como companheiro de equipe, um sonho acalentado pela “Formiga Atômica” há tempos. O jovem Álex entrou na vaga aberta com a aposentadoria de Jorge Lorenzo, que descontente com os resultados na temporada passada, resolveu pendurar o capacete. O jovem Álex, porém, já inicia o campeonato precisando mostrar serviço, pois a Honda já informou o rapaz que seu contrato não será renovado para 2021, quando Pol Spargaró, atualmente defendendo o time de fábrica da KTM, será o novo companheiro de Marc Márquez no time japonês. Mas o jovem Márquez não ficou exatamente desamparado: a Honda renovou seu contrato até 2022, mas o irmão caçula da “Formiga Atômica” defenderá a LCR, time satélite da Honda, que está dispensando Cal Cruchlow, para as temporadas de 2021 e 2022. Para justificar a confiança, Álex vai precisar mostrar do que é capaz desde já, e a comparação com seu irmão mais velho, Marc, pode tanto ser um trunfo quanto um revés: se conseguir andar no ritmo do hexacampeão, isso contará muitos pontos para ele, haja visto o desempenho de Lorenzo em 2019, e as performances de Dani Pedrosa enquanto companheiro de Marc em várias temporadas. Por outro lado, se for mal, isso irá pesar também contra ele, mostrando que o mais novo Márquez da MotoGP pode não ser tão talentoso quanto o irmão mais velho. O problema, porém, não é apenas questão de talento, mas a adaptação ao comportamento da RC213V, moldada ao estilo de condução de Marc Márquez, a ponto de limitar as performances de seus companheiros de equipe, que não conseguiam se acostumar com seu estilo nervoso e bruto. Dani Pedrosa, e principalmente Jorge Lorenzo, que o digam, com este último tendo uma performance catastrófica no ano passado com o equipamento do time de fábrica, a ponto de resolver pendurar o capacete por não conseguir se sentir confiante em extrair tudo da moto como poderia fazer. Com o sucesso demonstrado por Marc, a Honda não tem do que reclamar, mas mesmo assim, o time nipônico quer mostrar também que sua moto é competitiva para ambos os pilotos, e não para apenas um deles. Portanto, todos esperam para ver como o Márquez caçula vai se sair junto com seu irmão mais velho, que certamente dará uma ajuda a ele para tentar se acostumar melhor ao equipamento.
            A Honda, claro, tem em Marc Márquez seu grande trunfo. Embora a moto do time japonês não seja o melhor equipamento do grid, Marc tem feito a diferença, e que diferença, conquistando os últimos campeonatos. Nos testes da pré-temporada, o time japonês não pareceu ter muita força, dando até algumas esperanças aos rivais, mas já vimos esse filme antes, e a concorrência também. E podem apostar: não é bom subestimar a “Formiga Atômica”, que se conseguir o título de 2020, igualará a marca de sete campeonatos de Valentino Rossi na classe rainha do motociclismo, consagrando-se como o maior campeão da categoria na atualidade. E Márquez hoje tem outra característica bem temida pelos rivais: ele aprendeu a ser constante, não deixando de perder oportunidades de marcar pontos por seu antigo ímpeto demasiado arrojado, que o fez perder várias vitórias potenciais. E agregou essa constância a uma visão de corrida e de campeonato, e sem perder sua tradicional velocidade. Ele ainda consegue domar a moto da Honda como ninguém, e extrair dela toda a sua velocidade, enquanto outros pilotos podem não conseguir realizar o mesmo feito com o equipamento, tido por alguns como arisco e instável. É uma moto competitiva, que nas mãos de Márquez, venceu de forma categórica nos últimos anos. Conseguirá fazer o mesmo em 2020? Os rivais parecem bem mais preparados do que nos últimos anos, mas será preciso comprovar isso na pista, e não apenas nas expectativas.
Principal rival da Honda nas últimas temporadas, a Ducati (acima) quer tentar deixar a disputa mais acirrada este ano. Andrea Dovizioso (abaixo) quer evitar ser estigmatizado com as sucessivas derrotas para Marc Márquez.
            Que o diga a Ducati. O time italiano foi o rival mais próximo da Honda nos últimos tempos, e Andrea Dovizioso, o mais próximo desafiante de Marc Márquez. Já vai três anos nessa toada, e o italiano quer mais uma vez, junto com seu time, quebrar a escrita de 2017, 2018, e 2019, e chegar finalmente ao título. A Desmosédici ainda desponta como um equipamento extremamente competitivo, mas precisa que seus pilotos saibam extrair da máquina todo o seu potencial. Danilo Petrucci, companheiro de Dovizioso na Ducati, já mostrou não ter esta capacidade, e seu contrato com o time de Bolonha termina ao final da atual temporada. Para seu lugar, virá Jack Miller, atualmente na Pramac, time satélite da Ducati. Petrucci já anunciou acordo para defender a Tech 3 no próximo ano. Já Andrea Dovizioso, por sua vez, ainda não renovou seu acordo com a Ducati. Vice-campeão nas últimas três temporadas, pesa contra ele justamente as derrotas para Marc Márquez, sendo que apenas em 2017 ele levou a disputa até a última corrida. Em 2018 e 2019, apesar de ter sido vice-campeão, o fato de não ter conseguido dar mais combate ao piloto da Honda começou a comprometer a confiança da escuderia em seu piloto. Eles sabem que possuem um equipamento competitivo, e se perguntam se um piloto com mais gana e determinação poderia produzir melhores resultados, e quem sabe, lutar pelo título com mais afinco contra Márquez. Até o fechamento desta matéria, outra possibilidade para Dovizioso seria tirar um ano de descanso das pistas, para retornar em 2022, mas o risco de não encontrar lugar para sua volta é grande, especialmente de a Ducati contratar alguém que faça mais do que ele mostrou nos últimos anos. Continuar onde está é a melhor opção, e ele precisará mostrar porque essa também é a melhor decisão para o time de Bolonha, antes que outros pilotos sejam sondados para assumir o seu lugar. Se a moto corresponder, ele precisa mostrar serviço, e levar a disputa novamente aos limites, se Márquez for novamente o homem a ser batido, como todos imaginam ocorrer novamente.
            Por isso mesmo, a pressa da Yamaha em confirmar Fabio Quartararo como companheiro de Maverick Viñalez para 2021. Quartararo foi sensação na temporada passada na MotoGP, e seu nome já vinha sendo cogitado pelo time italiano, que poderia contratá-lo para 2021. O time dos três diapasões demonstrou evolução nos testes da pré-temporada, depois de três temporadas onde se debateram com um equipamento menos competitivo, ficando completamente de fora da disputa pelo título, assistindo ao duelo Honda X Ducati. Mas agora eles querem voltar ao páreo, e não deixar sua rival de longa data Honda continuar reinando sozinha. Viñalez conseguiu os resultados mais relevantes para o time nos últimos dois anos, mas só no ano passado ele conseguiu superar Rossi de forma mais efetiva na equipe japonesa, e mesmo assim, no início da temporada, Valentino ainda parecia ser de longe o melhor piloto do time na competição. Tendo dificuldades para superar um piloto bem mais velho no mesmo time poderia ser um demérito para Maverick, mas como estamos falando de Rossi, que ainda se mostra razoavelmente competitivo, isso passa a contar a seu favor, apesar de ter havido boatos de que ele poderia deixar o time, ou ser substituído por outro piloto. Ele terá a chance de comprovar se realmente comandará a Yamaha neste último ano em que dividirá o box com Rossi.
Depois de dois anos de fracos resultados, a Yamaha (acima) quer voltar à briga pelo título. Já Valentino Rossi (abaixo) faz sua última temporada pelo time oficial da fábrica, mas deve seguir na SRT com apoio total da marca nipônica, e ainda com a moto oficial, para 2021.
            E o destino de Valentino Rossi? O “Doutor” é o maior nome do grid da classe rainha, mas já se vê ofuscado por Marc Márquez, como o novo fenômeno da categoria. Rossi é o passado, enquanto o espanhol é o presente, e pode se tornar o segundo maior de todos, atrás apenas de Giácomo Agostini, a maior lenda da MotoGP em sua história. Tendo suas duas últimas temporadas sido um pouco decepcionantes, apesar da queda de competitividade da Yamaha, o italiano ainda tem lenha para queimar, e pensava em fazer uma autoavaliação de si mesmo para decidir se penduraria o capacete ao fim deste ano, ou se renovaria o contrato. Infelizmente, a pandemia atrapalhou os planos de Valentino, e a Yamaha preferiu jogar pelo seguro, promovendo sua nova revelação Fabio Quartararo para o time de fábrica em 2021, ao lado de Maverick Viñalez. Mas, ao mesmo tempo, a marca dos três diapasões ofereceu a Rossi a opção de continuar na classe rainha do motociclismo, através de seu time satélite, a SRT, onde Quartararo está atualmente. E dará todo o apoio oficial da fábrica ao “Doutor” se ele aceitar a proposta, inclusive lhe dando a mesma moto do time de fábrica. Valentino terá de tomar uma decisão, e a opção parece bem válida: a SRT mostrou competência, quando Fabio Quartararo andou muito bem no ano passado, conseguindo até pole-positions, e defender o time ofereceria a Valentino correr com menos pressão por resultados.
            E tudo indica que Valentino aceitará o desafio, com as negociações estando em andamento, e só aguardando a finalização dos detalhes para ser anunciada oficialmente. Com isso, ainda teremos o privilégio de vermos o “Doutor” em ação nas duas rodas em 2021, e com boas perspectivas de 2022 também, quando possivelmente se aposentaria oficialmente das pistas, presume-se. Ou não? Rossi ama o que faz, e mesmo já em uma fase da vida onde outros campeões se aposentaram das pistas, ele ainda sente prazer em desafiar os limites das motos. Se ele conseguir se manter competitivo o suficiente, qual o problema em deixa-lo continuar competindo?
            A Suzuki teve um ano de crescimento em 2019, com Aléx Rins a mostrar serviço, tendo se digladiado com Viñalez na tabela de classificação, vencida pelo piloto da Yamaha. O time japonês quer continuar progredindo, e precisará fazê-lo, caso a rival Yamaha recupere sua força, o que tornaria mais difícil batê-la, além do objetivo óbvio de tentar confrontar a Honda, o que conseguiu fazer em alguns momentos no ano passado, graças também a uma pilotagem precisa de Rins, que está fazendo por merecer um equipamento mais competitivo que lhe permita melhores resultados.
A Suzuki (acima) quer continuar crescendo e disputar o título, tendo como principal arma seu piloto Alex Rins (abaixo).
            Enquanto isso, a KTM continua com sua meta de progredir sempre. A escuderia austríaca já conseguiu se posicionar no meio do grid, mas chegar mais à frente dos ponteiros sempre é um desafio mais difícil. O time perderá Pol Spargaró para a Honda em 2021, mas confirmou a presença de Miguel Oliveira para seu lugar, ao lado de Brad Binder.
            Na formação do grid de 2020, a única incerteza é a situação de Andrea Iannone. O italiano, que defenderia a equipe Aprilia, foi pego em um exame antidoping onde foi encontrado uma substância proibida, a qual o piloto afirmou ter sido adquirida acidentalmente através da ingestão de carne, por ocasião do GP da Malásia do ano passado. Pelo sim, pelo não, a escuderia confirmou Bradley Smith para o lugar de Iannone enquanto sua situação não se resolve. Andrea Iannone está com um recurso em julgamento no Tribunal Arbitral do Esporte, com o objetivo de revogar a sentença recebida pelo uso de substância esteroide proibida, que foi uma suspensão de 18 meses das pistas, o que o tiraria não apenas deste campeonato, mas também de parte da disputa de 2021.
            Portanto, é hora de se acomodar na poltrona, e segurar a respiração: a MotoGp vai dar sua largada, e tem tudo para fazer um grande campeonato, com corridas pra lá de empolgantes.

CALENDÁRIO DA MOTOGP 2020

DATA
ETAPA
CIRCUITO
19.07
Grande Prêmio da Espanha
Jerez de La Fronteira
26.07
Grande Prêmio da Andaluzia
Jerez de La Fronteira
09.08
Grande Prêmio da República Tcheca
Brno
16.08
Grande Prêmio da Áustria
Zeltweg
23.08
Grande Prêmio da Estíria
Zeltweg
13.09
Grande Prêmio de San Marino
Misano
20.09
Grande Prêmio da Emília-Romanha e da Riviera de Rimini
Misano
27.09
Grande Prêmio da Catalunha
Barcelona
11.10
Grande Prêmio da França
Le Mans
18.09
Grande Prêmio de Aragón
Aragón
25.10
Grande Prêmio de Teruel
Aragón
08.11
Grande Prêmio da Europa
Valência
15.11
Grande Prêmio da Comunidade Valenciana
Valência
N/D
Grande Prêmio da Argentina
Termas de Rio Hondo
N/D
Grande Prêmio da Tailândia
Chang
N/D
Grande Prêmio da Malásia
Sepang

EQUIPES E PILOTOS DA MOTOGP (Categoria Principal)

EQUIPE
PILOTOS
Reale Avintia Racing
Johann Zarco
Tito Rabat
Ducati Team
Andrea Dovizioso
Danilo Petrucci
Petronas Yamaha SRT
Fabio Quartararo
Franco Morbidelli
Aprilia Racing Team Gresini
Aleix Espargaro
Bradley Smith
Red Bull KTM Tech 3
Iker Lecuona
Miguel Oliveira
LCR Honda
Carl Crutchlow
Takaaki Nakagami
Monster Energy Yamaha MotoGP
Valentino Rossi
Maverick Viñalez
Team Suzuki Ecstar
Alex Rins
Joan Mir
Alma Pramac Racing
Francesco Bagnaia
Jack Miller
Red Bull KTM Factory Racing
Brad Binder
Pol Espargaró
Repsol Honda Team
Álex Márquez
Marc Márquez

            Em meados de janeiro, os fãs ficaram atônitos quando o SporTV, canal de esportes da TV por assinatura, que há muitos anos transmitia as corridas do mundial de motovelocidade, anunciou que não renovaria o contrato de transmissão das corridas, deixando os amantes do esporte sem opções de acompanhar o campeonato na telinha. Guto Nejaim e Fausto Macieira, a dupla que já havia marcado sua presença em uma década de transmissões das provas, acabaram demitidos pela emissora, tendo sido pegos completamente de surpresa com a decisão do SporTV, uma vez que a audiência das corridas era boa, e as provas mostravam muitos pegas e disputas.
As empolgantes disputas das provas da MotoGP agora estarão no Fox Sports, depois que o SporTV desistiu de transmitir o campeonato este ano.
            Nejaim partiu para Portugal, a fim de dar início a novos projetos em sua carreira, tendo sido contratado como narrador pelo DAZN, site de streaming especializado em esportes. Já Macieira deu início a seu canal próprio no You Tube, o Mundomoto, onde tem apresentado vídeos comentando os acontecimentos da MotoGP, já contando com mais de 25 mil inscritos, com milhares de visualizações dos programas feitos até o presente momento.
            Felizmente, para os fãs, a MotoGP não ficou de fora da TV brasileira. No início de março, praticamente às vésperas da corrida que abriria o campeonato, em Losail, no Qatar, o Fox Sports anunciou que iria transmitir as provas do mundial, da classe rainha, e de suas categorias de acesso Moto2 e Moto3, com o canal tendo transmitido as corridas destas duas últimas no circuito do Oriente Médio, onde as equipes de ambos os certames já se encontravam, enquanto o pessoal da MotoGP, que havia retornado à Europa após os testes da pré-temporada, não pôde retornar diante dos protocolos de segurança de viagem impostos pelo governo do Qatar diante da pandemia do coronavírus que já se alastrava perigosamente pelo mundo. E é com o Fox Sports que os amantes da motovelocidade poderão curtir as etapas do campeonato de 2020. E esperemos que os resultados de audiência sejam bons para que o canal mantenha a MotoGp entre suas atrações nas próximas temporadas, já que o contrato de transmissão firmado por enquanto seria apenas da atual temporada.
O Circuito das Américas, em Austin, no Texas, não receberá a MotoGP em 2020. Etapa foi cancelada devido à pandemia da Covid-19.
Álex Márquez (acima) fará sua temporada de estréia na MotoGP ao lado do irmão Marc, na Honda, mas na próxima temporada, defenderá a LCR, time satélite da marca. Já Fabio Quartararo (abaixo), sensação da temporada de 2019, prepara-se para defender o time oficial da Yamaha em 2021.

Nenhum comentário: